FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SENA AIRES HELMINTOS
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- Aurora Nobre Olivares
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1 FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SENA AIRES HELMINTOS Michel Parente Gomes Disciplina: Parasitologia Clínica Valparaiso de Goiás 27 de junho de 2008
2 ÍNDICE Introdução...01 Teníase e cisticercose...02 Introdução...02 Morfologia...02 Habitat...02 Transmissão...02 Patogenia e sintomatologia...03 Epidemiologia...03 Diagnóstico e tratamento...03 Profilaxia...04 Hymenolepis nana...04 Introdução...04 Morfologia...04 Habitat...04 Transmissão...04 Patogenia e sintomatologia...05 Epidemiologia...05 Diagnóstico...05 Profilaxia...05 Tratamento...05 Ascaris lumbricoides...05 Introdução...05 Morfologia...05 Habitat...06 Transmissão...06 Patogenia e sintomatologia...06 Epidemiologia...07 Profilaxia...07 Diagnóstico e tratamento...07 Enterobius vermiculares...07 Introdução...07 Morfologia...07 Habitat...08 Transmissão...08 Patogenia e sintomatologia...08 Diagnóstico...08 Epidemiologia...08 Profilaxia...08 Tratamento...08 Trichuris trichiura...09 Introdução...09 Morfologia...09 Habitat...09 Transmissão...09 Patogenia e sintomatologia...09 Diagnóstico e tratamento...09 Epidemiologia...09 Profilaxia...09 Conclusão...10 Bibliografia...11
3 INTRODUÇÃO Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de vida livre e de vida parasitária. Apresentam os parasitos distribuídos nos filos Platyhelminthes, Nematoda e Acanthocephala. Alguns Gordiáceos, representantes do verdadeiro celoma, e a presença de protonefrídios, isto é, canais excretores ramificados com órgãos terminais unicelulares providos de cílios longos. Os helmintos podem-se classificar em três grandes grupos: nematódios, ou vermes cilíndricos; cestóides, ou vermes chatos; e trematódeos, providos de ventosas. filo Nematomopha e conhecidos como crina de cavalo, parasitos essencialmente de invertebrados, podem ocasionalmente causar parasitismo passageiro no ser humano sem graves conseqüências. As ocorrências de helmintos no homem são muito comuns. A exemplo: cerca de 20% da população humana do mundo está parasitada por ancilostomídeos, o que equivale a mais de 1 bilhão de pessoas. A situação é equivalente em relação ao Ascaris lumbricoides. Estas infecções, em geral, resultam, para o hospedeiro, em danos que se manifestam de formas variadas. Os primeiros registros de doenças causadas por vermes parasitários, ou helmintos, se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.c., em que se reconhecem descrições de tênias e lombrigas, estas últimas de incidência ainda bastante comum no Brasil e outros países do terceiro mundo no final do século XX. Helmintos ou vermes são animais metazoários muitos dos quais parasitos que vivem em várias partes do corpo humano. Do ponto de vista taxionômico, pertencem a diversos filos e se caracterizam pela ausência de segmentação e um Parasitologia Clínica 1 Michel Parente
4 Teníase e Cisticercose Introdução A classe Cestoda compreende um interessante grupo de parasitos, hermafroditas, de tamanhos variados, encontrados em animais vertebrados. Apresentam o corpo achatado dorsoventralmente, são providos de órgãos de adesão na extremidade mais estrita, a anterior, sem cavidade geral, e sem sistema digestório. Os cestóides mais frequentemente encotnrados parasitando os humanos pertencem à família Taenidae, na qual são destacadas Taenia solium e T. sarginata. Essas espécies, popularmente conhecidas como solitárias, são responsáveis pelo complexo teníase-cisticercose, que pode ser definido como um conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvantes nos hospedeiros. Didaticamente, a teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie, porém com de vida diferente. A teníase é uma alteração provocada pela presença da forma adulta da Taenia Solium ou da T. saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo, os humanos; já a cistiercose é a alteração provocada pela presença da larva nos tecidos hospedeiros intermediários normais. Morfologia A T. saginata e T. solium apresentam corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo. São de cor branca leitosa com a extremidade anterior bastante afilada de difícil observação. Habitat Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado humano; já o cistecerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos. Transmissão Parasitologia Clínica 2 Michel Parente
5 Patogenia e sintomatologia A teníase intestinal (Ser humano como hospedeiro definitivo) é frequentemente assintomática, mas em algumas pessoas pode causar sintomas de reacção imunológica como eosinofilia, nauseas, vómitos, diarreia ou obstipação, dor abdominal e alterações do apetite. Em individuos já subnutridos podem agravar a desnutrição. A infecção não dá imunidade a reinfecção. No caso da infecção com a tênia dos peixes (D. latum) há adicionalmente risco de deficiência em vitamina B12, a qual é consumida em grandes quantidades pelo parasita, que afecta cerca de 1% dos portadores, com anemia megaloblástica (ou podemos chamar tambem de perniciosa) e sintomas neurológicos como deficiencias sensoriais do tacto. A Cisticercose é devida à ingestão acidental de ovos de ténia em água ou comida contaminadas: o ser humano é acidentalmente tomado como hospedeiro intermediário pelo parasita. Os ovos eclodem no lúmen intestinal e as oncosferas invadem a mucosa intestinal. A maioria migra para os músculos, onde se encista, mas algumas podem enquistar-se em orgãos delicados como o olho e o cérebro, causando sintomas como alterações visuais, convulsões, epilépticas, e outros disturbios neurológicos. No coração podem agravar insuficiência cardiaca. Epidemiologia As tênias são encontradas em todas as partes do mundo em que a população tem o hábito de comer carne de porco ou de boi, crua ou mal cozida. Interessante é que pelos hábitos alimentares de certos povos, as teníases podem ser mais comuns ou raras. No Brasil, há falta de dados recentes sobre a incidência da doença nos animais. As estatísticas dos matadouros quando se conhece a procedência dos animais fornece importantes indicações sanitárias, que permitem identificar áreas de maior ou menor endemicidade da doença. Mas sabe-se que tanto a T. solium como a T. sarginata têm larga distribuição em nosso país, devido às precárias condições de higiene da grande parte da população, métodos de criação extensiva dos animais e o hábito de ingestão de carne pouco cozida ou mal assada. Em várias localidades do país ainda é comum a criação de porcos livres ou confinados em pocilgas precárias, ou próximas das habitações, nas quais a privada, ou esgoto, às vezes tem ligação direta coma pocilga. Devido ao hábito coprofágico do animal, o ciclo se fecha facilmente. Da mesma forma, pode ocorrer a infecção de bovinos em pastagens contaminadas por fezes de portadores de teníase ou ainda a contaminação de rios ou córregos que fornecem água aos animais, por esgotos in natura. Quanto à contaminação humana por ovos de T. solium, o mecanismo mais comum é a heteroinfecção, no qual o indivíduo ingere ovos das seguintes maneiras: Dejetos humanos contaminando fontes de água para beber ou utilizadas para regar hortaliças; Disseminação de ovos de T. solium por moscas e baratas; Acidentes de laboratório, quando o técnico ao manipular material fecal ou vidraria se infecta acidentalmente; Transmissão através de práticas sexuais orais. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico da teníase intestinal é feito pela observação dos ovos ou proglótes nas amostras fecais, observadas ao microscópio óptico. Um único exame cropoparasitológico não exclui a teníase e deverá ser repetido utilizando-se técnicas de concentração de ovos como a de Ritchie ou de Albicrotchi que apresenta 90% de eficiência na visualização de ovos e confirmação da teníase. Os testes de hemaglutinação e imunofluorescência indireta auxiliam no diagnóstico da teníase quando os métodos parasitológicos mostram-se insuficientes. O diagnóstico da cisticercose é por imagiologia (TAC) com confirmação pela análise de biópsia de tecidos afectados. A distinção entre as duas espécies quase nunca é necessária mas pode ser feita pela técnica de reconhecimento de ADN, a PCR. O tratamento da teníase intestinal é feito com fármacos antiparasíticos como a nitazoxanida, o praziquantel ou mebendazole ou albendazol. Na cisticercose são usados praziquantel e corticóides. Parasitologia Clínica 3 Michel Parente
6 Profilaxia A prevenção é feita no nível da saúde pública pela melhoria da higiene e controle da alimentação dos porcos e vacas, e análise de animais avulsos. A prevenção pessoal passa pelo consumo de carne de porco exclusivamente bem cozida ("bem passada"). A carne de vaca é geralmente mais segura porque a vaca não se alimenta de detritos como o porco, contudo também é aconselhado o seu consumo apenas se bem cozido (ou seja sem ficar nenhuma porção vermelha). O presunto e outros enchidos não cozidos são alimentos de especial risco. Hymenolepis nana Introdução Na família Hymenolepididae existem algumas espécies que atingem humanos e roedores, com bastante controvérsia quanto à toxonomia. Assim, o Hymenolepis nana já foi denominado Taenia nana, depois Vampirolepis nana, e atualmente é denominado Rodentolepis nana. Essa espécie é cosmopolita, atingindo roedores, humanos e outros primatas, estimando-se que atinja 75 milhões de pessoas que vivam em baixas condições sanitárias e em aglomerados no mundo todo. Morfologia Verme adulto Mede cerca de 3 a 5cm, com 100 a 200 proglotes bastante estreitas. Cada um destes possui genitália masculina e feminina. O escólex apresenta quatro ventosas e um rosto retrátil de ganchos. Ovos São quase esféricos, medino cerca de 40µm de diâmetro. São transparentes e incolores. Apresentam uma membrana externa envolvendo um espaço claro; mais internamente apresentam outra membrana envolvendo a oncosfera. Larva cicticercóide É uma pequena larva, formada por um escólex invaginado e envolvido por uma membrana. Contém pequena quantidade de líquido. Mede cerca de 500µm de diâmetro. Habitat O verme adulto é encontrado no intestino delgado, principalmente íleo e jejuno do homem. Os ovos são encontrados nas fezes e a larva cisticercóide pode ser encontrada nas vilosidades do próprio homem ou na cavidade geral do inseto hospedeiro intermediário. Transmissão O mecanismo mais freqüente de transmissão é a ingestão de ovos presentes nas mãos ou em alimentos contaminados. Nestes casos ocorrem normalmente poucas reinfecções no hospedeiro, pois a larva cisticercóide, tendo se desenvolvido nas vilosidades da mucosa intestinal, confere forte imunidade ao mesmo. Parasitologia Clínica 4 Michel Parente
7 Quando o hospedeiro ingere um inseto com larvas cisticercóides e estas dão vermes adultos, pode ocorrer hiperinfecção, uma vez que não há imunidade e milhares de ovos podem ser liberados no intestino, dando uma auto infecção interna. Patogenia Hymenolepis nana tem ação mecânica irritativa, devido às ventosas e estróbilo com acúleos. Tb ação espoliativa e tóxica. Ocorre prurido anal, nasal e cutâneo. Pode haver ataques epiláticos. Geralmente há dor no hipocôndrio direito, simulando apendicite. Pode haver diarréia e desinteria. É comum algumas pessoas não apresentarem sintomatologia ou regressão dos sintomas espontaneamente, por ação do sistema imune. Diagnóstico Clínico: Difícil. Laboratorial: Pesquisa de ovos pelo método de Faust e colaboradores. E método de Hoffman, pous e Janer quando há poucos ovos, pesquisa de tênia, ascaris e esquistossomose. Epidemiologia O rato e o camundongo albergam uma espécie morfologicamente idêntica ao H. nana. Entretanto, quanto à possibilidade dos roedores exercerem a função de reservatório do H. nana para os humanos, ainda não está bem esclarecido. Assim sendo, conclui-se que nossa espécie seja o reservatório do H. nana. Os principais fatores que parecem determinar a distribuição e incidência do H. nana em nosso meio são: Resistência curta do ovo no meio externo: ater 10 dias; Promiscuidade e maus hábitos higiênicos; Presença de hospedeiros intermediários próprios no ambiente; Transmissão ser também direta. Profilaxia Higiene pessoal (lavar as mãos, cortar unhas), saneamento básico, uso de aspirador de pó, tratamento precoce dos doentes, cobrir alimentos das moscas, combate aos insetos de cereais (carunchos) e pulgas no ambiente doméstico. Tratamento A droga de escolha é o praziquantel, na dose oral de 25mg/kg intervalada de dez dias. Esse intervalo é importante porque o medicamento só atua contra as formas adultas e não sobre as larvas cisticercóides. Ascaris lumbricoides Introdução Na família Ascarididae, subfamília Ascaridinae, são encontradas espécies de grande importância médico-verterinária representadas principalmente pelo Ascaris lumbricoides Linnaeus e A. suum Goeze, que parasitam, respectivamente, o intestino delgado de humanos e de suínos. Estes helmintos são citados com freqüência, pela ampla distribuição geográfica e pelos danos causados aos hospedeiros. São popularmente conhecidos como lombriga ou bicha, causando a doença denominada ascaridíase e, menos frequentemente, ascaridose ou ascariose. Do ponto de vista morfológico e biológico as duas espécies são semelhantes, observando-se pequenas diferenças com relação ao comprimento, ao tamanho dos dentículos das margens serrilhadas dos três lábios e à grande quantidade de ovos colocados pela espécie parasita de suínos. Morfologia O estudo da morfologia deste parasito deve ser feito observando-se as fases evolutivas de seu ciclo biológico, isto é, os vermes macho e fêmea e o ovo. As formas adultas são longas, robustas, cilíndricas e apresentam as extremidades afiladas. No entanto, devese mencionar que o tamanho dos exemplares de A. lumbricoides está na dependência do número de parasitos albergados e do estado nutricional do hospedeiro. Machos Quando adultos, medem cerca de 20 a 30 cm de comprimento e apresentam cor leitosa. A boca ou vestíbulo bucal está localizado na extremidade anterior, e é contornado por três fortes lábios com serrilha de dentículos se sem interlábios. À boca, segue-se o esôfago musculoso e, logo após, o intestino retilíneo. O reto é encontrado próximo à extremidade posterior. Apresenta um testículo filiforme e enovelado, que se diferencia em canal deferente, continua pelo canal ejaculador, abrindo-se na cloaca, localizada próximo à extremidade posterior. Parasitologia Clínica 5 Michel Parente
8 Fêmeas Medem cerca de 30 a 40 cm, quando adultas, sendo mais robustas que os exemplares machos. A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos do macho. Apresentam dois ovários filiformes e enovelados que continuam como ovidutos, diferenciando em úteros que vão se unir em uma única vagina, que se exterioriza pela vulva, localizada no terço anterior do parasito. Ovos Originalmente são brancos e adquirem cor castanha devido ao contato com as fezes. São grandes, com cerca de 50µm de diâmetro, ovais e com cápsula espessa, em razão da membrana externa mamilonada, secretada pela parede uterina e formada por mucopolissacarídeos. Fêmea de Ascaris lumbricoides; Ovos fértil e infértil, respectivamente, de Ascaris lumbricoides. Habitat Em infecções moderadas, os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo, mas, em infecções intensas, estes podem ocupar toda a extensão do intestino delgado. Podem ficar presos a mucosa, com auxílio dos lábios ou migrarem pela luz intestinal. Transmissão Ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a L 3. A literatura registra grande número de artigos que avaliam a contaminação das águas de córregos que são utilizados para irrigação de hortas levando a contaminação de verduras com ovos viáveis. Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes de veicular mecanicamente ovos de A. lumbricoides. Patogenia e sintomatologia A grande maioria dos infectados tem apenas um número pequeno de lombrigas que não causam nenhum sintoma. O período de incubação entre a ingestão do ovo e a chegada do parasito adulto ao lúmen intestinal dura cerca de dois meses. Nesse período as larvas passam por vários orgãos, como fígado e pulmões. Normalmente não causam problemas na sua migração mas, particularmente se existirem em grandes números, podem causar irritação pulmonar com hemorragias e hemoptise (tosse com sangue). Outros sintomas nesta fase além da tosse são, falta de ar (dispneia) e febre baixa. Após chegada ao intestino e maturação nas formas adultas, os parasitos nutrem-se com o bolo alimentar e não são invasivos. Sintomas possíveis numa maioria incluem nauseas, vômitos, diarréia e dor abdominal, particularmente se a carga de parasitas é alta. As complicações graves da ascaridíase são raras e predominantemente em crianças que têm grande número de parasitos (devido muitas vezes às crianças comerem terra ou lamberem objetos sujos de terra). Assim, um grande número de adultos no intestino pode formar uma bolo de parasitos, que obstrui a passagem dos alimentos pelo intestino (íleo mecânico); grande Parasitologia Clínica 6 Michel Parente
9 número de parasitas na passagem pelos pulmões e faringe podem provocar crises de asfixia; e a migração de parasitas para os ductos biliares, pancreáticos ou apêndice resultar em colecistite, pancreatite ou apendicite. Pode também existir a forma errática da infecção (altas cargas parasitárias), onde os parasitos albergam órgãos não naturais da infecção podendo provocar hemorragias internas. Epidemiologia Dados mais recentes indicam que o A. lumbricoides é o helminto mais freqüente nos países pobres, sendo sua estimativa de prevalência de aproximadamente 30%, ou seja, 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo. A infecção humana por esta espécie de helminto está relacionada com a interação de diversas características que asseguram o processo de transmissão, como o parasito, o hospedeiro, o meio ambiente e a falta de noções ou condições de higiene. Assim, alguns fatores interferem na prevalência desta parasitose, são eles: Grande quantidade de ovos produzidos e eliminados pela fêmea; Viabilidade do ovo infectante por até um ano; Concentração de indivíduos vivendo em condições precárias de saneamento básico. Profilaxia Educação sanitária; Saneamento básico, com ênfase para o destino adequado das fezes humanas; Tratamento da água usada para consumo humano; Cuidados higiénicos no preparo dos alimentos (particularmente de verduras); Higiene pessoal; Combate aos insetos domésticos, pois moscas e baratas podem veicular os ovos; Tratamento das pessoas parasitadas; Remedios Indicados Por Médicos. Diagnóstico e Tratamento O diagnóstico é feito pela observação microscópica de ovos nas fezes, através do Exame Parasitológico de Fezes, pelo método do HPJ (Método de Sedimentação Espontânea. O diagnóstico também pode ser feito por testes imunológicos ou exames de imagem, como endoscopias, ultrassonografias e raio-x, sendo esses últimos acidentais. Fármacos utilizados no tratamento de ascaridíase são os azólicos como o mebendazole e o albendazol, em casos de obstrução intestinal, o indicado é que antes da administração desses medicamentos seja utilizado praziquantel e óleo mineral. O tratamento deve ser repetido após algumas semanas para matar larvas que possam estar migrando e portanto inacessíveis aos fármacos administrados por via oral no intestino. Enterobius vermicularis Introdução A família Oxyuridae possui várias espécies de interesse verterinário e uma Enterobius vermicularis que ocorre no ser humano. Morfologia O E. vermicularis apresenta nítido dimorfismo sexual, entretanto, alguns caracteres são comuns aos dois sexos: cor branca, filiformes. Na extremidade anterior, lateralmente à boca, notam-se expansões vesiculosas muito típicas, chamadas asas cefálicas. A boca é pequena, seguida de um esôfago também típico: é claviforme, terminando em um bulbo cardíaco. Fêmea Mede certa de 1cm de comprimento, por 0,4mm de diâmetro. Cauda pontiaguda e longa. A vulva abre-se na porção média anterior, a qual é seguida por uma curta vagina que se comunica com dois úteros; cada ramo uterino se continua com o oviduto e ovário. Macho Mede cerca de 5mm de comprimento, por 0,2mm de diâmetro. Cauda fortemente recurvada em sentido ventral, com um espículo presente; paresenta um único testículo. Ovo Mede cerca de 50µm de comprimento por 20µ de largura. Apresenta o aspecto grosseiro de um D, pois um dos lados é sensivelmente achatado e o outro é convexo. Possui membrana dupla, lisa e transparente. No momento em que sai da fêmea, já apresenta no seu interior uma larva. Parasitologia Clínica 7 Michel Parente
10 prurido ainda provoca perda de sono, nervosismo e, devido à proximidade dos órgãos genitais, pode levar à masturbação e erotismo, principalmente em meninas. A presença de vermes nos órgãos genitais femininos pode levar à vaginite, metrite, salpingite e ovarite. Diagnóstico Clínico O prurido anal noturno e continuado pode levar a uma suspeita clínica de enterobiose. Laboratorial O exame de fezes não funciona para essa verminose intestinal. O melhor método é o da fita adesiva ou método de Graham. Habitat Macho e fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas, repletas de ovos, são encontradas na região perianal. Em mulheres, às vezes pode-se encontrar esse parasito na vagina, útero e bexiga. Transmissão Os mecanismos de transmissão que podem ocorrer são: Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro. Indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou. Auto-infecção ou direta: a criança ou o adulto levam os ovos da região perianal à boca. É o principal mecanismo responsável pela cronicidade dessa verminose. Auto-infecção interna: parece ser um processo raro no qual as larvas eclodiriam ainda dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes adultos. Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal, penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco, onde se transformam em vermes adultos. Patogenia e sintomatologia Na maioria dos casos, o parasitismo passa desapercebido pelo paciente. Este só nota que alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal ou quando vê o verme nas fezes. Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, o apêndice também é atingido. A alteração mais intensa e mais freqüente é o prurido anal. A mucosa local mostra-se congesta, recoberta de muco contendo o ovo e, às vezes, fêmeas inteiras. O prurido anal pode lesar ainda mais o local, possibilitando infecção bacteriana secundária. O Epidemiologia Essa helmintose tem alta prevalência nas crianças em idade escolar. É de transmissão eminentemente doméstica ou de ambientes coletivos fechados. Os fatores responsáveis por essas situações são: Somente a espécie humana alberga o E. vermiculares. Fêmeas eliminam grande quantidade de ovos na região perianal. Os ovos em poucas horas se tornam infectantes, podendo atingir os hospedeiros por vários mecanismos. Os ovos podem resistir até três semanas em ambiente doméstico, contaminando alimentos e poeira. Profilaxia Devido ao comportamento especial desse helminto, os métodos profiláticos recomendados são os seguintes: A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser sacudida pela manhã, e sim enrrolada e lavada em água fervente, diáriamente. Tratamento de todas as pessoas parasitadas da família e repetir o medicamento duas ou três vezes, com intervalo de 20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasitada. Corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de pós, são medidas complementares de utilidade. Tratamento Os medicamentos mais utilizados são os mesmos empregados contra A. lumbricoides. Pomoato de pirantel, albbendazol (zentel). Parasitologia Clínica 8 Michel Parente
11 Trichuris trichiura Introdução O T. trichiura é um verme fusiforme nemátode, e como todos, tem sistema digestivo completo. Boca na extremidade anterior, abertura simples - sem lábios, seguido do esôfago bastante longo e delgado - 2/3 do comprimento. Na parte posterior, que é alargada, está o sistema reprodutor simples e o intestino. Os vermes adultos são dióicos, com dimorfismo sexual. Os machos tem em torno de 2,5 a 4 cm, as fêmeas são maiores que os machos, em torno de 4 a 5 cm. Os ovos têm o aspecto típico de barril ou bola de futebol americano ou a forma de limões, com cerca de 45 a 65 micrómetros de comprimento por 20 a 25 micrómetros de largura, e massa mucoide transparente nas duas extremidades (opérculos polares). Morfologia MACHO: 4cm.Extremidade posterior enovelada ventralmente FÊMEA: 3cm. " " reta. OVO: Possui espessamento mucóide transparente nas extremidades. São geo helmintos, precisam ir ao solo. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é feito pela obervação ao microscópio dos ovos do parasita em amostras fecais. Fármacos como mebendazol e oxantel matam as formas adultas. Epidemiologia Haverá segundo a OMS milhões de pessoas infectadas em todo o mundo (um quinto da humanidade), principalmente em países tropicais em locais com condições pouco higiénicas. Esta infecção é cosmopolita, quase sempre sua prevalência segue paralelamente a do Ascaris lumbricoides, devido ser idêntico o modo de transmissão, devido a grande fertilidade das duas espécies de nematelmintos, bem como a resistência dos ovos às condições de meio externo e demais caracteristicas epidemiológicas. Este parasita só afecta primatas. Profilaxia Tratamento do solo. Tratamento dos doentes. Educação sanitária. Higiene pessoal. Tratamento da água. Tratamento em massa. É importante repetir o exame parasitológico até dar negativo. Habitat Ceco. Mas também podem ser encontrados no apêndice, colon e íleo. Transmissão Ingestão do ovo contendo L 1. Patogenia e sintomatologia Ação espoliativa, lítica e tóxica. A extremidade afilada do verme entra na mucosa duodenal, podendo causar úlceras, abscessos, permitindo invasão bacteriana. Pode levar a anemia (devido a espoliação de sg), prolapso retal (devido a irritabilidade nas terminações nervosas do reto e ceco) e diarréia, devido a mudanças no peristaltismo. Se a carga de parasitas é baixa, a doença é assintomática, porém se for elevada pode ocorrer extensa necrose da mucosa intestinal com hemorragias e diarreia sanguinolenta, podendo progredir para anemia por déficit de ferro. Outros sintomas são a dor abdominal, perda de peso em indivíduos já desnutridos, flatulência e fadiga. Em casos incomuns pode ocorrer apendicite (se o verme entrar no apêndice e não conseguir sair) e prolapso rectal com hemorróidas. Os demais sintomas são iguais às outras parasitoses. Parasitologia Clínica 9 Michel Parente
12 CONCLUSÃO Os helmintos podem multiplicar-se dentro ou fora do corpo do hospedeiro. Isso depende do ciclo vital específico de cada parasito. Os que parasitam o intestino do homem quase nunca produzem por si sós a morte do hospedeiro. Trazem, no entanto, malefícios ao organismo parasitado, muitas vezes debilitando-o perigosamente. Entre os helmintos intestinais mais comuns estão os oxiúros, os ascarídeos, os ancilóstomos e as tênias. Os oxiúros (Enterobius vermicularis), parasitos que afetam o homem com muita freqüência, são vermes pequenos (até dois centímetros) e brancos. Habitam a região do ceco-apêndice humano, de onde a fêmea fecundada emigra para depositar ovos embrionados às margens do ânus e nas pregas organismo, ocasionando problemas de maior ou menor gravidade. As tênias são vermes de corpo chato e largo, que vivem principalmente no intestino humano. Existem cerca de quarenta espécies, das quais as mais comuns no Brasil são a Taenia solium e a Taenia saginata. Em geral, o contágio se dá por ingestão de alimentos, que veiculam os ovos ou as larvas. Os vermes adultos vivem fixados pela extremidade cefálica à parede do intestino humano. Em geral só existe um exemplar infectante no intestino, razão por que esse verme é conhecido como "solitária". Sua vida, contudo, pode ser muito prolongada, às vezes até vinte anos, e pode produzir dez ou mais segmentos todos os dias, pelo que vez por outra alcança comprimento de até dez metros. perianais. Por isso, os sintomas principais da oxiurose são o prurido anal e a tensão nervosa. Os ascarídeos, conhecidos vulgarmente como lombrigas, são, depois dos oxiúros, os vermes que mais freqüentemente parasitam o intestino humano. A fêmea pode chegar aos trinta centímetros, enquanto o macho só atinge metade desse tamanho. Os ovos fertilizados desenvolvem-se facilmente e são encontrados na poeira doméstica, terra dos jardins etc. A infecção se processa pelas mãos sujas ou por intermédio da água, frutas, legumes. Normalmente os vermes habitam o intestino delgado. Em caso de infecção grave podem invadir vários pontos do Parasitologia Clínica 10 Michel Parente
13 BIBLIOGRAFIA Bases da Parasitologia Média; Rey; Guanabara Koogan; segunda edição Parasitologia Humana; Neves, David Pereira; Atheneu; 11º Edição Microbiologia; Trabuksi, Luiz Rachid; Atheneu; 4º Edição Parasitologia Clínica 11 Michel Parente
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