RONY VAINZOF rony@opiceblum.com.br



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RONY VAINZOF rony@opiceblum.com.br 1

A INTERNET NÃO É UM MUNDO SEM LEIS!!! 11/7/2014 2

INVASÃO FÍSICA OU ELETRÔNICA? X X 11/7/2014 3

Lei 12.737/12 CRIME DE INVASÃO Violação de domicílio Pena - detenção, de um a três meses. X Invasão de dispositivo informático Pena - detenção, três meses a um ano. 11/7/2014 4

Lei 12.737/12 Localização do Art. 154-A no Código Penal (Invasão de dispositivo informático ) Título I: dos Crimes Contra a Pessoa Capítulo VI: dos Crimes contra a Liberdade Individual: Constrangimento ilegal, ameaça, sequestro e cárcere privado redução Violação de domicílio Violação de correspondência Seção IV: dos Crimes Contra a Inviolabilidade dos Segredos: crimes de divulgação de segredo violação de segredo profissional

Lei 12.737/12 TIPOS PENAIS Art. 154-A. Invasão Invadir dispositivo informático alheio + Violação indevida de mecanismo de segurança + Com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização sem autorização do titular Ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Art. 154-A, 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. Art. 154-A, 3º. reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos se da invasão resultar: 1) A obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas; 2) A obtenção de segredos comerciais ou industriais; 3) A obtenção de informações sigilosas, assim definidas em lei, ou 4) O controle remoto não autorizado do dispositivo invadido. Art. 154-A, 4º. Aumenta-se a pena de um a dois terços se houver: 1) A divulgação dos dados ou informações obtidos; 2) A comercialização dos dados ou informações obtidos ou 3) A transmissão a terceiro dos dados ou informações obtidos Art. 154-A, 1º: na mesma pena incorre quem, com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput: 1) Produz dispositivo ou programa de computador para invadir dispositivo informático alheio; 2) Oferece dispositivo ou programa de computador para invadir dispositivo informático alheio; 3) Distribui dispositivo ou programa de computador para invadir dispositivo informático alheio; 4) vende dispositivo ou programa de computador para invadir dispositivo informático alheio; 5) difunde dispositivo ou programa de computador para invadir dispositivo informático alheio.

IMPORTÂNCIA DA SENHA

MARCO CIVIL (Lei n.º 12.965/14) - PILARES Soberania Liberdade de Expressão Privacidade e Dados Pessoais Neutralidade de Rede Educação Digital 11/7/2014 8

MP do Rio exige que Google e Apple só vendam apps adequados ao Marco Civil Fonte: convergência digital (01/09/2014) MPF/RJ recomendou que a Apple Computer Brasil e a Google Brasil só disponibilizem em suas lojas virtuais aplicativos que obedeçam à Constituição Brasileira e ao Marco Civil da Internet. Vedação do anonimato e à proteção do direito à privacidade das pessoas. Empresas só voltem a disponibilizar o aplicativo Secret aos usuários brasileiros após a completa adequação. Devem garantir que todos aplicativos guardem e disponibilizem os dados pessoais e conteúdos por pelo menos um ano, visando a possibilidade de busca de responsáveis por supostos crimes, conforme o artigo 13 do Marco Civil da Internet. Recomenda ainda que as empresas só disponibilizem aplicativos quando os termos de uso e a polí tica de privacidade estejam traduzidos para a português. Prazo de três dias para cumprir a recomendação em relação ao Secret. Para os demais itens, o prazo é de 180 dias. Sob pena da adoção das medidas judiciais cabí veis. Google e Apple tem 30 dias para informar ao MPF sobre as medidas tomadas para o cumprimento das recomendações. Procuradora da República Ana Padilha Luciano de Oliveira, aplicativos como o Secret contrariam a legislação por possibilitar que pessoas ofendam umas às outras, acobertadas pelo manto do anonimato, numa clara ofensa aos direitos constitucionais de proteção à imagem e à privacidade. 11/7/2014 9

LIBERDADE DE EXPRESSÃO - MARCO CIVIL CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 1º - A República Federativa do Brasil tem como fundamentos: I - a soberania II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa V - o pluralismo político. Art. 5º - Direitos e Garantias fundamentais: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investi MARCO CIVIL Art. 2º A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como: I o reconhecimento da escala mundial da rede; II os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais; III a pluralidade e a diversidade; IV a abertura e a colaboração; V a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e VI a finalidade social da rede. 11/7/2014 10

Limites da Liberdade de Expressão e Direito ao Arrependimento 11/7/2014 11

PASSADO DIGITAL AGO/2010: Eric Schmidt, Ex-CEO da Google, declarou ao THE WALL STREET JOURNAL : Teme que os jovens não entendam as consequências de ter tanta informação pessoal sobre eles disponível na internet. Prevê que todas as pessoas jovens um dia terão direito automaticamente a mudar de nome ao chegar à vida adulta para deixar para trás as travessuras da juventude guardadas nos sites de mídia social de seus amigos". http://www1.folha.uol.com.br/tec/784985-jovens-podem-ter-que-mudar-nome-para-apagar-passado-na-web-diz-presidente-do-google.shtml Redes Sociais

Responsabilidade pela manifestação do pensamento na Internet JUSTIÇA DE PIRACICABA CONDENA TRIO POR ORGANIZAR PROTESTO NA INTERNET CONTRA RESTAURANTE - 27/08/2013 11/7/2014 13

DIREITO AO ESQUECIMENTO X 11/7/2014 14

PRIVACIDADE 15

QUAL A CONTRAPARTIDA? 11/7/2014 16

PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS - MARCO CIVIL Art.7º Direitos: VI a informações claras e completas constantes dos contratos de prestação de serviços, com detalhamento sobre o regime de proteção aos registros de conexão e aos registros de acesso a aplicações de Internet; VII ao não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de Internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei; VIII a informações claras e completas sobre a coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados para finalidades que: a) justificaram sua coleta; b) não sejam vedadas pela legislação; e c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em termos de uso de aplicações de Internet. IX ao consentimento expresso sobre a coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das demais cláusulas contratuais; X à exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de Internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei; 11/7/2014 17

MARCO CIVIL E EDUCAÇÃO DIGITAL Art. 26. Dever constitucional do Estado na prestação da educação, para o uso seguro, consciente e responsável da Internet. Art. 29. Livre escolha na utilização de programa de computador para controle parental de conteúdo, entendido por ele como impróprio a seus filhos menores. Parágrafo único. Cabe ao Poder Público, em conjunto com os provedores de conexão e de aplicações de Internet e a sociedade civil, promover a educação e fornecer informações sobre o uso dos programas de computador previstos no caput, bem como para a definição de boas práticas para a inclusão digital de crianças e adolescentes. 11/7/2014 18

EXAGERO?

OS MANDAMENTOS DAS REDES SOCIAIS I Assim como na vida real, seja ético, honesto, integro, justo, sincero bondoso e humano; II - Leia atentadamente os termos de uso e políticas de privacidade antes de assiná-los digitalmente; III Utilize as opções mais restritivas de privacidade disponibilizadas; IV Não converse com estranhos nas ruas virtuais, não adicione amigos ou mantenha relacionamentos nas redes sociais sem ter certeza de que quem está do outro lado do computador são seus amigos na vida real; V Cuide de sua senha como você cuida da chave de sua casa. Ela é a sua autenticação na Internet; VI - Não revele dados pessoais em redes sociais. Criminosos pesquisam o perfil das suas vítimas na Internet; VII Não tire fotos comprometedoras de você mesmo ou de terceiros, muito menos exponha-as na Internet; VIII Não utilize identidade de terceiros, não seja racista, não ofenda, não ameace e não humilhe terceiros. Tudo isso é crime; IX Desconfie de tudo na Internet. Nada é filantrópico. Proteja os seus dispositivos com muita segurança; X Pense muito antes de se manifestar em qualquer rede social, pois o seu pensamento se eternizará na Internet, que muitas vezes não permite o direito ao arrependimento. Por Rony Vainzof. Os Impactos do Marco Civil Rony Vainzof rony@opiceblum.com.br

EVOLUÇÃO

OBRIGADO! rony@opiceblum.com.br @RonyVainzof Rony Vainzof 11/7/2014 22