O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO
Introdução: A introdução significa início ou começo. Declara ao leitor (juiz e réu) o assunto que será tratado no texto jurídico. Fixa as diretrizes do assunto, facilitando a leitura do texto jurídico, visto que o receptor sabe o que será tratado no texto.
Desenvolvimento: O desenvolvimento é a parte da peça processual, na qual as ideias são apresentadas e desenvolvidas de forma organizada e muito bem articuladas.
O processo argumentativo também tem destaque especial no desenvolvimento da peça, pois visa a convencer o juiz de direito sobre o ponto de vista defendido pelo autor ou pelo réu.
Conclusão: A conclusão deve fechar tudo aquilo que foi exposto anteriormente. Não é uma repetição, mas um encerramento das ideias expostas.
Observe-se que a concatenação entre introdução, desenvolvimento e conclusão dão lógica à construção textual.
Qualidades do texto jurídico das peças processuais 1. Unidade de sentido: o texto jurídico possui unidade de sentido quando trata apenas de um assunto do começo ao fim. Mantém um único eixo redacional, proporcionando melhor compreensão do raciocínio desenvolvido pelo enunciador.
Construção do texto jurídico É de clareza ímpar que os planos de saúde aumentam as mensalidades acima do permitido legal em razão de cláusulas contratuais, tornando impossível a continuidade contratual dos beneficiários que buscam atendimento médico-hospitalar. Há de se ressaltar ainda que essa política é ilegal, cabendo ao Poder Público proteger efetivamente o consumidor.
Sabe-se que esses aumentos são ilegais, pois o art. 51, IV, do CDC explicita que são nulas de pleno direito as cláusulas contratuais estabelecedoras de obrigações consideradas iníquas, abusivas e que colocam o consumidor em desvantagem exagerada. Vale destacar a seguinte decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:...
Não resta dúvida que o Poder Público exerce papel fundamental na proteção do consumidor cujo papel lhe foi outorgado pela Constituição Federal, no artigo 170, cuja redação explicita que: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V - defesa do consumidor.
Com base nesses argumentos, conclui-se que os planos de saúde não podem praticar índices abusivos de aumento nas suas mensalidades por ser eivados de ilegalidade, cabendo ao Poder Público empreender todos os seus esforços na fiscalização dessa prática abusiva, impedindo-a por meio de políticas eficazes que protejam o consumidor.
Outro aspecto importante a ser analisado... Não se pode olvidar também... Convém ressaltar que... Em sintonia com os fatos acima desenvolvidos,... Saliente-se ainda...
2. Coesão: Coesão é a competência linguística de se estabelecer uma relação de sentido entre as palavras, expressões ou enunciados que compõem a articulação do texto jurídico.
O encadeamento de ideias é o resultado da coesão textual, isto é, trata-se de um método de recuperação ou indicação das informações apresentadas no texto, entrelaçando-as, para que o texto progrida de forma contínua e tenha conteúdo consistente e bem concatenado entre suas partes.
Exemplo de coesão No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um desconhecido.
3. Coerência: A coerência é a unidade de sentido de um texto, possibilitando que suas várias partes estejam ligadas harmoniosamente entre si, cuja base é a lógica textual, pois o texto coerente apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
Em 15-5-2005, o autor aposentou-se do serviço público federal. Três anos depois, foi acometido de neoplasia maligna, conforme atestado em laudo pericial, datado de 5/9/2008, e proferido por médico especialista em oncologia do Hospital Vital.
É notório que Dentre tantos fatores relevantes, destam-se:
A culpa pelo evento danoso é atribuída apenas e tão somente ao Réu pela inobservância de um dever que devia conhecer e observar. Está assegurado na Constituição Federal de 1988 o direito relativo à reparação de danos materiais: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X -São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação.
e art. 181: No Regulamento do Código Nacional de Trânsito no art. 175, I, VII, XXIII "Art. 175 - É dever de todo condutor de veículo: I - dirigir com atenção e os cuidados indispensáveis á segurança no trânsito;... VII- obedecer a sinalização;... XIII - transitar em velocidade compatível com a segurança" "Art. 181 - É proibido a todo condutor de veículo:... XVI - transitar em velocidade superior à permitida para o local." Não resta dúvida que o requerido, por imprudência, infringiu as mais elementares normas de trânsito, tendo sido a sua ação culposa a causa exclusiva do evento danoso.
Em consonância expressa os artigos 186 e 927 caput do atual Código Civil Brasileiro: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Assim, é notório que o Réu causou danos ao Autor, devendo, conforme a lei repará-lo e indenizá-lo e ainda ser responsabilizado civilmente sobre tal conduta culposa conforme dispõe o artigo 159 do Código Civil sem prejuízo de outros preceitos legais aplicáveis.