SIMPLIFICANDO O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 1º Resumo Elaborado por Beatriz Galindo Conteúdo: explicações informais e descontraídas sobre o CPC/15, extraídas da página: www.facebook.com/beatrizgalindocpc Beatriz Galindo é formada em Direito pela UFF, com pós-graduação em Direito Processual Civil pela PUC- Rio. Atualmente é mestranda da Universidade de Lisboa, sob a orientação da ilustre professora Paula Costa e Silva.
A partir de agora, o réu será citado a comparecer em audiência de conciliação/mediação, não mais para contestar. A presença nesta audiência é obrigatória, sob pena de multa, salvo nos casos em que Autor e Réu manifestarem desinteresse na sua realização. Veja: Autor e Réu! A multa está prevista no art. 334, 8º, e como será revertida para o Estado, imagino que os juízes não deixarão de cobrá-la. " 8º: O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado." 1
SIM. Apesar da forte tentativa de retirar o efeito suspensivo da Apelação, durante a tramitação no Congresso, o legislativo não permitiu essa mudança. Assim, em regra, a Apelação continua tendo efeito suspensivo. Chamo atenção para o inciso V, do 1º do art. 1.012, que diz que a tutela provisória deferida ou confirmada na sentença não tem efeito suspensivo. Aparentemente soa como se nada tivesse mudado. Entretanto, com o novo tipo de tutela provisória de evidência, isso pode representar uma verdadeira alteração, desde que seja utilizada pelos juízes. Ou seja, sempre que o juiz julga procedente é porque ele entende que o direito do Autor é evidente. Portanto, ele pode deferir uma tutela provisória de evidência na sentença e assim ela passaria a não ter efeito suspensivo, podendo ser executada de imediato. Espero que meus amigos juízes estejam lendo, e assim o façam. 2
Todos os recursos, exceto embargos de declaração, terão prazo de 15 dias! Inclusive o agravo interno (ou regimental). As contrarrazões também têm prazo de 15 dias. Art. 1.003. 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal." 3
Acabaram com o agravo retido. Agora a parte insatisfeita é obrigada a entrar com Agravo de Instrumento, nos casos previstos no art. 1.015. Quando não couber Agravo, (e somente quando não couber!) poderá requerer na Apelação o reexame da decisão interlocutória. "Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 2o Se as questões referidas no 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença." 4
Fizeram uma verdadeira confusão com os embargos infringentes! Vou tentar explicar, mas não esperem respostas absolutas... Acabaram com este recurso! Nos casos normais, as apelações são julgadas por 3 desembargadores. Quando a votação estiver 2 a 1 (ou seja, não unânime), interrompe-se a sessão, chama-se mais desembargadores para votar, e continua-se. Recomendo a leitura do art. 942. 5
Não! Em regra, o prazo para contestar começa após finalizada a fase de conciliação/mediação. Ou seja, finalizada a audiência, contase 15 dias para protocolar a contestação. Recomendo a análise dos Art. 239 e 335. 6
Torce pra outra parte também não querer! Se uma das partes tiver interesse na conciliação, o outro é obrigado a comparecer, sob pena de multa! O assunto está regulado no art. 334, 4º, 5º e 6º: " 4o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazêlo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes." 7
Sou fã incondicional desse novo princípio! O juiz não pode surpreender as partes com uma decisão sobre um tema que não havia sido discutido. Ou seja, ele deve intimar as partes antes. Exemplo: o juiz viu que é caso de prescrição e quer dar sentença. Mesmo podendo atuar de ofício, se nenhuma das partes tiver alegado a prescrição, ele deve intimá-las para apresentar comentários sobre eventual prescrição, antes de sentenciar. Esse princípio está consagrado em diversos momentos do código, a exemplo dos art. 9º, 10º, 493, 933. 8
O Novo CPC pretende acabar com a famosa jurisprudência defensiva! Exemplo: Esqueci de juntar legislação municipal no Recurso Extraordinário. Relator me intima para apresentar em 5 dias. Para os leigos isso é óbvio, mas os julgadores adoravam inadmitir recurso por bobagem. Também aparece em vários pontos do Código, tais como nos art. 352, 488, 801, 932, 1.025, 1.032, 1.033. 9
Sim!!!!!!! Faltando qualquer peça, ou havendo vício, o relator intimará as partes para corrigir em 5 dias. "Art. 1.017. 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único. Art. 932 Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível." 10
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