ASSESSORIA PARLAMENTAR INFORMATIVO 02 de MAIO de 2014 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Plenário analisa competência para julgar ações contra atos do CNJ e CNMP O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de uma questão de ordem e de um agravo regimental que vão delimitar quais os tipos de ação contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que deverão ser processadas e julgadas pelos ministros da Corte. A alínea r do inciso I do artigo 102 da Constituição Federal afirma que compete ao STF processar e julgar originariamente as ações contra o CNJ e o CNMP. Com isso, atos dos dois conselhos têm sido questionados no STF por meio de mandados de segurança, ações cíveis originárias e ações originárias. A discussão acerca do alcance da norma foi iniciada no dia 30, mas suspensa por pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Questão de ordem Na sessão desta tarde, os ministros iniciaram a análise de Questão de Ordem na Ação Originária (AO) 1814, de relatoria do ministro Marco Aurélio, que foi remetida ao STF pela Justiça Federal de Minas Gerais. Na ação, um magistrado tenta anular procedimento do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) e do CNJ que determinaram desconto, em seu subsídio, de valores relacionados ao adicional por tempo de serviço. De acordo com o voto do ministro Marco Aurélio, a interpretação do dispositivo há de ser sistemática, tendo em vista que a Constituição é um grande todo. Em seu voto, o ministro afirma a competência da primeira instância da Justiça Federal para julgar a ação e determina a devolução dos autos ao juízo de origem. A referência a ações alcança tão somente mandado de segurança. É impróprio interpretar-se o que se contém na citada alínea r a ponto de proclamar que toda e qualquer ação a envolver o Conselho Nacional de Justiça ou o Conselho Nacional do Ministério Público e, portanto, ajuizada contra a União, seja da competência do Supremo, enquanto relativamente a atos do presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do procurador-geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal apenas cabe ao Tribunal apreciar mandado de segurança, afirmou o ministro Marco Aurélio. 1
Agravo regimental No outro processo agravo regimental na Ação Cível Originária (ACO) 1680, em que oito destinatários de delegações provisórias de serviços notariais/registrais de Alagoas questionam decisão do ministro Ayres Britto (aposentado) que apontou a incompetência do STF para processar e julgar a ação contra o CNJ o ministro Teori Zavascki negou provimento ao agravo, aplicando ao caso precedente (AO 1706) de relatoria do ministro Celso de Mello, no sentido de que a competência do Supremo para processar e julgar ações que questionam atos do CNJ e do CNMP limita-se às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança, mandados de injunção, habeas corpus e habeas data. O ministro Teori fez um acréscimo ao precedente que embasou seu voto, para ressaltar que eventuais excessos cometidos por juízes de primeiro grau no julgamento de tais ações já são objeto de controle normativo. Nesses casos, o próprio legislador, certamente preocupado com eventuais excessos ilegítimos, cercou o procedimento comum com diversas medidas de garantia. Assim, há expressa vedação legal à concessão de medidas provisórias, cautelares ou antecipatórias em ações dessa natureza. É o que estabelece o parágrafo 1º do artigo 1ª da Lei 8.437/1992, que dispõe sobre a concessão de medidas cautelares contra atos do Poder Público e dá outras providências, explicou o ministro. O dispositivo citado estabelece que não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO Enccla: CNMP busca contribuições dos MP's Colher contribuições para o aprimoramento do trabalho desenvolvido pela ENCCLA no âmbito do CNMP, notadamente quanto ao desenvolvimento das ações de responsabilidade do Conselho, assim como para a construção das metas para o ano seguinte, processo que será iniciado em breve. A justificativa é do conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público e coordenador do acompanhamento das Ações nºs 2, 7, 10, 13 e 14, Fábio George Nóbrega, que está enviando ofícios a todos os Ministérios Públicos dos Estados em que comunica a sua designação e a de membros do MP para acompanharem a tramitação das ações. Além de Fábio George Nóbrega, foram designados pelo presidente do CNMP, Rodrigo Janot, o promotor de Justiça de Santa Catarina Andreas Eisele; o promotor de Justiça da Paraíba Octávio Celso Gondim; e o procurador da República em São Paulo Paulo Taubemblatt. No documento que está sendo enviado aos MP's, o conselheiro informa os seus dados de contato e os dos representantes do MP e solicita aos procuradores-gerais de Justiça o encaminhamento dessas informações aos promotores de Justiça que atuam no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. 2
Busca-se, então, dessa forma, a um só tempo, aprimorar o diálogo com os Ministérios Públicos Estaduais e o aperfeiçoamento da realização dos trabalhos que vêm sendo realizados, complementa Fábio George Nóbrega. Ações de responsabilidade do CNMP Ação 2: elaborar proposta de alteração legislativa visando ao fim da extinção e suspensão da punibilidade pelo pagamento ou parcelamento de tributos e o aumento do rigor na punição da sonegação fiscal. Ação 7: propor o aperfeiçoamento dos instrumentos normativos que garantam o uso obrigatório do SICONV para todas as transferências de recursos federais para estados, municípios e entidades. Ação 10: implementar e publicar consulta integrada aos cadastros com informações referentes a condenações ou sanções que impliquem restrição a participar de licitação ou contratar com a Administração Pública ou para ocupar cargo ou função pública. Ação 13: propor mecanismos que assegurem a efetividade das decisões judiciais que determinam a perda de bens. Ação 14: discutir e elaborar proposta de alterações legislativas para rever o sistema de recursos processuais penais e de execução da senteça penal, com o objetivo de alcançar maior efetividade. ESMPU disponibiliza primeiro módulo de viodeaulas no YouTube Está disponível no canal da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) no YouTube a primeira sequência de Videoaulas de 2014. Os vídeos, que agora são abertos ao público, têm duração de cerca de 10 minutos e abordam temas de interesse de membros do Ministério Público, juristas, estudiosos e da sociedade como um todo. Violência doméstica contra a mulher é o tema do primeiro módulo, ministrado pelo promotor de Justiça Thiago Pierobom de Ávila. A proposta das aulas, ministradas por profissionais e especialistas, é ampliar o alcance do conhecimento transmitido nas atividades acadêmicas da ESMPU, levando ao público em geral discussões sobre conteúdos atuais em diversas áreas do direito, com foco na atuação do Ministério Público, na proteção dos direitos sociais e individuais indisponíveis, na fiscalização da aplicação das leis e na defesa do patrimônio público. Saiba mais no site da ESMPU 3
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Mais de 50 mil pessoas baixaram aplicativo de consulta a mandados de prisão Em uma semana de funcionamento, cerca de 50 mil pessoas baixaram o módulo do aplicativo lançado pelo Ministério da Justiça que permite a qualquer cidadão verificar pelo smartphone se determinada pessoa está sendo procurada pela Justiça e pela polícia. O aplicativo utiliza-se da base de dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ferramenta para celulares foi desenvolvida pelo Ministério da Justiça e lançada na última semana, em Brasília/DF. Com o aplicativo, é possível saber se há mandados de prisão expedidos e aguardando cumprimento a partir de apenas uma informação sobre o suspeito. Entre as informações que podem ser utilizadas na busca, estão o nome do suspeito, nome da mãe, data de nascimento, número da carteira de identidade, CPF, título de eleitor, passaporte, certidão de nascimento ou casamento, carteira profissional, PIS PASEP, entre outros. O aplicativo é importante para dar maior visibilidade ao Banco Nacional de Mandados de Prisão, do CNJ, que já está disponível no portal, mas que, agora, terá acesso facilitado, afirma o secretário-geral adjunto do CNJ, Marivaldo Dantas. O BNMP registra atualmente mais de 360 mil mandados de prisão no país que aguardam cumprimento. Segundo o gerente de projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, Rogério Bernardes Carneiro, a intenção é que o aplicativo seja utilizado não apenas pelos agentes da polícia em consultas fora das delegacias, mas também por empresas, recrutadores e em diversas outras situações, como em uma negociação que envolva um desconhecido, por exemplo. Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para usuários do sistema Android, mas, segundo o Ministério da Justiça, deverá ser habilitado para celulares da marca Apple nos próximos dias. Para utilizar a ferramenta, é preciso baixar gratuitamente o aplicativo Sinesp Cidadão, do Ministério da Justiça, que já possui também um módulo para a consulta de placas de veículos. Desde a criação do Sinesp Cidadão, em dezembro de 2013, cerca de 1,2 milhão de aplicativos já foram baixados. Banco Criado por meio da Resolução CNJ n. 137, o BNMP foi instituído para dar agilidade à troca de informações sobre pessoas procuradas pela Justiça e pode ser acessado dia e noite. Para acrescentar novo mandado ou retirar do ar aquele que tenha sido revogado, o prazo máximo é de 24 horas. Esse também é o prazo para que um juiz tome conhecimento de que a pessoa citada em seu mandado foi encontrada. Estão incluídos no BNMP apenas os mandados de prisão de natureza criminal. Mandados de prisão civil, ou seja, aqueles decorrentes do não pagamento de pensão alimentícia, por exemplo, não estão incluídos no banco de dados. 4
O BNMP também não mantém informações de antecedentes criminais, o que significa que se a pessoa foi presa e já cumpriu pena, o nome não aparecerá no banco de dados e, consequentemente, na consulta feita pelo aplicativo. Além do acesso feito por meio do aplicativo, é possível consultar o banco de dados pelo endereço http://www.cnj.jus.br/bnmp/. O acesso é público. 5