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Transcrição:

A UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O QUE MUDA? ALFABETO: Passa de 23 para 26 letras (k, w e y voltam de onde, na prática, jamais saíram). TREMA: É eliminado das palavras portuguesas e aportuguesadas, mas permanece em nomes próprio estrangeiros e derivados, por exemplo, Müller.

ACENTUAÇÃO: PERDEM O ACENTO: a) os ditongos ei e oi de timbre aberto das paroxítonas (a sílaba tônica é a penúltima), como em assembléia, heróico e jóia. Continuam acentuados éi e ói de oxítonas e monossílabos tônicos de timbre aberto: constrói, dói, herói, anéis, anzóis, cruéis, fiéis, faróis, papéis. E mantém-se o acento no ditongo de timbre aberto éu: céu, chapéu, ilhéu, véu.

PERDEM O ACENTO: b) os hiatos ee e oo. (No caso de ee, em crer, dar, ler, ver e derivados, na 3ª pessoa do plural). Como em: crêem, dêem, lêem, vêem, abençôo, côo, corôo, perdôo e vôo. c) as paroxítonas homógrafas (acento diferencial), como em côa (verbo coar); pára (verbo); péla (substantivo e verbo); pêlo (substantivo); pélo (verbo) e pelo.

O acento diferencial mantém-se em pôde e pôr e fica facultativo em fôrma, em oposição ao substantivo e forma verbal forma (3ª pessoa do singular do presente do indicativo) PERDEM O ACENTO: d) o i e o u tônicos das paroxítonas se precedidas de ditongo, como baiúca, feiúra, cheiínho e saiínha.

e) o u tônico de formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) quando parte dos grupos que e qui; gue e gui: apazigúe, argúem, averigúe, obliqúes. O HÍFEN: O uso do hífen é problema malresolvido, com casos em discussão na ABL, mas valem as seguintes regras: a) Não se usa se o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com r ou s, que se duplicarão. Exemplos: antessala e antirrugas.

Mas o hífen se mantém quando os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam a elementos iniciados por r. Como em: hiper-rancoroso, rancoroso, hiper-realista, realista, hiper- requintado, hiper-requisitado, requisitado, inter-racial, racial, inter-regional, regional, inter-relação, relação, inter- resistente, super-racional, racional, super-realista, realista, super-resistente, resistente, super-revista. revista. b) usa-se se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento. Assim, antiinflamatório fica anti-inflamatório, inflamatório, microondas fica micro- ondas, etc.

Mas não se usa com o prefixo co-, ainda que o segundo elemento comece pela vogal o. Exemplos: cooperar e coordenar. c) não se usa hífen se o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Desse modo, auto-escola vira autoescola, contra-indicação vira contraindicação, ultra-elevado vira ultraelevado e intra-ocular vira intraocular.

Usa-se se hífen quando o segundo elemento começa por h: ante-hipófese hipófese, anti-herói, anti-higiênico, extra-hepático, neo- helênico, super-homem, supra-humano, etc. d) não se usa hífen em compostos nos quais se perdeu a noção de composição. Assim, o manda-chuva de antes, transforma-se se em mandachuva, bem como paraquedas, paralamas e parabrisa. Porém, para-choque continua com hífen, mas sem acento.

O QUE NÃO MUDA NO HÍFEN: Continua-se a usar hífen nos seguintes casos: 1) Em palavras compostas que constituem unidade sintagmática e semântica e nas que designam espécies: ano-luz, azul- escuro, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, erva-doce, guarda-chuva, conta-gotas, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me- quer, bem-te-vi.

2) com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-. Exemplos: ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão, campeão, etc. 3) com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento começa por vogal e m ou n: pan-americano, americano, circum-adjacência. 4) com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se o segundo elemento tem vida à parte na língua: pré-bizantino, pró- romano e pós-graduação.

5) com sufixos de base tupi-guarani que representam formas adjetivas: -açu, -guaçu e mirim se o primeiro elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia exige a distinção gráfica entre ambos: amoré-guaçu, manacá-açu, açu, jacaré-açu, açu, paraná-mirim. 6) com topônimos iniciados por grão e grã e forma verbal ou elementos com artigo: Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos, Trás-os-montes, etc.

7) com os advérbios mal e bem quando formam uma unidade sintagmática com significado e o segundo elemento começa por vogal ou por h: bem-aventurado, bem-estar, estar, bem-humorado, mal-estar, mal-humorado. Mas nem sempre os compostos com o advérbio bem se escrevem sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento iniciado por consoante: bem-nascido, bem-criado, bem visto (ao contrário de malnascido, malcriado e malvisto).

8) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, mar, além- fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, casados, sem-número, sem-teto. HÍFEN EM LOCUÇÕES: Não se usa hífen em locuções (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas), como em: cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar. Porém, são exceções algumas locuções consagradas pelo uso como: água-de- colônia, pé-de-meia, arco-da-velha, à queima-roupa, mais-que-perfeito.

Fonte: MACHADO, Josué. Hora de remarcar os dicionários, Língua Portuguesa nº 35, setembro de 2008.