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Transcrição:

Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Secretária Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Fundação Estadual do Meio Ambiente 3 INVENTÁRIO DE ÁREAS IMPACTADAS PELA MINERAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Diretoria de Gestão de Qualidade Ambiental Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas Novembro 2015 1

2015 Fundação Estadual do Meio Ambiente Governo do Estado de Minas Gerais Fernando Damata Pimentel Governador Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD Luiz Sávio de Souza Cruz - Secretário Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM Diogo Soares de Melo Franco Diretoria de Gestão da Qualidade Ambiental - DGQA Irene Albernaz Arantes Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas - GESAD Patrícia Rocha Maciel Fernandes Equipe Técnica GESAD Aline Laura Alves Tomaz Cíntia Guimarães dos Santos Frederico José Abílio Garcia Roberto Junio Gomes Sueli Batista Ferreira Estagiários Nayla Izabel Souza Moreira Colaboradores Alessandro Ribeiro Jaqueline Angélica Batista Fundação Estadual do Meio Ambiente. F981i 3º inventário de áreas impactadas pela mineração do Estado de Minas Gerais / Fundação Estadual do Meio Ambiente. --- Belo Horizonte: Feam, 2015. 38 p. ; il. 1. Mineração. 2. Áreas impactadas inventário. 3. Impacto ambiental. 4. Gestão ambiental Minas Gerais. I. Título. CDU: 622:504 2

Lista de Figuras Figura 1: Porcentagem de cadastros realizados por Supram.... 21 Figura 2: Tipologia minerária segundo a DN Nº 74/2004.... 21 Figura 3: Substâncias de interesse exploradas.... 22 Figura 4: Ocupação do entorno do empreendimento... 26 Figura 5: Porcentagem de reabilitação de áreas impactadas... 27 Figura 6: Tanque com britas calcíticas para elevação do ph.... 28 Figura 7: Sistema de drenagem ácida.... 28 Figura 8: Cadastros com informação de classificação de resíduos pela NBR 10.004. 30 Figura 9: Dispositivos de controle com destaque para o controle de sedimentos.... 31 Figura 10: Presença de passivo ambiental.... 32 3

Lista de Tabelas Tabela 1 - Fator de classificação para cálculo de reabilitação de área degradada... 14 Tabela 2 - Parâmetros para cálculo do potencial de impacto ambiental... 17 Tabela 3 Situação do empreendimento quanto ao seu funcionamento.... 19 Tabela 4 - Situação de funcionamento atualizada após ofícios circulares 03/2015 e 04/2015... 20 Tabela 5 - Proximidade com Unidades de Conservação.... 24 Tabela 6 - Distância dos empreendimentos a cavidades naturais cadastradas no CECAV.... 25 Tabela 7 - Instalações com potencial de contaminação.... 29 Tabela 8 Potencial de impacto ambiental do empreendimento.... 33 4

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 6 2. OBJETIVOS... 9 2.1. Objetivo Geral... 9 2.2. Objetivos Específicos... 10 3. METODOLOGIA... 10 4. ANÁLISE DOS CADASTROS REALIZADOS NO ANO DE 2014... 19 4.1. Situação do empreendimento quanto ao seu funcionamento... 19 4.2. Declarações por Supram... 20 4.3. Tipologia Minerária segundo a DN 74/2004... 21 4.4. Substâncias de interesse... 22 5. ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DA DN 144/2009... 22 6. POTENCIAL DE IMPACTO AMBIENTAL... 32 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 34 8. REFERÊNCIAS... 35 5

1. INTRODUÇÃO O Brasil abriga atualmente um dos maiores potenciais minerais do mundo, propiciado por sua diversificada constituição geológica e suas dimensões continentais. O estágio atual da atividade minerária exige instrumentos de controle que condizem com o desenvolvimento sustentável, utilizando-os em benefício do desenvolvimento regional e do envolvimento requerido por esta atividade com a sociedade na qual está inserida. A mineração é considerada uma atividade propulsora de desenvolvimento econômico e social de uma região, uma vez que ela é a base da formação da cadeia produtiva e gera para o município emprego e renda. Por outro lado, são muitos os impactos negativos ocasionados pela atividade mineraria, dependendo do método de lavra, da tipologia do mineral a ser extraído, da forma de desmonte que será utilizada, dos fatores geológicos ligados à localização da extração do mineral, dos volumes de reserva da substância de interesse, que podem proporcionar grande vida útil aos empreendimentos que exploram este recurso, além dos grandes impactos gerados na instalação do empreendimento minerário, tais como decapeamento (retirada do solo), supressão da cobertura vegetal, redução da biodiversidade, contaminação do solo e aguas superficiais e subterrâneas, poluição sonora e visual além de outros. Tais impactos podem impossibilitar a regeneração natural da área a ser explorada. Neste contexto, a principal preocupação com as áreas impactadas é com a reabilitação para uso futuro dessas áreas, considerando não somente os aspectos da qualidade ambiental, mas também os de segurança e de desenvolvimento socioeconômico do entorno. No Estado de Minas Gerais, a regularização de empreendimentos potencialmente poluidores e degradadores do meio ambiente é realizada através do licenciamento ambiental convencional com a obtenção das licenças ambientais ou através da obtenção da Autorização Ambiental de Funcionamento AAF, conforme preconizado pela Deliberação Normativa N 74/2004. 6

De acordo com a Deliberação Normativa N 74/2004, Art. 2 - Os empreendimentos e atividades listados no Anexo Único desta Deliberação Normativa, enquadrados nas classes 1 e 2, considerados de impacto ambiental não significativo, ficam dispensados do processo de licenciamento ambiental no nível estadual, mas sujeitos obrigatoriamente à autorização ambiental de funcionamento (AAF) pelo órgão ambiental estadual competente. A concessão da AAF não está vinculada à apresentação de estudos ambientais no momento de sua solicitação ou obtenção, tampouco ao envio periódico de informações de auto monitoramento. Entretanto, o empreendedor é obrigado por lei a cumprir todas as exigências que visem proteger o meio ambiente, como a disposição de maneira ambientalmente correta dos efluentes e resíduos e a comunicação ao órgão ambiental de qualquer evento que possa causar dano ambiental. As atividades minerárias passíveis de regularização ambiental no Estado são relacionadas na listagem A da Deliberação Normativa Nº 74/2004, podendo ser regularizadas por AAF dependendo do enquadramento da DN, sendo divididas em seis categorias: A-01 Lavra subterrânea; A-02 Lavra a céu aberto; A-03 Extração de areia, cascalho e argila, para utilização na construção civil; A-04 Extração de água mineral ou potável de mesa; A-05 Unidades Operacionais em área de mineração, inclusive unidades de tratamento de minerais; A-06 Exploração e extração de gás natural ou de petróleo. Para as minerações regularizadas através de AAF, o órgão ambiental observou a necessidade de avaliar o potencial de impacto ambiental e quais ações são executadas para a mitigação ou minimização desses impactos por parte do empreendedor, permitindo que o Estado possa identificar e estabelecer políticas de atuação em possíveis áreas impactadas. 7

Dessa maneira, em 18 de dezembro de 2009, foi publicada a Deliberação Normativa Nº 144/2009, que dispõe sobre a declaração de informações relativas à identificação e classificação de áreas mineradas detentoras de AAF no Estado de Minas Gerais. A DN 144/2009 determina que os responsáveis por empreendimentos minerários localizados no Estado de Minas Gerais, detentores de AAF, devem apresentar à FEAM, o Formulário de Cadastro das Áreas Impactadas pela Atividade Minerária - AIM, disponibilizado no Banco de Declarações Ambientais BDA. Este cadastro contém as informações prestadas pelos empreendedores a respeito das atividades desenvolvidas, tais como: se estão ou não em funcionamento; origem da água usada no empreendimento; metodologia da extração; frentes de lavra; informações de controle de poluição; percentual de recuperação de áreas degradadas; além dos critérios e parâmetros para a classificação do potencial de impacto ambiental do empreendimento. Em paralelo à DN N 144/2009, também foi publicada a DN N 145/2009 referente à declaração de informações relativas à identificação e classificação de áreas mineradas abandonadas. O cadastramento destas áreas poderá ser realizado em qualquer período do ano, e deverá ser efetuado por analista ambiental do SISEMA ou responsável legal pela área. As Prefeituras Municipais, a Polícia Militar Ambiental e o Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM poderão contribuir com dados e informações para o cadastro das áreas abandonadas. Os critérios para classificação das áreas abandonadas são análogos aos estabelecidos na DN N 144/2009. O BDA reúne módulos distintos para envio das informações prestadas pelo empreendedor sobre características específicas do empreendimento por meio do preenchimento de formulários disponíveis no ambiente on-line do SISEMAnet. Em relação ao formulário de cadastro das áreas impactadas pela atividade mineraria foi criado um módulo especifico para o preenchimento. A FEAM já publicou dois inventários com dados dos cadastros realizados nos anos de 2011 e 2012. O primeiro inventário contou com informações de 361 empreendimentos e o segundo inventário contou com informações de 569 empreendimentos. 8

A experiência dos últimos anos, desde a publicação da DN N 144/2009, demonstrou que a ferramenta disponível no SISEMAnet para realização do cadastro era ineficiente, uma vez que o sistema apresentou diversos problemas operacionais e as manutenções evolutivas não conseguiram sanar tais problemas. Por esse motivo, vários empreendedores mostraram grande dificuldade em realizar o cadastro, relatando problemas com o acesso ao sistema e tentativas de cadastramento frustradas. Além disso, a geração de relatórios do sistema não se mostrou eficiente para a avaliação das informações pela área técnica da FEAM. Devido a todas as dificuldades identificadas, a falta de informações consistentes para serem geridas pela FEAM e diante dos esforços para promover a funcionalidade do cadastro e do sistema, não foi produzido o inventário do ano seguinte. Tendo em vista a necessidade da aplicação e cumprimento da DN Nº 144/2009, a Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas GESAD adaptou o Cadastro das Áreas Impactadas pela Atividade Minerária para o formato de planilha eletrônica disponível no SISEMAnet e também no site da FEAM na área de Declarações Ambientais Áreas Impactadas pela Mineração. Desta maneira, este Inventário apresenta as informações enviadas pelos empreendimentos minerários regularizados por AAF no Estado de Minas Gerais, durante o período de 01 de janeiro a 31 de maio de 2015. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Analisar e apresentar as informações prestadas no Cadastro de Áreas Impactadas pela Mineração, no ano base 2014 quanto ao potencial de impacto ambiental da atividade, a fim de subsidiar a estruturação e a implementação de uma política de gestão ambiental desta atividade, além de embasar a construção de estratégias e diretrizes que favoreçam o uso sustentável dessas áreas no Estado de Minas Gerais. 9

2.2. Objetivos Específicos Analisar através do cadastro, as áreas mineradas impactadas do Estado de Minas Gerais que apresentem risco a população e ao meio ambiente; Auxiliar a identificação de áreas paralisadas ou com atividades encerradas; Identificar melhorias a serem realizadas no Cadastro; Analisar os pontos de maior dificuldade por parte dos empreendedores, no preenchimento do Cadastro de Áreas Impactadas pela Mineração; Avaliar a efetividade da auto-declaração. 3. METODOLOGIA De acordo com a DN 144/2009, o período para cadastramento é de 1º de janeiro a 31 de março de 2015, mas devido ao grande fluxo de cadastros recebidos no final deste período, o prazo foi prorrogado por mais dois meses, tendo o último se encerrado em 31 de maio de 2015. As informações prestadas nos cadastros AIM foram validadas com dados existentes no Sistema Integrado de Informações Ambientais SIAM. A consulta no SIAM foi realizada visando verificar quantos AAF foram concedidas pelas SUPRAM s, considerando o período de 1 de janeiro de 2005 a 3 de julho de 2015. Esse número corresponde a quantos empreendimentos deveriam ter realizado o cadastro AIM, verificando assim se os empreendedores cumpriram a DN Nº 144/2009. Dos cadastros recebidos não foram considerados na análise, aqueles que continham erros de preenchimento que impediam a classificação do potencial de impacto ambiental e os que continham inconsistências quanto ao cumprimento da DN 144/2009, tais como: empreendimentos enquadrados na Listagem B da DN 74/2004 ou empreendimentos que possuem processos de licenciamento ambiental associados e que não têm a obrigatoriedade de realizar o cadastro como previsto no Art. 3º, 4º da DN144/2009. Para conhecer o número de empreendimentos que deveriam ter realizado o Cadastro AIM, foi realizada uma consulta ao SIAM, do período de 1 de 10

janeiro de 2005 a 3 de julho de 2015 para levantamento do número de minerações regularizadas por AAF. Foram enviados ofícios para verificar a situação de funcionamento dos empreendedores que informaram estar com as atividades paralisadas ou encerradas, visando atender ao disposto na Deliberação Normativa Nº 127/2008. A metodologia utilizada no Cadastro AIM tem o objetivo de classificar os empreendimentos minerários detentores de AAF no Estado de Minas Gerais quanto ao potencial de impacto ambiental da atividade. O empreendimento é classificado quanto ao potencial de impacto de acordo com 5 categorias definidas pelo somatório dos valores atribuídos a cada critério de acordo com a seguinte divisão: Categoria I Muito Baixo: S < 5,0; Categoria II Baixo: 5,0 S < 10,0; Categoria III Médio: 10,0 S < 15,0; Categoria IV Alto: 15,0 S < 20,0; Categoria V Muito Alto: 20,0 S 25,0. *S representa o valor do somatório dos valores atribuídos a cada critério. A DN Nº 144/2009, adota em seu Art. 5º, cinco critérios para classificação do potencial de impacto ambiental pela atividade, sendo eles: I. Caracterização da área do entorno (C1); II. Percentual de reabilitação das áreas impactadas pelo empreendimento (C2); III. Potencial para contaminação dos recursos naturais: solo e água (C3); IV. Grau de Interferência nos Recursos Hídricos (C4); V. Presença de passivos ambientais (C5). Cada critério é composto por um ou mais parâmetros que associados compõem as notas para cada um dos critérios, conforme apresentado abaixo. 11

C1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO P1 Proximidade com áreas protegidas nos termos da Lei Nº 9.985/2000 - SNUC). Este parâmetro apresenta informações sobre a localização dos empreendimentos em relação a Unidades de Conservação. A pontuação varia de acordo com a proximidade dos empreendimentos em relação às Unidades de Conservação UC de Uso Sustentável ou Proteção Integral. A Lei N 9.985, de 18 de Julho de 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação. De acordo com o Art. 7 da Lei do SNUC, as unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos com características específicas: I. Unidades de Proteção Integral; II. Unidades de Uso Sustentável. Para os fins previstos nesta Lei entende-se por proteção integral a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. A mesma lei define uso indireto como sendo aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais com exceção dos casos previstos nesta Lei. Em relação ao uso sustentável, a Lei do SNUC define como: a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos de forma socialmente justa e economicamente viável. O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. 12

No cadastro são consideradas as Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável, sendo atribuída nota 0 para empreendimentos distantes mais que 10km de unidade de conservação, nota 1 para empreendimentos dentro do raio de 10 km de UC de uso sustentável, nota 2 para empreendimentos inseridos em UC de uso sustentável, nota 3 para empreendimentos no entorno de UC de proteção Integral e nota 5 para o caso de empreendimento inserido em área de UC de proteção integral e/ou Reserva da Biosfera. Adicionalmente, foi realizada uma análise da proximidade dos empreendimentos às unidades de conservação de uso sustentável e de proteção integral com base no cruzamento das coordenadas geográficas fornecidas pelo empreendedor e as UCs cadastradas junto ao SISEMA. Esta ação teve o objetivo de validar a informação fornecida pelo empreendedor. P2 Proximidade (raio de 1 km a partir do perímetro do empreendimento) ou inserção em áreas com presença de cavidades naturais - canga, quartzito ou calcário. Para o parâmetro P2, o empreendedor informa sobre a existência de cavidades dentro do raio de 1 km do empreendimento, marcando as opções Sim, Não ou Não sabe informar. Adicionalmente, foi realizada uma análise da proximidade dos empreendimentos a cavidades naturais com base no cruzamento das coordenadas geográficas fornecidas pelo empreendedor e as cavidades cadastradas no CECAV. Esta ação teve o objetivo de validar a informação fornecida pelo empreendedor. P3 Ação Antrópica: Ocupação do solo (entorno - raio de 1 km a partir do perímetro do empreendimento). Neste parâmetro, são apresentadas diversas formas de uso e ocupação do solo para que o empreendedor informe entre as opções, quais existem no entorno de sua atividade. 13

C2 PERCENTUAL DE REABILITAÇÃO DAS ÁREAS IMPACTADAS PELO EMPREENDIMENTO. P4 Percentual de reabilitação das áreas impactadas. O percentual de reabilitação de áreas impactadas é representado pelo cálculo da razão entre a área reabilitada e a área ocupada segundo a seguinte fórmula: R = A1/A2 onde: A1= área reabilitada A2= área do empreendimento (área de lavra + área da barragem) O resultado desta fórmula fornece um fator que é classificado de 0 a 5 com base na tabela abaixo. De modo que, a pontuação 5 é atribuída aos empreendimentos que recuperaram menos de 20% de sua área impactada e a nota 1 é atribuída aos empreendimentos que recuperaram mais que 80% da área impactada. Tabela 1 - Fator de classificação para cálculo de reabilitação de área degradada Fator de Classificação Pontuação do Parâmetro R > 1,0 0 0,8 < R 1,0 1 0,6 < R 0,8 2 0,4 < R 0,6 3 0,2 < R 0,4 4 0 < R 0,2 5 Foi necessário, a criação de mais uma classificação com a nota 0, que é atribuída aos empreendimentos não instalados ou em instalação e também para empreendimentos que reabilitaram áreas maiores do que as áreas ocupadas. Ou seja, que não reabilitaram nenhum percentual por não estarem instalados ou que recuperaram mais que 100% da área impactada por meio de algum tipo de compensação, por exemplo. 14

C3 POTENCIAL PARA CONTAMINAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS: SOLO E ÁGUA P5 Potencial para geração de drenagem ácida Neste parâmetro, o empreendedor informa se existe ou não o potencial de geração de drenagem ácida, podendo optar pela opção Não sabe informar caso não tenha certeza sobre tal potencial. P6 Resíduos gerados pelo empreendimento com potencial para contaminação Para este parâmetro, o empreendedor deve informar sobre a presença ou não de instalações industriais com potencial para contaminação, tais como: postos de combustível e tanques de produtos químicos. No parâmetro o empreendedor deve informar também se existe a geração de resíduos e se o mesmo é ou não classificado de acordo com a ABNT NBR 10.004. P7 Efluentes líquidos gerados pelo empreendimento (contendo substâncias químicas) com potencial para contaminação. Neste parâmetro, o empreendedor informa se existe a geração de efluentes líquidos e qual é a sua composição com base em uma lista de substâncias químicas apresentadas no cadastro. C4 GRAU DE INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS P8 Proximidade com mananciais de abastecimento público, para empreendimentos localizados à montante da captação (faixa de 1 km a partir do perímetro do empreendimento). Para o parâmetro P8, o empreendedor deve prestar informação quanto à existência de mananciais de abastecimento no raio de 1km do empreendimento. 15

P9 Existência de sistema de controle de carreamento de sedimentos Para o cálculo do parâmetro P9, o empreendedor informa da existência ou não de controle de carreamento de sedimentos, porém, o cadastro não apresenta possibilidade para que o empreendedor apresente, neste campo, os controles que ele possui. C5 PRESENÇA DE PASSIVOS AMBIENTAIS P10 Passivo ambiental O empreendedor deve informar se possui ou não passivo ambiental e, em caso positivo, apresentar o que já foi realizado com vistas a sua recuperação. Neste parâmetro, o empreendedor pode informar que existe uma área abandonada dentro do seu empreendimento. A Tabela 2 apresenta de maneira resumida todos os parâmetros listados na DN Nº 144/2009. 16

Tabela 2 - Parâmetros para cálculo do potencial de impacto ambiental Parâmetro de Referência DN 144/2009 C1 - Caracterização da área do entorno Nota do parâmetro Inexistência de Unidade de Conservação próxima ao empreendimento 0 Entorno de UC de Uso Sustentável: 1 P1 Proximidade com áreas protegidas (conforme Lei nº 9.985, de 18-7-2000) No interior da UC de Uso Sustentável e/ ou Reserva da Biosfera: Área de Entorno (raio de 10 km) da Unidade de Conservação de Proteção Integral: 2 3 No interior da Unidade de Conservação de Proteção Integral e/ou Reserva da Biosfera 5 P2 Proximidade (raio de 1 km a partir do perímetro do empreendimento) ou inserção em áreas com presença de cavidades naturais - canga, quartzito ou calcário. Sim 5 Não 0 Não sabe informar 5 Unidade de conservação (considerado no parâmetro P1) 0 Manancial de abastecimento público (considerado no parâmetro P8) 0 P3 Ação Antrópica: Ocupação do solo (entorno - raio de 10km a partir do perímetro do empreendimento). Atividade industrial / Agricultura/Pecuária 1 Estrada municipal / Outro(s) Empreendimento(s) minerário(s) Atividade turística / Área de expansão urbana / Rodovia Federal ou Estadual / Escola rural 2 3 Área urbana / Condomínio / Povoado 4 Região Quilombola/Reserva indígena/sítio Arqueológico ou Paleontológico/Monumentos históricos C2 - Percentual de reabilitação das áreas impactadas pelo empreendimento 0,0 = R > 1,0 0 5 P4 Percentual de reabilitação das áreas impactadas pelo empreendimento. Calculado por: R = A1/A2 Onde: A1= área reabilitada e A2= área do empreendimento (área de lavra + área da barragem) 0,8 < R 1,0 1 0,6 < R 0,8 2 0,4 < R 0,6 3 0,2 < R 0,4 4 0,0 R 0,2 5 17

Continuação Tabela 2 - Parâmetros para cálculo do potencial de impacto ambiental Parâmetro de Referência DN 144/2009 C3 - Potencial para contaminação dos recursos naturais: solo e água Nota do parâmetro P5 - Potencial para geração de drenagem ácida Sim 5 Não 0 Não sabe informar 5 Classe I Perigosos 5 Classe IIA Não Inertes 4 P6 - Resíduos gerados pelo empreendimento com potencial para contaminação. Classe IIB Inertes 3 Não classificado 3-5 Nenhuma substância listada na DN 144/2009 0 Posto de combustível 3 Tanque de produtos químicos 3 P7 - Efluentes líquidos gerados pelo empreendimento (contendo substâncias químicas) com potencial para contaminação. Nenhuma substância listada na DN 144/2009 0 Substâncias listadas na DN 144/2010 3-5 Não sabe informar 5 Outras Substâncias 0 P8 - Proximidade com mananciais de abastecimento público, para empreendimentos localizados à montante da captação (faixa de 1 km a partir do perímetro do P9 - Existência de sistema de controle de carreamento de sedimentos. C4 - Grau de Interferência nos Recursos Hídricos C5 - Presença de passivos ambientais Sim 5 Não 0 Não sabe informar 5 Sim 2 Não 5 Não 0 Já recuperado 1 P10 - Presença de passivo ambiental. Em recuperação 2 Com projeto de recuperação 3 Sem projeto de recuperação 4 Área abandonada 5 18

4. ANÁLISE DOS CADASTROS REALIZADOS NO ANO DE 2014 Com base em informações do SIAM, verificou-se que o número total de empreendimentos regularizados por Autorização Ambiental de Funcionamento AAF e que deveriam ter realizado o Cadastro de Áreas Impactadas pela Mineração em cumprimento a DN 144/2009 é de 3.437 minerações. Deste total, apenas 1.326 empreendedores realizaram o cadastro, o que demonstra um baixo índice de cumprimento da legislação. No período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de maio de 2015, foram recebidos 1326 cadastros de áreas detentoras de AAF s. Este número corresponde a áreas cadastradas pela primeira vez ou à áreas com atualização de cadastros realizados em anos anteriores. Após análise de inconsistências nos cadastros foram excluídos da análise, 60 cadastros. Dessa maneira, este Inventário irá apresentar informações de 1.266 áreas de mineração regularizadas por AAF. 4.1. Situação do empreendimento quanto ao seu funcionamento No cadastro, o empreendedor deve prestar a informação da situação do empreendimento quanto ao funcionamento de suas atividades. A Tabela 3 apresenta a situação de funcionamento informada nos cadastros: Tabela 3 Situação do empreendimento quanto ao seu funcionamento. Situação da Empresa Quantidade Ativa 899 Não Instalado / Em Instalação 124 Paralisado 145 Atividades Encerradas 8 Foram identificados 145 empreendimentos que informaram estar com suas atividades paralisadas e 8 que estavam com suas atividades encerradas. Em decorrência desse fato foi elaborado e enviado aos empreendimentos os Ofícios Circulares GESAD DGQA FEAM SISEMA n 03/2015 e 04/2015, solicitando que estes empreendedores enviassem a FEAM documentação 19

relatando sobre a situação ambiental e as medidas de controle e monitoramento adotadas nas áreas, conforme preconiza a Deliberação Normativa Nº 127/2008, que trata do fechamento e paralisação de minas. Em resposta aos ofícios circulares, diversos empreendedores informaram terem prestado informações erroneamente e solicitaram a atualização dos dados. Quase metade dos empreendimentos (61 cadastros) não respondeu à solicitação da FEAM, sendo mantido o status de paralisada, conforme informado no cadastro. Entretanto, 48 empreendimentos confirmaram a paralisação das atividades. Para efeito de reclassificação, os empreendimentos que informaram ainda não terem iniciado as atividades foram realocados na categoria Não Instalado. Sendo assim, a informação referente à situação dos empreendimentos sofreu uma atualização, conforme apresentado na Tabela 4. Tabela 4 - Situação de funcionamento atualizada após ofícios circulares 03/2015 e 04/2015 Situação Informada no cadastro Atualizada após Ofício Circular GESAD Em funcionamento 899 923 Não Instalado / Em Instalação 214 228 Paralisado 145 110 Atividade Encerrada 8 5 Total 1266 1266 4.2. Declarações por Supram A distribuição das áreas impactadas por Superintendência Regional de Regularização Ambiental SUPRAM mostrou que o maior número de áreas cadastradas está localizado na área de abrangência da Supram Sul de Minas (26%), seguida da Supram Leste de Minas (17%). A Supram Noroeste contabilizou o menor percentual de cadastros com 2%. Os empreendimentos localizados na área de abrangência da Supram Central Metropolitana contabilizaram um percentual de 7% dos cadastros. 20

7% 26% 12% 8% Central Metropolitana 15% Alto São Francisco 9% Jequitinhonha Leste de Minas 17% Noroeste de Minas Norte de Minas Sul de Minas 4% 2% Triângulo Mineiro Zona da mata Figura 1: Porcentagem de cadastros realizados por Supram. 4.3. Tipologia Minerária segundo a DN 74/2004 De acordo com as tipologias industriais e minerárias da Deliberação Normativa 74/2004, constatou-se que a principal atividade informada no cadastro é a A-03 Extração de areia, cascalho e argila para utilização na construção civil (52%), seguida da classificação A-02 Lavra a céu aberto (43%), conforme apresentado na Figura 2. 1% 3% 1% A01- Lavra subterrânea A02- Lavra a céu aberto 52% 43% A03- Extração de Areia, Cascalho e Argila, para utilização na construção civil A04- Extração de água mineral ou potável de mesa A05- Unidades Operacionais em área de mineração,inclusive unidades de tratamento de minerais. Figura 2: Tipologia minerária segundo a DN Nº 74/2004. 21

4.4. Substâncias de interesse As substâncias de interesse registradas nos cadastros condizem com a principal tipologia mineral cadastrada de acordo com a DN Nº 74/2004: A 03 - Extração de areia, cascalho e argila para utilização na construção civil, sendo as substâncias mais comuns: areia e argila seguidas de granito, bauxita e cascalho. A figura a seguir ilustra a distribuição das principais substâncias exploradas. Areia 30% Argila Granito 16% 19% Bauxita Cascalho Gnaisse 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 6% 6% 9% Aluminio Quartzo Diamante Quartzto Feldspato Quartzito Outros Figura 3: Substâncias de interesse exploradas. 5. ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DA DN 144/2009 C1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO P1 Proximidade com áreas protegidas nos termos da Lei Nº 9.985/2000- SNUC). A maioria dos empreendedores (85%) informou não estar localizado próximo de unidades de conservação, 9% informaram se localizar dentro do raio de 10 km de Unidade de Conservação de Uso Sustentável e 3% se declararam no interior de Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Quanto às Unidades de Conservação de Proteção Integral, 3% se declararam 22

instalados no entorno de UC e um empreendimento se declarou inserido em UC de Proteção Integral ou Reserva da Biosfera. Ao analisar os dados do empreendedor que declarou estar inserido dentro de Unidade de Conservação de Proteção Integral, constatou-se que o mesmo se encontra em funcionamento e se enquadra na tipologia A-03-01-8: Extração de areia e cascalho para utilização imediata na construção civil. O empreendimento esta localizado às margens do rio da Prata, local que a partir da sanção do Decreto 45.568 em 22 de março de 2011, é protegido pela Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Estadual dos Rios Tijuco e da Prata. Esta UC abrange o curso destes rios nos municípios de Ituiutaba, Campina Verde, Prata e Gurinhatã. Dessa maneira, a realização de atividades minerárias dentro desta UC é proibida. Em consulta ao SIAM, não foi possível verificar documentos que justifiquem a emissão da AAF para a área em questão. A Supram Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, responsável pela regularização do empreendimento, informou que o empreendedor no FCE não informou estar dentro ou em área de amortecimento de Unidade de Conservação. Com base nas informações identificadas no Cadastro, a Supram Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba informou que irá anular a AAF expedida, se confirmada sua localização dentro do Refúgio da Vida Silvestre do Rio Tijuco e da Prata. A análise da proximidade dos empreendimentos com as UCs realizada pela FEAM através das coordenadas fornecidas no cadastro revelou uma divergência dos dados apresentados pelos empreendedores. Isso demonstra certo nível de desconhecimento da existência das unidades de conservação, conforme apresentado na Tabela 5. 23

Tabela 5 - Proximidade com Unidades de Conservação. Distância a Unidade de Conservação Percentual informado no cadastro Percentual levantado por análise geográfica > 10 Km de Unidade de Conservação 85,31% 63,82% Dentro do Raio de 10 km de UC de Uso Sustentável 8,93% 23,30% Interior de UC de Uso Sustentável 2,92% 3,08% Dentro do Raio de 10 km de UC de Proteção Integral 2,76% 7,11% Interior de UC de Proteção Integral 0,08% 0,08% Dos cadastros válidos, 33 cadastros apresentaram inconsistência nos dados referentes às coordenadas geográficas, não sendo possível fazer a correlação das coordenadas apresentadas pelos empreendedores e o banco de dados de Unidades de Conservação do Sisema. P2 Proximidade (raio de 1 km a partir do perímetro do empreendimento) ou inserção em áreas com presença de cavidades naturais - canga, quartzito ou calcário. As áreas de ocorrência de cavidades naturais compõem um ecossistema frágil e de extrema relevância para a preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural. A gravidade dos impactos decorrentes de atividades minerárias nessas áreas impõe o cumprimento de obrigações legais específicas a fim de preveni-los, mitigá-los e monitorá-los adequadamente. Dos empreendimentos cadastrados, 1185 informaram a não existência de cavidades no raio especificado, 8 informaram a existência de cavidades próximas ao empreendimento e 73 empreendimentos informaram não ter conhecimento sobre cavidades no raio de 1km. A análise da proximidade dos empreendimentos com as cavidades naturais realizada pela FEAM através das coordenadas fornecidas no cadastro demonstrou que a informação prestada pelos empreendedores possui certa coerência, uma vez que aproximadamente 1200 empreendimentos se encontram distantes de cavidades naturais subterrâneas, ou seja, com uma distância maior que 1 km, conforme apresentado na Tabela 6. 24

Tabela 6 - Distância dos empreendimentos a cavidades naturais cadastradas no CECAV. Distância à cavidade Quantidade Porcentagem Maior ou igual a 1 km 1207 95% Menor que 1 km 26 2% A análise revelou três empreendimentos localizados dentro do raio de 250 m de cavidades cadastradas no banco de dados do CECAV. Em análise individual para cada cadastro foi verificado que as coordenadas de um dos empreendimentos indicam proximidade com cavidade em área urbana, e tal cavidade tem uso turístico. As outras cavidades identificadas se encontram próximas às poligonais dos empreendimentos, porém, distantes dos pontos de atividade dos mesmos, não interferindo no raio de proteção das cavidades. Dos cadastros válidos, 33 cadastros apresentaram inconsistência nos dados referentes às coordenadas geográficas, não sendo possível fazer a correlação das coordenadas apresentadas pelos empreendedores e o banco de dados de cavidades do CECAV. P3 Ação Antrópica: Ocupação do solo (entorno - raio de 1 km a partir do perímetro do empreendimento). De acordo com os cadastros, a maior parte dos empreendimentos se encontra em zona rural, tendo como principal atividade no seu entorno, a agricultura (75% dos cadastros), além de outras empresas de mineração. A distribuição da ocupação no entorno das minerações é ilustrada na Figura 4. 25

Agricultura 947 Estrada municipal 738 Outra(s) mineração(ões) 433 Rodovia Estadual/Federal 324 Povoado Área urbana Atividade industrial Área de expansão urbana 139 107 100 85 Escola rural Atividade turística Condomínio 26 20 13 Figura 4: Ocupação do entorno do empreendimento Os usos Região Quilombola e Reserva Indígena não foram informados em nenhum dos cadastros. O uso Sítio Arqueológico foi informado por apenas um dos empreendedores. C2 PERCENTUAL DE REABILITAÇÃO DAS ÁREAS IMPACTADAS PELO EMPREENDIMENTO P4 Percentual de reabilitação das áreas impactadas. O percentual de reabilitação de áreas impactadas é representado pelo cálculo da razão entre a área reabilitada e a área ocupada do empreendimento para execução de suas atividades. A Figura 5 ilustra a distribuição do percentual de recuperação de áreas informado nos cadastros. 26

75% 5% 5% 13% Entre 80 e 100% Entre 60 e 80% Entre 40 e 60% Entre 20 e 40% Menor que 20% 2% Figura 5: Porcentagem de reabilitação de áreas impactadas A figura 5 não considera os empreendimentos (160) que obtiveram nota zero no parâmetro, nota que é atribuída àqueles que ainda não causaram uma intervenção devido a não instalação e também aqueles empreendimentos que recuperaram áreas maiores que as impactadas por meio de compensação em áreas externas ao empreendimento. Não foi possível distinguir se o empreendimento recuperou área maior que a impactada ou se não impactou a área, uma vez que o cadastro como foi criado não permite a separação destas informações. Esse fato se revela como uma fragilidade e será trabalhado como uma melhoria para os próximos períodos de cadastramento. C3 POTENCIAL PARA CONTAMINAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS: SOLO E ÁGUA P5 Potencial para geração de drenagem ácida A drenagem ácida representa um grave problema oriundo da atividade de mineração, como por exemplo, na mineração de ouro e carvão, podendo causar a degradação da qualidade de águas superficiais, subterrâneas, solo e sedimentos. A maioria dos empreendedores (1248) informou não possuir potencial para drenagem ácida, 17 empreendedores informaram não saber sobre este 27

impacto, e somente 1 empreendedor informou que a atividade possui potencial de geração de drenagem ácida. Foi realizada vistoria no empreendimento a fim de verificar as informações prestadas pelo empreendedor e também avaliar os controles ambientais executados, visando à proteção ambiental da área. A mina em questão está com suas atividades paralisadas desde 2011, sendo que no local ocorreu a extração de ouro em lavra subterrânea. No local existe um sistema de tratamento para drenagem ácida, composto por tanques com brita calcítica para elevação do ph, antes do lançamento no corpo d água. O local é monitorado mensalmente a fim de avaliar a eficiência do tratamento, sendo os laudos enviados a Supram Central. Figura 6: Tanque com britas calcíticas para elevação do ph. Figura 7: Sistema de tratamento de drenagem ácida. P6 Resíduos gerados pelo empreendimento com potencial para contaminação Em relação à existência de instalações industriais com potencial para contaminação, 94% dos empreendedores informaram não possuí-las. Os 6% restantes (77 cadastros) informaram existir na área da mina algum tipo de instalação, tais como: postos de combustível, tanques de produtos químicos ou outras instalações potencialmente contaminantes. A Tabela 7 apresenta os registros informados pelos empreendedores. 28

Tabela 7 - Instalações com potencial de contaminação. Instalações com Potencial para Contaminação Quantidade Posto Abastecimento 42 Tanque de produtos químicos 7 Reservatório Móvel de Combustível Pátio de Abastecimento, Estacionamento e Manutenção 4 3 Outros Cominuição e Peneiramento 2 Compressores 1 Contaminação da água 1 Não informado 17 No parâmetro, o empreendedor deve informar também a classificação dos resíduos gerados, conforme a NBR 10.004. Aproximadamente 45% dos empreendedores informaram no cadastro gerar resíduos, mas os mesmos não foram classificados pela norma, no entanto, cerca de 15% dos empreendimentos não informaram se os resíduos eram ou não classificados pela NBR. A Figura 8 ilustra a distribuição dos cadastros quanto à informação dos resíduos classificados pela NBR10.004. 29

600 500 400 300 200 100 0 Não classificado Classe I - perigosos Classe IIA - não inertes Classe IIB - inertes Não informado Figura 8: Cadastros com informação de classificação de resíduos pela NBR 10.004. P7 Efluentes líquidos gerados pelo empreendimento (contendo substâncias químicas) com potencial para contaminação. Apenas 7 cadastros continham informações indicando a presença de alguma das substâncias químicas listadas na DN 144/2009: alumínio, antimônio, cloreto, cobre, cobalto, ferro, fósforo, manganês, zinco, bário, boro, cádmio, cromo, lítio, prata, selênio, sulfeto, arsênio, berílio, chumbo, cianeto, mercúrio, níquel, urânio e vanádio. Grande parte dos cadastros (705) informou não possuir nenhuma das substâncias listadas e outra parte (337) informou existir outro tipo de elemento no efluente líquido gerado. C4 GRAU DE INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS P8 Proximidade com mananciais de abastecimento público, para empreendimentos localizados à montante da captação (faixa de 1 km a partir do perímetro do empreendimento). A análise dos dados revela que 91% dos empreendedores não têm conhecimento sobre a existência de manancial de abastecimento público a uma distância de 1 km do empreendimento, enquanto 5% informaram a presença de manancial próximo à atividade e 4% dos empreendimentos informaram não saber da proximidade com algum manancial. 30

P9 Existência de sistema de controle de carreamento de sedimentos A maior parte dos empreendedores informou possuir algum tipo de controle de carreamento (78,3%). Para este parâmetro não existe, neste campo, uma listagem para que o empreendedor informe quais tipos de sistema de controle existem no empreendimento. Porém o Cadastro possui na Tela 3, o questionamento quanto a existência de dispositivos de controle ambiental, sendo que 1162 empreendedores responderam sobre este questionamento, conforme apresentado na Figura 9. 600 500 511 584 400 300 271 249 273 200 100 0 Barragem de contenção de sedimentos Leiras de terra compactada ou curvas de nível Sanitário químico próximo da lavra 120 Dique Canaletas Outros Figura 9: Dispositivos de controle com destaque para o controle de sedimentos. C5 PRESENÇA DE PASSIVOS AMBIENTAIS P10 Passivo ambiental A DN 144/2009 define, em seu Art.1 inciso IV, Passivo Ambiental como qualquer estrutura, área ou equipamento abandonado, que esteja localizado dentro do empreendimento minerário, no qual não tenha sido executada nenhuma ação ou projeto no sentido de recuperação ambiental, independente da situação em que se encontra a atividade minerária. Cerca de 80% dos empreendedores informaram não possuir nenhum tipo de passivo, enquanto menos de 1% dos cadastros indicaram que o passivo já 31

se encontra recuperado, aproximadamente 7% informaram ter recuperado em pelo menos 50% o passivo e cerca de 9% alegaram existir passivo na área e, 8% informaram que já possuem projeto para a recuperação. 82,86% 0,95% 7,11% 8,06% 1,03% Não há passivo Passivo já recuperado Passivo em recuperação Passivo com projeto de recuperação Passivo sem projeto de recuperação Figura 10: Presença de passivo ambiental. Em nenhum cadastro consta a informação de existência de área abandonada no empreendimento. 6. POTENCIAL DE IMPACTO AMBIENTAL Impacto ambiental pode ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade dos recursos ambientais (Resolução CONAMA n.º 001/86 Art. 1º). Já a Avaliação de Impactos Ambientais é um instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas. Todas as informações apresentadas no Item 5 deste Inventário são utilizadas para o cálculo do Potencial de Impacto Ambiental do 32

empreendimento. A Tabela 8 apresenta a distribuição dos cadastros em relação ao potencial de impacto. Tabela 8 - Potencial de impacto ambiental do empreendimento. Potencial de Impacto Ambiental Percentual de Cadastros Muito baixo 18,72 % Baixo 69,50 % Médio 11,54 % Alto 0,23 % Muito alto 0 % As empresas que se enquadraram na Categoria IV - Potencial de Impacto Ambiental Alto estão localizadas nas SUPRAM s Alto São Francisco e Central Metropolitana, sendo duas de extração de areia (A-03-01-8) e argila (A-03-02- 6) e a outra de extração de calcário (A-02-05-4). As categorias I, II e III tiveram distribuição homogênea entre as SUPRAM s. Nenhuma empresa foi classificada na Categoria V Potencial de Impacto Ambiental Muito Alto. A grande maioria dos empreendimentos foi classificada na categoria Baixo, indicando que grande parte dessas áreas apresenta potencialidade baixa para promover impacto ambiental segundo a classificação da DN144/2009. Esse resultado em longo prazo pode conferir subsídios ou mesmo orientar futuras vistorias no sentido de verificar o potencial de impacto das áreas regularizadas por AAF de forma a buscar obter melhor conhecimento das atividades desenvolvidas no Estado. A localização dos empreendimentos que apresentaram o Cadastro com a respectiva classificação de Potencial de Impacto Ambiental é apresentada no Anexo 01. 33

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O 3º Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração apresentou informações das minerações instaladas no Estado de Minas Gerais e que são regularizadas através de Autorização Ambiental de Funcionamento. Estas minerações são consideradas de impacto ambiental não significativo. Vale ressaltar que os impactos negativos são gerados tanto pelos grandes quanto pequenos empreendimentos, e às vezes, pela falta de recursos, o dano gerado por uma empresa de pequeno porte pode ser ainda mais difícil de remediar. Mesmo que as atividades submetidas à AAF sejam consideradas de impacto ambiental não significativo, quando se trata de atividades ligadas à mineração é preciso refletir e aprimorar a gestão ambiental do Estado. O número de cadastros analisadas no Inventário foi bastante inferior ao quantitativo de cadastros que deveriam ter sido cadastrados, conforme consultado no SIAM. Mesmo assim, os dados obtidos através da análise dos cadastros permitem que a FEAM conheça a situação ambiental do setor minerário de pequeno porte instalado no Estado. Foi possível observar uma melhoria na obtenção das informações, devido a substituição do preenchimento do cadastro no módulo de áreas impactadas no Banco de Declarações Ambientais pela planilha desenvolvida pela Gerência de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas da FEAM. Como a regularização através da Autorização Ambiental de Funcionamento não necessita da apresentação de estudos ambientais, o Cadastro de Áreas Impactadas pela Mineração se torna um importante instrumento para que o órgão ambiental conheça os controles ambientais existentes no empreendimento e os principais impactos causados. 34

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM. Deliberação Normativa n. 74, 09 de setembro de 2004. Disponível em: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=37095>. Acesso em: 08 nov. 2015. MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM. Deliberação Normativa n. 128, 27 de novembro de 2008. Disponível em: < http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=8734>. Acesso em: 18 out. 2015. MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM. Deliberação Normativa n. 144, 18 de dezembro de 2009. Disponível em: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=12619>. Acesso em: 18 out. 2015. MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM. Deliberação Normativa n. 145, 18 de dezembro de 2009. Disponível em: < http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=8734>. Acesso em: 18 out. 2015. BRASIL. Lei nº. 9.985 de 18 de julho de 2000. Brasília, DF: Senado Federal, 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 18 out. 2015. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - IBAMA. Resolução nº. 001 de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 fev. 1986. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 18 out. 2015. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.Resolução nº. 347 de 10 de setembro de 2004. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 set. 2004. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res04/res34704.xml>. Acesso em: 18 out. 2015. BRASIL. Decreto nº 6640, de 07 de novembro de 2008. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2008/decreto/d6640.htm>. Acesso em: 18 out. 2015. MINAS GERAIS. Decreto nº 44844, de 25 de junho de 2008. Minas Gerais, MG. Disponível em: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=7966>. Acesso em: 18 out. 2015. MINAS GERAIS. Decreto nº 45824, de 20 de dezembro de 2011. Minas Gerais, MG. Disponível em: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idnorma=7966>. Acesso em: 18 out. 2015. 35

MINAS GERAIS. Decreto nº 45719, de 02 de dezembro de 2011. Minas Gerais, MG. Disponível em: <http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br;minas.gerais:estadual:decreto:2011-09- 02;45719>. Acesso em: 18 out. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos Classificação. 2004. Disponível em: <http://www.ccs.ufrj.br/images/biosseguranca/classificacao_de_residu OS_SOLIDOS_NBR_10004_ABNT.pdf> Acesso em: 18 out. 2015 MINAS GERAIS. Gerencia de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas. Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração do Estado de Minas Gerais 2011. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 53p. MINAS GERAIS. Gerencia de Qualidade do Solo e Reabilitação de Áreas Degradadas. Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração do Estado de Minas Gerais 2013. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 36p. 36

ANEXO 01 Localização das minerações do 3º Inventário de Áreas Impactadas pela Mineração. 37

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