Euro Stoxx 50: Recuperação técnica do Brexit pode não ter fôlego para continuar Os desenvolvimentos políticos do pós-brexit dominaram a semana passada. No meio de toda a incerteza e confusão política pensamos que existem três factores que é importante reter: 1. as previsões de abrandamento económico para a UE não são chocantes (-0,5% do PIB ao longo de três anos, segundo o BCE); 2. os bancos centrais estão a postos para o que for preciso, algo que acalma os investidores e favorece os índices accionistas; e 3. apesar dos políticos terem transmitido uma mensagem de união e prontidão, na prática o risco político europeu subiu ainda mais. Estes parecem-nos ser os cenários base que deverão guiar os índices nos próximos meses e que vamos continuar a ter em conta no pós-brexit. Durante a semana passada o Euro Stoxx 50 fez um movimento que vemos como sendo de recuperação técnica, que pode não ter fôlego para continuar durante muito mais tempo. Durante esta semana, Carney e Draghi vão falar em duas conferências, sendo estes os principais focos de risco da semana. Os investidores já estão a descontar medidas monetárias adicionais e isso pode levar a desilusões caso os banqueiros não avancem com pormenores esta semana. O índice tocou da retracção de Fibonnaci de 61,8% que funcionou como resistência de curto-prazo, o que despoleta uma visão negativa para o resto da semana.
S&P 500: Forte recuperação levou índice de volta para zona de resistência Os índices norte-americanos tiveram uma semana algo surpreendente, visto que conseguiram recuperar praticamente toda a queda causada pelo Brexit, subindo cerca de 3,5%. Os investidores parecem estar a assumir que, após um Brexit, a subida das taxas de juro fica indefinidamente adiada. Isto fez com que títulos que oferecem melhores dividend yield subissem, ignorando completamente a turbulência criada pelo Brexit. Este foi sem dúvida um movimento que revela força do índice. Do ponto de vista técnico, o índice saltou novamente para a zona de resistência, ligeiramente acima dos 2100 pontos, o que deverá tornar as subidas mais difíceis nos próximos dias. Na quinta e sexta-feira vão ser divulgados vários indicadores do mercado de trabalho que, excluindo os desenvolvimentos europeus, são o foco de atenção da semana. Surpresas positivas na divulgação destes indicadores podem trazer de volta a perspectiva de uma subida de taxa de juro. Assumimos uma visão neutral para a semana, esperando que o índice lateralize.
DVY (ETF): ETF de dividend yield nos EUA tem espaço para continuar tendência ascendente O ishares Dow Jones Select Dividend ETF segue um índice ponderado pela distribuição de dividendos de títulos norte-americanos. O índice selecciona cerca de 100 títulos baseado em dívidend yield e critérios de sustentabilidade do dividendo. Como referido anteriormente, os títulos norte-americanos que pagam melhores dividendos acabaram por ser muito beneficiados pela mudança de expectativa em relação à subida das taxas de juro, que parece ter sido adiada indefinidamente. Acreditamos que esta tendência ainda está a ganhar momentum e que o ETF tem margem para continuar a subir nas próximas semanas. Do ponto de vista técnico, o DVY fechou a semana passada em novos máximos, o que também valida a tese de tendência ascendente.
DAX: Índice alemão aproxima-se de zona de suporte relevante O principal índice accionista da economia mais exportadora da Europa é composto pelos 30 títulos com market cap mais elevado cotados na Alemanha. No dia 4 de Julho 2016, os cinco maiores constituintes pesavam mais de 40% no índice, algo que é importante ter em conta quando analisamos o DAX. Estes constituintes são a Bayer (9,3%), a Siemens (8,73%), a SAP (8,16%), a BASF (8,01%) e a Allianz (7,74%). Destes, só a Allianz é que tem uma exposição mais relevante ao mercado alemão, estando os outros muito mais dependentes da economia global do que da alemã. Do ponto de vista técnico, o DAX tem vindo a formar, durante o último ano e meio, um padrão de consolidação de longo prazo (cunha descendente), e encontra-se, presentemente, perto de uma zona de suporte, que poderá sustentar o índice nos próximos meses. Nas próximas análises semanais vamos analisar individualmente cada um dos principais constituintes do DAX com o objectivo de clarificar melhor o caminho que o índice pode tomar. Por enquanto, temos uma visão neutral, mas caso o índice desça para junto dos 9000 pontos, este pode revelar-se um bom nível de entrada.
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