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Transcrição:

Curso de Direito Constitucional do TJ-RJ Tiago Musser dos Santos Braga Aula 04

Direito Constitucional do TJ-RJ Olá, amigo(a), tudo bem? Prova chegando! Expectativas crescendo. Creia que você já fez o seu melhor. Nada de pânico antes da prova para não atrapalhar a sua concentração nestes últimos dias. Na última aula, começamos a estudar o Poder Judiciário. Nesta, abordaremos o resto deste Poder, elencando os principais órgãos que o compõem, além das Funções Essenciais à Justiça. Portanto, nada de esmorecer: arrume um cantinho e comece a ler a aula com atenção, afinco e animação. Qualquer dúvida estou à disposição no e-mail ou no Facebook. Com você, a aula 04 do curso de Direito Constitucional para o TJ-RJ. Boa aula! Tiago Musser dos Santos Braga 2

Composição dos Tribunais Capítulo 1 Composição dos tribunais Neste primeiro capítulo, vamos analisar a formação de cada tribunal. Sem perder nenhum tempo, vamos lá: STF Número de ministros: 11 (onze). Escolhidos entre: cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade (35 < idade < 65), de notável saber jurídico e reputação ilibada. Aprovação: serão nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. STJ Número de ministros: no mínimo, 33 (trinta e três). Escolhidos entre: serão nomeados pelo presidente da República, dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos (35 < idade < 65), de notável saber jurídico e reputação ilibada. Aprovação: depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I. um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais (1/3 juízes do TRF) e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça (1/3 dentre desembargadores dos TJs), indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II. um terço (1/3), em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, estadual, do Distrito Federal e territórios (cuidado com os territórios, hein?), alternadamente, indicados na forma do art. 94 (veja aula passada). Dica: observe que a composição do STJ está diretamente ligada aos tribunais que estão abaixo dele em hierarquia, ou seja, os TRFs e os TJs. Observe nossa tabelinha da aula passada! 3 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ TST Número de ministros: 27 (vinte e sete). Escolhidos entre: brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos (35 < idade < 65). Aprovação: nomeados pelo presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. I. um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 (Quinto Constitucional veja aula passada); II. os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Dica: veja que a composição do TST está diretamente ligada aos tribunais abaixo dele em hierarquia, ou seja, os TRTs. Além disso, membros do Ministério Público do Trabalho e advogados que atuam na área trabalhista. TSE Número de ministros: no mínimo, 07 (sete) membros. Escolhidos: I. mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); b) dois juízes dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). II. por nomeação do presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Observação: o Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu presidente e o vice-presidente dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e o corregedor eleitoral, dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dica: o TSE é um tribunal heterogêneo que possui membros de outros tribunais, como o STF e o STJ. E, pela hierarquia, o presidente e o vice do TSE serão membros do STF. Tiago Musser dos Santos Braga 4

Composição dos Tribunais STM Número de ministros: 15 (quinze) ministros vitalícios. Aprovação: nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal (não fala expressamente o quorum!), sendo: Três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiaisgenerais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. Resumo: (03 Marinha, 04 Exército, 03 Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e 05 dentre civis). Os ministros civis serão escolhidos pelo presidente da República dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo: 1. Três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; 2. Dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do ministério público da justiça militar. Agora, os tribunais regionais. TRF Número de ministros: no mínimo, sete juízes. Escolhidos entre: recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de 65 anos (30 < idade < 65), sendo: 1. Um quinto (1/5) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira; 2. Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 5 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ TRT Número de ministros: no mínimo, sete juízes. Escolhidos entre: no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região. Aprovação: nomeados pelo presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de 65 anos (30 < idade < 65), sendo: 1. Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 (Quinto Constitucional); 2. Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. TRE Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada estado e no Distrito Federal. E cada um deles se comporá de sete membros, conforme abaixo: I. mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça. II. de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III. por nomeação, pelo presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. Eleição: o Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu presidente e o vice-presidente dentre os desembargadores. Creio que cabem algumas dicas aqui, amigo(a). Observe-as: Tiago Musser dos Santos Braga 6

Composição dos Tribunais Dica 1: observe que a idade mínima para os Tribunais Superiores e o STF é de 35 anos, enquanto para os Tribunais Regionais, hierarquicamente abaixo dos primeiros, é de 30 anos. Dica 2: cuidado na composição entre TRF e TRT, observe: TRF: Escolhidos entre: recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos (30<idade<65), sendo: II os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. TRT: Aprovação: e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos (30<idade<65), sendo: II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. Notou a nuance? No TRF, há exigência de os juízes federais terem mais de cinco anos de exercício; no TRT, esta exigência não existe. Dica 3: cuidado quando o número de membros possuir a expressão no mínimo, observe a tabelinha salvadora abaixo: Tribunais com número exato STF O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros TST O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros TRE Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-seão: I mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; Tribunais com a expressão no mínimo STJ - O Superior Tribunal de Justiça compõese de, no mínimo, trinta e três Ministros. TRF Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, TRT Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, 7 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ II de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. STM O Superior Tribunal Militar compor-seá de quinze Ministros vitalícios TSE O Tribunal Superior Eleitoral comporse-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: Dica 04: a aprovação é feita pelo Senado Federal, não se falando em Congresso Nacional (Poder Legislativo Federal composto por Câmara dos Deputados e Senado Federal) nem em apenas Câmara dos Deputados. Repito: é Senado Federal! Tiago Musser dos Santos Braga 8

Composição dos Tribunais Capítulo 2 Competência STF x STJ Aqui, analisaremos as competências do STF em comparação às do STJ. Verificaremos que existem muitas semelhantes e, ao mesmo tempo, nuances que podem levar o(a) concurseiro(a) ao abismo... STF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I processar e julgar, originariamente: As competências abaixo elencadas são aquelas que competem precipuamente ao STF. STJ Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I processar e julgar, originariamente: As competências abaixo elencadas são aquelas que competem precipuamente ao STJ. Casos de ações de (in)constitucionalidade a) a ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ; ADIN federal e estadual, e ADECON Federal! p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; Não há correspondência, pois o STJ não processa nem julga ADIN, ADECON. Não há correspondência, tendo em vista que o STJ não julga Ações Diretas de Inconstitucionalidade e Ações Declaratórias de Constitucionalidade, nem ações cautelares (para maiores explanações, mande um e-mail, prezado(a) amigo(a). 9 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Casos de julgamento b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; só altos cargos federais c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I (Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I processar e julgar o Presidente e o Vice- Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;), os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União (MPU) que oficiem perante tribunais; Diferentemente, o STJ julga em âmbito estadual, municipal, como os governadores, Tribunais de Justiça dos estados, Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Contas dos municípios. Destaco o caso dos membros do MPU perante tribunais! Observe que todos os julgados são de nível federal, ex.: Tribunal de Contas da União, presidente da República, membros do Congresso Nacional. Tiago Musser dos Santos Braga 10

Composição dos Tribunais Os casos dos Remédios Constitucionais d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores (veja lá em cima); o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; Mais uma vez, nas alíneas acima, os cargos são do primeiro nível dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; Atente-se para este caso. O mandado de segurança e habeas data são apenas para atos de ministro de Estado, dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal. c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal (estão aí do lado esquerdo) e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; O Mandado de Injunção, neste caso, tem aplicação subsidiária, pois observe que só será cabível ao STJ, quando não for de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça 11 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ do Trabalho e da Justiça Federal. e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; Não há correspondência. Casos de conflitos de competência f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal. Um esqueminha sobre os casos de conflitos de competência que o STF julga: 1. Entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais; 2. Entre Tribunais Superiores; 3. Ou entre estes e qualquer outro tribunal. d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o (casos do STF ao lado), bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União. Casos sem correspondência g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro Não há correspondência. h) Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004. l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Igual ao STJ Não há correspondência. f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Igual ao STF i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas Tiago Musser dos Santos Braga 12

Composição dos Tribunais m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e contra o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) rogatórias. Explicações doutrinárias, por favor, mande e-mail, amigo(a). Não há correspondência. Não há correspondência. Não há correspondência. Caso específico j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados Igual ao STJ. e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados Igual ao STF. Recurso ordinário II julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão. (Lembra do nosso quadrinho com os tribunais? Pois bem, o STF julga, em recurso ordinário, justamente os recursos vindos dos tribunais superiores que estão abaixo dele.) II julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 13 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ b) o crime político; Na comparação com o STJ (ao lado), observe que o STF julga, em recurso ordinário todos os remédios constitucionais que ele julga originariamente! Além disso, aparece o crime político. denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; Neste caso, observe que os remédios constitucionais que o STJ julga provêm dos tribunais que estão abaixo dele hierarquicamente (TRFs e TJs). Recurso extraordinário III julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Vamos destacar, neste caso, o art. 102, 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. Diferentemente do STJ (ao lado), o STF julga o recurso extraordinário em única ou última instância sem menção a que tribunais provêm as decisões de outras instâncias. Recurso especial III julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Mais uma vez, o STJ acolhe o chamado recurso especial referente aos atos dos TRFs e TJs! Tiago Musser dos Santos Braga 14

Composição dos Tribunais 15 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Agora, só o STJ: STJ Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; O Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e.com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante Tiago Musser dos Santos Braga 16

Composição dos Tribunais Capítulo 3 ADIN, ADECON, ADPF, ADIMPO, Súmula Vinculante Este capítulo aborda as ações constitucionais de extrema relevância no âmbito do Poder Judiciário. Como destaquei anteriormente, iremos nos ater aos preceitos constitucionais, sem entrar no mérito de divagações doutrinárias. Dessa forma, observe: 1. O caso da arguição de descumprimento de preceito fundamental ADPF 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. 2. O caso das ações direta de inconstitucionalidade (ADIN) e declaratória de constitucionalidade (ADECON) 2.1 Sujeitos que podem propor ADIN e ADECON Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 1. O Presidente da República; 2. A Mesa do Senado Federal; 3. A Mesa da Câmara dos Deputados; 4. A Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 5. O Governador de Estado ou do Distrito Federal; 6. O Procurador-Geral da República; 7. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 8. Partido político com representação no Congresso Nacional; 9. Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 17 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Dica 1: não aparecem aqui prefeito, vice-prefeito, vice-presidente, vice-governador, Mesa do Congresso Nacional, advogado-geral da União, deputados, senadores, vereadores! Dica 2: o Conselho da OAB é federal! Dica 3: a confederação sindical ou entidade de classe é de âmbito nacional! Perguntinha básica: quem será previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos do STF? Resposta: o procurador-geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Perguntinha básica 2: quem será citado previamente quando o STF apreciar a inconstitucionalidade em tese? Resposta: Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o advogado-geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. E para fecharmos... As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade... Produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Obs.: não aparece aqui o Poder Legislativo! Cuidado! 3. O caso da ação de inconstitucionalidade por omissão Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Tiago Musser dos Santos Braga 18

Composição dos Tribunais 4. O caso da súmula vinculante Definição: o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá (não é obrigatório), de ofício ou por provocação (por ele ou demandado por alguém), mediante decisão de dois terços dos seus membros (quorum 2/3), após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (igual às decisões definitivas de mérito em ADIN e ADECON, como vimos acima), bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Objetivo da súmula: terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Tranquilo, amigo(a)?! Sujeitos que podem provocar a revisão, aprovação ou cancelamento da súmula: sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. Não custa relembrar a lista lá em cima: 1. O Presidente da República; 2. A Mesa do Senado Federal; 3. A Mesa da Câmara dos Deputados; 4. A Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 5. O Governador de Estado ou do Distrito Federal; 6. O Procurador-Geral da República; 7. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 8. Partido político com representação no Congresso Nacional; 9. Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 19 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Atos administrativos ou decisões judiciais contrárias à súmula: do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá RECLAMAÇÃO ao Supremo Tribunal Federal, que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Tiago Musser dos Santos Braga 20

Composição dos Tribunais Capítulo 4 Justiça Federal Vamos começar o capítulo 04 de nossa aula apresentando os órgãos que compõem a Justiça Federal, observe: São órgãos da Justiça Federal: I os Tribunais Regionais Federais - TRFs II os Juízes Federais. 1. Características principais da Justiça Federal A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Os Tribunais Regionais Federais poderão (não é obrigatório) funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Cada estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. As seções e varas fazem parte da divisão da Justiça Federal por áreas. No Rio de Janeiro, temos a seção judiciária do Rio de Janeiro (www.sjrj.jus.br). Caso específico: Nos territórios federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. 21 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Nos próximos quadros, estudaremos as competências dos tribunais federais bem como dos juízes federais. Sem dormir, hein, amigo(a)! Seguindo... Competências dos Tribunais Regionais Federais I processar e julgar, ORIGINARIAMENTE: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Atenção: os TRFs processam originariamente os juízes que estiverem sob sua jurisdição e os membros do MPU nos crimes comuns e de responsabilidade, com ressalva para a competência da Justiça Eleitoral! b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; Seus julgados e dos juízes federais de sua região. Se quiser uma explicação mais específica de ações rescisórias, por favor, mande e-mail, amigo(a). c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; Sempre mantendo a hierarquia que vimos no quadro da aula passada! d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; Sempre mantendo a hierarquia que vimos no quadro da aula passada! e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; Sempre mantendo a hierarquia que vimos no quadro da aula passada! II julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Atenção a essa pegadinha! Os TRFs julgam, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Tiago Musser dos Santos Braga 22

Composição dos Tribunais Agora, os juízes federais: Competências dos juízes federais Aos juízes federais compete processar e julgar: I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Este item é de suma importância, amigo(a). Observe o esqueminha: Regra: aos juízes federais cabe processar as causas em que as autoras, rés, assistentes ou oponentes sejam: União; Entidade Autárquica; Empresa Pública Federal. Exceção: exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. II as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; Veja as dicas após este quadro! III as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; Tranquilo, não? IV os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; Outro esqueminha: Regra: os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Exceção: excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. V os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5º (vá nos itens específicos a 23 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ seguir) deste artigo; VI os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; Aqui cabe uma grande pegadinha! Crimes contra a organização do trabalho são julgados pelos juízes federais, e NÃO pelo juiz trabalhista, ok? VII os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais (óbvio, não?); IX os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; (óbvio, não?) X os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI a disputa sobre direitos indígenas. Observe: Dica: não caia nessa! O inciso II do artigo 109 nos diz que: II as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; Quem será o responsável pelo recurso? TRF? Não! O artigo 105, inciso II, alínea c, diz a resposta: Art.105: Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): II julgar, em RECURSO ORDINÁRIO: c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; Tiago Musser dos Santos Braga 24

Composição dos Tribunais Esqueminha: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): II julgar, em recurso ordinário: c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; R E C U R S O Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: II as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; Atenção, amigo! E se for litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o estado, o Distrito Federal ou o território? Observe abaixo: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal (STF), precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I processar e julgar, originariamente: e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; Casos específicos dos parágrafos: 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 25 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Observe, prezado(a) aluno(a): quando as causas tiverem a União como autora, elas serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte; Por outro lado, quando forem causas contra a União (ré), elas poderão ser (opcional) aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. Fique de olho, pois aqui cabem 04 opções de lugares para intentar a ação. 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Mais dois parágrafos juntos. O terceiro nos diz Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. E, neste caso, onde será feito o recurso? O quarto revela: Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Essa pode ser uma ótima pegadinha, né, amigo(a)? Qualquer dúvida não hesite em perguntar! 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador- Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Tiago Musser dos Santos Braga 26

Composição dos Tribunais Este parágrafo é muito recorrente em provas! Ele é bem explicativo, mas pode ser alvo de algumas pegadinhas. Vou repeti-lo: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos (só nessas hipóteses, ok?), o Procurador-Geral da República (só ele!), com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá (não é obrigado) suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ e não STF, hein?), em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Ufa! Vamos seguir? 27 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Capítulo 5 Justiça do Trabalho Chegando aqui, no cantinho da Justiça do Trabalho, atento(a) concurseiro(a). Sem perdermos tempo, quais os órgãos que a compõem? Observe abaixo: São órgãos da Justiça do Trabalho: I o Tribunal Superior do Trabalho (TST); II os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); III Juízes do Trabalho (JTs). Até aí, tudo bem? Nada mais tranquilo. Agora, algumas observações importantes a respeito da Justiça do Trabalho. A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Vale uma breve observação, amigo(a). Observe que a Constituição possibilita, nos locais onde não houver jurisdição trabalhista, que juízes de direito tenham este tipo de atribuição. O recurso, neste caso, continua sendo para o TRT. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Lembra alguma coisa a você? Quando vimos Justiça Federal: Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão (não é obrigatório) funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Da mesma forma Tiago Musser dos Santos Braga 28

Composição dos Tribunais que o item anterior: os Tribunais Regionais Federais poderão (não é obrigatório) funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. Agora, as competências da Justiça do Trabalho: Competências da Justiça do Trabalho I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o ; (casos em que o STF julga) VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; Para você não ficar desinformado, amigo(a): Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 29 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ mesmo sem vínculo empregatício; II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. Casos específicos: Caso 1: frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. Esta é uma forma de resolver conflitos por meio da eleição de árbitros! Caso 2: recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. Caso 3: em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. TST Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendolhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. Tiago Musser dos Santos Braga 30

Composição dos Tribunais O quadro acima lembra algo, perdido(a) amigo(a)? Observe o comparativo abaixo: Art. 105, Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendolhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; II o Conselho da Justiça Federal, cabendolhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. Art. 111, 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST): I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. Fique atento(a) aos trechos destacados que mostram as diferenças entre eles! 31 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Capítulo 6 Justiça Eleitoral A parte da Justiça Eleitoral na Constituição Federal é bem rápida e simples. Vamos à sua composição: São órgãos da Justiça Eleitoral: 1. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE); 2. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs); 3. Os juízes Eleitorais (JEs); 4. As Juntas Eleitorais. (Cuidado, pois somente aparecem na parte eleitoral) 1. Características principais da Justiça Eleitoral Lei complementar (atenção! é lei complementar!) disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. Tempo dos juízes eleitorais: os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. POSSÍVEL PEGADINHA Tiago Musser dos Santos Braga 32

Composição dos Tribunais 2. Casos específicos São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Esqueminha: Regra: são irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Exceção: salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Agora, atenção: das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) somente caberá recurso quando: 1. Forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; 2. Ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 3. Versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais (não fala em municipais!); 4. Anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais (não fala em municipais!); 5. Denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. 33 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Capítulo 7 Justiça Militar Agora é a área militar de nossa aula! Um capítulo mais que breve e tranquilo. A seguir, a composição da Justiça Militar: São órgãos da Justiça Militar: I o Superior Tribunal Militar; II os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 1. Competência/observação Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. Tiago Musser dos Santos Braga 34

Composição dos Tribunais Capítulo 8 Justiça Estadual Certamente, este é um dos capítulos mais importantes de nossa aula. Afinal, seu concurso é para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro! Um autêntico tribunal estadual. Basicamente, neste capítulo, veremos as características e competências constitucionais da Justiça Estadual. Preparado(a)? Seguindo... 1. Características da Justiça Estadual Os estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. O Tribunal de Justiça poderá (não é obrigatório) funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. 2. Competências A competência dos tribunais será definida na Constituição do estado (cada estado tem sua Constituição!), sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. Cabe aos estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 35 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Tiago Musser dos Santos Braga 36

Composição dos Tribunais Olha o Controle da Constitucionalidade aqui! A lei estadual poderá (não é obrigatório) criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. Atente-se para quem está no primeiro e no segundo graus. Esqueminha: Justiça Militar Estadual: 1º grau: Juízes de direito e Conselhos da Justiça. 2º grau: Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar nos estados em que o efetivo militar seja superior a 20.000 integrantes! Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. 37 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Capítulo 9 CNJ x CNMP Resolvi colocar um capítulo específico para comparar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), tendo em vista suas semelhanças e diferenças bem específicas. Ao longo da tabela, vou inserir algumas observações. 1. Quadro 1 Composição CNJ O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze (15) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: I o Presidente do Supremo Tribunal Federal; Cuidado, amigo(a). Não será qualquer membro do STF, mas, justamente, o presidente do STF! II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal CNMP O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze (14) membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: I o Procurador-Geral da República, que o preside; II quatro (4) membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III três (3) membros do Ministério Público dos Estados; IV dois (2) juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; -- Tiago Musser dos Santos Braga 38