Características dos Solos Goianos

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Transcrição:

Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Pontes e Lacerda Departamento de Zootecnia Disciplina: Geologia Docente: Prof. Dr. Eurico Características dos Solos Goianos Discente: Kepler Nilson Nascimento Brito Lauro Ferreira da Mata Junior Luan Cardoso Santo Paulo Cesar França Alves Rodrigo Jose Botelho Davantel Sebastião Pereira da Silva Filho Tiago do Carmo Bissolli Pontes e Lacerda-MT- Dezembro de 2014

Introdução A capacidade produtiva do setor agrícola de um país ou região depende fundamentalmente da disponibilidade e da qualidade do recurso natural terra, constituindo o conhecimento de suas diversas aptidões, fator de grande importância para sua utilização racional. Goiás é umas das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se a leste da Região Centro-Oeste, no planalto Central Brasileiro. O seu território é de 340.086,698 km², é o 7º estado do país em extensão territorial, limitasse ao norte com o Estado do Tocantins, ao sul com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a leste com a Bahia e Minas Gerais e a oeste com Mato Grosso. O Estado concentra suas atividades basicamente nos setores agrícola e pecuário. Ocupa hoje o 4º lugar no Brasil na produção de grãos e também possui o 3º maior rebanho bovino do país. Desenvolvimento No Estado de Goiás ainda hoje não possui nenhum trabalho de levantamento de solo ao nível de reconhecimento que contemple todo o seu território. De acordo com algumas pesquisas observam-se os seguintes grupos de solos: Latossolo, Cambissolo, Argissolo, Nitossolo, Neossolo Quartzarênico, Neossolo Litólico, Plintossolo, e Gleissolo. Os Latossolos Vermelhos predominam no sudoeste, ocupando 30% do Estado, e, apesar d baixa fertilidade, o relevo, as baixas declividades e a grande espessura desse solo favorecem á agricultura mecanizada. Outros 15% são ocupados por Latossolos Vermelho Amarelo, em áreas onde predominam pastagens plantadas. Características dos solos de cada região de Goiás Sobre Latossolos Vermelhos de textura média, é muito comum na região sudoeste de Goiás, o uso com pastagens para a atividade de pecuária extensiva é a principal atividade desenvolvida. Em razão do menos teor de argila destes solos, problemas como menor retenção hídrica, condicionando maior sensibilidade aos períodos de estiagem e menor capacidade de retenção de elementos químicos nutrientes e corretivos aplicados, têm sido preferidos para uso com pastagens, mas podem se prestar para cultivos com

lavouras em sistemas de manejo desenvolvidos, principalmente nos casos onde os teores de argila são tendentes para a classe argilosa. Os Argissolos, Apesar de ser distribuído por todo território do estado de Goias sua mais concentração esta na região Campo Limpo de Goiás GO. Os Argissolos de maior fertilidade natural (eutróficos), com boas condições físicas e em relevos mais suaves apresentam maior potencial para uso agrícola. Suas limitações estão mais relacionadas à baixa fertilidade, acidez, teores elevados de alumínio e a suscetibilidade aos processos erosivos, principalmente quando ocorrem em relevos mais movimentados. De acordo com as limitações relacionadas aos Argissolos, a sua utilização exige um manejo adequado com a adoção de correção, adubação e de práticas conservacionistas para o controle da erosão. Foto: Google Imagens

Paisagem com sulcos profundos em pastagem degradada na região de Jataí GO. Foto: Geraldo Oliveira Os Plintossolos Pétricos, apesar de se encontrarem distribuídos por todo o estado e Distrito Federal, têm maior concentração na região Norte. Também apresentam limitações sérias por impedimentos físicos ao desenvolvimento de raízes por presença excessiva de concreções ferruginosas no perfil. Perfil típico de plintossolo Pétrico e paisagem de sua ocorrência na região de São Miguel do Araguaia-GO.

Foto: Geraldo Oliveira Relevo O Estado de Goiás está localizado no Planalto central brasileiro, entre chapadas, planaltos, depressão e vales. Há bastante variação de relevo no território goiano, onde ocorrem terrenos cristalinos sedimentares antigos, áreas de planaltos bastante trabalhadas pela erosão, bem como chapadas, apresentando características físicas bastantes marcantes e beleza singular.

Fonte: Google Imagens

IBGE/CNPS (2001) Uso, Manejo e Aptidão. A classificação da aptidão agrícola, como tem sido empregada, não é precisamente um guia para obtenção do máximo benefício das terras, e sim uma orientação de como devem ser utilizados seus recursos, em nível de planejamento regional e nacional. O termo terra está sendo considerado no seu mais amplo sentido, incluindo todas as suas relações ambientais. O estado de Goiás destaca-se economicamente na produção de grãos. O relevo e o clima colaboram muito para que se desenvolva a agropecuária no estado. Mesmo em áreas onde as terras não têm grande fertilidade, a produção é realizada devido às novas tecnologias de correção de solo e melhoramento genético de semente. Dessa forma, a produção de grão continua crescendo no estado. Acompanhe no gráfico abaixo a quantidade de grãos produzidos em Goiás nas ultimas décadas. Dessa produção as mais significativas e a soja com quase 50% do total, e o milho com aproximadamente 40%. Existe também uma série de outros produtos que são extraídos do estado, que possui um subsolo muito rico em recursos minerais, entre eles destaca-se a água mineral, o calcário e o fósforo.

Considerações Finais Observou-se que cerca de 60% das terras do Estado tem aptidão boa ou regular para lavouras. Tais áreas compreendem principalmente Latossolos, Argissolos e Nitossolos, sendo que perto de 47% das terras tem aptidão boa ou regular apenas para agricultura com alto nível de capital e tecnologia. Ou seja, a grande maioria dos solos de Goiás presta-se muito bem para agricultura intensiva, mas necessitam de serem cuidadosamente manejados, sendo indispensável conhecer bem suas características. Em boa parte dos casos há necessidade do emprego de práticas intensivas de conservação do solo. Referencias bibliográficas www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/godados/2011/00-aspecto_fisico/00-3- solos.htm FIORI, P. de O. J; CANPOS, J. E. G; ALMEIDA, L. VARIABILIDADE DA CONDUTIVIDADE HIRÁULICA DAS PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS DO ESTADO DE GOIÁS. São Paulo: Artmed, 2010. LATUBUSSE, D. M; CARVALHO, T. M; GEORMOFOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS. Goiânia-Goiás: Artmed, 2006. OLIVEIRA, de G.C; SOLOS DA REGIÃO DOS CERRADOS: RECONHECIDO NA PAISAGEM, POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES PARA O USO AGRÍCOLA. Lavras-Minas Gerais: Artmed, 2009.