SOBRE OS PROCEDIMENTOS USADOS NOS LABORATÓRIOS DE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS (176), PESQUISA METALOGRÁFICA (184), MICROSCOPIA ÓPTICA

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Faculdade de Engenharia Engenharia Mecânica

Departamento de Engenharia Mecânica. Prof. Carlos Henrique Lauro

Palavras chave: tratamento térmico, óleo de palma, caracterização microestrutural

Micrografia [4] de amostras

CARACTERIZAÇÃO MICRO-ESTRUTURAL E MECÂNICA DE UM AÇO BAIXO TEOR DE CARBONO TRATADO EM MEIOS DIVERSOS DE RESFRIAMENTO

que tipo de detalhe interessa? eletricamente condutora ou não?

MATERIAIS DE CONSTRUÇÂO MECÂNICA II EM 307 TRABALHO PRÁTICO N.º 1. Observação e análise microscópica de diferentes tipos de materiais cerâmicos

AVALIAÇÃO DO ENVELHECIMENTO DE DUTOS COMPÓSITOS

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Técnicas de Caracterização de Materiais DEMEC TM049 Prof Adriano Scheid

Técnicas de Análise Microestrutural. Materialografia. Prof. Dr. Durval Rodrigues Junior DEMAR EEL USP Lorena

3 MATERIAL E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

TÊMPERA EM ÓLEO DE PALMA: UM ESTUDO APLICADO EM AÇO DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA UTILIZADO COMO INSTRUMENTO DE CORTE

ENSAIO DOS MATERIAIS Professora Silvia M. Higa

3. MÉTODOS EXPERIMENTAIS

Metalografia. Fig. 1 Escala versus estrutura

macrografia [3] Os materiais de engenharia: Metálicos Cerâmicos Poliméricos Compósitos Aplicações Propriedades Processamento Estrutura Composição 1>

DISCOS ABRASIVOS - TECLAGO

DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DA DUREZA E DA MICROESTRUTURA DO AÇO AISI 5160 NA CONDIÇÃO PADRÃO E ESFEROIDIZADO.

3URFHGLPHQWR([SHULPHQWDO

4 MATERIAL E MÉTODO 4.1 LIGAS METÁLICAS

Catálogo de produtos consumíveis para preparação metalográfica

Normas de segurança e utilização no laboratório (Versão 2: aprovada em Reunião do Departamento de Engenharia Rural em 06/07/2017)

ANÁLISE MECÂNICA E MICROESTRUTURAL DE UM AÇO BAIXO CARBONO (ABNT 1015), SUBMETIDO À RECRISTALIZAÇÃO TÉRMICA PÓS-DOBRAMENTO.

Materiais / Materiais I

3 Material e Procedimento Experimental

A superfície polida, geralmente, é avaliada a olho nu, e deve atender à algumas condições:

5 Procedimento Experimental

TRATAMENTOS TÉRMICOS

Avaliação da microestrutura de juntas soldadas com gás acetileno em chapas de aço 1020

Tratamentos Termoquímicos [9]

Sistema de Gestão de Qualidade ES Especificação Técnica

Cerâmicos encontrados na natureza como a argila. Utilizado basicamente para peças de cerâmica tradicional.

5007 Reação do anidrido ftálico com resorcinol para obtenção de fluoresceína

1017 Acoplamento Azo do cloreto de benzenodiazônio com 2- naftol, originando 1-fenilazo-2-naftol

TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS. Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como:

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

Palavras chave: Aço-carbono, Tratamento Térmico, Propriedade Mecânica.

MOLDAGEM ROTACIONAL ROTOMOLDAGEM

Reconhecer as vidrarias volumétricas utilizadas no preparo de soluções;

Manual de Instruções. Fogão a lenha com chapa vitrocerâmica. Dicas de instalação e uso

Anexo II. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Laudo Técnico Ambiental Laboratório Multiusuário I

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇO RÁPIDO E AÇO PARA TRABALHO A QUENTE NO PROCESSO DE CONFORMAÇÃO A FRIO

4024 Síntese enantioseletiva do éster etílico do ácido (1R,2S)-cishidroxiciclopentano-carboxílico

2002 no segmento de tratamento térmico em metais nascida da fusão entre duas empresas com mais de 20 anos no mercado de tratamento térmico.

Catálogo de produtos consumíveis para preparação metalográfica

0,35 máx. 0,25 máx. 0,25 máx. Certificado 0,251 7,293 0,009 0,003 0,010 0,14 0,005. 0,03 máx

ESTUDO DE COMPOSTOS INTERMETÁLICOS DE Au Al, OBTIDOS POR DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO, USANDO A MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS TÉRMICOS REALIZADOS EM AÇO 8640

AVALIAÇÃO DAS DIFERENÇAS NOS PERFIS EXPERIMENTAIS DE DUREZA E NAS CONCENTRAÇÕES TEÓRICAS DE CARBONO EM FUNÇÃO DA GEOMETRIA DA PEÇA CEMENTADA

Pesquisa e Ação V4 N1: Maio de 2018 ISSN ANÁLISE METALOGRÁFICA DE AÇO 1045 NORMALIZADO E RECOZIDO Gabriela Pereira 1 ; Cristian Oliveira 1 ;

II INFRAESTRUTURA FÍSICA E INSTALAÇÕES ACADÊMICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REGULAMENTO DE GESTÃO DE PRODUTOS DE RISCO NOS LABORATÓRIOS

A Tabela 2 apresenta a composição química do depósito do eletrodo puro fornecida pelo fabricante CONARCO. ELETRODO P S C Si Ni Cr Mo Mn

Discos de fibra COMBICLICK patenteado sistema refrigerado com troca rápida

Adesivo estrutural à base de resina epóxi, tixotrópico

ANÁLISE METALOGRÁFICA DA INFLUÊNCIA DO TEMPO DE CEMENTAÇÃO SÓLIDA EM AÇO SAE 1020

EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS

Uma bateria é uma célula eletroquímica que armazena energia química, transformando-a em energia elétrica quando necessário.

AUTOBASE PLUS SINGLE STAGE CONVERTER

Operações Unitárias POLIMEROS

ESTUDO COMPARATIVO DA VANTAGEM DE UMA TÊMPERA EM ÓLEO DE PALMA SOBRE A TÊMPERA TRADICIONAL EM AÇOS

Tratamento térmico T4: solubilização e envelhecimento de ligas Al3,5%Cu

Existem diversas técnicas e procedimentos empregados visando o aumento das propriedades

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS I

Metais. informativo técnico

ULTRASSOM MEDIÇÃO DE ESPESSURA PROCEDIMENTO DE END PR 036

Moagem Fina à Seco e Granulação vs. Moagem à Umido e Atomização na Preparação de Massas de Base Vermelha para Monoqueima Rápida de Pisos Vidrados

TRATAMENTOS EMPREGADOS EM MATERIAIS METÁLICOS

1004 Nitração do N-óxido de piridina para N-óxido de 4- nitropiridina

MANUAL DE conservação e limpeza

4023 Síntese do éster etílico do ácido 2-cicclopentanona carboxílico a partir do éster dietílico do ácido adípico

Anexo II. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Laboratório de Ciências e Engenharia de Materiais. Laudo Técnico Ambiental

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS I

1. Descrição Densificador para piso de concreto com baixa resistência, a base de resina epóxi de alta performance, bicomponente,

AUMENTO DA VIDA ÚTIL DE BOMBAS POR METALIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE COM CARBETO DE TUNGSTÊNIO BASE COLBALTO POR MÉTODO HVOF.

AULA 3. Soluções: preparo e diluição. Laboratório de Química QUI OBJETIVOS

Tratamento Térmico. Profa. Dra. Daniela Becker

BC-1302 QUÍMICA DOS ELEMENTOS

Técnicas de Trabalho com Material Volumétrico

Ficha de dados técnicos

3 Desenvolvimento experimental

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO AÇO INOXIDÁVEL 17-4 PH NITRETADO UTILIZADO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS

TRATAMENTO TÉRMICO PARTE 1

Maquinas Termicas - Fornalha

EFEITO DA VARIAÇÃO DE PRESSÃO NA ETAPA DE COMPACTAÇÃO DA LIGA FE-NI-MO NO PROCESSO DA METALURGIA DO PÓ.

MATERIAIS BÁSICOS DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA. Tópicos de Química Experimental. Débora Alvim/ Willian Miguel

CADERNO DE ENCARGOS INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO/ CAMPUS PINHEIRAL

Preparação de amostras em Ciência dos Materiais. Marcelo da Cruz Costa de Souza (CM-UFMG)

Avaliação da microestrutura e da microdureza do ferro fundido cinzento

Tratamentos Termoquímicos [23]

3 Material e Procedimento Experimental

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO SAE 1080 APÓS DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS*

3M 991UZ Dados Técnicos Setembro/2000

ANÁLISE METALOGRÁFICA DO AÇO INOX 304 SUBMETIDO A DIFERENTES ESFORÇOS MECÂNICOS

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES METALOGRÁFICAS DO AÇO SAE 1045 NOS PROCESSOS TÉRMICOS DE NORMALIZAÇÃO, REVENIMENTO E TÊMPERA

Transformações de fase em aços [15]

3016 Oxidação do ácido ricinoléico a ácido azeláico (a partir de óleo de rícino) com KMnO 4

PROCESSO DE REUSO DE AREIA DESCARTADA DE FUNDIÇÃO (ADF) NA FABRICAÇÃO DE VIDRO

S o r v e t e s Tr a n s p o r t e de A l i m e n t o s E n t r e t e n i m e n t o B a r e s e R e s t a u r a n t e s M e d i c i n a l I n d u s t

Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE ENGENHARIA - CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO SOBRE OS PROCEDIMENTOS USADOS NOS LABORATÓRIOS DE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS (176), PESQUISA METALOGRÁFICA (184), MICROSCOPIA ÓPTICA (175) e CARACTERIZAÇÃO Docente Responsável: Dr. Juno Gallego - Professor Adjunto Técnico Responsável: Marino Teixeira Caetano Auxiliar Acadêmico ILHA SOLTEIRA (SP) JANEIRO DE 2013

1. MEMORIAL DAS ATIVIDADES DE LABORATÓRIO Nestes laboratórios são executadas as seguintes atividades práticas: a) Inspeção visual de peças/amostras para análise macrográfica; b) corte mecânico ou abrasivo de amostras para análise macro/micrográfico; c) embutimento de amostras reduzidas em resina termofixa (baquelite) ou termoplástica (poliéster); d) preparação de superfície por lixamento mecânico; e) polimento de superfície para análise micrográfica; f) revelação da macro/microestrutura para análise metalográfica; g) análise macrográfica ou micrográfica da superfície preparada; h) aplicação de tratamentos térmicos para alteração de propriedades mecânicas; i) aplicação de tratamentos termoquímicos para endurecimento superficial; 2. RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E INSUMOS De acordo com as atividades executadas, são utilizados os seguintes equipamentos e Insumos nas aulas práticas: a) Inspeção visual de peças/amostras para análise macrográfica: usa-se lupa / lente de baixo aumento;

b) corte mecânico ou abrasivo de amostras para análise macro/micrográfico: morsa de bancada (oficina), arco de serra (oficina), disco de corte abrasivo resfriado com água, cortadeira metalográfica; c) embutimento de amostras reduzidas em resina: as amostras são embutidas em resina termofixa (baquelite) por meio de prensa apropriada ou em resina termoplástica (poliéster), usando moldes de silicone flexível. Usam-se baquelite em pó, prensa embutidora, poliéster pré-acelerada, polimetil-etil-cetona (catalizador), moldes de silicone reaproveitáveis; d) preparação de superfície por lixamento mecânico: a superfície da amostra é alisada por lixas de diferentes granulometrias, normalmente da #120 (grossa) até a #600 (fina), sob resfriamento com água controlada na lixadeira manual. Usam-se lixas de grana #120, 220, 320, 400 e 600, lixadeiras manuais com tampo inclinado e controle de água para resfriamento e limpeza; e) polimento de superfície para análise micrográfica: um pano felpudo é montado sobre um disco rotativo montado na politriz, sendo o polimento feito por meio de abrasivo fino em suspensão aquosa (alumina 1 micrometro) depositado no pano. Usam-se panos felpudos reaproveitáveis, alumina em suspensão aquosa e politriz mecânica de disco rotativo com velocidade ajustável; f) revelação da macro/microestrutura para análise metalográfica: esta etapa é concluída por meio de reações químicas promovidas sobre a superfície preparada da amostra, usando-se soluções ácidas ou básicas dependendo do objetivo da análise. A mistura usada é preparada exclusivamente pelo professor. Usa-se normalmente soluções de baixa concentração (2%) de ácido nítrico em etanol, solução aquosa de ácido sulfúrico para identificação de sulfetos em papel fotográfico; solução de hiposulfito de sódio para fixação de manchas em papel fotográfico velado. Cuidados com produtos químicos envolvem uso de capela para exaustão, vidrarias e dispositivos apropriados para manipulação segura das substâncias químicas. g) análise macrográfica ou micrográfica da superfície preparada: é a interpretação do aspecto apresentado pela superfície da amostra, onde é empregada uma lupa (macro) ou um microscópio óptico (micrografia). Imagens são registradas em câmera digital, podendo ser usado um analisador de imagem para determinação de tamanho/área dos detalhes; h) aplicação de tratamentos térmicos para alteração de propriedades mecânicas: peças de diferentes ligas metálicas são introduzidas em forno mufla para a realização de

tratamentos térmicos. De acordo com o tipo de resfriamento há uma variação na dureza do material, medida por durometro Vickers ou Rockwell. Usa-se forno mufla até 1100 C, ar, água e óleo como meios de resfriamento; i) aplicação de tratamentos termoquímicos para endurecimento superficial: o aumento da dureza superficial é importante para componentes mecânicos sujeitos ao desgaste. O endurecimento superficial é conseguido por meio de cementação, onde carbono é introduzido na superfície da peça de aço após aquecimento de uma caixa som carvão vegetal aditivado em forno mufla. O tratamento térmico subseqüente é o responsável pelo endurecimento superficial da peça. Usa-se forno mufla até 1100 C, enterrando a peça/amostra em caixa metálica contendo carvão moído e aditivo (5% carbonato de bário), mantendo-se a caixa na temperatura durante várias horas. Após retirada e esfriamento da caixa a peça é removida e tratada termicamente para endurecimento superficial; 3. PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DE LABORATÓRIO A limpeza do ambiente/piso é efetuada pelo pessoal do Setor de Zeladoria. As bancadas e equipamentos são mantidos limpos pelos responsáveis e usuários, mediante as instruções especificadas abaixo: A limpeza das bancadas é de responsabilidade dos usuários do laboratório (servidor, docente e alunos), os quais são orientados verbalmente: Se sujou, limpe com pano úmido (pano seco e vassoura só espalham a sujeira); Não deixe amostras e materiais em cima das bancadas;

Amostras devem ser armazenadas no dessecador ou nas gavetas de amostras; Vidrarias (béqueres, vidro de relógio, pipeta, etc...) devem ser imediatamente limpos após o uso, com água corrente abundante. Deixar a vidraria secando ao ar, sem usar pano ou toalha de papel. Preparação de solução na quantidade estritamente necessária para o experimento. Usar local adequado (capela com ventilação). Evitar excesso/disperdício de reagentes. O lixo comum deve ser descartado na lixeira existente na sala; As lixas usadas podem ser reaproveitadas na oficina mecânica. Deposite-as na caixa de coleta disponibilizada para este fim; Limpe os discos de polimento com água abundante; Resíduos químicos e recipientes usados devem ser estocados para ser posteriormente repassados para a Comissão Gestora de Resíduos da UNESP Ilha Solteira; Prof. Dr. Juno Gallego Professor Responsável