Relatório de Vivência 206.1 Larissa Raianne Sanguinete Monteiro dos Santos Graduanda em Saúde Coletiva, UFPE. RECIFE, PE. 2016
No primeiro dia da vivência, fomos recebidos no NAE ( Núcleo de Apoio a Eventos) da UFPE. No início da tarde foi feita a abertura do VER-SUS Recife no auditório do curso de Enfermagem da UFPE. Onde estiveram presentes representantes da Secretária de Saúde do Recife, Kamila Matos, Juliana Ribeiro da Secretaria de Gestão do trabalho e Educação em Saúde (SGTES), Também fez parte da mesa a Residente em Saúde da Família e Assistente Social Taynan Barbosa. Após os discursos a facilitadora e membro da comissão organizadora Susane fez uma retrospectiva sobre o VER-SUS Brasil e uma breve explicação do que virá ser o VER-SUS Recife 2016.1. Em seguida, foi feita uma dinâmica formiga, onde primeiro daríamos um beliscão em qualquer lugar no colega e em seguida teríamos que dar um beijinho no mesmo lugar do beslico. A noite foi feita a construção coletiva do contrato de convivência. Foi proposto pelos facilitadores uma dinâmica em que deveríamos retratar através de um desenho O nosso olhar sobre o SUS. Segundo dia: A manhã foi iniciada com a mística reflexiva e com a leitura do texto: Perguntas de um trabalhador que lê, de Bertalt Brecht e foi feita uma representação de trabalhadores invisíveis. Após a leitura foi proposta a discussão com o grande grupo, sendo questionado O que é trabalho?. No período da tarde, tivemos com Taynan Barbosa, que trouxe a dinâmica da Mais Valia, Assim entendemos o conceito e como se dá a exploração da classe trabalhadora. A noite tivemos o Teatro do Oprimido, naquele momento, partindo da encenação de uma situação real, estimula a troca de experiências entre atores e espectadores. Um Método teatral que se baseia no princípio de que o ato de transformar é transformador. Dando continuidade assistimos ao documentário Se os tubarões fossem homens- Bertold Brecht. E logo depois foi proposto que fizéssemos a construção de um peixinho.
Terceiro dia: No início da manhã aconteceu uma mística, onde ocorreu um confronto de frases opressoras. O foco principal da manhã foi a opressão contra a religião de matriz africana, onde foi mostrado o vídeo da rede nacional de religiões afro-brasileiras e saúde: O cuidar nos terreiros, que relatava a importância desta religião no processo de saúde. Foi realizada uma visita a um terreiro de candomblé- Roça gege de Oxum e Oxóssi Yboalama, comunidade onde nos foi apresentado a estrutura física, símbolos e como funciona a casa. A vivência foi encerrada com a apresentação de danças que é comum acontecer em dia de festa. No início da tarde, começamos com a discursão da experiência que passamos ao irmos no terreiro, onde cada um expos sua experiência e várias desconstruções aconteceram. A noite iniciou-se com uma dinâmica sobre opressão racial, de olhos fechados e mão amarradas, fomos levados a um local com músicas e a luz de velas onde foram lidos relatos de preconceito contra a população negra e repetidas vezes a frase QUEM SÂO VOCÊS? Onde os viventes e facilitadores relataram quem eles são. Foi um momento de (des)construção, e imersão total na proposta do VER-SUS. No último momento o tema discutido foi opressões sofridas por mulheres onde foi visto imagens, vídeo, poema e música, a partir daí começaram discursões onde pontuava o machismo, a luta e as políticas voltadas para a saúde. Quarto dia: No início da manhã, foi realizada uma dinâmica introdutória para discutir a temática LGBT. Ela consistiu em: os viventes ouviram a música Balada de Gisberta em silêncio e de olhos fechados, após isso, ouviram palavras de ordem com teor homofóbico. Para concluir os viventes relataram suas experiências, se colocando enquanto oprimidos e opressores. Neste momento foram discutidos os seguintes conceitos: Gênero, Identidade de gênero, Sexo biológico, Homossexualidade, Bissexualidade, Transsexualidade, Cisgeneridade, Homofobia, Transfobia, Lesbofobia e Binaridade de gênero. A tarde tivemos início com o tema: Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Foi realizada uma mística que encenou as diferentes realidades sociais vivenciadas em um mesmo bairro e suas influências na saúde dos indivíduos representados. Após esse momento foi reproduzido o vídeo: O Ciclo do Caranguejo (Josué de Castro, 1935). No segundo momento, o professor Itamar Lajes da Universidade de Pernambuco (UPE) contribuiu para a discussão do eixo temático. Este provocou uma reflexão no grupo através de dois textos; o primeiro referente a um quadro clínico e o segundo, o Relatório Final da 8 Conferência Nacional da Saúde. Quinto dia: Iniciamos o dia com uma visita a academia da cidade no bairro do Engenho do Meio, participamos da aula proposta pelo professor Emerson onde ele explicou como funciona o projeto dentro da atenção básica. Voltamos ao NAE onde os grupos de vivencia foram direcionados para unidades NASF, CTA e CIS.
Fiz a visita ao CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento), Fomos recebidos pela Psicóloga Tânia Mossi, o CTA realiza testes de (HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C). Ela conversou conosco a respeito do que é feito pela instituição, onde independente do resultado do exame, o paciente ele vai passar pelo aconselhamento como uma forma de prevenção. Perguntada a respeito da demanda e do acolhimento aos usuários, relatou que é oferecida apenas 50 vagas para realização do teste sendo 25 pela manhã e 25 à tarde. Eles recebem tanto encaminhamento quanto demanda espontânea (sendo esta a principal porta de entrada). O atendimento inicial ele tem caráter preventivo e visa avaliar o risco do paciente, dando assim um apoio emocional. Existe uma referência e contrareferência na rede. O aconselhamento tem o caráter de encontrar saídas juntos com os pacientes. Após esse momento de discussão, ela nos apresentou toda a estrutura física do CTA.
A atividade da tarde iniciou com uma discussão sobre a vivência, onde nos dividimos em grupos de vivência para fazer uma breve discussão através de teatro, desenhos ou palavras que representasse a vivência da manhã. E logo em seguida abriu a discussão para o grande grupo onde cada um falou sobre experiência vivida pela manhã. A noite iniciou-se com uma dinâmica onde a proposta foi trocar energia corporal (Reike) e a as atividades foram concluídas com um breve debate sobre as atividades vivenciadas durante a manhã. Sexto dia: A manhã teve início com a leitura dos textos de Che Guevara. Após esse momento foi proposto a leitura em cada NB da Portaria Interministerial N 12.871 de 22 de outubro de 2013, Lei que institui o programa. Após a leitura discutimos sobre a política dos mais médicos onde o programa tem parceria com o ministério de defesa, saúde e educação. No período da tarde foi realizado um grande encontro com as três cidades em que se estava vivenciando o VER-SUS Pernambuco na Universidade Federal de Pernambuco, Campus Vitória. Foi realizada uma mesa de abertura, na qual foi composta pelo professor Paulo Santana que é um dos responsáveis pela criação do programa Mais Médicos e da sua implantação em Pernambuco. Composta ainda por um médico brasileiro e quatro médicos cubanos. A mesa foi sobre a experiência do programa no Brasil e no Sistema Único de Saúde. Foi aberta a discussão onde os componentes da mesa puderam responder aos questionamentos dos viventes.
Sétimo dia: O dia teve início com uma discussão sobre saúde pública e privada. Foi passado o filme SICKO de Michel Moore. Que relata experiências vividas por pessoas que necessitam de serviço de saúde nos respectivos países. Durante a tarde recebemos a convidada Marciana Feliciano, Enfermeira e Mestre em Saúde Coletiva. Onde tivemos uma tarde de debate sobre o financiamento da Saúde no Brasil. Problematizou sobre a dificuldade de auditoria e sobre a forma descentralizada da destruição de verba para as instituições financiadas pelo governo. Relatou ainda sobre a privatização da saúde pública. E trouxe uma explicação sobreo que são as (OSs, OSIPs, EBSERH e FEDPs). Iniciamos a noite com o filme: Políticas de Saúde no Brasil- Um século de luta pelo direito a saúde. E em seguida criamos uma linha do tempo das datas que marcaram a história das políticas públicas de saúde no Brasil. Oitavo dia: O meu GV foi direcionado ao CAPS espaço livremente, onde fomos acolhidos por uma psicóloga, onde ela nos explicou como funciona todo o espaço e nos apresentou o ambiente. No período da tarde, tivemos a visita do Psicólogo Vinícius Suares, Responsável por uma residência terapêutica. Foi realizada inúmeras dinâmicas como: Dinâmica do Inverso, Hipnose Colombiana... Por fim Vinícius falou sobre as Redes de Assistência Psicossocial (RAPs), (CAPS, CAPSad, CAPSi, Residências Terapêuticas e etc). A noite recebemos a equipe do Consultório na Rua onde foi passado o objetivo do programa e falaram um pouco da sua vivência e dificuldades de vínculos. Nono dia: Durante a manhã recebemos a convidada Myllena Santos, estudante de enfermagem onde foi discutido movimentos sociais. A tarde iniciamos a visita no Assentamento Chico Mendes. Um dos representantes do MST nos contou um pouco da história do assentamento.
Décimo dia: Iniciamos o dia conhecendo alguns aspectos do cotidiano dos assentados, que indicam a precariedade em que vivem. Esse é o caso das casas de moradia que são todas feitas de taipa com riscos à saúde, em decorrência a infestações de insetos ou répteis que podem levar inúmeras doenças. Durante a tarde fizemos uma trilha na mata São João. Logo após tivemos uma roda de conversa para agradecermos pelo acolhimento. No período da noite tivemos a discursão sobre a vivência no assentamento onde cada um relatou sua experiência, pontos positivos e negativos. Décimo primeiro dia: Começamos o dia com o Corredor do cuidado. Onde todos se permitem cuidar e ser cuidados; acolher e ser acolhidos. Durante a tarde recebemos a convidada Paulette Cavalcanti, Médica e Sanitarista professora Universidade de Pernambuco, e Coordenadora da Residência em Saúde da Família. Discutimos sobre movimento estudantil, Militância pós VER-SUS e a importância de participar de espaços como progresso para ajudar na construção de projetos como o VER-SUS. Ao fim, demos continuidade com propostas futuras de dar continuidade há alguns projetos já existentes. Décimo segundo dia:
Iniciamos o dia com a avaliação Que bom, que tal e que pena onde cada vivente fez sua colocação, em seguida a retrospectiva dos melhores momentos com fotos e vídeos. A tarde recebemos Lorena professora de biodança, e logo após tivemos a despedida.