Manual do Ponto Eletrônico
Sumário 1. Sistema de Registro Eletrônico de Ponto - SREP 2. Registro Eletrônico do Ponto - REP 3. Controle do Ponto Eletrônico 4. Banco de Horas 5. Intervalo Interjornada e Intrajornada 6. Espelho do Ponto 7. Ticket do Ponto
Sistema de Registro Eletrônico do Ponto - SREP A Portaria MTE 1.510 de 21 de agosto de 2009 estabelece que o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto - SREP é o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinado à anotação por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores nas empresas, previsto no art. 74 da CLT.
Registro Eletrônico do Ponto - REP O Registrador Eletrônico de Ponto - REP é o equipamento que realiza de forma exclusiva o registro eletrônico de jornada de trabalho dos empregados. Esse sistema foi criado pelo MTE sob o argumento de que tornaria seguro o controle eletrônico das jornadas de trabalho. A partir de sua criação, o REP inviabilizou todas as outras formas eletrônicas de registro e controle de jornada utilizadas por diversas empresas, que, por isso, tiveram que obrigatoriamente adquirir o REP e descartar seus sistemas anteriores. Pela legislação trabalhista atual, ainda é possível que o registro e controle de jornada seja realizado de forma manual (em livro de ponto) ou mecânica (cartões de ponto), além da eletrônica, efetivamente atingida pelo REP. E, em 2011, também passou a ser possível que empresas e sindicatos firmem acordos coletivos que permitam a adoção de sistemas eletrônicos de ponto alternativos ao REP.
Controle do Ponto Eletrônico É importante que o controle de jornada seja feito com segurança jurídica para empregados e empregadores, considerando a viabilidade técnica dos sistemas e a adaptação à realidade produtiva de cada empresa. Segundo disposto no art. 74 da CLT, para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso; e se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder.
O controle pode ser manual, eletrônico ou mecânico. Mas o relógio de ponto eletrônico além de oferecer segurança jurídica e facilitar as relações trabalhistas no que tange ao controle de horários, otimiza a rotina do departamento de recursos humanos, é a opção mais completa para qualquer porte de empresa. Se a empresa optar pelo registro mecânico pode usar qualquer modelo de relógio, mas se optar pelo relógio de ponto eletrônico, você deve escolher um relógio de ponto eletrônico homologado pelo Ministério do Trabalho, de acordo com as regras da Portaria 1.510 de 2009. O relógio de ponto eletrônico homologado deve permitir a impressão do recibo da marcação do ponto, para controle do colaborador.
A tolerância de marcação de ponto é um período estabelecido legalmente, que não será considerado nem como horas extra, nem como atraso, nas entradas e saídas dos colaboradores. Sua empresa deve obedecer a uma tolerância de cinco minutos em cada marcação, observando-se um limite de 10 minutos diários, por exemplo: o funcionário chega 4 minutos atrasado pela manhã, 7 minutos no almoço, será descontado 11 minutos pois o total superou a tolerância diária. O mesmo se aplica as horas extras, de acordo com as informações contidas no 1º, ART. 58 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho. As batidas do ponto não podem ser alteradas ou apagadas. Mas para as marcações incorretas, será admitida a inserção justificada de informações, seja para a inclusão de marcação faltante, seja para a assinalação de marcação indevida. Porém, os dados originais permanecerão.
Banco de Horas O artigo 7º, XIII, da Constituição Federal de 1988, estabelece que a jornada normal de trabalho deve ser de 8 horas diárias ou 44 horas semanais facultada a compensação de horários e a redução da mesma, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Ou seja, o empregado pode laborar extraordinariamente, compensando as horas trabalhadas de acordo com as regras que a legislação trabalhista estabelece. Segundo o artigo 59, da CLT, a jornada de trabalho poderá ser prolongada mediante acordo escrito individual ou coletivo, estabelecendo a prorrogação do trabalho, no máximo em 2 horas por dia.
Para que o empregador não precise desembolsar tal pagamento e o empregado possa chegar mais tarde, sair mais cedo, ter folgas ou estender suas férias, foi criado o Acordo de Compensação de Jornada Individual e o Banco de Horas, que são formas de prorrogação de jornada, sem o pagamento de horas extras, por serem objeto de dedução ou abatimento em dia diverso. O Acordo de Compensação de Jornada pode ser feito diretamente entre o empregador e o empregado, visando, exclusivamente, o ressarcimento das horas extras eventualmente trabalhadas por meio de folgas. Para que o acordo seja válido, entretanto, a compensação deve ocorrer no mesmo mês em que as horas extras foram prestadas e desde que não exista nenhuma norma coletiva proibindo tal prática. Exemplos de acordo de compensação de jornada são: semana inglesa (a compensação ocorre na mesma semana); semana espanhola (a compensação ocorre em semanas diferentes); jornada 12x36 (12hrs de trabalho/36hrs de desc.) etc
Já no que diz respeito ao Banco de Horas somente pode ser instituído na Convenção ou no Acordo Coletivo de Trabalho. Logo, caso a empresa tenha interesse em celebrar tal acordo deve procurar o sindicato da categoria. Também existe outra diferença: as horas extras eventualmente prestadas devem ser compensadas durante o mesmo ano em foram laboradas. Visto que é um período bem maior do que o estabelecido no Acordo de Compensação de Jornada Individual.
Intervalo interjornada e intrajornada O intervalo interjornada é aquele entre o final de uma jornada diária e o início de uma nova jornada no dia seguinte. A CLT diz que entre duas jornadas de trabalho deve haver um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. As horas de intervalo inter-jornada suprimidas serão pagas como horas extras. Ex: Se teve um intervalo de 9 horas entre uma jornada e outra, por exemplo, terá direito a receber 2 horas extras. Súmula 110 do TST: No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 (vinte e quatro) horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional..
O repouso semanal remunerado (24 horas de domingo) entra no cômputo dessas 11 horas. O trabalhador deverá então ter 35 horas de descanso do sábado para segunda. Ex: Trabalhador saiu do trabalho às 22:00 de sábado e voltou a trabalhar às 5:00 de segunda => terá direito a 4 horas extras. Já o intervalo intrajornada é o que ocorre dentro da jornada diária de trabalho. Quem trabalha mais do que 6 horas num dia, terá direito a um intervalo para repouso e alimentação de no mínimo 1 hora e no máximo 2 horas, salvo disposto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, que pode autoriza um repouso maior. Se trabalha mais de 4 e até 6 horas, o intervalo para repouso e alimentação será de 15 minutos. Se trabalha até 4 horas, não precisa ter intervalo. Esse intervalo não entra no cômputo da jornada diária de trabalho.
Espelho do Ponto Hoje a lei não obriga o empregador a fornecer cópia do registro de ponto, salvo se solicitado em Convenção Coletiva, mas aconselha-se manter esses registros acessíveis e que eles sejam verdadeiros, pois a empresa é obrigada a apresentar as folhas de ponto junto com a defesa num possível processo trabalhista.
Ticket do Ponto Segundo o MTE, o ticket traz a segurança da prova ; dá segurança jurídica ao empregado e ao empregador. O ticket é o comprovante do trabalhador da efetiva jornada de trabalho. Servirá como prova em possíveis ações trabalhistas, e deve ser guardado por 5 anos como garantia dos direitos.