ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO AC&T NATALIA ARAUJO VIEIRA PLAQUETAS, UMA BREVE REVISÃO

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Transcrição:

ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO AC&T NATALIA ARAUJO VIEIRA PLAQUETAS, UMA BREVE REVISÃO Itapetininga-SP 2016

1. Introdução As plaquetas, também denominadas trombócitos, são fragmentos citoplasmáticos anucleados presentes no sangue, formadas na medula óssea a partir dos megacariócitos, pertencentes à série hematopoiética. Constituem o principal elemento na obtenção da hemostasia. (DOMINIQUE, 2010) Do total das plaquetas presentes no organismo humano, 70% encontram-se na circulação e 30% no baço, permanecendo na circulação durante uma média de dez dias, quando são retiradas pelas células reticulo endoteliais do baço e do fígado. (SILVA,2013) O sistema hemostático é um conjunto de processos finamente regulados e com máxima eficiência, incluindo a parede vascular, as estruturas e os agentes vasoativos envolvidos na vasoconstrição e na vasodilatação, os fatores que levam à adesão e à agregação das plaquetas circulantes, formando o tampão hemostático e à ativação dos fatores da cascata de coagulação, que levam à formação de coágulos de fibrina. (DAHLBACK, 2000) Na regeneração total do tecido danificado, os coágulos são subseqüentemente degradados pelo sistema fibrinolítico. Em situações em que qualquer componente desses mecanismos esteja alterado, a hemostasia é comprometida e o resultado pode ser tanto trombose como hemorragia.(davie,1964) Após a ocorrência de uma lesão vascular, três processos principais evitam a perda descontrolada de sangue: vasoconstrição, que limita o aporte de sangue para o local da lesão; agregação plaquetária, que, pela adesão, ativação e agregação das plaquetas circulantes, formam o primeiro tampão no local da lesão; e coagulação sanguínea, que, pela ativação sequencial de fatores presentes no plasma, forma o coágulo de fibrina responsável pela sustentação e forma do coágulo final. (BERGER ET AL, 2014)

2. Medicamentos que interferem na atividade plaquetária O tratamento com interferon também pode causar trombocitopenia, que se desenvolve gradual e progressivamente ao longo das semanas.(interferon,2004) A maioria dos casos de agranulocitose segundo o Internacional Agranulocytosis and Anemia Aplástica Study (IAAAS) aconteceu após o uso de drogas como tireostáticos, antiinflamatórios não esteroides, sulfonamidas, dipirona, entre outros (Hamerschlak et al., 2008) A Quemicetina (cloranfenicol) pode provocar reações adversas, como depressão da medula óssea e discrasias sanguíneas graves e fatais (anemia aplástica, anemia hipoplástica, trombocitopenia, granulocitopenia, pancitopenia, leucopenia, entre outros) (QUEMICETINA, 2015) A linezolida é um antimicrobiano com excelente eficácia contra cocos gram-positivos, como Staphylococcus aureus. No entanto, uma grande preocupação com este antibiótico é sua segurança, especialmente quando utilizado por mais de quatro semanas. Os eventos adversos mais importantes são os distúrbios hematológicos, especialmente trombocitopenia e anemia (Gerson et al., 2002; Soriano et al., 2007) As drogas contendo sulfa podem causar trombocitopenia. Existe uma forma em que ocorre grave redução da contagem de plaquetas algumas semanas após a ingestão da droga, com manifestações hemorrágicas (Lourenço, 2004) Agentes antivirais também podem ser associados a alterações hematológicas graves. É possível citar, como exemplo, a trombocitopenia induzida por interferon-α-2a peguilado, em pacientes sob terapia com estes imunomoduladores para tratamento de hepatite C. A trombocitopenia moderada, resultante da supressão da medula óssea é um efeito adverso comum, embora também tenham sido relatadas, de forma mais rara, trombocitopenia severa, como trombocitopenia autoimune e púrpura trombocitopênica trombótica (Li L.et al., 2010)

3. Disturbios da função plaquetária Os distúrbios da função plaquetária dão também denominadas trombocitopatias. As plaquetas desempenham o seu principal papel fisiológico na hemostasia, interrompendo o sangramento em pequenos vasos sanguíneos. As trombocitopatias podem ser congênitas, entretanto, são mais comumente adquiridas. Na maioria das trombocitopatias adquiridas, a contagem de plaquetas está normal. Em alguns distúrbios congênitos a contagem plaquetaria também está reduzida. Deve-se suspeitar dos indivíduos que apresentam sangramento mucocutaneo recente ou durante toda a vida. Devido à apresentação semelhante das trombocitopatias e da maioria dos casos de doença de Von Willebrand, a pesquisa de ambas as condições deve ser iniciada simultaneamente. Disturbios devido a deficiência dos fatores da coagulação Deficiência de fator XI A deficiência de fator XI é, na maioria dos casos, um distúrbio hereditário autossômico recessivo. Já foram descritas mãos de 100 mutacoes no gene do fator XI. Embora a deficiência de fator XI seja rara na população em geral, ela e comum em judeus asquenaze e em alguns grupos árabes. O sangramento é muito variável. Pacientes com deficiência leve de fator XI podem apresentar complicações hemorrágicas, e aqueles com deficiência grave podem não apresentar sangramento excessivo. Em geral, os pacientes homozigotos apresentam uma grave deficiência de fator XI, de <1 a 20%. Em geral, não está associada a hemorragia espontânea; entretanto esses indivíduos podem sofrer sangramento excessivo após lesão ou cirurgia, particularmente em areas corporais com alta atividade fibrinolítica, como cirurgia dentária. (WILLIAMSON, 2013) Deficiência de fator XII Fator de coagulação sanguíneo estável ativado pelo contato com a superfície subendotelial de um vaso sanguíneo lesado. Junto com a pré-calicreína, serve como o fator de contato que inicia a via intrínsica da coagulação sanguínea. A calicreína ativa o fator XII em XIIa. A deficiência do fator XII, também chamada de trato Hageman, leva à incidência elevada de distúrbios tromboembólicos.(centro DE GENOMAS, 2015) Deficiência de fator XIII A deficiência de fator XIII é uma condição rara, que leva à diálise hemorrágica de intensidade variável. É herdada como distúrbio autossômico. Congênita : Varias mutações levam a deficiência de fator XIII. A maioria dos pacientes com deficiência de fator XIII não apresenta o fator no plasma e nas plaquetas. Na deficiência homozigota, os pacientes apresentam diátese hemorrágica grave. Nos casos mais graves ocorre sangramento do

cordão umbilical alguns dias após o nascimento e na heterozigota pode sofrer sangramento tardio e cicatrização deficiente de feridas. Adquirida: Doenca hepática, prematuridade, plasmocitoma, cirurgia, CID, leucemia promielocitica aguda e algumas leucemias crônicas etc. Doenca de Von Willebrand A doença, é um grupo heterogêneo de distúrbios qualitativos e quantitativos do fator de Von Willebrand, resultando em defeito hemostático. Nos casos graves, ocorre defeito de coagulação. Trata-se da diátese hemorrágica herdada mais freqüente, ocorrendo em ate 1% da população caucasiana. O fator de Von Willebrand é sintetizado nas células endoteliais e nos megacariócitos liberado na forma de grande multímeros. Sofre a ação de uma metaloprotease, resultado na formação de multimeros de tamanho variável. Medeia a adesão das plaquetas por intermédio de um receptor plaquetário. Alem disso, atua como transportador do fator VIII. A herança e autossômica recessiva na maioria dos casos. Quando suspeitar? Pacientes com historia pessoal de sangramento das mucosas Mulheres com menorragia grave manifestando-se na menarca A obtenção de histórico familiar positiva de sangramento das mucosas é útil etc. Exames complementares: Devido à semelhança nas manifestações clinicas da doença de Von Willebrand e dos defeitos plaquetários, a investigação laboratorial para função plaquetária e Von Willebrand deve ser simultaneamente, exceto nos casos com história familiar definida Fator de Von Willebrand Ag Fator VIII coagulante O ensaio do cofator de ristocetina mede a atividade do fator de Von Willebrand Multimeros do fator de Von Willebrand uma vez estabelecido o diagnostico. Uteis para determinar vários subtipos da doença Agragação plaquetária induzida pela ristocetina. Etc. (CHABNER, 2015) Hemofilia A hemofilia A ( deficiência de fator VIII) e a hemofilia B ( deficiência de fator IX), anteriormente conhecida também como a doença de Christmas, são distúrbios hemorrágicos vitalícios, herdados como caráter recessivo ligado ao cromossomo X, limitados, portanto, quase que exclusivamente ao sexo masculino. A prevalência da hemofilia B é cerca de um décimo da hemofilia A

A hemofilia adquirida é uma diátese hemorrágica grave, que resulta do desenvolvimento de autoanticorpos contra o fator VIII ou raramente, o fator IX, em um paciente sem hisstória progressa de sangramento. Afeta homens e mulheres. Quando suspeitar? Homem com história familiar de sangramento em parentes do sexo masculino do lado materno ( em um terço dos casos apresenta história familiar negativa) e história pessoal de episódios de sangramento significativo espontâneo ( principalmente nas articulações, mas também intracraniano, nos músculos esqueléticos e em outros órgãos), resultando em alguns casos, em incapacidade crônica ou morte quando não tratados apropriadamente. Nas lactentes, a ocorrência de sangramento na circuncisão, por ocasião da erupção dos dentes ou quando a criança, fica pela primeira vez em pé ( nas articulações do joelho) deve levantar a suspeita de hemofilia. A intensidade do sangramento é semelhante para os mesmos níveis de deficiência de fator nas hemofilias A e B. Exames complementares Testes de triagem. A contagem de plaquetas e o TP e TTP são recomendados como investigação inicial de pacientes que apresentam diátese hemorrágica. A contagem de plaquetas e o TP estão normais nos hemofílicos, enquanto se observa um prolongamento variável do TTP Testes definitivos. Os níveis dos fatores VIII e IX são determinados por quantificação dos fatores VIII e IX, respectivamente. Os indivíduos com hemofilia grave apresentam níveis dos fatores VIII e IX situados entre 0 e < 2%; os com hemofilia grave tem níveis situados entre 2 e 5 % e nos casos leves, de >5% a níveis abaixo do limite de inferior de normalidade do ensaio. Os pacientes incluídos neste ultimo grupo não apresentam sangramento espontâneo, mas podem ter hemorragia grave em decorrência de eventos traumáticos, algumas vezes de maneira surpreendente, visto que não tem nenhuma história pregressa de sangramento. (WILLIANSON, 2013) Trombocitopenias As trombocitopenias representam a redução da contagem de plaquetas circulantes abaixo do limite inferior da normalidade estabelecido pelo laboratório ( 140 a 440 x 10-6 /L) Podem ser classificadas de diversas maneiras. Em primeiro lugar, deve-se determinar se a condição é congênita ou adquirida. As adquiridas podem ser agudas ou crônicas. As causas de trombocitopenia podem ser classificadas de acordo com a etiologia: destruição aumentada, diminuição da produção, artificial etc. (Figura1) Causas de Pseudotrombocitopenia Aglutinação das plaquetas induzida pela coleta de sangue em EDTA Sateliose plaquetária ( as plaquetas formam rosetas ao redor dos leucócitos) Crioaglutininas plaquetárias Plaquetas gigantes omitidas pelos contadores automáticos

Contagem mutio elevada de eritócitos Artefatos conseqüentes a técnica inapropriada na coleta de sangue (coágulos, enchimento excessivo dos tubos a vácuo) (WILLIAMSON,2013) Figura 1 - Etiologia da trombocitopenia (CID: coagulação intravascular disseminada; SHU : síndrome hemoliticourêmica; PTT : purpura trombocitopênica trombótica; SMD: sindromes mielodisplásicas. Fonte: WILLIAMSON, Mary A.,2013, p.757 Purpura trombocitopênica imune (PTI) A PTI é uam doença adquirida e imunomediada, caracterizada pela diminuição transitória ou persistente da contagem de plaquetas, devido à destruição acelerada por autoanticorpos e ao comprometimento na sua produção. Tipicamente, a PTI é uma trombocitopenia isolada ( os leucócitos ou eritrócitos não são afetados), com contagem plaquetária <100.000/micro/ml. Os casos são, em sua maioria, considerados primários, enquanto outros são secundários a outras condições autoimunes que precisam ser excluídas, como Lupus eritematoso sistêmico, bem como infecções pelo HIV e HCV. Exames complementares Não existe um padrão-ouro que possa estabelecer o diagnostico de modo confiável Hemograma completo com ênfase nas plaquetas, que estarão acentuadamente diminuídas, na maioria dos casos agudos, como contagem menores que 20.000/µl.

A medula óssa está normal. Em alguns pacientes, exite umaquantidade aumentada de megacariocitos de aspectos mais imaturo, que não parecem liberar plaquetas Todos os testes de coagulação estarão normais A sorologia para excluir a possibilidade de LES é obrigatória na PTI do adulto.(kumar, 2008) Trombocitopenia neonatal Destruição aumentada Ocorre quando as plaquetas fetais contem um antígeno herdado do pai e a mãe da doença de Rh; o antígeno plaquetário mais comumente envolvido é o HPA-1a. Quando a mãe fica exposta as plaquetas fetais durante a gravidez, são produzidas anticorpos anti- HPA-1ª, que atravessam a placenta, resultando em trombocitopenia fetal. A hemorragia intracraniana constitui uma complicação potencialmente grave. Exames laboratoriais As contagens de plaquetas no recém nascido são frequentemente menor que 50.999 /µl. Os antígenos plaquetarios são testados na mãe e no pai estabelecer a incompatibilidade Infecção grave Enterocolite necrosante Produção diminuída Distúrbios genéticos: síndrome de trombocitopênia e ausência de radio, trombocitopenia megacariocítica congênita, anemia de fanconi, etc Causas adquiridas: doenças da medula óssea, lesão tóxica dos megacariocitos devido a fármacos ou infecções, recém nascidos que possuem pré-eclâmpsia, asfixia no nascimento, etc. Exames complementares: Contagem seriadas de plaquetas Exames para trombocitopenia materna (BALLIN A, 1988)

4. Referências Ballin A, Andrew M,Ling E, et al. High dose intravenous gamaglobulin therapy for neonatal autoimune thrombocytopenia. J Pediatria 112: 789, 1988 Bula de medicamento INTERFERON. Responsável técnico Maria da Luz F. Leal. Rio de Janeiro: Biosintetica, 2004. Bula de medicamento QUEMICETINA, Responsável Técnico José Cláudio Bumerad. São Paulo: Pfizer, 2015. CHABNER, B. A.; LONGO, D. L. Manual de oncologia de Harrison. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. DAHLBACK, B. Blood coagulation. Lancet, v. 355, p. 1627-1632, 2000 DAVIE, E.W.; RATNOFF, O.D. Waterfall Sequence for Intrinsic Blood Clotting. Science, v. 145, p.1310-1312, 1964. Disponível em: <http://www.centrodegenomas.com.br/m408/testes_geneticos/fator_xii> Acesso em: 15/11/2015. DOMINIQUE, B. S. Alterações congênitas das plaquetas: revisão literatura. Brasilia-DF, 2010. Disponivel em: <http://www.paulomargotto.com.br/documentos/monografia_alteracoes_cong_plaquet.pdf>. Acesso em: 23/09/2015 Gerson SL, Kaplan SL, Bruss JB, Le V, Arellano FM, Hafkin B, Kuter DJ. Hematologic effects of linezolid: summary of clinical experience. Antimicrob. Agents Chemother. 46(8): 2723-2726, 2002. Hamerschlak N, Maluf E, Cavalcanti AB, Avezum Jr. A, et al. Incidence and risks factors for agranulocytosis in Latin American countries the Latin study. Eur. J. Clin. Pharmacol. 64(9): 921-929, 2008 KUMAR, V. et al. Robbins patologia básica.. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 527 Li L, Han DK, Lu J. Interferon-alpha induced severe thrombocytopenia: a case report and review of the literature. World J. Gastroenterol. 16(11):1414-1417, 2010. Lourenço DM. Defeitos da Hemostasia Primária. Defeitos da Hemostasia de Origem Vascular. In: Zago MA, Falcão RP, Pasquini R. Hematologia fundamentos e prática. São Paulo: Atheneu, 2004. cap. 67, p. 759-762. Markus Berger et al. Hemostasia: uma breve revisão. Caderno pedagógico, Lajeado, v. 11, n. 1, p. 140-148, 2014 <Disponível em: http://www.univates.br/revistas/index.php/cadped/article> Acesso em: 10/09/2015.

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