Território(s) e Convergência Real Rui Monteiro e Vasco Leite

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Transcrição:

Território(s) e Convergência Real Rui Monteiro e Vasco Leite 2 a sessão NORTE & TERRITÓRIO 30 setembro Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro www.ccdr-n.pt/norte-territorio

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

1. Convergência entre os países da Europa (UE28) Fonte: Eurostat

2. Crescimento e convergência real na Europa (UE28) Fonte: Eurostat

3. Evolução das assimetrias regionais (NUTS II) na Europa (UE Fonte: Eurostat

4. Crescimento económico e assimetrias regionais na Europa Fonte: Eurostat

5. Assimetrias regionais e estádios de desenvolvimento na Eu Fonte: Eurostat

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

6. Contributo das regiões NUTS II para o PIB nacional, em 201 Fonte: INE

7. Crescimento real das regiões NUTS II (2000-2014) Fonte: INE

8. Evolução da população por regiões NUTS II (2000-2014) Fonte: INE

9. PIB per capita das regiões NUTS II (em volume) Fonte: INE

10. Assimetrias das regiões NUTS II no contexto nacional Fonte: INE

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

11. Contributo das regiões NUTS III para o PIB da Região do N Fonte: INE

12. Crescimento real do PIB das regiões NUTS III (2000-2014) Fonte: INE

13. Evolução da população por regiões NUTS III (2000-2014) Fonte: INE

14. PIB per capita das regiões NUTS III (em volume) Fonte: INE

15. Assimetrias das regiões NUTS III no contexto nacional (PT Fonte: INE

16. Assimetrias das regiões NUTS III no contexto regional (RN Fonte: INE

17. Evolução do PIB per capita : população e crescimento do Fonte: INE

18. Decomposição do PIB per capita : população e crescime Fonte: INE

19. Decomposição do crescimento económico (2000-2014) Fonte: INE, contas regionais

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

20. PIB per capita em PPC face à UE28 (UE28=100) Fonte: Eurostat

21. O PIB per capita a preços de paridade de compra, face à UE28, em Fonte: Eurostat

22. A atribuição dos Fundos Estruturais por NUTS II (2014-2020) A atribuição de Fundos Estruturais a Portugal depende, antes de mais, da dimensão financeira do orçamento comunitário, da prioridade conferida ao objetivo do crescimento e emprego e, no contexto deste objetivo, da ventilação dos recursos pelos diferentes tipos de regiões NUTS II (em particular das consideradas menos desenvolvidas, isto é, com PIB per capita, ppc <75% da média comunitária). Os Fundos Estruturais atribuídos a Portugal, depois desta definição, resultam do somatório dos recursos determinados para cada um das suas regiões NUTS II. Para as regiões menos desenvolvidas, como a Região do Norte, os recursos são determinados através da seguinte expressão: Montante ( )=[População da Região (PIBpc,PPC UE27 PIB pc, PPC Região)]

Sumário 1. Território(s) e convergência real no contexto da UE28 2. Território(s) e convergência real no contexto nacional 3. Território(s) e convergência real no contexto da Região do Norte 4. Convergência real e política de coesão da União Europeia 5. Conclusões

O período em análise (2000-2014) é marcado por dois subperíodos. Há o antes e o depois da crise financeira internacional. Não é o melhor período para se retirarem conclusões sobre o efeito do dinamismo económico de territórios (NUTS II e NUTS III) sobre o crescimento e a convergência real dos países. A relação acaba por ser a inversa, isto é, o enquadramento macroeconómico dos países e a evolução da sua envolvente é que determinaram de forma significativa o dinamismo dos seus territórios; No entanto, cada país tem uma oferta limitada de recursos que demora a crescer. A concentração das atividades económicas e a desigualdade territorial do rendimento são também explicadas pela distribuição desses recursos (força de trabalho, bens de capital). No curto prazo, o crescimento económico, para além das dinâmicas de inovação, do contexto institucional e da produtividade desses recursos, depende desse stock naturalmente; Mas não importa somente a dimensão do stock. A dimensão qualitativa desse stock conta muito. As regiões apresentam vantagens competitivas e níveis de especialização heterogéneas que não podem ser replicadas noutras regiões, acrescendo o facto de muitos recursos serem endógenos (recursos tendencialmente intransferíveis e inimitáveis). Estas fontes de diferenciação explicam, para além das economias de aglomeração, as diferenças territoriais ao nível do produto e do rendimento;

Algumas regiões aglomeram mais atividades e pessoas em função de uma maior disponibilidade de fornecedores, trabalhadores qualificados, consumidores, bens e serviços diferenciados num espaço que, pela relações económicas e históricas estabelecidas, ganham rendas de aglomeração; Todavia, as regiões não são ilhas. Os agentes das diferentes regiões no contexto de um país interagem com efeitos de retroação positiva. O resultado não é de soma nula ou de soma negativa. O resultado é de soma positiva. A integração económica de diferentes territórios gera almoços grátis (externalidades interterritoriais ou spillovers na linguagem económica); Portugal registou um período de estagnação económica face à UE28, entre 2000 e 2014. Apesar do crescimento económico nacional ter sido praticamente nulo, alcançaram-se ligeiros ganhos de coesão territorial entre as regiões NUTS II mais pobres, persistindo, no entanto, uma forte assimetria nacional entre o PIB per capita da Área Metropolitana de Lisboa e o das restantes NUTS II de Portugal; O contributo para o crescimento económico da Região do Norte ocorreu fora da Área Metropolitana do Porto, com as NUTS III menos desenvolvidas a apresentarem um dinamismo económico bastante superior ao da média da região NUTS II. No entanto, a convergência destes territórios foi explicada, apenas, pelo crescimento da produtividade do trabalho em detrimento do emprego e do crescimento

Existe a necessidade de reforçar o papel da Área Metropolitana do Porto na promoção do crescimento económico e da inovação (economias de aglomeração do tipo spillover ), na prestação de serviços diferenciados e de apoio ao desenvolvimento industrial nas cidades regionais e estruturantes. Essa crescente articulação funcional entre a Área Metropolitana do Porto e a sua envolvente industrial é demonstrada pela recomposição sectorial da atividade económica e do emprego nos principais centros urbanos; Os restantes territórios devem promover as atividades económicas que os diferenciem, incrementando a utilização dos recursos endógenos existentes. A especialização territorial e a articulação funcional são fundamentais para a consolidação do sistema urbano regional, tornando a Região do Norte como um todo mais competitiva, diversificada e resiliente; A coexistência de territórios especializados e diversificados permite promover a resiliência da economia regional, através: (i) da resistência a choques externos (medida pela amplitude da perda de bem-estar); (ii) da recuperação da trajetória de crescimento (medida pela amplitude de recuperação de bem-estar); (iii) da alteração do perfil de especialização para atividades mais produtivas (medida pela criação de novas atividades intensivas em conhecimento); (iv) intensificação do papel da especialização inteligente na realização de estratégias de variedade relacionada, ou seja, de

Encontros Norte Conjuntura 2 a sessão NORTE & TERRITÓRIO Obrigado. 30 setembro Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro www.ccdr-n.pt/norte-territorio