AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DO DIÂMETRO DE BOLHAS EM COLUNA DE FLOTAÇÃO

Documentos relacionados
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DE BOLHAS EM UMA COLUNA DE FLOTAÇÃO

UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE FILMAGEM PARA OBTENÇÃO DO DIÂMETRO DE BOLHAS EM COLUNA DE FLOTAÇÃO

ESTUDO DE TÉCNICAS PARA MONITORAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DO DIÂMETRO DE BOLHAS NA FLOTAÇÃO

ESTUDO DA GERAÇÃO DE BOLHAS E SUA RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DA FLOTAÇÃO DE APATITA RESUMO

ESTUDO DE UMA GEOMETRIA DE HIDROCICLONE FILTRANTE COM MÍNIMA RAZÃO DE LÍQUIDO

Coluna x célula mecânica. Geometria (relação altura: diâmetro efetivo). Água de lavagem. Ausência de agitação mecânica. Sistema de geração de bolhas.

ANÁLISE DE IMAGENS PARA DETERMINAR O HOLDUP EM TAMBORES ROTATÓRIOS COM SUSPENSORES

AVALIAÇÃO DO TAMANHO DE BOLHA PRODUZIDO POR AERADORES TIPO TUBO POROSO E MICRO-VENTURI EM COLUNA DE FLOTAÇÃO MINIPILOTO

AVALIAÇÃO DO TAMANHO DE BOLHA PRODUZIDO POR AERADORES TIPO TUBO POROSO E MICRO-VENTURI EM COLUNA DE FLOTAÇÃO MINIPILOTO

Y. N. KYRIAKIDIS 1*, F. F. SALVADOR 1, M. A. S. BARROZO 1, L. G. M. VIEIRA 1 RESUMO

ANALISE E PROJETO DE HIDROCICLONES PARA O PROCESSAMENTO DE LODO PROVIDO DA INDÚSTRIA TÊXTIL

Tratamento de águas de lavagem de ônibus via floculação-flotação avançada para reuso

FLOTAÇÃO DE REJEITOS DO BENEFICIAMENTO GRAVIMÉTRICO DE CARVÃO MINERAL

PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL APLICADO NO PROCESSO DE FLOTAÇÃO NA SEPARAÇÃO PETRÓLEO-ÁGUA

INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO E VELOCIDADE DE ROTAÇÃO NO CARREGAMENTO IDEAL DE TAMBOR ROTATÓRIO COM SUSPENSORES

3 Equipamento de Cisalhamento Direto com Sucção Controlada da PUC-Rio

AVALIAÇÃO DA RAZÃO DE LÍQUIDO E DO DIÂMETRO DE CORTE DE UM HIDROCICLONE CONCENTRADOR DE BAIXO GASTO ENERGÉTICO

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE TENSOATIVO NO TAMANHO DE BOLHAS E HOLDUP DE AR NA FLOTAÇÃO EM COLUNA

II OZONIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMICILIARES APÓS TRATAMENTO ANAERÓBIO - ESTUDO PRELIMINAR

ANÁLISE DO IMPACTO DA FILTRAÇÃO SOBRE UM HIDROCICLONE CONCENTRADOR DE GEOMETRIA OTIMIZADA

ESTUDO DE UMA GEOMETRIA DE HIDROCICLONE FILTRANTE COM MÍNIMO NÚMERO DE EULER

FILTRAÇÃO DE GASES A ALTAS PRESSÕES: ANÁLISE DAS TORTAS DE FILTRAÇÃO

AVALIAÇÃO TÉRMICA DO PROCESSO DE SECAGEM DE MISTURAS DE GRAVIOLA E LEITE EM SECADOR DE LEITO DE JORRO

INFLUÊNCIA DO ESPUMANTE NA FLOTAÇÃO EM COLUNA DE PARTÍCULAS GROSSAS DE ROCHA FOSFÁTICA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO DE UNDERFLOW E DO COMPRIMENTO DE VORTEX FINDER NO HIDROCICLONE OTIMIZADO HCOT1

Laboratório de Análise Instrumental

OTIMIZAÇÃO DA RELAÇÃO TEOR/RECUPERAÇÃO DE UMA CÉLULA DE FLOTAÇÃO PNEUMÁTICA

Universidade Federal do Espírito Santo, Campus de Alegre para contato:

ESTUDO DA GERAÇÃO DE BOLHAS DE DIVERSOS TAMANHOS EM COLUNA DE FLOTAÇÃO

EFEITO DA MISTURA DE PARTÍCULAS E CONCENTRAÇÃO NA IDENTIFICAÇÃO DOS REGIMES DE SEDIMENTAÇÃO: SUSPENSÃO DE CARBONATO DE CÁLCIO

INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE BOLHA NA FLOTAÇÃO CATIÔNICA DO QUARTZO THE INFLUENCE OF THE BUBBLE SIZE ON THE CATIONIC FLOTATION OF QUARTZ

% % 40

OTIMIZAÇÃO DO CIRCUITO DE DESLAMAGEM DA MINERAÇÃO CASA DE PEDRA DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL- CSN

SECAGEM DE FERTILIZANTES EM SECADORES ROTATÓRIOS ROTOAERADOS UTILIZANDO DIFERENTES CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO DE SÓLIDOS

DIMENSIONAMENTO DE CÂMARA DE FAD PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS OLEOSAS

PROJETO DE SEDIMENTADOR CONTÍNUO A PARTIR DE ENSAIOS DE PROVETA COM SUSPENSÃO DE CARBONATO DE CÁLCIO UTILIZANDO O MÉTODO DE TALMADGE E FITCH

Beneficiamento gravimétrico

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

MONITORAMNTO DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS EM ENSAIOS DE SEDIMENTAÇAO GRAVITACIONAL UTILIZANDO FLUIDOS PSEUDOPLÁSTICOS

SEPARAÇÃO SÓLIDO LÍQUIDO NO BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO DE FERRO.

PRODUÇÃO DE MICROBOLHAS PARA A FLOTAÇÃO POR AR INDUZIDO

AVALIAÇÃO DE UM HIDROCICLONE DE GEOMETRIA RIETEMA OPERANDO COM DIFERENTES RAZÕES DE LÍQUIDO

INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE BOLHA NA FLOTAÇÃO CATIÔNICA DO QUARTZO

Frequentemente é necessário separar os componentes de uma mistura em frações individuais.

EFEITO DA VAZÃO DE GÁS NA QUALIDADE DA MEDIDA DA VELOCIDADE DO LÍQUIDO EM UMA SEÇÃO DE UMA COLUNA DE BOLHAS COM EXPANSÃO DE DIÂMETRO POR PIV.

7 Resultados. 7.1 Validação modelo simplificado

ilustramos os dois mecanismos previamente descritos e associados ao aumento da fração volumétrica de água nas emulsões durante a produção de petróleo.

Escoamento completamente desenvolvido

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE ASCENSÃO DAS MICROBOLHAS EM UMA CÂMARA DE FAD

ROTEIRO DE EXPERIMENTOS ENG1580

EVAPORAÇÃO. Profa. Marianne Ayumi Shirai EVAPORAÇÃO

4º Laboratório de EME 502 MEDIDAS DE VAZÃO

Segunda Lista de Instrumentação

Aula: Processo de Filtração

8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007

1. Introdução Motivação

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

CRITÉRIOS DE DESINTEGRAÇÃO MECÂNICA:

USO DE PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL NA AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS TEMPERAURA E CONCENTRAÇÃO DE SOLVENTES NO ESTUDO DA SOLUBILIDADE DA UREIA

5 Conclusões e Recomendações 5.1. Conclusões

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA EFICIÊNCIA DO RECOBRIMENTO DE UREIA EM LEITO DE JORRO

Sistemas de Aeradores Utilizados em Colunas de Flotação Aerator Systems Used in Flotation Columns

SECAGEM POR ATOMIZAÇÃO DE POLPA DE MANGA EM LEITO DE JORRO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DO TAMANHO DE BOLHA EM UMA COLUNA DE FLOTAÇÃO MINIPILOTO

PROJETO DE BANCADA EXPERIMENTAL PARA ANALISAR O ESCOAMENTO BIFÁSICO LÍQUIDO-GÁS EM UMA TUBULAÇÃO HORIZONTAL

ANÁLISE DA VARIÂNCIA DE DISPERSÃO EM PILHAS DE BLENDAGEM UTILIZANDO SIMULAÇÃO GEOESTATÍSTICA

QUI 070 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 11 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

Operações Unitárias Experimental I PENEIRAMENTO

DETERMINAÇÃO DO CAMPO DE VELOCIDADE EM UMA SEÇÃO RISER PELA TÉCNICA DE VELOCIMETRIA POR IMAGEM DE PARTÍCULA

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL E NUMÉRICA DE DIFERENTES MODELOS DE COEFICIENTES DE ARRASTE ATRAVÉS DE ESPECTRO DE ENERGIA

OBTENÇÃO DE EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS PARA PERMEABILIDADE E FILTAÇÃO DE FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS

ANÁLISE EXPERIMENTAL E DE CFD DO ESCOAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS EM TAMBOR ROTATÓRIO COM SUSPENSORES

ESTUDO DA TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO EM TUBO CAPILAR

Análise estatística da microflotação de minerais em tubo de Hallimond

AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO CIRCUITO DE MOAGEM E SEPARAÇÃO DO CIMENTO ESTUDO DE CASO

UM ESTUDO SOBRE FUNÇÃO POROSIDADE DA REGIÃO DE COMPACTAÇÃO NO MOVIMENTO GRAVITACIONAL DE UMA SUSPENSÃO PARTICULADA EM PROVETA

Roteiro - Aula Prática Perda de carga:

DESEMPENHO DE UM HIDROCICLONE CONCENTRADOR OTIMIZADO

Saneamento Ambiental I. Aula 15 Flotação e Filtração

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

(22) Data do Depósito: 10/10/2014. (43) Data da Publicação: 03/05/2016 (RPI 2365)

Processamento de Materiais Cerâmicos

UFPR - Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Mecânica TM Laboratório de Engenharia Térmica Data : / / Aluno :

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DO TAMANHO DE BOLHA EM UMA COLUNA DE FLOTAÇÃO MINIPILOTO

AUTORA: Letícia Xavier Corbini. ORIENTADOR: Nilson Romeu Marcílio

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE BOCAIS NO ESCOAMENTO DE TANQUE EM REGIME PERMANENTE

14 de maio de 2013 Belo Horizonte (MG)

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE LEITOS FLUIDIZADOS COM DIFERENTES TIPOS DE SÓLIDO PARTICULADO

INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO DE ENTRADA TANGENCIAL NA EFICIÊNCIA DE SEPARAÇÃO EM HIDROCICLONES.

O tubo extrator do equipamento compõe-se de um material rígido (tubo de PVC-PBA rígido marrom) com diâmetro interno de 20,5cm, diâmetro externo de

QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 8 Cromatografia líquida

Seminário do grupo de Escoamentos Mutifásicos SEM/EESC/USP. Investigação do diâmetro de bolhas em um separador gás-líquido do tipo shroud invertido

Escoamentos Bifásicos

OTIMIZAÇÃO OPERACIONAL DO PROCESSO DE CRISTALIZAÇÃO DA SACAROSE EM LEITO VIBRADO

Capítulo 1 Introdução 13

Lista de Exercícios para P2

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE PROJETO DE MEDIDORES DE VAZÃO TIPO VENTURI UTILIZANDO FLUIDODINÂMICA COMPUTACIONAL

AVALIAÇÃO DE MEIOS POROSOS NA FILTRAÇÃO DE REJEITO FOSFÁTICO DE TAPIRA-MG

FENÔMENO DE TRANSPORTE EXPERIMENTAL

Tratamento de minérios MOAGEM 13/5/19

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DO DIÂMETRO DE BOLHAS EM COLUNA DE FLOTAÇÃO 1 Argileu Mendes dos Reis Filho, 1 Fernanda Gardusi, 1 Pedro Henrique de Morais Luz, 1 Guilherme Ribeiro de Lima e Carvalho, 2 Angelica da Silva Reis, ³Marcos Antonio Souza Barrozo ¹Discente do curso de Engenharia Química, ²Discente da Pós-graduação em Engenharia Química, ³Professor da Faculdade de Engenharia Química da UFU/MG. 1,2,3 Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia. Av. João Naves de Ávila, 2121, Bloco 1K, Campus Santa Mônica, Uberlândia - MG, CEP 3848-1. e-mail: masbarrozo@ufu.br Resumo - Em indústrias cuja matéria-prima é o minério, o processo de flotação é uma importante operação realizada para separar e remover impurezas a fim de tornar o mineral mais puro e adequado à utilização nos processos subsequentes. Dentre as principais formas de flotação, destaca-se a flotação em coluna, que permite maior variabilidade nas condições a serem utilizadas, quando comparada com a flotação em células mecânicas. Nesse processo a distribuição de tamanhos das partículas e das bolhas são variáveis físicas importantes e de grande impacto, pois influem diretamente na eficiência de captura das partículas e no holdup de ar. Visto que a distribuição de diâmetro de bolhas é uma variável importante no processo de flotação, a determinação precisa deste parâmetro é essencial para a compreensão dos fenômenos físicos que governam esses sistemas. Assim, esse trabalho teve por objetivo o estudo da formação de bolhas intermediárias (bolhas com diâmetro entre os obtidos na flotação por ar dissolvido (FAD) e no sistema de flotação por ar disperso) produzidas a partir da passagem forçada da recirculação por um. Utilizando-se da técnica de planejamento composto central (PCC) foi avaliada a influência das variáveis: pressão de ar, vazão de ar e pressão da linha do no holdup e na distribuição de diâmetro de bolha, os quais foram obtidos por técnicas de manometria e análise de imagens, respectivamente. Os resultados obtidos mostraram que a variável mais influente no processo foi a vazão do rotâmetro, e que o diâmetro de bolha e holdup apresentaram-se de forma inversa, de acordo com o observado na literatura. Palavras-Chave: holdup, diâmetro de bolha, vazão de ar. INTRODUÇÃO O processo de flotação baseia-se no comportamento físico-químico das partículas minerais em suspensão aquosa em que se tem o interesse de separar as espécies dos componentes da ganga presentes em um mineral. As espécies de interesse aderem-se às bolhas de ar formando agregados pelas partículas hidrofóbicas e são conduzidas à superfície devido à menor densidade que o fluido. Forma-se uma espuma onde são retirados e separados, enquanto as outras espécies minerais, por serem hidrofílicas, ficam mantidas na fase aquosa, As variáveis físicas importantes e de grande relevância para o processo de flotação em coluna são o diâmetro das bolhas e a granulometria das partículas. Elas colaboram diretamente na eficiência da coleta do produto desejado, e no holdup de ar (fração de gás na mistura gás-líquido) (Rodrigues, 24). Desta forma, a distribuição de tamanho de partículas exige que se disponha de uma faixa de tamanho de bolhas que maximize a captura de partículas pelas bolhas, otimizando o processo de beneficiamento mineral. Na flotação de partículas finas e ultrafinas, produzidas durante o processo de moagem do minério, a utilização de microbolhas aumenta a probabilidade de colisão bolha-partícula. Porém, a flotação tem suas taxas de reciclo limitadas pela pequena velocidade de ascensão das microbolhas, levando ao arraste dos 1

agregados, o que traz resultados indesejáveis. (Filippov et al, 2). Bolhas de tamanho intermediário, na faixa de 2 a 14 µm, são geradas pela passagem forçada de uma mistura água/ar, através de um tubo. Essas bolhas geradas são favoráveis principalmente para a flotação de partículas finas e ultrafinas contribuindo parar uma melhor recuperação tanto na flotação convencional quanto na FAD (Rodrigues, 24). Diante dos fatores citados, nota-se a importância do beneficiamento da rocha fosfática e da necessidade de uma ampla faixa de distribuição de tamanhos de bolhas para maximizar o processo de captura de partículas minerais, principalmente finas e ultrafinas. Dessa forma, o estudo de novos métodos para geração de bolhas com tamanho intermediário e de técnicas para se avaliar a distribuição de diâmetro de bolhas tornase necessária e importante para aumentar a eficiência do processo de flotação. Portanto, este trabalho teve como objetivo a geração de bolhas intermediárias através da passagem forçada da corrente de recirculação por um. A análise da influência da vazão de ar, pressão de ar, e pressão da linha do sobre o holdup e o diâmetro das bolhas foi realizada com o intuito de caracterizar a formação e distribuição de tamanho das bolhas na flotação. são utilizados para amostragem de holdup, sistema de alimentação de ar comprimido com filtro de ar e rotâmetro em 8. É possível também identificar o (9), aerador (1) e a bomba peristáltica (11) utilizada para promover a recirculação. Na figura ainda mostra-se o ponto de coleta do rejeito (12), o sistema de amostragem de bolhas (13) e os manômetros diferenciais (14). MATERIAIS E MÉTODOS Unidade Experimental A unidade experimental, representada pela Figura 1, encontra-se no Laboratório de Sistemas Particulados da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia. A unidade consiste de uma coluna de flotação feita em acrílico composta uma seção cilíndrica com 15 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro, abaixo uma seção tronco-cônica com 9,5 cm de altura e abaixo desta outra seção cilíndrica com 12 cm de altura e 1 cm de diâmetro. Através da Figura 1, pode-se observar ponto de alimentação de água (1) e coleta do concentrado (2), os pontos de recirculação em 3,4,5,6,7 os quais também Figura 1 Unidade Experimental Metodologia para determinação do holdup O valor de holdup foi determinado através dos manômetros diferenciais (14) ilustrados segundo a Figura 1. A diferença de nível entre os manômetros era obtida quando não observava uma variação significativa no holdup da coluna. Dessa forma o valor de holdup foi calculado segundo a Equação 1, na qual Δh se refere à diferença de nível entre os manômetros e L se refere à diferença entre os pontos utilizados para amostragem da holdup na coluna, ou seja, a distância ente os pontos 3 e 7 mostrados na Figura 1. 2

Metodologia para determinação do diâmetro das bolhas (1) Para a medida do diâmetro das bolhas foi utilizado um amostrador projetado por Ribeiro (212), uma câmera de alta velocidade e um estereomicroscópio. A amostragem era feita através de um tubo de aço, conectado ao amostrador, com 6 cm de diâmetro e 1 cm de comprimento posicionado no centro e com um ângulo de 45º em relação à coluna. Com o auxílio de uma bomba peristáltica, posicionada a jusante do amostrador, as bolhas eram succionadas do interior da coluna com velocidade previamente controlada de forma a diminuir o efeito de quebra e coalescência das bolhas coletadas. As imagens obtidas foram capturadas diretamente no computador e a análise das imagens foi obtida através do software ImageJ, o qual, a partir de uma calibração prévia, fornecia a área das bolhas filmadas e o diâmetro de bolhas calculado foi o diâmetro da esfera de mesma área projetada. A partir da distribuição de diâmetros obtida para cada condição testada foi possível obter o diâmetro médio aritmético (d m ) e o diâmetro médio de Sauter (d 32 ) a partir das Equações 2 e 3, respectivamente. d d m di (2) n d 3 i 32 2 di (3) em que é o diâmetro individual de bolha medido e a quantidade total de bolhas medidas. Para verificar os resultados obtidos, foi utilizado um segundo método que se baseava na filmagem direta da coluna em operação com a mesma câmera de alta velocidade. As análises destas filmagens foram feitas da mesma forma que no método anterior. A deformação causada pela refração da luz através do acrílico foi corrigida por meio de uma filmagem com esfera de diâmetro conhecido, colocadas no interior da coluna em operação. Planejamento Experimental Para avaliar a influência das três variáveis independentes vazão de ar no rotâmetro (Qrot), pressão da linha de ar comprimido (Par) e pressão da corrente de alimentação do proveniente da passagem da recirculação por uma bomba peristáltica (Pb) foi realizado um PCC (Planejamento Composto Central). As variáveis respostas analisadas foram o diâmetro médio aritmético de bolhas (d m [ m]), diâmetro médio de Sauter (d 32 [ m]) e o holdup (ε o [-]). A fim de manter a ortogonalidade do sistema foi utilizado α=1,287. Os valores correspondentes a cada condição estão listados na Tabela 1. Tabela 1 Planejamento Composto Central Teste Par(bar) Qrot(L/h) Pb(bar) 1 2. 5. 2. 2 2. 5. 4. 3 2. 2. 2. 4 2. 2. 4. 5 4. 5. 2. 6 4. 5. 4. 7 4. 2. 2. 8 4. 2. 4. 9 1.7 12.5 3. 1 4.3 12.5 3. 11 3. 3. 3. 12 3. 22. 3. 13 3. 12.5 1.7 14 3. 12.5 4.3 15 3. 12.5 3. 16 3. 12.5 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Distribuição de Diâmetro de Bolha Foram analisados três diferentes sistemas para a geração de bolhas: flotação por ar dissolvido (FAD) - na qual microbolhas são geradas pela descompressão súbita de uma mistura saturada de ar-água através da passagem 3

desta mistura por válvula agulha; bolhas geradas pela passagem forçada da corrente de recirculação através de um ; e, ar disperso, em que a geração de bolhas se dá por meio da injeção de ar em um aerador, sistema poroso que permite a geração de macrobolhas. As Figuras 2 e 3 apresentam a eficiência da formação de bolhas intermediárias geradas com a utilização do, segundo o objetivo proposto neste trabalho. Foi obtida uma distribuição de bolhas com diâmetros maiores, operando com este sistema, do que às bolhas geradas pela FAD conforme mostra a Figura 2. Os dados obtidos pela FAD são referentes ao trabalho de Santana et al. (212). 5 4 FAD 7 6 5 Comparando-se essa distribuição com a distribuição obtida com as bolhas geradas na flotação por ar disperso o diâmetro das bolhas geradas a partir do foram menores como mostrado na Figura 3. Estes resultados são coerentes com a literatura científica que mostra que as microbolhas geradas pela FAD, apresentam diâmetro menor que 1 µm, as bolhas intermediárias se encontram na faixa de 2 a 14 µm e as bolhas geradas por ar disperso na faixa de 6 a 2 µm (Rodrigues, 24). Efeito das variáveis independentes Para análise do PCC, as variáveis independentes foram adimensionalizadas pressão de linha de ar (Par), vazão de ar (Qrot), e a pressão da corrente de alimentação do (Pb) conforme as equações 4, 5 e 6, respectivamente. 3 4 FAD 2 3 2 (4) 1 1 15 3 45 6 75 9 15 12 135 15 165 Diametro de bolha Figura 2 - Histograma comparativo da distribuição de bolhas geradas pelo com as geradas pela FAD. 15 9 75 6 45 3 15 18 195 21 225 24 255 Ar Disperso 3 25 2 15 1 5 Ar Disperso (5) (6) A partir de regressões múltiplas, foram obtidas as equações empíricas que descrevem de que maneira e quais as variáveis independentes influenciam o sistema. O diâmetro médio aritmético das bolhas ( ) teve como modelo a Equação 7, com r² =,942. Sendo o coeficiente de correlação quadrática igual a,953, o diâmetro de Sauter ( ) foi obtido pela Equação 8. O valor de holdup ( ) r² =,987 foi obtido a partir da Equação 9. 4 6 8 1 12 14 16 18 2 22 24 26 28 3 32 34 36 38 4 42 44 46 48 5 Diametro de Bolhas Figura 3 Histograma comparativo da distribuição de bolhas geradas por ar disperso. Em que:, e. (7) 4

Em que:, e. (8) Em que:, e. (9) Nas três respostas obtidas na análise dos modelos empíricos, a variável que apresentou maior influência foi a vazão de ar ( ). Já a variável, que representa a pressão conferida ao sistema pela passagem forçada da corrente de recirculação pelo não apresentou efeito significativo para o diâmetro médio. Foi utilizado um nível de significância de 1% para obtenção dos modelos correspondentes a cada variável. As Figuras 4 e 5 mostram a influência no e no, das variáveis vazão de ar (Qrot) e pressão do ar (Par) para a pressão na linha do (Pb) no valor de 3 bar (nível zero para a variável adimensionalizada). Figura 4 Superfície de resposta para o em função da pressão (Par) e da vazão (Qrot) do ar com a pressão da linha do no ponto central igual a 3 bar. Observou-se a diminuição do diâmetro de bolha e aumento no valor de para baixos valores de vazão de ar concomitantemente com a diminuição da pressão da linha de ar. Percebe-se uma inversão do sistema à medida que se aumenta a vazão de ar, pois, enquanto o holdup sofre um leve decaimento em seu valor, o diâmetro de bolha aumenta com a diminuição da pressão do ar. Esse fenômeno se deve, provavelmente, ao processo de quebra e coalescência das bolhas, e foi constatado tanto no quanto no. Figura 5 Superfície de resposta para o em função da pressão (Par) e da vazão (Qrot) do ar com a pressão da linha do no ponto central igual a 3 bar. Estes resultados corroboram com o relatado por Finch et al. (212) de que com o aumento do diâmetro da bolha, a velocidade de ascensão dela é maior, e menor é o tempo de retenção no interior da coluna, o que diminui o valor do holdup, ou seja, o tamanho de bolha e holdup apresentam-se sempre de forma inversa. Nota-se nas Figuras 6 e 7 que com o aumento da pressão na linha do (Pb), em elevadas vazões de ar (Qrot) e mantendo no seu ponto central a variável Par (pressão de ar), desencadeou o aumento do e a diminuição do. Esse resultado era esperado, pois, como mencionado anteriormente o holdup e o 5

diâmetro de bolha apresentam comportamentos contrários entre si. baixa influência da pressão na linha do no sistema, o aumento da pressão provocada nela pela bomba favorece o processo de quebra das bolhas, o que consequentemente diminui seu diâmetro médio. CONCLUSÕES Figura 6 Superfície de resposta para o em função da vazão no rotâmetro (Qrot) e da pressão na linha do (Pb) e com a pressão do ar no ponto central igual a 3bar. Através da análise de imagens foi possível mensurar o diâmetro das bolhas geradas no interior da coluna de flotação e constatar que as bolhas geradas pela passagem forçada da corrente de recirculação pelo acoplado à coluna de flotação são bolhas com tamanho intermediário, de acordo com o objetivo proposto. Pode-se concluir também que a variável mais influente no processo foi a vazão de ar, conforme identificado pelos resultados obtidos no PCC, e o comportamento do diâmetro de bolha e do holdup no processo apresentaram-se de forma inversa, de acordo com o observado na literatura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Figura 7 Superfície de resposta para o em função da vazão no rotâmetro (Qrot) e da pressão na linha do (Pb) e com a pressão do ar no ponto central igual a 3bar. Para baixas vazões de ar, nota-se também a diminuição do devido ao aumento de Pb, no entanto, isto não apresentou tanta influência na caracterização do holdup, levando a uma pequena diminuição do seu valor, conforme indicado nas Figuras 6 e 7. Apesar da FILIPPOV, L. O.; JOUSSEMET, R.; HOUOT, R. Bubble Spargers in Column Flotation: Adaptation to precipitate flotation. Miner. Eng., v 13, p 37-51, 2. FINCH, J. A. ; ZHANG, W. ; ZHOU, X. Determining independent control of dual-frother systems Gas holdup, bubble size and water overflow rate. Mine. Eng., v. 39, p. 16-116, 212. RUBIO, J.; GARIBAY, R. P.; RAMOS, E. M. Gás dispersion measurements in microbubble flotation systems. Miner. Eng., v. 26, p. 34-4, 212. RODRIGUES, R. T. Desenvolvimento da técnica LTM-BSizer para a caracterização de bolhas e avaliação de parâmetros no processo de flotação. Dissertação de doutorado, UFRGS, Porto Alegre (RS), 24. RIBEIRO, J. A. Contribuição ao estudo experimental e em CFD da 6

fluidodinâmica de colunas de bolhas com aplicações na separação de misturas oleosas e processamento mineral por ar dissolvido, Tese de Doutorado, UFU, Uberlândia (MG), 212. AGRADECIMENTOS Agradecimentos especiais à Capes, como órgão de fomento da pesquisa e à Faculdade de Engenharia Química pelo incentivo e apoio à realização deste trabalho. 7