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Transcrição:

NEWSLETTER I LABORAL NEWSLETTER LABORAL I Dezembro, 2014 I Legislação em Destaque 2 II Legislação 3 III Jurisprudência 4

NEWSLETTER LABORAL I LEGISLAÇÃO EM DESTAQUE Lei n.º 82-B/2014. D.R. n.º 252, Suplemento, Série I de 2014-12-31 Assembleia da República A Lei que aprovou o Orçamento do Estado para o ano de 2015 introduziu algumas alterações em diversos diplomas na área de Direito Laboral e de Segurança Social, entre as quais destacamos as seguintes: Majoração do montante do subsídio de desemprego e do subsídio por cessação de actividade: O montante diário do subsídio de desemprego e do subsídio por cessação de actividade é majorado em 10% nas seguintes situações: Quando, no mesmo agregado familiar, ambos os cônjuges ou pessoas que vivam em união de facto sejam titulares do subsídio de desemprego ou de subsídio por cessação de actividade e tenham filhos ou equiparados a cargo; Quando, no agregado monoparental, o parente único seja titular do subsídio de desemprego ou de subsídio por cessação de actividade e não aufira pensão de alimentos decretada ou homologada pelo tribunal. Alteração ao Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social: O valor mensal pago pelo empregador em vales de transportes públicos colectivos passa agora a ser base de incidência contributiva, nos mesmos termos em que o é no Código do IRS, ou seja, caso a sua atribuição não tenha carácter geral. Redução temporária da taxa contributiva como medida excepcional de apoio ao emprego: Altera o Decreto-lei n.º 154/2014, de 20 de Outubro que criou uma medida excepcional de apoio ao emprego, através de uma redução temporária da taxa contributiva a cargo da entidade empregadora devidas nos meses de Novembro de 2014 a Janeiro de 2016 (incluindo os valores devidos a título de subsídios de férias e Natal). A atribuição da respectiva redução é alargada aos trabalhadores que estejam vinculados a entidade empregadora por contrato de trabalho sem interrupção, com início anterior a Setembro de 2014, sem prejuízo dos restantes pressupostos que se mantêm. WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 2/7

Pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos: O regime temporário de pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos é estendido até 31 de Dezembro de 2015. (Esta alteração foi objecto de Legal Flash Laboral de 02-01-2015) II LEGISLAÇÃO Portaria n.º 266/2014. D.R. n.º 243, Série I de 2014-12-17 Determina os valores dos coeficientes de revalorização a aplicar na actualização das remunerações registadas que servem de base de cálculo às pensões de invalidez e velhice iniciadas durante o ano de 2014. Portaria n.º 277/2014. D.R. n.º 249, Série I de 2014-12-26 Determina a idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral da segurança social em 2016, passando a ser aos 66 anos e 2 meses. Determina ainda o factor de sustentabilidade aplicável: Ao montante estatutário das pensões de velhice atribuídas em 2015, dos beneficiários que acedam à pensão antes dos 66 anos de idade 0,8698 Ao montante regulamentar das pensões de invalidez e de invalidez absoluta atribuídas por um período igual ou inferior a 20 anos, convoladas em pensão de velhice em 2015 0,9383 Despacho n.º 15654/2014 D.R. n.º 250, Série II de 2014-12-29 Aprova os modelos de requerimento de prestações de desemprego (para trabalhadores independentes com actividade empresarial, bem como para membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas) e de declaração de situação de desemprego (para trabalhadores independentes com actividade empresarial, bem como para membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas). WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 3/7

Portaria n.º 268-A/2014 D.R. n.º 252, Série I de 2014-12-31 Estabelece as normas de actualização das pensões mínimas do regime geral da segurança social para o ano de 2015. III JURISPRUDÊNCIA Acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia (Quarta Secção), de 18 de Dezembro de 2014 Processo C-354/13 Discriminação em razão da obesidade O Tribunal de Justiça foi chamado a apreciar duas questões prejudiciais, apresentadas no âmbito de um litígio entre um trabalhador dinamarquês e o seu empregador, a propósito da legalidade do seu despedimento, alegadamente baseado na sua obesidade. O trabalhador em causa trabalhou durante 15 (quinze) anos para Billund Kommune (empregador), na qualidade de assistente de creche. Durante a vigência do seu contrato de trabalho, o trabalhador foi considerado obeso na acepção da definição da Organização Mundial de Saúde (OMS). Todavia, devido ao reduzido número de crianças na creche, o empregador decidiu pôr termo ao seu contrato de trabalho, não indicando os motivos pelos quais a sua escolha incidiu sobre este trabalhador em detrimento dos restantes trabalhadores. A primeira questão prejudicial prendia-se com a possibilidade de o Direito da União consagrar um princípio geral de não discriminação em razão da obesidade, enquanto tal, no que se refere ao emprego e à actividade profissional. Nesse sentido, o Tribunal considerou que nenhuma das disposições dos Tratados e do direito derivado da União Europeia no domínio do emprego e da actividade profissional contém uma proibição da discriminação baseada na obesidade. Acrescenta que a Directiva sobre a Igualdade de tratamento no emprego (Directiva 2000/78/CE) estabelece, de forma taxativa, as várias formas de discriminação proibidas, encontrando-se a obesidade excluída do seu âmbito de aplicação. Por sua vez, a segunda questão prejudicial prendia-se com a possibilidade de considerar a obesidade uma deficiência, na acepção da Directiva, i.e., uma limitação resultante, designadamente, de incapacidades físicas, mentais ou psíquicas duradouras, cuja interacção com diferentes barreiras possa impedir a participação plena e efectiva da pessoa em questão na vida profissional em condições de igualdade com os outros trabalhadores. No entendimento do Tribunal, este conceito deveria incluir as situações de limitações ao exercício da actividade profissional e não apenas nos casos de impossibilidade. WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 4/7

O Tribunal considerou que se, em determinadas circunstâncias, o estado de obesidade do trabalhador implicar uma limitação, designadamente, de incapacidades físicas, mentais ou psíquicas, cuja interacção com diferentes barreiras possa impedir a participação plena e efectiva da pessoa em questão na vida profissional em condições de igualdade com os restantes trabalhadores, e se esta limitação for duradoura, esse estado enquadra-se no conceito de deficiência na acepção da Directiva. Tal verificar-se-ia, designadamente, se a obesidade do trabalhador impedisse a sua participação devido a uma mobilidade reduzida ou ao facto de padecer de patologias que o impedissem de realizar o seu trabalho ou que implicassem dificuldades no exercício da sua actividade profissional. Nesse sentido, o Tribunal considerou que cabia ao órgão jurisdicional de reenvio (tribunal que suscitou estas questões prejudiciais) apreciar se a obesidade de trabalhador se enquadrava no conceito de deficiência, para efeitos de apreciação da legalidade do seu despedimento. Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 366/2014, Processo n.º 1176 13 Acção especial de impugnação judicial da regularidade e ilicitude do despedimento vs Acção em processo comum O Tribunal Constitucional foi chamado a apreciar a constitucionalidade do artigo 387.º n.º 2 do Código do Trabalho, relacionado com a forma de impugnação de um despedimento por extinção de posto de trabalho. O trabalhador considerava que da interpretação da letra da lei ( o trabalhador pode opor-se ao despedimento ), apenas queria significar que a oposição do trabalhador ao despedimento de que tenha sido alvo, só pode ter lugar por via judicial regulada na lei adjectiva, sem impor uma obrigatoriedade, facultando ao trabalhador quaisquer dos meios processuais alternativos. Por sua vez, o empregador considerou existir erro na forma do processo, visto a forma processual adequada de impugnação de despedimento por extinção de posto de trabalho ser a acção especial de impugnação judicial da regularidade e ilicitude do despedimento e não através de uma acção de processo comum. Argumento rejeitado pelo trabalhador afectado, justificando que tal interpretação seria contrária aos princípios da igualdade e do acesso ao direito, consagrados na Constituição. O Tribunal considerou que a acção especial de impugnação judicial da regularidade e ilicitude do despedimento, especialmente prevista para este tipo de despedimento, não lesava os princípios enunciados pelo trabalhador, designadamente o prazo previsto para impugnar o respectivo despedimento. WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 5/7

No entendimento do Tribunal Constitucional, o prazo de impugnação (60 dias) não se afigura desproporcionado ao exercício do direito em causa, justificado genericamente em razões de certeza e segurança jurídica, e no caso especifico da impugnação do despedimento, nas expectativas da entidade patronal em ver, para além de certo prazo, judicialmente inatacável um despedimento por si ditado e assim poder fazer uma gestão sem sobressaltos do seu quadro de trabalhadores (Ac. n.º 140/94). Neste sentido, o Tribunal concluiu pela não inconstitucionalidade do artigo 387.º n.º 2 do Código do Trabalho, na parte em que aí se prevê que a impugnação do despedimento individual comunicado por escrito ao trabalhador passa exclusivamente pela apresentação de um requerimento no prazo de 60 dias, porquanto do mesmo não advém lesão para os princípios identificados, negando provimento ao recurso. Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 2014-10-08 Suspensão do contrato de trabalho e respectivos direitos do trabalhador O Supremo Tribunal de Justiça foi chamado a apreciar a justa causa invocada pelo trabalhador para a resolução do contrato de trabalho, consubstanciada no não pagamento pontual de retribuição, e na violação do direito de ocupação efectiva. O trabalhador em causa, desenvolvia a sua prestação em Espanha, sendo-lhe devidamente facultados os instrumentos de trabalho necessários ao exercício das suas funções (designadamente, automóvel, computador, telemóvel, cartões e todo o material promocional da empresa). Devido a um acidente grave de viação sofrido pelo trabalhador, este ficou em situação de baixa médica pelo período de 3 anos e 7 meses, findo o qual a Segurança Social lhe comunicou que não reunia as condições de incapacidade permanente determinante da atribuição de pensão de velhice. Nesse sentido, o trabalhador comunicou ao empregador que lhe fora recusada a concessão de pensão de invalidez, considerando, na sua opinião, tratar-se de alta médica para todos os efeitos e solicitando as instruções e instrumentos de trabalho para retomar ao exercício das suas funções. Posto isto, de acordo com a legislação aplicável, o empregador agendou três consultas de avaliação pelo Médico do Trabalho, para averiguar e comprovar a sua aptidão física e mental para o exercício das funções, as quais foram injustificadamente desmarcadas pelo trabalhador. Posteriormente, o trabalhador comunicou a resolução do contrato de trabalho com justa causa, consubstanciada na falta de pagamento de retribuição referente aos meses nos quais foram agendadas as referidas consultas de medicina do trabalho. WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 6/7

O Supremo Tribunal de Justiça, no seguimento do entendimento dos Tribunais recorridos, considerou que os argumentos invocados pelo trabalhador para a resolução do contrato de trabalho com justa causa não podiam ser atendidos, porquanto, não tendo havido cessação da suspensão do contrato de trabalho por falta de prestação efectiva de trabalho por parte do A., forçoso é concluir que não ressurgiu a obrigação de a R. lhe pagar a respectiva retribuição, por isso, nada lhe deve a esse título. O tribunal considerou que a simples comunicação do trabalhador, no seguimento da cessação da baixa médica subsidiada pela Segurança Social, não constituía a efectiva cessação do impedimento que determinava a suspensão do contrato de trabalho, nem constituía uma alta clinica para efeitos laborais, seja em termos formais, seja em termos substanciais, face à ausência de pronuncia médica inequívoca nesse sentido. O Supremo Tribunal de Justiça decidiu, pois, negar a revista e confirmar o acórdão recorrido. CONTACTOS CUATRECASAS, GONÇALVES PEREIRA & ASSOCIADOS, RL Sociedade de Advogados de Responsabilidade Limitada LISBOA Praça Marquês de Pombal, 2 (e 1-8º) I 1250-160 Lisboa I Portugal Tel. (351) 21 355 3800 I Fax (351) 21 353 2362 cuatrecasas@cuatrecasasgoncalvespereira.com I www.cuatrecasasgoncalvespereira.com PORTO Avenida da Boavista, 3265-5.1 I 4100-137 Porto I Portugal Tel. (351) 22 616 6920 I Fax (351) 22 616 6949 cuatrecasasporto@cuatrecasasgoncalvespereira.com I www.cuatrecasasgoncalvespereira.com A presente Newsletter foi elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL com fins exclusivamente informativos, não devendo ser entendida como forma de publicidade. A informação disponibilizada bem como as opiniões aqui expressas são de carácter geral e não substituem, em caso algum, o aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos, não assumindo a Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL qualquer responsabilidade por danos que possam decorrer da utilização da referida informação. O acesso ao conteúdo desta Newsletter não implica a constituição de qualquer tipo de vínculo ou relação entre advogado e cliente ou a constituição de qualquer tipo de relação jurídica. A presente Newsletter é gratuita e a sua distribuição é de carácter reservado, encontrando-se vedada a sua reprodução ou circulação não expressamente autorizadas. Caso pretenda deixar de receber esta Newsletter, por favor envie um e-mail para o endereço cuatrecasas@cuatrecasasgoncalvespereira.com. WWW.CUATRECASAS.COM NEWSLETTER I LABORAL 7/7