Definição e prestação do serviço público

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JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Terça-feira, 25 de julho de Série. Número 130

Transcrição:

Definição e prestação do serviço público Departamento de Gestão de Áreas Públicas e de Proteção Florestal Divisão de Defesa da Floresta e Valorização de áreas Públicas

Título: Programa de Sapadores florestais: Definição e Contabilização do Serviço Público Edição: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP Texto: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP Imagens: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP Edição: Janeiro de 2016

ÍNDICE 1. ENQUADRAMENTO 1 2. SERVIÇO PÚBLICO 1 a. Tipo de atividades 2 b. Regras para o estabelecimento e prestação de serviço público 2 i. Serviço público relativo a silvicultura preventiva 2 ii. Serviço público relativo a vigilância armada e supressão de incêndios 3 iii. Programa de ação 4 3. ENTIDADES E RESPONSABILIDADES NO ÂMBITO DO SERVIÇO PÚBLICO 4 4. MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DA ATIVIDADE DAS EQUIPAS DE SAPADORES FLORESTAIS 5 a. Validação dos programas de ação 6 b. Verificação da atividade de serviço público 7 5. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPA 7 6. FORMAÇÃO 8 7. REGISTO DE INFORMAÇÃO NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROGRAMA DE SAPADORES FLORESTAIS (SISF) 8 8. LEGISLAÇÃO 8 9. SIGLAS 10

1. ENQUADRAMENTO O Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio, estabelece o regime jurídico aplicável à criação e funcionamento das equipas de sapadores florestais no território continental e regulamenta os apoios à sua atividade. Prevê ainda que o apoio anual a atribuir pelo Estado ao funcionamento das equipas de sapadores florestais é correspondente aos trabalhos de serviço público de gestão florestal e defesa da floresta, referentes a seis meses de funcionamento ao serviço do Estado, num montante anual não superior a 35 000,00. O apoio ao funcionamento das equipas de sapadores florestais corresponde a um valor forfetário de 319,00 por dia, até ao limite anual de 35.000, previsto no n.º 2 do art.º 17.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio, para a totalidade dos seis meses de funcionamento da equipa ao serviço do Estado, conforme disposto no Despacho n.º 8107/2015, de 24 de julho. O montante do apoio a atribuir e o respetivo pagamento são condicionados à prestação de serviço público ao Estado, em conformidade com o programa de ação aprovado pelo ICNF, I.P., e com o consequente relatório de atividades, elaborado pela entidade detentora da equipa, o qual explicita as áreas de atuação, as atividades por ela desenvolvidas e a sua correspondente quantificação em dias de trabalho, considerando, quer as atividades de serviço público, quer as demais atividades designadas por serviço normal. O presente documento visa clarificar os procedimentos relativos à definição e prestação da atividade de serviço público. 2. SERVIÇO PÚBLICO O serviço público (SP) no âmbito do Programa de Sapadores Florestais (PSF) é o trabalho desenvolvido pelas equipas de sapadores florestais (esf) ao serviço do Estado, num período correspondente a 6 meses, sob coordenação da entidade que tutela o Programa, e que tem por objetivo o incremento de gestão florestal e defesa da floresta. O SP deve ser preferencialmente executado em matas nacionais, perímetros florestais, áreas classificadas ou em outros terrenos públicos ou comunitários, ou ainda, em outras áreas reconhecidas pelos DCNF como estratégicas em matéria de proteção florestal. As entidades detentoras das esf obrigam-se ao estabelecimento de um programa de ação anual, nos termos do n.º 1 do art.º 20.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio. Este programa deve estabelecer como referência uma repartição do trabalho em 50% para o conjunto de atividades de silvicultura preventiva e 50% para atividades de vigilância e ações de supressão de incêndios. 1

Os dias de trabalho a afetar anualmente ao serviço público são 110 dias, observando a conjugação do valor da ajuda forfetária estabelecido no n.º 4 do Despacho n.º 8207/2015, de 24 de julho - 319 equipa/dia com o valor máximo do apoio ao funcionamento das esf estabelecido no ponto 2 do art.º 17.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio 35 000. a. Tipo de atividades As atividades no âmbito do SP estão estabelecidas no art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio. O grupo de atividades de silvicultura preventiva inclui as ações vocacionadas para o aumento da resiliência da floresta e dos espaços florestais. O grupo de atividades de vigilância e ações de supressão de incêndios integra as ações destinadas a reduzir o número de incêndios e a sua dimensão. As tipologias das atividades referidas encontram-se definidas no Sistema de Informação do Programa de Sapadores Florestais (SISF) plataforma de gestão do programa de sapadores florestais e de toda a atividade inerente. b. Regras para o estabelecimento e prestação de serviço público Com base nos dias de serviço público, é estimado o número de dias afeto a cada atividade, assegurando o equilíbrio entre o conjunto de atividades de silvicultura preventiva e o conjunto de atividades de vigilância e ações de supressão de incêndios. i. Serviço público relativo a silvicultura preventiva Anualmente, o ICNF, I.P., através do Coordenador de Prevenção estrutural (CPE) do distrito define as áreas prioritárias de intervenção em silvicultura preventiva. Nesta componente de serviço público incluem-se as ações correspondentes às funções dos sapadores florestais estabelecidas no ponto 1 do art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio: Ações de silvicultura e de gestão de combustível, incluindo a utilização do fogo; Beneficiação de infraestruturas; Controlo de agentes bióticos nocivos. O CPE, com base nas caraterísticas do relevo e do coberto vegetal dos locais de intervenção e na rentabilidade média das esf, propõe à entidade detentora da esf uma área a intervir no ano, identificada em suporte cartográfico, assim como a estimativa do tempo necessário para a sua execução, identificando as técnicas a utilizar. 2

A intervenção de cada esf deve assegurar uma área mínima de 25 ha, pelo que, caso não se cumpra este requisito, terá que ser justificada a diferença no programa de ação ou relatório de atividades. Para cada atividade programada é sempre estabelecida uma relação entre quantidade de trabalho (execução física) e número de dias afetos, estimados para a sua concretização. Para maior eficácia da prevenção florestal, a atividade de silvicultura preventiva deve ser programada e executada no 1.º semestre. A programação da execução efetiva do serviço público deve ser articulada entre o CPE e a entidade detentora da equipa, cerca de 15 dias a 1 mês antes do seu início. A entidade detentora da esf deve comunicar ao CPE o início e o fim dos trabalhos. As atividades de silvicultura preventiva serão acompanhadas pelo CPE, com especial atenção no início e no final dos trabalhos, por forma a garantir a correta execução, em função das orientações técnicas definidas na proposta inicial. Eventuais alterações ao inicialmente proposto devem ser acordadas com o CPE e caso os trabalhos não estejam convenientemente executados, deve a equipa garantir a sua execução nos termos que forem acordados. Todas as ações que gerem sobrantes devem contemplar operações de destroçamento ou queima no local ou a sua remoção para destino apropriado, tendo em atenção, no caso de resinosas, o cumprimento do Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho. ii. Serviço público relativo a vigilância armada e ações de supressão de incêndios O CPE do distrito define o número de dias destinado a vigilância armada e a ações de supressão de incêndios a realizar no âmbito do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF), até ao máximo de 55 dias. Nesta componente de serviço público podem incluir-se outras ações, de acordo com as funções dos sapadores florestais estabelecidas no ponto 2 do art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio: Ações de sensibilização do público para normas de conduta em matéria de fitossanidade florestal e defesa da floresta contra incêndios; Ações relacionadas com vigilância armada e supressão de incêndios florestais, dentro e fora do período crítico; Outras ações de proteção civil (apoio para desobstrução de estradas e caminhos públicos por motivo de chuvas intensas, queda de neve, ou outras situações solicitadas pelos serviços de proteção civil no âmbito do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro -SIOPS). 3

Os dias estabelecidos para esta componente de serviço público só podem ser excedidos com a autorização do DDCNF, e em situações excecionais. Os trabalhos solicitados pelos serviços de Proteção Civil sem a prévia autorização do ICNF são contabilizados como serviço normal. iii. Programa de ação A proposta de serviço público deve ser apresentada à entidade detentora da esf, até 31 de outubro do ano anterior a que se refere o programa de ação. Posteriormente, cabe à entidade responsável pela esf, de acordo com nº 1 do art.º 20º do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio, submeter, até 30 de novembro, no SISF, o programa de ação, o qual deve conter a descrição das atividades a desenvolver no âmbito do serviço público e do serviço normal, de acordo com o disposto na alínea c) do n.º 3 do Despacho n.º 8107/2015, e garantir o cumprimento da proposta apresentada pelo CPE. O programa de ação deve conter os seguintes elementos: A área de atuação da equipa de sapadores florestais; O elenco das atividades a desenvolver pela equipa e a correspondência em dias de trabalho. O programa de ação é sujeito à aprovação pelo ICNF, I.P., através do DDCNF. 3. ENTIDADES E RESPONSABILIDADES NO ÂBMITO DO SERVIÇO PÚBLICO Cabe ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF, I.P.): Identificar as áreas prioritárias e a proposta de SP, disponibilizando em suporte cartográfico as áreas relativas à silvicultura preventiva; Acompanhar os trabalhos de silvicultura preventiva e quantificar os resultados; Indicar à Autoridade Nacional de Proteção Civil e Guarda Nacional Republicana o conjunto das esf disponível para as ações de vigilância e supressão de incêndios. Cabe à Guarda Nacional Republicana (GNR): Ativar as esf para ações de vigilância armada. Cabe à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC): Ativar e comandar as esf em ações de supressão de incêndios florestais. 4

Cabe à entidade detentora das esf: Submeter, no SISF, o Programa de Ação e os Relatórios de Atividades; Gerir a equipa de acordo com o disposto no n.º 2 do art.º 17.º do Decreto-Lei n.º 109/2009, bem como o cumprimento das disposições decorrentes da legislação laboral e da tipologia contratual estabelecida com cada um dos sapadores florestais; Garantir a operacionalidade da equipa durante o ano civil e reportar ao ICNF, I.P., enquanto entidade coordenadora do PSF, através do SISF, o conjunto de informação relativa à constituição da esf, formação, ocorrências de acidentes de trabalho, operacionalidade da viatura, participação em ações de supressão de incêndios de acordo com os procedimentos do Manual de Procedimentos para Vigilância, Primeira intervenção, Apoio ao Combate, Rescaldo e Vigilância pós-incêndio, assim como todas as situações consideradas relevantes. Garantir a operacionalidade de todo o equipamento cedido em regime de comodato ou comparticipado, de acordo como estabelecido no n.º 2 do art.º 16.º do decreto-lei mencionado. Cabe à equipa de sapadores florestais (esf): Executar as atividades estabelecidas em programa de ação, incluindo as solicitações específicas do ICNF, I.P., da GNR e da ANPC. 4. MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DA ATIVIDADE DAS EQUIPAS DE SAPADORES FLORESTAIS A atividade anual de cada ESF é reportada através do SISF, sendo necessário inscrever nesta plataforma: O programa de ação; O relatório semestral (Trimestral 2T), que reporta as atividades desenvolvidas no primeiro semestre e que deve ser submetido até 15 de julho do ano em causa; O relatório correspondente ao terceiro trimestre (Trimestral - 3T), que reporta as atividades desenvolvidas nos nove primeiros meses e que deve ser submetido até 15 de outubro, do ano em causa; Relatório Trimestral 3T = relatório semestral + atividade do 3.º trimestre; O relatório de atividades, que reporta as atividades desenvolvidas no ano em causa e que deve ser submetido até 31 de março. 5

Este relatório inclui a atividade desenvolvida pela equipa de sapadores florestais em termos de serviço público e de serviço normal e deve conter a justificação de eventuais desvios ou alterações ao programa de ação. Relatório de Atividades = Relatório Trimestral 3T + atividade do 4.º trimestre. O relatório deve, obrigatoriamente, ser acompanhado de cartografia com a identificação das áreas intervencionadas, a qual deve ser elaborada de acordo com o Guia Técnico de Cartografia 2013, inserido no SISF. As entidades detentoras de esf devem diligenciar, com a máxima brevidade, a apresentação deste relatório final, por forma a conferir maior celeridade a todo o processo de fecho da atividade do ano. Em todos os relatórios devem ser indicadas: As atividades executadas e a sua correspondente quantificação (hectares, metros, número, dias); Dias de trabalho associados às atividades executadas. NOTA: Admite-se, como exceção, após prévia aprovação pelo CPE, a prorrogação do prazo de apresentação dos relatórios semestral e trimestral, até à realização do equivalente a 80% do trabalho dos adiantamentos concedidos, primeiro e segundo, respetivamente. O relatório semestral e o relatório correspondente ao terceiro trimestre têm enquadramento no Regulamento que define a atribuição de apoios pelo Fundo Florestal Permanente. a. Validação dos programas de ação Esta tarefa contempla a verificação, entre outros: Da distribuição equitativa do tempo afeto ao SP das atividades de silvicultura preventiva e das atividades de vigilância e supressão de incêndios; Da adequação do período temporal afeto a cada tipologia de intervenção, face à produtividade média do trabalho e características da área a intervir; Da informação cartográfica constante do programa de ação comparativamente com a cartografia proposta pelo ICNF, I.P., à entidade; Do tempo proposto para formação, designadamente, face ao nível de formação detido por cada sapador florestal; Da fundamentação apresentada para justificar que o programa de ação não contenha a área mínima de 25 ha de área a intervir em atividades de silvicultura preventiva. 6

Após cumpridas as verificações anteriormente enunciadas cabe ao DCNF a aprovação final. b. Verificação da atividade de serviço público A verificação tem por base a confirmação in loco da área intervencionada e a análise do executado versus o programado. Cada esf deve de ser objeto de, pelo menos, uma verificação do trabalho realizado. No que respeita às ações de vigilância e de supressão de incêndios, a verificação assenta na coerência entre o tempo assinalado no relatório e o registado pela GNR e ANPC. No âmbito daquelas ações, os períodos noturnos entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte são contabilizados como um dia de serviço público. Alterações ou desvios na execução dos trabalhos programados deve estar devidamente justificados pela entidade detentora da equipa. 5. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPA As esf, nos termos do n.º 3, do art.º 7.º do Decreto-Lei n.º 109/ 2009, são constituídas por um mínimo de 5 efetivos. Com vista a assegurar o alargamento do período de dias de vigilância e de supressão de incêndios, as equipas podem ter presentes nestas atividades apenas 4 dos 5 sapadores florestais constituintes da equipa. No caso de saída de um elemento da equipa, a sua substituição deve ocorrer no prazo de 60 dias úteis. As equipas com 4 efetivos podem realizar trabalhos de silvicultura preventiva e ações de vigilância e de supressão de incêndios, não sendo reduzida a área estabelecida para as atividades de silvicultura preventiva. As equipas com 3 efetivos só podem realizar atividades de silvicultura preventiva e ações de vigilância, não sendo permitido que participe em ações de primeira intervenção e outras atividades de supressão de incêndios. Equipas com menos de 3 efetivo ficam suspensas até à respetiva regularização. Salvaguarda-se que o funcionamento de equipas com três ou menos elementos pode inviabilizar o apoio ao funcionamento do trabalho já realizado. Os sapadores florestais devem ter uma relação jurídica de emprego com a entidade detentora da equipa, seja ela pública ou privada, conforme disposto no art.º 5.º, do Decreto-Lei. n.º 109/200, de 15 de maio. 7

6. FORMAÇÃO Os períodos de formação podem ser contabilizados nos relatórios da seguinte forma: Formação inicial básica - aquando da constituição da equipa, por curso específico de formação, constituído pelas unidades de formação de curta duração (UFCD) do Catálogo Nacional de Qualificações que conferem as competências necessárias para o exercício das funções de sapador florestal, a contabilizar integralmente os dias de formação no tempo de serviço público; Formação contínua: contabilizando 50 % em SP e 50% em serviço normal. 7. REGISTO DE INFORMAÇÃO NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROGRAMA DE SAPADORES FLORESTAIS (SISF) As entidades detentoras de esf devem manter atualizado o SISF com toda a informação inerente à equipa, nomeadamente: Identificação e elementos da entidade detentora da equipa; Identificação e elementos do técnico de acompanhamento da equipa; Identificação dos efetivos da equipa de sapadores florestais, nomeadamente no que respeita ao registo de contratos de trabalho e seguros de acidentes de trabalho; Identificação da viatura e do respetivo seguro; Equipamento coletivo e de proteção individual; Certificados de formação dos sapadores florestais; Fichas de acidentes de trabalho; Fichas de acidentes com a viatura. A atualização do registo dos efetivos da equipa de sapadores florestais é essencial à demonstração do cumprimento dos requisitos previstos no n.º 3 do art.º 7.º, do Decreto-Lei n.º 109/2009, de 15 de maio, e bem assim à existência de condições para a equipa de sapadores florestais operar. 8. DIPLOMAS LEGISLATIVOS E REGULAMENTARES APLICÁVEIS a) Decreto-Lei n.º 109/2009 - regime jurídico aplicável à criação e funcionamento das equipas de sapadores florestais no território continental português. b) Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro Sistema Nacional de Qualificações. 8

c) Lei n.º 27/2006, de 3 de julho Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC) com as alterações introduzidas pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro. d) Resolução de Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 26 de maio Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI). e) Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015, de 4 de fevereiro Estratégia Nacional para as Florestas f) Resolução de Conselho de Ministros n.º 87/2013, de 11 de dezembro Aprova o Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil. g) Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios (SDFCI), com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 17/2009, de 14 de janeiro, n.º114/2011, de 30 de novembro e n.º 83/2014, de 23 de maio. h) Decreto-Lei n.º 134/2006, de 25 de julho Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 144/2011, de 30 de novembro e n.º 72/2013, de 31 de maio. i) Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto Medidas extraordinárias para controlo do Nemátodo da Madeira do Pinheiro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho. j) Decreto-Lei n.º 135/2012, de 29 de junho Orgânica do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P., com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 78/2015, de 13 de maio. k) Portaria n.º 353/2012, de 31 de outubro Estatutos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P., com as alterações introduzidas Portaria n.º 276/2015, de 9 de outubro. l) Deliberação n.º 287/2013, de 02 de janeiro Criação e atribuição das competências das Unidades Orgânicas dos Serviços Centrais do ICNF, I.P., com a alteração introduzida pela Deliberação (extrato) n.º 1069/2015, de 16 de fevereiro. m) Deliberação n.º 1122/2013,de 2013-05-21 Criação e atribuições de Unidades Orgânicas dos Serviços Territorialmente Desconcentrados do ICNF, I.P. n) Decreto-Lei n.º 63/2004, de 22 de marco Criação do Fundo Florestal Permanente. o) Portaria n.º 77/2015, de 16 de março Regulamento do Fundo Florestal Permanente. p) Despacho n.º 8107/2015, de 24 de julho Estabelece o valor do apoio ao funcionamento das equipas de sapadores florestais em regime forfetário q) Declaração da Comissão Nacional de Proteção Civil (CNPC) n.º 97/2007, de 6 de fevereiro Estado de Alerta para as organizações integrantes do SIOPS. r) Diretiva Operacional Nacional da ANPC n.º 1 Dispositivo Integrado das Operações de Proteção e Socorro; 9

s) Diretiva Operacional Nacional da ANPC n.º 2 Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais. t) Manual de Procedimentos para Vigilância, Primeira Intervenção, Apoio ao Combate, Rescaldo e Vigilância pós-incêndio, AFN. u) Guia Técnico de Cartografia Para o Programa de Sapadores Florestais, ICNF, I.P. 9. SIGLAS ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil. CPE Coordenador de Prevenção estrutural. DCNF - Departamento de Conservação da Natureza e Florestas. DDCNF Diretor de Departamento de Conservação da Natureza e Florestas. DECIF Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais. esf Equipa de Sapadores Florestais. GNR Guarda Nacional Republicana. ICNF, I.P. Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. PSF Programa de Sapadores Florestais. SIOPS Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro. SISF Sistema de Informação do Programa de Sapadores Florestais. SP Serviço Público. 10