CULTIVO DE CRISÂNTEMO DE CORTE CALÁBRIA E LAMEET BRIGHT SOB A AÇÃO DO ÁCIDO GIBERÉLICO E DE DIAS CURTOS INTERROMPIDOS

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Transcrição:

CULTIVO DE CRISÂNTEMO DE CORTE CALÁBRIA E LAMEET BRIGHT SOB A AÇÃO DO ÁCIDO GIBERÉLICO E DE DIAS CURTOS INTERROMPIDOS PRODUCTION OF CUT CRHYSANTHEMUM CALÁBRIA AND LAMEET BRIGHT UNDER THE ACTION OF GIBBERELLIC ACID AND SHORT INTERRUPED DAYS Josué Benetti Mello 1 Rogério Antônio Bellé 2 Rosmary Panno 3 Mauricio Neuhaus 4 Fernanda Alice Antonello Londero Backes 5 Natalia Teixeira Schwab 6 RESUMO No sul do país, em cultivo de outono/inverno, observa-se a redução do crescimento do crisântemo ocasionado pelas baixas temperaturas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a ação do ácido giberélico (GA 3 ) e da técnica de dias curtos interrompidos (DCI) sobre o crescimento de duas cultivares de crisântemo de corte. O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Santa Maria, no período de maio a julho de 2001. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 8, com quatro repetições. Foram testadas as cultivares Calábria e Lameet Bright e diferentes concentrações de GA 3 (50, 100, 200, 300 e 400 mg L -1 ) em quatro aplicações para o primeiro tratamento e uma aplicação para cada um dos demais tratamentos; DCI + 50 mg L -1 de GA 3 ; DCI até a antese; e testemunha, plantas não tratadas e com dias curtos. Foram avaliadas quatro plantas por unidade experimental, nas quais observou-se um acréscimo significativo no comprimento do pedúnculo e na altura final das plantas. Quanto ao número de inflorescências, houve um aumento significativo com o uso do DCI para a cultivar Lameet Bright devido ao surgimento de botões axilares, o que depreciou a qualidade das hastes. Para a Calábria observou-se uma redução no número de inflorescências em todos os tratamentos. O maior peso da matéria fresca foi observado com o uso do DCI. A aplicação de GA 3 é a melhor técnica a ser empregada para o aumento no comprimento do pedúnculo floral em ambas as cultivares. 1 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia, UFSM, mellojb@gmail.com 2 Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fisiologia Vegetal, UFSM, belle@smail.ufsm.br 3 Engenheira Agrônoma, Mestre em Engenharia Agrícola, UFSM, rosepanno@gmail.com 4 Acadêmico do Curso de Agronomia, UFSM, mneuhaus@bol.com.br 5 Engenheira Agrônoma, Doutora em Nutrição Mineral e Adubação de Plantas, UFSM, fernanda@backes.com.br 6 Engenheira Agrônoma, Mestranda do PPG em Engenharia Agrícola, UFSM, natalia_schwab@hotmail.com

232 Palavras-chave: Dendranthema grandiflora, GA 3, Fotoperíodo, Qualidade. ABSTRACT In the South of the country, in the autumn/winter culture, observed the reduction of the growth of chrysanthemum caused by low temperatures. This work aimed at evaluating the action of the gibberellic acid (GA 3 ) and of the technique of short days (SD) interrupted on the growth of two cultivars of cut chrysanthemum. The experiment was led at Universidade Federal de Santa Maria, in the period from May to July, 2001. The experiment was conducted in 2 x 8 factorial scheme and evaluated in a randomized block design, with four repetitions. Two cultivars Calábria and Lameet Bright, in different concentrations of GA 3 (50, 100, 200, 300 and 400 mg L -1 ) were tested in four applications for the first treatment and one application for each of the other treatments; SD interrupted + 50 mg L -1 of GA 3 ; SD interrupted until antesis; and control with just short days. Four plants for experimental unit were evaluated, in which a significant increase in the length of the peduncle and in the height of the plants were observed. Concerning the number of inflorescence, it had a significant increase when using the SD interrupted for cultivar Lameet Bright due to the sprouting of axillary buttons, which depreciated the quality of the stems. A reduction in the number of inflorescences for cultivar Calábria was observed in all treatments. The greatest fresh weight was observed with the use of SD interrupted. GA 3 application is the best technique to be used for increasing the length of the floral stem for both cultivars. Key words: Dendranthema grandiflora, GA 3, Photoperiodic, Quality. INTRODUÇÃO No Brasil, o crisântemo (Dendranthema grandiflora) é a segunda flor de corte em volume de produção, e tem crescimento contínuo na comercialização interna e na exportação. Esta posição é favorecida por apresentar flores com grande diversidade de cores e formas, alta durabilidade das inflorescências, resposta precisa às condições de cultivo e rápido retorno do capital investido (BELLÉ, 2008). A atividade se destaca pelo grande investimento de capital, o emprego de mão-de-obra, o rápido ciclo de produção, a pequena área utilizada e o alto valor agregado (STRINGHETA et al., 2004). O cultivo do crisântemo pode ser realizado o ano todo no Rio Grande do Sul, desde que seja em ambiente protegido e se respeite alguns requisitos de manejo como o controle do fotoperíodo, da temperatura,

233 da fitossanidade, da fertirrigação, dos desbrotes e dos reguladores de crescimento. No entanto, algumas cultivares apresentam como característica varietal, um pedúnculo floral relativamente menor, o qual pode ser ainda reduzido pelas temperaturas baixas durante o período de elongação dos mesmos (SCHMIDT et al., 2003). A aplicação de giberelinas em plantas induz ao alongamento dos entrenós, em parte por aumentar a divisão celular, conforme evidenciado pelos aumentos do comprimento celular e do número de células (TAIZ & ZEIGER, 2004). Schmidt et al. (2003) destacam que os efeitos conseguidos com ácido giberélico em crisântemo cultivar Viking variaram com a época de cultivo, a concentração do produto, o estágio fenológico e a freqüência de aplicação do produto. Pesquisas com GA 3 exógeno variam entre as cultivares de crisântemo (RAJAGOPALAN & KADER, 1994; SCHMIDT et al., 2000). A qualidade das hastes de crisântemo de corte está relacionada entre outros critérios, à altura da planta, ao comprimento do pedúnculo, ao diâmetro das inflorescências, à rigidez das hastes e à área foliar. Schmidt et al. (2000) consideraram como adequados comprimentos de pedúnculos acima de 11 cm. Já Licker et al. (2000), em cultivo de outono em Santa Maria, no qual analisaram vários parâmetros fenométricos, entre eles o comprimento do pedúnculo de 32 cultivares de crisântemo de corte, foi observado que 47% desses cultivares apresentaram um pedúnculo curto, ou seja, inferior a 11 cm. O comprimento do pedúnculo é uma característica varietal que para muitas cultivares é fortemente influenciado pela temperatura. Na fase de elongação, baixas temperaturas causam pedúnculo muito curto e em condições de altas temperaturas os pedúnculos são normais (ZANCHET, 2003). Segundo Petry et al. (2008), em crisântemo de corte, o período de dias curtos deve ser iniciado de quatro a seis semanas após o transplante da muda enraizada, para se obter pedúnculo longo sem acúmulo de folhas junto a inflorescência. A combinação de dia curto (DC) + dia longo (DL) + DC pode favorecer a formação de pedúnculo floral longo e inflorescência de bom diâmetro (9DC+12DL+21DC). Os autores destacam ainda que, o tratamento DC iniciado antes das quatro semanas pode produzir pedúnculos e flores pequenas, enquanto que, se muito tardio, o pedúnculo terá maior crescimento, formando muitas folhas.

234 Kofranek & Cockshull (1985) aplicaram, em cinco cultivares de crisântemo, quatro tipos de manejo de DC intercalado com DL. O comprimento do pedúnculo foi aumentado em todos os tratamentos. No entanto, para dois cultivares o maior comprimento foi obtido com o manejo de 11 DC + 10 DL + DC até a antese, e para as outras três cultivares, o maior comprimento de pedúnculo foi obtido com a aplicação de 20 mg L -1 de GA 3 na terceira semana após a indução. A técnica do dia curto interrompido (DCI) melhorou a qualidade das hastes, porém, nem todas as cultivares responderam da mesma forma. Verificaram ainda efeitos como formação de botões axilares, formação de brácteas entre as lígulas e no receptáculo e a formação de botões secundários no centro do disco floral. O uso de reguladores de crescimento é outra técnica utilizada na melhoria da qualidade do crisântemo em cultivos de corte ou de vaso. Podem ser usados como prática de manejo na regulação da produção, promovendo ou inibindo o crescimento vegetal, acelerando ou retardando o ciclo. O crescimento da haste pelo uso de GA 3 deve-se a sua ação na elongação celular (MAZLIAK, 1982). O ácido giberélico pode agir em vários sítios no crescimento celular como a permeabilidade da parede celular, a atividade enzimática, a variação em potencial osmótico e a mobilização de açúcares (METRAUX, 1987). Kofranek & Cockshull (1985), encontraram diferenças importantes entre cultivares no alongamento do pedúnculo. Em três cultivares o uso 20 mg L -1 de AG 3 após 21 dias curtos alongou o pedúnculo satisfatoriamente, enquanto que, para outras duas a melhor elongação foi com o manejo dos dias curtos interrompidos. Schmidt et al. (2000) conduzindo experimento de crisântemo de corte cultivar Calábria, no inverno, associaram o número de semanas de DL com diferentes doses de GA 3, e observaram que as melhores plantas foram obtidas com duas semanas de DL e nas dosagens de 200 e 500 mg L -1 em duas aplicações. Já Bellé et al. (2007) testando aplicações de GA 3 e DCI em crisântemo de corte Gompier Chá verificaram melhores resultados para altura de plantas e comprimento dos entrenós com a dose de 300 mg L -1. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do uso do ácido giberélico e da técnica do dia curto interrompido no crisântemo de corte nas cultivares Calábria e Lameet Bright.

235 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em estufa plástica no Setor de Floricultura do Departamento de Fitotecnia, na Universidade Federal de Santa Maria, RS. O plantio foi realizado em 10 de maio de 2001 (outono/inverno) utilizando-se duas cultivares de crisântemo de corte, Calábria e Lameet Bright, que apresentam inflorescências do tipo decorativo e spider, de cores branca e amarela, respectivamente. O cultivo foi conduzido em estufa plástica em canteiros cujo solo pertence a unidade de mapeamento São Pedro e recebeu condicionamento de casca de arroz carbonizada. A média das temperaturas mínimas e máximas na estufa durante o período de cultivo foram de 13,3º C e 25,8º C, respectivamente. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2x8, com quatro repetições. Os níveis do fator A foram dois cultivares, 'Calábria' e 'Lameet Bright', e os do fator D oito tratamentos compostos por doses de GA 3 (ácido giberélico) e dias curtos interrompidos e uma combinação dos dois, assim definidos: 1 Quatro aplicações de 50 mg.l -1 de GA 3 ; 2 100 mg.l -1 de GA 3 ; 3 200 mg.l -1 de GA 3 ; 4 300 mg.l -1 de GA 3 ; 5 400 mg.l -1 de GA 3 ; 6 9 DC + 12 DL + DC até a antese + 50 mg.l -1 de GA 3 ; 7 9 DC + 12 DL + DC até a antese; 8 testemunha, plantas não tratadas e com dias curtos (DC) naturais. Para o primeiro tratamento foi realizada uma aplicação semanal a partir da 1 a semana após a indução, totalizando oito aplicações. Para os demais tratamentos com GA 3 foi aplicado em dose única aos 28 dias após a indução. As aplicações do regulador vegetal foram realizadas através de pulverizador manual, sempre ao final do dia. As unidades experimentais foram compostas por 64 plantas. Sendo utilizadas quatro plantas por unidade experimental para as avaliações. Os dias longos de 16h foram fornecidos até a quarta semana após o plantio de forma intermitente com 10 minutos de luz e 20 minutos de escuro, das 20h às 5h, utilizando-se lâmpadas incandescentes de 100W de potência obtendo-se a iluminância de 85 lux. A condição de dia curto foi disponibilizada somente desligando o sistema de iluminação artificial, já que ocorre naturalmente no outono. Nos tratamentos com DCI, o manejo do fotoperíodo foi realizado nas mesmas condições dos dias longos e dos dias curtos, mas isolado dos demais por uma cortina preta. As diferentes concentrações de ácido giberélico foram obtidas através do produto comercial Pro-Gibb com 10% de

236 GA 3, aplicando-se por parcela 150 ml da solução com a concentração específica para cada tratamento. O uso da fertirrigação foi através do sistema Venturi. A concentração aproximada utilizada foi de 2g L -1 de água na proporção NPK de 2,0:0,3:2,0 até o surgimento dos botões, após, a relação foi alterada para 1,0:0,3:2,0. As avaliações foram realizadas quando 50% das lígulas encontravam-se expandidas e utilizando-se quatro plantas aleatórias por unidade experimental, sobre as quais se realizou a avaliação dos seguintes parâmetros: comprimento do pedúnculo floral, altura final das plantas, número de inflorescências, peso fresco da planta e diâmetro do pedúnculo. A análise estatística foi realizada utilizando-se o software estatístico SOC/NTIA, seguindo o modelo de análise para o delineamento experimental bifatorial, blocos ao acaso, com fatores A e D qualitativos. E a comparação de médias feita através do teste de Duncan a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a variável comprimento do pedúnculo floral, a análise da variância mostrou uma interação significativa entre as cultivares e os tratamentos. Os resultados do teste de comparação de médias são apresentados na Tabela 1, na qual se observa que, os tratamentos promoveram um acréscimo significativo nessa variável em relação à testemunha em ambas as cultivares. O tratamento de DCI associado à aplicação de 50 mg L -1 de GA 3 provocou maior acréscimo no comprimento do pedúnculo na cultivar Calábria, enquanto que para a cultivar Lameet Bright, o mesmo tratamento não diferiu estatisticamente do tratamento com DCI sem a aplicação de GA 3. O crescimento em relação à testemunha foi de aproximadamente 278% e 115% para as cultivares Calábria e Lameet Bright, respectivamente, no tratamento DCI associado à aplicação de GA 3. No tratamento DCI sem a aplicação de GA 3, o crescimento foi de 108% para a cultivar Lameet Bright em relação à testemunha (Tabela 1). No entanto, esses pedúnculos foram excessivamente longos, flexíveis e não suportaram o peso das inflorescências, tendo como conseqüência a perda de qualidade das hastes florais. As plantas de ambas as cultivares responderam de forma positiva aos tratamentos com doses crescentes de GA 3. Para a cultivar Calábria a resposta não foi significativa entre as doses de 100 a 400 mg L -1, enquanto que, para o Lameet Bright houve um aumento progressivo do

237 comprimento do pedúnculo entre as dosagens de 50 a 300 mg L -1 (Tabela 1). Schmidt et al. (2000) consideraram adequado um comprimento de pedúnculo floral com valores superiores de 11 cm. Tomando esse valor como um parâmetro comparativo, pode-se afirmar que uma aplicação de 100 mg L -1 de GA 3 é suficiente para aumentar o comprimento do pedúnculo da cultivar Calábria de 6,91 cm das plantas testemunhas para 16,93 cm das plantas tratadas, representando um acréscimo de 145 %. Já, para a cultivar Lameet Bright, o aumento foi menor, isto é, esse aumentou de 11,92 cm nas plantas sem tratamento para 17,54 cm, nas plantas tratadas equivalente a um acréscimo de 47%. Portanto, esses pedúnculos podem ser considerados satisfatórios, pois não acarretaram excesso de flexibilidade das hastes. O tratamento com DCI sem aplicação de GA 3 também foi capaz de aumentar o comprimento do pedúnculo para as duas cultivares em relação às plantas testemunha. Para a cultivar Calábria o pedúnculo atingiu 16,6 cm, isto é, um incremento de 140%, porém não houve diferença significativa quando as plantas foram tratadas com doses crescentes de GA 3 (100 a 400 mg L -1 ). Na cultivar Lameet Bright o pedúnculo alcançou o comprimento de 24,8 cm, havendo um acréscimo de 108% (Tabela 1). Embora esse tratamento tenha produzido pedúnculos longos, esse comprimento foi excessivo para uma boa sustentação das inflorescências. Nessa cultivar, houve ainda alterações fisiológicas pelos dias curtos interrompidos, resultando no surgimento de brácteas e botões terciários (dois por pedúnculo), o que causou um envassouramento da haste floral. O uso de 12 DL provocou a ativação vegetativa de meristemas axilares das ramificações, que a seguir foram induzidos com a retomada desses dias curtos. As novas brotações determinaram o surgimento tardio de botões terciários, que não florescem ao mesmo tempo que as ramificações mãe. Kofranek & Cochshull (1985) trabalhando com outras cultivares não observaram esse tipo de alteração e sem anomalias na inflorescência. Com relação ao parâmetro altura final das plantas, houve interação significativa entre as cultivares e os tratamentos. Os resultados do teste de comparação de médias plantas encontramse na Tabela 1.

Tabela 1. Comprimento do pedúnculo floral (cm), altura da planta (cm) e número de inflorescências em duas cultivares de crisântemo de corte, Calábria e Lameet Bright, submetidas a aplicações de GA 3 e dias curtos interrompidos. UFSM, Santa Maria, RS, 2001 TRATAMENTOS Comprimento do Altura da planta (cm) Número de inflorescências pedúnculo (cm) Lameet Lameet Calábria Calábria Lameet Brigth Calábria Brigth Brigth GA 3 50 mg.l -1 * 23,42 b A 16,75 e B 165,63 a A 129,81 a B 6,44 d A 3,75 c B GA 3 100 mg.l -1 16,93 c A 17,54 ed A 138,75 c d A 115,75 c B 8,94 b A 3,94 c B GA 3 200 mg.l -1 17,75 c A 19,34 cd A 141,63 c d A 118,44 b c B 7,69 c b d A 3,81 c B GA 3 300 mg.l -1 18,26 c B 21,77 b A 141,06 c d A 122,44 a b c B 8,38 c b d A 4,37 c B GA 3 400 mg.l -1 17,54 c B 20,75 bc A 145,00 c b A 123,88 a b B 8,75 c b A 3,75 c B 9 DC+12 DL+DC ** 16,61 c B 24,88 a A 134,75 d A 125,38 a b B 8,31 c b d B 11,38 a A 9 DC+12 DL+DC + GA 3-50 mg.l -1 26,18 a A 25,64 a A 149,31 b A 129,80 a B 6,75 c d B 10,94 a A Testemunha 6,91 d B 11,92 f A 120,50 e A 107,25 d B 12,69 a A 6,88 b B MÉDIA 18,88 131,83 7,29 CV (%) 7,85 3,71 18,41 Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, ou da mesma letra maiúscula, na linha, não diferem entre si pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade de erro. * Quatro aplicações - uma por semana a partir da 1 a semana após a indução. **Manejo do fotoperíodo: 9 Dias Curtos + 12 Dias Longos + Dias Curtos até a colheita. Observa-se que todos os tratamentos provocaram um aumento significativo da altura final das plantas e superior à testemunha para ambas as cultivares testadas, resultado esse semelhante ao que ocorreu com o comprimento dos pedúnculos. Para a cultivar Calábria a aplicação de quatro doses de 50 mg L -1 apresentou maior altura final da haste em relação aos demais tratamentos, enquanto que para a cultivar Lameet Bright a aplicação de quatro doses de 50 mg L -1 e DCI com aplicação de GA 3 apresentaram os melhores resultados em relação a aplicação de 100 e 200 mg L -1 de GA 3 e em relação a testemunha. Porém, os melhores tratamentos não diferiram significativamente das aplicações de 300 e 400 mg L -1 de GA 3 e do tratamento de DCI sem GA 3 (Tabela 1). Os tratamentos de dias curtos interrompidos associados ou não com GA 3 resultaram num incremento significativo na altura das plantas, provavelmente pelos

239 mesmos motivos observados pela ação das doses de GA 3. As alturas das plantas em todos os tratamentos da cultivar Calábria, cuja amplitude foi de 134,75 a 165,63 cm, correspondem a valores excessivamente altos, podendo resultar na curvatura das hastes florais pela dificuldade de mantê-las eretas no canteiro, mesmo com o auxílio de uma rede tutora. Para a variável número de inflorescências, a análise da variância mostrou interação significativa entre os cultivares e os tratamentos (Tabela 1). Observa-se que esse parâmetro é uma característica distintiva dos cultivares, pois todos os tratamentos resultaram em diferenças significativas. Ao comparar as cultivares (Tabela 1), observou-se que a Calábria apresentou um número maior de inflorescências em todos os tratamentos, com exceção dos tratamentos realizados com dias curtos interrompidos. Para esses tratamentos, o maior número de inflorescências foi observado na cultivar Lameet Bright (média de 11,3). Esse aumento no número de inflorescências pode ser explicado pela resposta fisiológica da cultivar aos dias curtos interrompidos na indução de um maior número de gemas axilares, inclusive das gemas terciárias. Esse procedimento depreciou as hastes pelo envassouramento e produziu conseqüentemente, a desuniformidade na abertura dos botões florais. Em relação a cultivar Calábria, não se observou a formação de botões terciários com o tratamento fotoperiódico, mas sim uma diminuição no número de inflorescências quando comparada a cultivar Lameet Bright. Essa variação no número de inflorescências, bem como as alterações fisiológicas decorrentes do uso do dia curto interrompido, evidencia diferenças de resposta entre as cultivares. Verifica-se, na Tabela 1, que em todos os tratamentos com GA 3, ocorreu uma diminuição no número de inflorescências em ambas as cultivares. Para a cultivar Calábria o menor número de inflorescência foi com o tratamento de 50 mg L -1 aplicado quatro vezes, em que observou-se uma redução de praticamente a metade (49,3%) das inflorescências em relação as plantas não tratadas. Porém, este tratamento não diferiu significativamente das aplicações de 200 e 300 mg L -1 de GA 3 e do DCI com e sem aplicação do regulador vegetal. Quanto aos demais tratamentos utilizando GA 3 (100 a 400 mg.l -1 ), não houve diferença estatística entre eles, embora também com redução do número de inflorescência. Para a cultivar Lameet Bright, o menor número de inflorescências, foi observado quando recebeu quatro aplicações de 50 mg L -1 de GA 3, porém não houve diferença

240 significativa para as doses de 100 a 400 mg L -1, sendo tal redução equivalente à 45,5%, em relação as plantas não tratadas. Schmidt et al. (2000), trabalhando com a cultivar Calábria, observaram reduções no número de inflorescências pelo aumento na dose e na freqüência de GA 3, especialmente quando acompanhadas de redução no número de dias longos. Ainda Schmidt et al. (2003), trabalhando com um cultivar tipo girassol ( Viking ) não encontraram nenhuma interação entre dose e/ou freqüência de aplicação quanto ao número de inflorescências. Assim, a resposta favorável do GA 3 no aumento do número de inflorescências parece estar ligado à capacidade da cultivar em interagir com a época do ano conforme observaram esses autores, em plantio de verão. Essa resposta diferenciada justifica mais estudos, usando um número maior de cultivares para identificar aqueles que apresentam uma resposta favorável ao fator DCI ou pela ação do GA 3. Para as variáveis peso fresco da planta e diâmetro do pedúnculo, a análise não apresentou interação significativa entre as cultivares e os tratamentos (Tabela 2). Observou-se que não houve diferença significativa entre as doses crescentes de GA 3 para o peso fresco da haste em relação às plantas não tratadas. Contudo, a maior diferença foi para o tratamento de 50 mg L - 1 de GA 3 aplicado quatro vezes, a qual representou 10,7% de redução do peso fresco da haste. Entretanto, esse tratamento reduziu significativamente o diâmetro do pedúnculo floral em 17,7%, em comparação às testemunhas, tornando-o mais flexível e comprometendo a sustentabilidade da inflorescência. O aumento da concentração de GA 3 (100 a 400 mg L -1 ) também provocou uma diminuição no diâmetro do pedúnculo, embora só significativo para a maior dose em relação as plantas testemunhas (Tabela 2). Esses resultados concordam em parte com os encontrados por Schmidt et al. (2003), que analisaram as mesmas variáveis para a cultivar Viking, mas com pequena variação para um cultivo de inverno/primavera. Observa-se (Tabela 2) que o tratamento com DCI foi o responsável pelo maior peso fresco da planta, porém este não diferiu significativamente da testemunha e dos tratamentos DCI com aplicação de GA 3 e aplicação de 300 mg L - 1 de GA 3. Quanto ao diâmetro do pedúnculo, verifica-se que as melhores respostas foram com a aplicação de DCI e a testemunha, porém estes não diferiram significativamente do DCI associado à aplicação de 50 mg L -1 de GA 3 e das aplicações de 100, 200 e 300 mg L -1. Essa resposta se deve provavelmente ao

Tabela 2. Peso fresco e diâmetro do pedúnculo de duas cultivares de crisântemo de corte, Calábria e Lameet Bright, submetidas a GA 3 e dias curtos interrompidos. UFSM, Santa Maria, RS, 2001 Tratamentos Peso Fresco Diâmetro (g) Pedúnculo (mm) GA 3 50 mg.l -1 * 97,28 b 2,60 c GA 3 100 mg.l -1 100,65 b 2,79 a b GA 3 200 mg.l -1 97,84 b 2,76 a b GA 3 300 mg.l -1 106,53 a b 2,73 a b GA 3 400 mg.l -1 100,50 b 2,72 b 9 DC+12 DL+DC ** 118,75 a 3,28 a 9 DC+12 DL+DC + GA 3-50 mg.l -1 111,93 a b 2,95 a b Testemunha 108,96 a b 3,16 a MEDIA 105,30 2,87 CV (%) 14,05 6,24 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade de erro. * Quatro aplicações - uma por semana a partir da 1 a semana após a indução. ** Manejo do fotoperíodo: 9 Dias curtos + 12 Dias Longos + Dias curtos até a antese. maior tempo de exposição a dias longos, 12 dias adicionais, produzindo maior quantidade de fotoassimilados pelas folhas, o que favoreceu o aumento do diâmetro do pedúnculo. CONCLUSÕES Tanto o uso de ácido giberélico (GA 3 ) como a técnica de dias curtos interrompidos são eficazes no alongamento do pedúnculo floral e na altura da planta para as cultivares Calábria e Lameet Bright. O dia curto interrompido (9 DC + 12 DL + DC) compromete a qualidade das hastes florais da cultivar Lameet Bright. Uma aplicação de 100 mg L -1 de ácido giberélico é suficiente para aumentar o comprimento do pedúnculo floral sem comprometer a qualidade da haste. REFERÊNCIAS BELLÉ, R. A. Caderno Didático de Floricultura. 3 ed. Santa Maria: RAB, 2008. 142p.

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