PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CRUZ DAS ALMAS - BA

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Transcrição:

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CRUZ DAS ALMAS - BA Anaxsandra da Costa Lima Duarte (1) Professora Assistente do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E-mail: anaxsandra@gmail.com Fabiane Correia da Cunha (2) Pós-Graduanda em Gestão da Inovação e Desenvolvimento Regional na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E-mail: fabiane_correia@hotmail.com RESUMO A educação ambiental é um processo participativo pelo qual o educando obtém conhecimentos acerca das questões ambientais e começa a desenvolver uma nova visão sobre os recursos naturais, tornando-se um agente transformador no que diz respeito à preservação ambiental (MEDEIROS et al., 2011). Este trabalho objetiva descrever como se deu a execução do Programa de Educação Ambiental (PEA) que foi realizado em 2015 junto a professores e alunos de escolas de ensino do município de Cruz das Almas - BA. A metodologia proposta pelo PEA ocorreu da seguinte forma: descrição da equipe de trabalho, com o incremento de ações de educação ambiental nas escolas; seleção e perfil das escolas trabalhadas, onde tiveram prioridade de ingressar as 04 escolas que já vinham desenvolvendo ações de educação ambiental com a temática dos resíduos sólidos em parceria com o Projeto Cata Renda, e as outras 03 onde não havia existido ainda nenhuma iniciativa de projetos nesta área e; execução de atividades realizadas pelos estudantes de graduação nas turmas escolhidas. Ao final do programa constatamos que trabalhar com os alunos do ensino fundamental foi muito proveitoso já que, em virtude da faixa etária ser menor, foram os que mais participaram das ações. PALAVRAS-CHAVE: Alunos, Educação Ambiental, PEA. 1. INTRODUÇÃO A escola é um ambiente fundamental para a conscientização dos futuros cidadãos preocupados com o meio ambiente desta forma a inserção da educação ambiental na formação dos jovens é uma das formas de sensibilizar os educandos para uma relação mais saudável com os recursos naturais. Este tema deve ser trabalhado freqüentemente na escola, porque é um ambiente onde os indivíduos têm mais facilidade em aprender (MEDEIROS et al., 2011). A educação ambiental formal tem como principal instrumento a escola, mas para que o tema Meio Ambiente seja incorporado ao cotidiano escolar, por intermédio das áreas do conhecimento, e não apenas se mantenha como um tema excepcional em semanas ou atividades comemorativas é necessário uma proposta de ação contínua. Para tanto, é fundamental que as escolas desenvolvam programas ou projetos de educação ambiental. Tais ações devem ocorrer dentro do sistema formal de ensino com produção de materiais técnicos específicos, treinamento de professores e estímulo aos diferentes atores envolvidos na sua execução, a partir de uma abordagem interdisciplinar (REIGOTA, 1998). A implementação de ações de educação ambiental nas escolas vem se constituindo uma demanda crescente e assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a comunidade escolar deve se portar como coresponsável na promoção do desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2005). Esse tipo de desenvolvimento assume como premissas que a natureza tem limites, que o progresso humano não pode continuar de forma ilimitada e incontrolável, e que deve haver uma responsabilidade coletiva pelo uso dos recursos naturais. Neste contexto, a extensão universitária assume um papel importantíssimo como potencial instrumento de disseminação e captação de idéias e conhecimentos comprometidos com tais premissas. Aliar a questão ambiental a programas ou projetos de extensão universitária é ampliar as possibilidades de fortalecimento do processo de busca pela sustentabilidade ambiental junto a organizações da sociedade civil. O Programa de Educação Ambiental (PEA) foi criado visando promover, por meio da extensão universitária o Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 1

incremento de ações de educação ambiental nas escolas do município de Cruz das Almas. As ações priorizaram a implantação de um programa voltado para a temática dos resíduos sólidos urbanos. Acreditando na necessidade da educação ambiental para a conscientização da população e uma conseqüente mudança nos rumos de nossa história, buscamos caminhos para implementar tal concepção de educação em nosso cotidiano escolar. 2. OBJETIVO DO TRABALHO Este trabalho tem como finalidade descrever como se deu a execução do PEA que foi realizado no ano de 2015 junto a professores e alunos de escolas do ensino fundamental do município de Cruz das Almas - BA. Tendo em vista que a educação ambiental é muito abrangente e a maioria dos programas que se propõem a trabalhar o tema concentrar-se em focos mais específicos, o desenvolvimento deste programa deu enfoque para a problemática dos resíduos sólidos e as interações desse tema com os outros abordados pela educação ambiental. 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada na execussão do PEA foi divida em três etapas, a saber: 1. Descrição da equipe de trabalho: O PEA foi criado visando promover, por meio da extensão universitária, o incremento de ações de educação ambiental nas escolas do município. Dessa forma, na equipe houve envolvimento de docentes do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas (CCAAB) e do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC), centros de ensino situados no Campus de Cruz das Almas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com caráter interdisciplinar. O programa também contou com a participação de uma equipe técnica da Incubadora de Empreendimentos Solidários (INCUBA) da UFRB mediante o envolvimento de bolsistas e de estagiários (estudantes de graduação). Ao todo houve a participação de 02 docentes da UFRB, 01 estagiário da área de Ciências Sociais da INCUBA/UFRB e 12 estudantes de graduação da área de Ciências Agracias e Ciências Exatas da universidade. 2. Seleção e perfil das escolas trabalhadas: A seleção das escolas que integraram o programa foi feita com base no seguinte critério: tiveram prioridade de ingressar no PEA as 04 escolas que já vinham desenvolvendo ações de educação ambiental com a temática dos resíduos sólidos em parceria com o Projeto Cata Renda, vinculado à INCUBA/UFRB, e as outras 03 escolas onde não havia existido ainda nenhuma iniciativa de ações ou projetos ligados a educação ambiental com a temática proposta. O programa foi implementado e desenvolvido nas escolas por um período de nove meses, com enceramento das ações em dezembro de 2015. No Quadro 1 estão elencados o perfil das escolas trabalhadas. Quadro 1: Perfil das escolas participantes do PEA Nome da escola Série Nível Nº de alunos Disciplina do professor que "cedeu" o horário Centro Educacional Cruzalmense (CEC) 6º Fundamental II 35 Ciências Centro Territorial de Educação Profissional II (CETEP) 2º Ensino Médio 15 Matemática Hamilton Cerqueira 4º Fundamental I 17 Interdisciplinar Joquim de Medeiros 3º Fundamental I 19 Interdisciplinar Lauro Passos 7º Fundamental II 39 Geografia Maria Peixoto 5º Fundamental I 23 Interdisciplinar Monsenhor Neiva 4º Fundamental I 25 Matemática Montesori 6º Fundamental II 50 Ciências Fonte: PRÓPRIOS AUTORES (2016) 2 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016

3. Atividades propostas pelo PEA: a) Reunião inicial com a coordenação acadêmica da escola selecionada: As reuniões foram realizadas para o processo de elaboração de cronogramas e planejamento de como o programa iria proceder durante o ano letivo escolar de acordo com a realidade de cada escola. Dessa forma, houve uma discussão da forma que as atividades deveriam ser aplicadas e trabalhadas. b) Apresentação do PEA na turma escolhida: Os estudantes de graduação foram em todas as escolas conhecer a turma e apresentar o cronograma de atividades que fariam parte do PEA. c) Diagnóstico da Percepção Ambiental - Marco Zero: Foram aplicados três questionários no primeiro mês da execução do programa, abordando os seguintes públicos-alvo: a direção da escola, servidores e alunos da classe selecionada. O objetivo da aplicação desse questionário era para que a equipe técnica do projeto pudesse visualizar a percepção da comunidade escolar sobre as questões ambientais, principalmente sobre a problemática dos resíduos sólidos. d) Palestras, oficinas e apresentação de vídeos: A equipe técnica do projeto promoveu a realização de palestras sobre os resíduos sólidos destacando: conceitos, problemática e destino, oficinas de reciclagem, segregação e classificação dos resíduos sólidos, além da apresentação de vídeos para posterior discussão na classe selecionada.nas oficinas de reciclagem os alunos tiveram a oportunidade de elaborar objetos como brinquedos e outros artefatos, a partir dos resíduos recicláveis. As Figuras 1 e 2 apresentam as oficinas confecção de lixeiras da coleta seletiva na Escola Joaquim de Medeiros e a oficina de compostagem de materias orgânicos realizada na Escola Monsenhor Neiva, respectivamente. Figura 1: Oficina de confeção de lixeiras da coleta seletiva na Escola Joaquim de Medeiros Figura 2: Oficina de Compostagem na Escola Monsenhor Neiva Fonte: PRÓPRIOS AUTORES (2016) Fonte: PRÓPRIOS AUTORES (2016) e) Realização de uma Gincana Ecológica: O objetivo dessa gincana foi o de fomentar iniciativas como a coleta e a separação dos materiais recicláveis trazidos de casa pelos alunos e nas escolas trabalhadas, onde esses materiais eram recolhidos, destinados, separados (em recicláveis e rejeitos) e pesados semanalmente pela Associação Cata Renda Ambiental. A associação registrava os valores obtidos, os quais eram computados para que ao fim do ano letivo a escola que destinasse o maior número de materiais recicláveis vencesse a gincana, recebendo assim uma premiação. Foi realizada também uma atividade para a destinação correta do Óleo vegetal Residual produzido no ambiente escolar e das residências da comunidade escolar. O óleo coletado foi armazenado em garrafas PET e destinado a Associação Cata Renda Ambiental. f) Instalação dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e Inspetor(a) Ambiental: Foi implantado nas escolas recipientes plásticos para acondicionamento de materiais recicláveis com capacidade para 1000 litros denominados PEV (Figura 3). Toda comunidade escolar foi estimulada a depositar seus recicláveis no PEV, conforme orientações prévias. Já o Inspetor Ambiental foi designado pelo professor(a) da classe um aluno(a) para ser o inspetor(a) ambiental, cuja função foi acompanhar as ações de coleta seletiva na escola. Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 3

Figura 3: PEV da coleta seletiva nas escolas Fonte: PRÓPRIOS AUTORES (2016) g) Avaliação geral do PEA, desde o ponto de vista dos bolsistas da UFRB que desenvolveram as atividades nas escolas. O Quadro 2 apresenta um modelo para esta avaliação: Quadro 2: Modelo de avaliação do PEA Fonte: PRÓPRIOS AUTORES (2016) A equipe do PEA ainda desenvolveu metodologias diferentes para cada escola, tendo em vista que a faixa etária dos alunos varivam de acordo com as séries em que se encontravam. Dentre essas metodologias foi necessário a introdução de atividades mais lúdicas, dessa forma, foi realizada oficinas de confecção de brinquedos para os alunos do ensino fundamental, tendo como matéria-prima os materiais recicláveis trazidos de casa. Pôde-se notar que em algumas escolas, como foi o caso da Maria Peixoto e a Hamilton Cerqueira, os alunos replicaram, por conta própria, a divulgação nas outras salas de aula a oficina de fabricação de 4 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016

brinquedos. Nas escolas do ensino médio, a aposta foi em exibições de filmes e utilização de slides como apoio nas aulas, dessa forma, notou-se uma maior atenção dos alunos nas aulas expositivas. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para destacar as principais dificuldades encontradas pela equipe durante o período em que o PEA ocorreu, destacamos de acordo com os itens a seguir: 1. Em relação aos alunos da turma: poucos alunos levavam materiais recicláveis para depositar no PEV, o que tornava a coleta seletiva ineficiente em algumas escolas; muitos alunos não prestavam atenção as aulas expositivas, devido ao execesso de barulho que os mesmos faziam; os alunos do ensino médio interagiam pouco nas aulas, além de se retirarem da sala no horário disponibilizado pelas escolas para as atividades do PEA; o maior interesse pelo projeto sempre partia dos alunos do ensino fundamental, principalmente aqueles com faixa etária entre 7 aos 9 anos; 2. Em relação aos demais alunos das escolas: os demais alunos das escolas contribuíam pouco com a coleta seletiva; apesar da equipe comparecer semanalmente nas escolas, se destacando com uma farda característica do programa, os demais alunos não tinham curiosidade em aproximar-se para perguntar ou saber de algo. 3. Em relação à localização dos PEV: a localização do PEV em algumas escolas como o CEC e o Montessori que deveriam está na área central, não estava visível aos alunos, o que comprometia a coleta seletiva; em algumas escolas o PEV estava bastante sujo e com odor por conta da quantidade excessiva de rejeitos, depositado, na maioria dos casos, pelos alunos e funcionários da limpeza; 4. Em relação aos funcionários das escolas: os professores e diretores das escolas se mostraram um pouco distante da equipe, contribuindo pouco com a reciclagem; na maioria das escolas os funcionários da limpeza depositam rejeitos nos PEV, quando deveriam colocar somente recicláveis a presença dos professores nas aulas de educação ambiental incomodava (principalmente os das escolas públicas), porque inibia, de alguma forma, a performance da equipe na realização das atividades. Buscando uma solução para os aspectos que comprometiam a execução do PEA nas escolas, a equipe do programa lançou mão das discussões em sala sobre a importância da coleta seletiva, além de lembrar aos alunos que eles estavam participando de uma gincana e que no final a escola ganharia um prêmio. Isto possivelmente contribuiu para que os mesmos reativassem suas motivações em participar da coleta seletiva. A equipe também realizou em todas as escolas oficinas de construção de cartazes com frases e desenhos alertando para a problemática ambiental e a relevância da reciclagem para a destinação correta dos resíduos sólidos. Assim, a equipe juntamente com os alunos da turma se dirigiu em todas as salas de aula das escolas para divulgação do PEA. Notou-se uma melhora na quantidade de recicláveis depositados pelos alunos nos PEV, fato que pôde ser comprovado através da tabulação de dados realizado pela Associação Cata Renda Ambiental e divulgado posteriormente. Tendo em vista que os funcionários da limpeza também depositavam rejeitos nos PEV, houve a necessidade de fortalecer o diálogo com os mesmos na tentativa de alertá-los sobre a necessidade de zelar pelo programa, depositando somente os materiais que possuíam algum valor de reciclabilidade. Acredita-se que a divulgação do projeto nas escolas e o contato com a direção para informar os demais funcionários, contribuíram para uma melhora na diminuição dos rejeitos depositados. Sendo assim, nas situações em que os PEV se encontravam sujos e com odor, a Associação se dirigia imediatamente até as escolas para fazer a limpeza dos mesmos e recolher os recicláveis. Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016 5

5. CONCLUSÃO Em uma avaliação feita após o encerramento do PEA, constatou-se que seria interessante trabalhar somente com os alunos das séries do ensino fundamental, fase em que os alunos possuem uma faixa etária menor e portanto, são os que mais possuem interesse em participar. Sobre isso, Medeiros et al., 2011 acredita que a introdução da educação ambiental resulta em um passo importante em todos os níveis da educação, principalmente nas séries iniciais da escolarização onde acreditar-se ser mais fácil a conscientização de crianças sobre o meio ambiente do que os adultos. Outros desafios ainda podem ser citados para melhorar o desenvolvimento do programa como ampliar o número de escolas de nível fundamental e conseqüentemente o número de bolsistas envolvidos no programa de extensão universitária. Como puderam ser constatadas, as escolas que doaram mais recicláveis foram as públicas de ensino fundamental (doação feita pelos professores e diretores também), tanto que no final da Gincana Ecológica a escola Joaquim de Medeiros faturou a premiação (kit de livros pra escola e brinquedos para os alunos da turma participante do PEA). Além disso, seria interessante pensar em temáticas de aulas mais adequadas para cada faixa etária, o que possivelmente garantiria ainda mais atenção dos alunos e apostar no envolvimento dos pais dos alunos através de reuniões com foco no PEA na própria escola; 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JACOBI, P. R. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo: n. 118, p. 189-205, 2005. MEDEIROS, A. B.; MENDONÇA, M. J. S. L.; SOUSA, G. L.; OLIVEIRA, I. P. A importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 1, 17 p. 2011. REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al. (Orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998. p. 43-50. 6 Cruz das Almas, Bahia 13 a 16 de julho de 2016