O ENFERMEIRO NA ARTE DE PROMOVER A SAÚDE PREVENIR DOENÇAS E PROLONGAR A VIDA



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Transcrição:

1 O ENFERMEIRO NA ARTE DE PROMOVER A SAÚDE PREVENIR DOENÇAS E PROLONGAR A VIDA RESUMO Programa de saúde da Família BATISTA, Mariana Correia BARBOSA, Renata de Oliveira SANTOS, Tatiana Franco dos FERREIRA, Tatiana Tavares MELO, Verônica Carneiro de O presente estudo busca analisar o conhecimento do Enfermeiro quanto o PSF, objetivando identificar as atividades atribuídas a este profissional, quanto ao vínculo criado com a comunidade, suas ações e limitações nesse trabalho. Analisaram-se os conteúdos históricos, culturais e político do PSF, suas atribuições e delegações, e ainda a investigação e identificação dos objetivos dos enfermeiros no PSF. Valendo-se de questionário (anexo 2), como base de pesquisa, temos como resultado obtido os seguintes dados: O vínculo que o enfermeiro tem com a comunidade... O Programa de Saúde da Família ocorre como descrito pelo Ministério da Saúde... 80% dos entrevistados afirmam em pergunta fechada que seu vínculo vai além das suas ações profissionais. 60% dos enfermeiros entrevistados afirmam em pergunta fechada que o programa não ocorre como deveria. As finalidades do Programa de Saúde da Família estão de acordo com a realidade da comunidade... 100% dos enfermeiros entrevistados afirmam que o Programa não está de acordo com a comunidade, também em pergunta fechada. É preciso fazer mais! Enfim o enfermeiro sabe seu real valor em uma comunidade, se julga antes de julgar ao próximo, tem a mente aberta a novas tendências do papel da enfermagem, de não só curar doenças e sim promover a saúde desta comunidade. Têm-se intensas atribuições, não fazendo disto um ponto ruim para o desenvolvimento do seu trabalho,

2 se preocupa com os problemas sociais, e tentam conduzir a uma melhora, buscam o bem estar da comunidade, promovem a saúde, previnem doenças e prolongam a vida... CAPÍTULO I -Considerações Iniciais 1. Contextualização Visando uma melhora no Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde criou uma estratégia, em que a idealização é reorientar os princípios básicos da saúde a partir da atenção básica, dando um atendimento de qualidade, evitando gastos com internações, e com isso melhorando a saúde da população. Segundo Costa, (2004, p.08): A saúde da família é a estratégia que o Ministério da Saúde escolheu para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde a partir da atenção básica. Esta estratégia foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994 foram formadas as primeiras equipes, incorporando a atuação dos agentes numa proporção média de um agente para 575 pessoas acompanhadas. Uma unidade de saúde da família se destina a realizar atenção contínua nas especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde, características do nível primário de atenção. Acredita-se que as Unidades Básicas sejam capazes de resolver 85% dos problemas de saúde em suas comunidades, prestando atendimento de qualidade, evitando internações desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da população. De acordo com, Dallari Para a Organização Mundial de Saúde. Saúde é o completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. É interessante examinarmos como esse conceito evoluiu. Saúde traz hoje para a população em geral a idéia de ausência de doença, e apenas isso, mas nem sempre foi assim. É curioso observarmos que, na Antigüidade, Hipócrates, que é considerado o pai da Medicina, já estava absolutamente convencido de que a saúde implicava uma harmonia do homem com a natureza. A saúde pressupunha, para Hipócrates, o equilíbrio entre os diversos componentes do organismo, o equilíbrio entre os diversos organismos e o equilíbrio destes organismos com o meio-ambiente. O bem-estar dependia tanto

3 de fatores internos quanto de fatores externos e a gente já leu e viu em livros, em romances, em filmes mesmo, o quanto eram importantes os hábitos de vida para a definição da saúde: o clima, a qualidade da água, do solo, do ar. Tudo isso na Antigüidade. Então, para alguém ser saudável, precisava preencher todos esses equilíbrios. Conforme WRIGHT, WATSON e BELL (1996, p. 12): Definem família como sendo um grupo de indivíduos ligados por fortes vínculos emocionais, com o sentido de posse e a inclinação a participar das vidas uns dos outros. 2. Justificativa/ Relevância: Este estudo pretende contribuir a partir de pesquisa e concepções atuais, demonstrando aos enfermeiros a importância da promoção da saúde, a prevenção das doenças e a capacidade de resolver a grande maioria dos problemas de saúde em prol da população. 3. Problema: A visão Até que ponto o enfermeiro percebe seu real valor na comunidade? 4. Objeto de estudo: As atribuições do enfermeiro integrado ao Programa de Saúde da Família. 5. Objetivo: Investigar o nível de conhecimento dos enfermeiros a respeito de suas atribuições no Programa de Saúde da Família. Avaliar o grau de interesse do enfermeiro ao se deparar com os problemas sociais da comunidade. Identificar o conhecimento dos enfermeiros quanto aos objetivos do Programa de Saúde da Família. Investigar o que buscam os enfermeiros no Programa de Saúde da Família.

4 CAPÍTULO II - Fundamentação bibliográfica 1. Histórico da economia em saúde Em 1978, a Conferência da Alma Ata, na antiga União Soviética estabeleceu as estratégias da atenção primária à saúde, objetivando alcançar a Saúde para todos no ano 2000. Em 1986, no Canadá, a I Conferência Internacional de Promoção de Saúde, na Carta de Ottawa, enfatizou a importância e o impacto das dimensões socioeconômicas, políticas e culturais sobre as condições de saúde. Neste contexto, a estratégia da saúde da família proposta pelo governo brasileiro elege a família como núcleo social alvo em um território definido e agrega ainda os princípios da responsabilidade social, interdisciplinaridade e intersetorialidade, além da vigilância em saúde. 2. Objetivos do modelo de saúde da família O Ministério da Saúde afirma que, os objetivos da implantação do modelo de saúde da família são: Prestar assistências integrais, contínuas, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adstrita. Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta. Humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais de saúde e a população. Proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento de ações intersetoriais. Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde. Fazer com que a saúde seja reconhecida como um direito de cidadania e, portanto, expressão de qualidade de vida. Estimular a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social. 3. Presença de saúde ausência de doença

5 O método mais eficaz, contra as doenças, é a prevenção e promoção da saúde. O meio mais seguro para alcançar esse objetivo é garantir que as pessoas tenham acesso aos serviços de atenção básica, como se dá no Programa de Saúde da Família: onde há promoção da saúde, assistência básica e prevenção, cada pessoa da comunidade é assistida antes que os problemas se agravem, no surgimento, ou antes, mesmo que apareçam. Os postos e centros de saúde tradicionais adotam um modelo passivo de atenção, limitados a encaminhar doentes para centros especializados ou para o hospital mais próximo, enquanto as Equipes de Saúde da Família, em atividades na Unidade de Saúde da Família, identificam os problemas e necessidades das famílias e da comunidade, planejando, priorizando e organizando o atendimento. O Ministério da Saúde afirma que: Essa nova maneira de organizar o sistema local de saúde explica por que, nos municípios onde o Programa de Saúde da Família está bem implantado, com equipes capacitadas e dispondo de estrutura física e equipamentos adequados: Diminui o número de morte de crianças por causas evitáveis; Aumenta a quantidade de gestantes que chagam saudáveis e bem informadas ao parto; Melhora a qualidade de vida dos idosos; Melhoram os índices de vacinação; Os hipertensos e diabéticos são diagnosticados, tratados e acompanhados; Os casos de tuberculose e hanseníase são localizados e tratados; Diminuem as filas para atendimento nos hospitais da rede pública de saúde. Na realidade, é interminável a relação dos defeitos dos serviços de saúde para os quais o Programa de Saúde da Família pode dar concerto seguro. Implantar o Programa de Saúde da Família é a tentativa de concerto dos serviços de saúde, reorganizando o sistema em vigor no município - e isso significa substituir as antigas diretrizes, baseadas na valorização do hospital, mais voltadas para a doença, e introduzir novos princípios, com foco na promoção da saúde e na participação da comunidade. A unidade de saúde da família é ativa e contínua na assistência às pessoas em sua área de abrangência, acompanhando integralmente a saúde da criança, do adulto, da mulher, dos idosos.

6 Tradicionalmente os postos de saúde são caracterizados pela passividade. Não há vínculo afetivo nem responsabilidade maior com saúde da comunidade, se limitam a abrir suas portas, vacinar as crianças e encaminhar pacientes aos hospitais. 4. Como funcionam as unidades de saúde da família De acordo com Costa (2004, p.10) As Unidades de Saúde da Família funcionam segundo algumas diretrizes operacionais e conceitos próprios: Adscrição da clientela Cada unidade é responsável pelo cadastramento e acompanhamento da população vinculada (adscrita) a uma área (território de abrangência). Cada unidade de saúde da família pode atuar com uma ou mais equipes de profissionais, dependendo do número de família a ela vinculada. Uma equipe é responsável por uma área onde residam entre 600 a 1.000 famílias, com um limite máximo de 4.500 habitantes. Cadastramento As equipes deverão realizar o cadastramento das famílias através de visitas aos domicílios, de acordo com a área territorial que foi preestabelecida para a adscrição. Integralidade e hierarquização A unidade de saúde da família está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de assistência, chamado atenção básica. Necessita estar vinculada à rede de serviços, de forma que seja garantida atenção integral aos indivíduos e às famílias e que sejam asseguradas a referência e a contra-referência para níveis superiores de complexidade. Equipe multiprofissional Cada equipe é composta, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis Agentes Comunitários de Saúde. Outros profissionais, como dentistas, assistentes sociais e psicólogos, podem ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio. Onde o Programa de Saúde da Família está adequadamente implantado, há profissionais capacitados e integrados ao sistema municipal de saúde, tendo condições de solucionar 85% dos casos de saúde da população atendida. 5. Atribuições das Equipes

7 As equipes de saúde da família devem estar capacitadas para: Identificar a realidade epidemiológica e sócio-demográfica das famílias adscritas. Reconhecer os problemas de saúde prevalentes e identificar os riscos aos quais a população está exposta. Planejar o enfrentamento dos fatores desencadeantes do processo saúde/doença. Atender à demanda programada ou espontânea. Utilizar corretamente o sistema de referência e contrareferência. Promover educação à saúde e melhorar o autocuidado dos indivíduos. Incentivar ações intersetoriais para enfrentar os problemas identificados. 5.1. O Profissional Médico O médico de família acompanha os indivíduos, as famílias e a sociedade em todas as fases do seu ciclo vital, e não apenas nos momentos do adoecer. Deve ter sólida formação geral visto ter por função atender a toda família, independentes do sexo ou idade. 5.2. O Profissional Enfermeiro O enfermeiro apóia e supervisiona o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, assiste às pessoas que necessitam de atenção de enfermagem e desenvolve seu processo de trabalho em dois locais: na unidade de saúde, junto à equipe de saúde e na comunidade. 5.3. Auxiliar de enfermagem Desenvolve ações nos domicílios, na unidade de saúde e na comunidade. 5.4. Agentes Comunitários de Saúde Desenvolve ações supervisionadas nos domicílios de sua área de responsabilidade e participa da programação das unidades.

8 6. Questões Éticas A declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU 10/12/1948) reconhece, no seu Artigo XII, que: Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Segundo Costa (2004, p. 30): Para uma convivência harmoniosa das famílias e da comunidade com a equipe da Unidade de Saúde da Família é necessário que sejam observados alguns cuidados (principalmente pelos Agentes Comunitários de Saúde que visitam com mais regularidade os domicílios): Todo domicílio merece igual respeito e atenção, quer seja a mansão mais luxuosa ou a mais simples moradia alternativa. Peça autorização para entrar, pergunte se o horário é conveniente e, se possível, agende as visitas. Seja atencioso, mas não chato, demore apenas o tempo necessário (as pessoas geralmente são muito ocupadas). Não fique analisando o ambiente e o que existe à sua volta, salvo o imprescindível para completar seus relatórios. Seja discreto, conserve a confiança das famílias. Evite crítica e condenações. Não demonstre estranheza perante hábitos culturais diferentes. Seja Cortez, ofereça sua ajuda. Não emita juízos de valor sobre a conduta das pessoas. Mantenha-se digno da confiança dos moradores e procure conseguir melhorias para a localidade. 7. História familiar Conhecer a historicidade de cada paciente faz-se compreender suas dimensões bio-psicossociais, vendo-se a importância de um olhar que transcenda o biológico. Pois a fala do paciente reflete seu mundo e sua história mostra o indivíduo de hoje.

9 MYERS (1999, p.22): Nossas convicções e julgamentos sociais importam porque têm efeitos que influenciam o modo pelo qual sentimos e agimos; e, neste processo podem gerar sua própria realidade. Algumas patologias se relacionam mais de perto com a herança biológica, sendo que à maior parte está relacionada com o estilo de vida. Para SONTAG (1989, p. 55), a dor e a doença são manifestações da corporiedade, mas não apenas dela, porque, acima dos sinais e sintomas puramente biológicos, predomina o sentido que o homem dá à doença e a visão que tem dela. 8. A família e suas necessidades básicas O meio ambiente, a vida e a reprodução, alimentação, vestuário, habitação, educação, transporte, segurança, profissionalização, visão do mundo e saúde, relacionam-se com as necessidades básicas da família. A relação tamanho da família/condições de vida deve estar relacionada com a pretensão de que as crianças cresçam num ambiente sadio e com chance de ter educação e profissionalização para exercer alguma atividade especializada. Há uma consciência crescente em todo o mundo da importância do desenvolvimento do conhecimento ecológico para a preservação da vida e da saúde humana. Contudo, a área de saúde ambiental é ainda pouco presente no currículo médico e até mesmo dentro da saúde coletiva. A discussão da relevância dos determinantes ambientais na promoção à saúde e na prevenção de enfermidades é fundamental para a formação do médico. Afirma Freire Dias (2002, p. 88): Nosso conhecimento sobre o mundo natural é mais extenso do que nossa sabedoria em usá-lo, existe um quadro incompleto do que está em jogo. A educação atual promove a desconexão, treina as pessoas para que ignorem as conseqüências ambientais de seus atos. A sustentabilidade humana se tornou cada vez mais uma corrida entre a educação e o sofrimento. 9. A implantação do PSF, passo a passo

10 Conforme o Ministério da saúde (1998) o primeiro passo para a implantação da estratégia de Saúde da Família é, como já foi dito, a vontade política do prefeito. O prefeito e o secretário municipal de Saúde devem estar firmemente decididos a implantar o PSF. Mais que isso, precisam estar convencidos de que o PSF pode, de fato, contribuir para reorganizar a Atenção Básica com a melhora efetiva do sistema de saúde do município e da qualidade de vida das pessoas. Ainda como parte do passo inicial desse processo de implantação, é fundamental que gestores, profissionais de saúde, políticos e a população em geral compreendam que o PSF é uma estratégia de organização da Atenção Básica e, conseqüentemente, de todo o SUS. É indispensável a participação de todos os atores envolvidos com o sistema, para se efetivar esse processo de mudança. É uma mudança em profundidade, que exige a participação de todos. O passo seguinte, para ser bem sucedido, depende do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Além de aprovar formalmente a proposta de implantação do Programa Saúde da Família, o Conselho deve, no exercício da função de controle social, acompanhar o processo de implantação e a operação do Programa. A participação ativa dos Conselhos Municipais, Locais ou Distritais pode contribuir muito para a garantia do cumprimento das diretrizes essenciais que caracterizam o PSF. Nos momentos de transição das administrações municipais, o Conselho Municipal de Saúde deve estar atento, para evitar descontinuidade do programa. É nessa perspectiva de mudança radical que o PSF deve ser debatido, com a participação de todo o sistema de saúde, a começar pelas unidades básicas ou de pronto atendimento (especialmente aquelas que passarão a ser USF), hospitais, unidades de referência e instituições formadoras de recursos humanos que atuam no município ou na região. Esses momentos podem ser oportunos para a divulgação de experiências bem sucedidas do PSF em outros municípios, que ajudem a dar credibilidade e a mostrar como a Saúde da Família funciona na prática. 9.1. Como elaborar a proposta de implantação? A proposta de implantação do PSF deve ser:

11 A adequação física; Os recursos humanos; Os equipamentos necessários para garantir que a USF possa responder aos problemas de saúde das famílias na área sob sua responsabilidade. A proposta de implantação do PSF deve apontar: Referência e contra-referência dos usuários; Apoio ao diagnóstico laboratorial e de imagem (RX e ultra-som); Assistência farmacêutica; Proposta de gerenciamento do trabalho. Elaborar a proposta de implantação é tarefa do Município que, para isso, deve contar com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde. O processo possui várias etapas, sendo que algumas podem ser simultâneas: 9.2. Identificar as áreas prioritárias Para o Ministério da Saúde (1998), o primeiro passo na elaboração da proposta de implantação é a definição das áreas prioritárias a serem cobertas pelo PSF. A prioridade nº1 é que todos tenham acesso aos serviços de saúde, para garantir o princípio de igualdade dos cidadãos. Daí a necessidade, em alguns municípios, de expandir a rede básica, para assistir periferias urbanas e zonas rurais que estavam desprovidas de oferta de serviços de saúde. Outros critérios fundamentais na escolha da área prioritários são os fatores de risco social, como concentração de pobreza e exclusão social. Em locais com essas características, é maior a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem. 9.3. Levantar o número de habitantes Esse levantamento deve ser feito buscando-se fontes de dados disponíveis. Às vezes, as áreas escolhidas não correspondem aos setores dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além do IBGE, outras instituições costumam ter informações sobre o número de habitantes do município. Por exemplo: a Secretaria de Planejamento da

12 Prefeitura, a Secretaria de Ação Social, as associações comunitárias, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a EMATER, entre outros. Atenção especial deve ser dedicada a esse item nos municípios que trabalham com referenciamento geográfico de informações, para haver compatibilidade com as bases territoriais dos bancos de dados do PSF. 9.4. Calcular o número de ACS, ESF e ESB Cada equipe de Saúde da Família deve acompanhar de 600 a 1.000 famílias, o que corresponde a uma população entre 2.400 e 4.500 pessoas. Cada Agentes Comunitários de Saúde (recomenda-se de 4 a 6, por equipe) é responsável pelo acompanhamento de uma microárea, onde residem de 400 a 750 pessoas. O Agente Comunitário de Saúde reside na microárea onde atua. A definição do número de ESF e de Agentes Comunitários de Saúde depende do número de família ou pessoas que cada um irá acompanhar. Essa definição depende das características do território: a distância das casas, as barreiras de acesso (rios, montanhas, inexistência de transporte adequado), a natureza e a dimensão dos problemas que cada ESF ou Agentes Comunitários de Saúde irá assistir. Para a implantação da Equipes de Saúde Bucal (ESB), a população a ser coberta por cada equipe deverá ser de até 6.900 pessoas, na proporção de uma ESB para cada duas ESF implantadas. Aos municípios com população inferior a 6.900, a relação que se estabelece é de uma ESB para uma ESF. Para que as ESB passem a atuar no município, nos moldes propostos pelo PSF, todas as ações de saúde bucal devem estar sendo debatidas, também, em todos os fóruns propostos. 9.5. Mapear as áreas e microáreas Definido o número de ESF, ESB e de Agentes Comunitários de Saúde, é hora de mapear as áreas e microáreas de atuação, tendo por base uma planta atualizada do município. Definem-se ali as áreas consideradas prioritárias para implantação do Programa Saúde da Família. O próximo passo é dividir as áreas de atuação de cada equipe. Essas áreas, por sua vez, são divididas em microáreas, nas quais os Agentes Comunitários de Saúde deverão atuar.

13 10. Enfermeiro O enfermeiro desenvolve seu processo de trabalho em dois locais: na unidade de saúde, junto à equipe de saúde e na comunidade, onde apóia e supervisiona o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e assiste às pessoas que necessitam de atenção de enfermagem. Segundo o Ministério da Saúde, suas atribuições básicas são: No nível de sua competência, responsabilizar-se pelas ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Capacitar os Agentes Comunitários de Saúde e auxiliares de enfermagem. Aproveitar os contatos com a comunidade para promover ações de educação em saúde. Promover a qualidade de vida e contribuir para tornar o meio ambiente mais saudável. Discutir junto à equipe da unidade e com os indivíduos e famílias de sua área de atuação as relações existentes entre cidadania e saúde. Programar e planejar as ações e a organização do trabalho da unidade, em conjunto com os demais profissionais da equipe. Como são preparados os profissionais de enfermagem para atuar no Programa Saúde da família? Através de cursos de especialização ou residência em enfermagem. Até o momento, por inexistência de número suficiente de profissionais especializados, muitos profissionais de enfermagem estão cursando a pós-graduação já inseridos no mercado de trabalho. 10.1. Atribuições específicas do enfermeiro Realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, fazendo a indicação para a continuidade de assistência prestada; Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares, prescrever/transcrever medicações, conforme protocolos estabelecidos nos Programas do Ministério da Saúde e as disposições legais da profissão; Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar a USF;

14 Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de vida: criança, adolescente, mulher, adulto e idoso; No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de vigilância epidemiológica e sanitária; Realizar ações de saúde em diferentes ambientes, na USF e, quando necessário, no domicílio; Realizar as atividades correspondentes às áreas prioritárias de intervenção na Atenção Básica, definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde NOAS 2001; Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva; Organizar a coordenar a criação de grupos de patologias específicas, como de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc; Supervisionar e coordenar ações para capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde e de auxiliares de enfermagem, com vistas ao desempenho de suas funções.

15 CAPITULO III Metodologia Referencial metodológico Esta pesquisa tem caráter descritivo, com enfoque quantitativo, isto é, conforme POLIT e HUNGLER (1995) o estudo quantitativo: envolve a coleta sistemática de informação numérica, normalmente mediante condições de controle, além de análise desta informação, utilizando procedimentos estatísticos.... Os sujeitos da pesquisa serão enfermeiros que atuam no Programa de Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde, o universo desta pesquisa será uma unidade de saúde da família do município do Rio de Janeiro. Os protocolos para coleta de dados envolvem: Contato com a direção da instituição, solicitando a autorização para coleta de dados. Preenchimento do instrumento de coleta de dados através de realização de questionário composto de perguntas fechadas e abertas. Contato com o sujeito, prestando esclarecimento sobre a pesquisa, solicitando, assim, permissão para a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido conforme rege a resolução 196/96. (anexo 1)

16 CAPITULO IV Resultados Valendo-se de questionário (anexo 2), como base de pesquisa, temos como resultado obtido os seguintes dados: O vínculo que o enfermeiro tem com a comunidade... 80% dos entrevistados afirmam em pergunta fechada que seu vínculo vai além das suas ações profissionais. O Programa de Saúde da Família ocorre como descrito pelo Ministério da Saúde... 60% dos enfermeiros entrevistados afirmam em pergunta fechada que o programa não ocorre como deveria. As finalidades do Programa de Saúde da Família estão de acordo com a realidade da comunidade... 100% dos enfermeiros entrevistados afirmam que o Programa não está de acordo com a comunidade, também em pergunta fechada.

17 CAPITULO V Discussão A principal comparação que engloba a presente pesquisa, é o papel do enfermeiro como profissional responsável por suas ações, e um outro perfil de enfermeiro que além de suas ações profissionais possui um vínculo promovendo a comunidade em que trabalha. Conforme protocolos estabelecidos no Programa do Ministério da Saúde são as disposições legais da profissão: Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar a USF; Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de vida: criança, adolescente, mulher, adulto e idoso; No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de vigilância epidemiológica e sanitária; Realizar ações de saúde em diferentes ambientes, na USF e, quando necessário, no domicílio; Realizar as atividades correspondentes às áreas prioritárias de intervenção na Atenção Básica, definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde NOAS 2001; Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva; Organizar e coordenar a criação de grupos de patologias específicas, como de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc; Supervisionar e coordenar ações para capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde e de auxiliares de enfermagem, com vistas ao desempenho de suas funções. Encontramos dentro da área aqui pesquisada: Enfermeiros que gerenciam e coordenam ações de saúde; Executando assistência integral em todas as fases do ciclo da vida; Mesmo não estando no nível de sua competência, executando assistência básica; Não se realizou durante o tempo de pesquisa, uma ação de saúde em ambiente diferente, este trabalho fica exclusivamente a cargo dos Agentes Comunitários de Saúde. Não se teve conhecimento de um programa específico para a saúde mental. Suas maiores atribuições observadas foi a de supervisionar e coordenar as ações para capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde. Discute-se a enfermagem deve deixar de ser tratada como arte, é possível se fazer além do que já é feito?

18 CAPITULO VI Conclusões Nos fundamentando em deduções lógicas e resultados concretos, podemos então concluir que há uma consciência sensata dos enfermeiros quanto suas atribuições no interior de uma comunidade, onde o caráter de violência é de alto nível e onde se tem autonomia profissional e não pessoal. Pois, autonomia pessoal não se tem em um lugar onde, se lhe mandaram fechar a Unidade você vai fechar. Profissionais que deixa seu eu em casa em pró de uma comunidade carente, e a arbítrio de outros. E que mesmo diante de tantas agruras, se tornam pessoas humanas além de profissionais, tornando a vida destas um pouco melhor. A de se citar com louvor a responsabilidade que lhe é atribuído, não lhe dando tempo talvez de mais proximidade como deveria ser, como citado no texto o trabalho direto à comunidade é de exclusividade dos Agentes Comunitários de Saúde. Estes que não menos que os enfermeiros merecem louvor, pois trabalham basicamente andando pela comunidade onde moram, recebem um salário de R$ 400,00 (quatrocentos reais) para sustentar em sua maioria uma média de quatro filhos. Falando-se de salário, um atrativo para os profissionais que atuam neta área e recebem cerca de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais). Que percebam sempre já que bem remunerados, o seu real valor em uma comunidade. Pois é fato que o dinheiro é item importante pra o bom desenvolvimento do trabalho. Não dizendo que o profissional que não recebe esta quantia trabalhe mal, conseqüentemente encontramos alguns enfermeiros sem receber seus salários a dois meses. Encontra-se no local pesquisado o mesmo perfil de trabalho, contudo feito de diferentes formas, tem-se um complexo de favelas onde se situam 12 comunidades distintas, e que apesar de ocuparem o mesmo espaço obedecem a pessoas diferentes e vivem de formas diferentes cada qual com suas regras. Em todo local tem-se 8 Unidades Básicas de Saúde, todas com um dos principais casos que é a gravidez na adolescência. Encontra-se neste local adolescente grávida de 12 anos de idade, que foi estuprada aos 8 e namora com um HIV positivo. Apesar de toda a atenção primária feita nas Unidades. É preciso fazer mais! Enfim o enfermeiro sabe seu real valor em uma comunidade, se julga antes de julgar ao próximo, tem a mente aberta a novas tendências do papel da enfermagem, de não só curar doenças e sim promover a saúde desta comunidade. Tem-se intensas atribuições, não fazendo disto um ponto ruim para o desenvolvimento do seu trabalho, se preocupa com os problemas sociais, e tentam conduzir a uma melhora, buscam o bem estar da comunidade, promovem a saúde, previnem doenças e prolongam a vida...

19 Anexo 1 Eu, aceito participar voluntariamente da pesquisa O enfermeiro na arte de promover a saúde, prevenir doenças e prolongar a vida. Os objetivos da pesquisa são Investigar o nível de conhecimento dos enfermeiros a respeito de suas atribuições no Programa de Saúde da Família, avaliar o grau de interesse do enfermeiro ao se deparar com os problemas sociais da comunidade.identificar o conhecimento dos enfermeiros quanto aos objetivos do programa de Saúde da Família, e investigar o que buscam os enfermeiros no programa de Saúde da Família. De acordo com os esclarecimentos prestados pelo pesquisador, o estudo se iniciará com o encaminhamento ao Comitê de Ética em pesquisa, submetendo-o à aparição na instituição, local onde se desenvolverá a coleta de dados através de instrumento de coleta de dados e de realização de questionário composto de perguntas fechadas. Também fui informado que posso ser convidado a participar de outros encontros de grupo de pesquisa. Estou ciente de que tenho liberdade para interromper a minha participação na pesquisa a qualquer momento, sem punição alguma e sem prejuízo a minha pessoa. Estou ciente que o estudo não envolve nenhum gasto, desconforto ou alteração em minha rotina. Além disso, estou ciente da garantia de sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos e a garantia de esclarecimento antes e durante o curso da pesquisa. Estou a par que a pesquisadora, cujo telefone que se encontra abaixo, está à disposição para sanar qualquer tipo de dúvida e fornecer mais informações sobre o estudo, caso seja meu interesse. Telefone do pesquisador: 96054889 / 97371843 / 96582832/93628028 (assinatura do participante) (assinatura do pesquisador)

20 Anexo 2 Questionário 1) Quais as atribuições do Enfermeiro no Programa de Saúde da Família? 2) Dentro destas atribuições você qual você julgaria a mais importante? e justifique a resposta. 3) O vínculo que você tem com a comunidade, se limita às suas ações profissionais? ( ) SIM ( ) NÃO 4) Se a resposta for SIM, porque você acha que seu vínculo com a comunidade deve se limitar às suas ações profissionais? 5) Se a resposta for NÃO, o que você faz para a comunidade além das suas ações profissionais? 6) Na sua opinião os objetivos do Programa de Saúde da Família ocorrem como escritos pelo Ministério da Saúde? ( ) SIM ( )NÃO 7) Você acha que as finalidades do Programa de Saúde da Família e Programa de estão de acordo com a realidade da comunidade? ( ) SIM ( ) NÃO 8) O que levou você a atuar no Programa de Saúde da Família? ( ) Realização Profissional ( ) Estabilidade Financeira ( ) Promoção da saúde da comunidade ( ) Outros...Quais?

21 Anexo 3 Gráficos NÃO SIM 1. O vinculo que você tem com a comunidade, se limita às suas ações profissionais? 2. Na sua opinião os objetivos do PSF e PACS ocorrem como descritos pelo Ministério da Saúde? 3. Você acha que as finalidades do PSF e do PACS estão de acordo com a realidade da comunidade?

22 O q u e le v o u v o c ê a a tu a r n o P S F e P A C S? r e s u lta d o s 6 0 % 4 0 % 2 0 % 0 % 1 2 3 4 R e s p o s ta s RESPOSTAS: 1. Realização profissional 2. Estabilidade financeira 3. Promoção da saúde da comunidade 4. Autonomia profissional e salário

23 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA BRASIL, Ministério da Saúde. Programa de saúde da família, 1998 COSTA, Elisa.M.A. Saúde da família uma abordagem interdisciplinar. Rio de Janeiro: Rubio, 2004. DALLARI, Sueli. Rede Brasileira de educação em direitos humanos. Disponível em: http://www.dhnet.org.br, Acesso em 10/06/2004. DIAS, G.F. Pegada Ecológica, São Paulo: Gaia, 2002. MYERS, D. Psicologia Social. Rio de Janeiro: LTC, 2000. POLIT, D.F. e HUNGLER, B.P. Fundamentos da pesquisa em enfermagem. Porto alegre: Atheneu, 1995. SONTAG, S. Aids e suas Metáforas. São Paulo: Companhia de Letras, 1989. WRIGHT, Larraine.M e LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção na família, 3ª ed., São Paulo: Roca, 2002.