ANÁLISE E PREVISÃO DO TEMPO



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Transcrição:

ANÁLISE E PREVISÃO DO TEMPO Observações Meteorológicas Em latitudes médias, o tempo está quase sempre associado a frentes que se deslocam para leste. Assim, se fôr conhecido o comportamento dessas frentes, e o efeito da radiação solar e terrestre durante o período, pode-se prever o tempo, desde que se conheça a distribuição de pressões, temperatura, humidade e o vento numa área extensa em torno do local. Em regiões tropicais, embora menos sujeitas à acção das frentes, existem distúrbios na configuração dos ventos e pressões que se propagam para oeste. São as chamadas ondas ou distúrbios de leste. O processo de previsão do tempo compreende quatro estágios: Colecta e transmissão de observações meteorológicas. Desenho (ou plotagem) de cartas meteorológicas. Análise das cartas meteorológicas. Interpretação e previsão. É claro que para se ter uma descrição instantânea do tempo, é preciso que todas as observações sejam feitas na mesma hora. Assim, se convencionou que as observações fossem feitas mundialmente nos horários padrões de 00, 06, 12 e 18 GMT (Greenwich Mean Time), ou hora de Greenwich. É comum que as estações meteorológicas tenham dentro de seus escritórios um relógio marcando a hora de Greenwich, para referência do observador. Os valores das variáveis medidas são transmitidas para as sedes dos serviços meteorológicos do país por telefone, teletipo, telégrafo, rádio ou via satélite, onde são reunidos, codificados e enviados aos Centros Meteorológicos Mundiais, em Melbourne (Austrália), Moscou (URSS) e Washington, DC (Estados Unidos). Dali são transmitidos, Cláudio Paulo & Gilberto Mahumane Página 1

através de uma rede de telecomunicações chamada GTS (Global Telecomunication System) a todos os países ligados a ela. Todo esse trabalho é coordenado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, Suíça, e que é um organismo das Nações Unidas e reúne mais de 130 países do mundo todo. Os dados são transmitidos num formato padrão, económico e podem ser traduzidos com facilidade, manualmente ou por meio de programas de computadores. Abaixo, como exemplo, está o formato da mensagem de dados de superfície, chamada SYNOP. MMXX YYGG IIiii Nddff VVwwW PPPTT N C hc C T T app (6 P P P ) 7RRT T (1PPPP) (8N Ch h ) (9S S s s ) e e s s s P P P P h L M H d d 0 0 0 Os grupos entre parênteses podem ser omitidos caso as observações correspondentes não forem feitas naquele horário. Abaixo, temos um exemplo de uma mensagem SYNOP da estação 83826 (Foz do Iguaçu, Brasil) do dia 29 às 12 GMT (o mês não é transmitido): MMXX 2912 83826 82708 95626 08414 67321 14330 69902 71213 A Figura abaixo mostra a plotagem dos dados referentes à mensagem acima. Cláudio Paulo & Gilberto Mahumane Página 2

Certos dados se referem a tabelas específicas que devem ser do conhecimento da pessoa que decodifica as mensagens. Algumas dessas Tabelas são apresentadas à seguir. Cláudio Paulo & Gilberto Mahumane Página 3

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Análise de cartas Meteorológicas À seguir tem-se alguns exemplos de análises de cartas de superfície. Na Figura abaixo, para o hemisfério sul, embora estejam plotados apenas os ventos e as pressões (exemplo: 120 = 1012,0 hpa), é possível notar que há dois fluxos de ar principais: um de sudoeste, portanto de ar frio, e outro de noroeste, de ar quente. Também se pode notar que as pressões são menores na fronteira entre as duas massas de ar. A experiência leva a supor que existe uma frente separando essas duas massas que está traçada na Figura da direita. Já na Figura abaixo, não está plotada a pressão, mas tem-se o vento, a temperatura e a cobertura total das nuvens. Também se percebem duas massas de ar, uma mais quente do noroeste, com pouca nebulosidade, e outra de nordeste sob céu completamente nublado. Lembrando-se das características das frentes, pode-se concluir que as duas massas estão separadas por uma frente quente. Cláudio Paulo & Gilberto Mahumane Página 8

A Figura seguinte é mais complexa e mostra ventos, temperatura, cobertura de nuvens e tipos de nuvens, que auxiliam na determinação dos tipos de massas de ar. Cláudio Paulo & Gilberto Mahumane Página 9