VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO EM PORTUGAL
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- Sílvia Coimbra Martinho
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1 VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO EM PORTUGAL
2 O regime térmico de Portugal acompanha a variação da radiação solar global ao longo do ano. Ao longo do ano, os valores da temperatura média mensal são: - Mais elevados durante os meses de verão - Mais baixos nos meses de inverno
3 Devido à localização de Portugal, numa latitude média no hemisfério norte, a radiação solar é: menor no inverno Os raios solares incidem no território com um menor ângulo de incidência e a massa atmosférica a percorrer é maior, o que provoca maiores perdas energéticas por absorção, reflexão e difusão. A insolação é menor. maior no verão Os raios solares incidem com menor inclinação e a massa atmosférica a percorrer pelo raios solares é menor. Há menos perdas energéticas e, por isso, a insolação é maior.
4 Duração total da insolação em Portugal continental (janeiro e julho de 1012)
5 A insolação e a radiação solar global registam variação espacial, independentemente da época do ano, sendo significativos os contrastes: 1. Entre norte e sul, verificando-se um decréscimo em latitude, pois a insolação e a radiação solar mais elevadas registam-se no sul do país, havendo uma diminuição para norte. 2. Entre o litoral e o interior, com valores inferiores no litoral e superiores no interior, isto é, aumentam do litoral para o interior. 3. Entre as áreas de maior e menor altitude, sendo que as regiões de maior altitude registam, quer uma redução do número de horas de sol a descoberto, quer uma redução de radiação solar global. 4. Entre os arquipélagos, pois a Madeira regista valores de insolação e de radiação solar superiores aos registados nos Açores.
6 Fatores que explicam a variação da radiação solar no território nacional Movimento de translação da Terra Latitude Relevo Distância do mar Correntes marítimas Ângulo de incidência Altitude Exposição das vertentes Maior intensidade Maior ângulo Menor altitude Soalheiras Maior distância Menor intensidade Menor ângulo Maior altitude Umbrias Menor distância
7 Fatores que explicam a variação da radiação solar em Portugal 1) Latitude Quando os lugares, ao longo do ano, recebem os raios solares com uma menor inclinação, estes atingem a superfície terrestre na perpendicular: A área recetora de energia é menor. A energia dos raios solares distribui-se por uma área menor, maior concentração de energia por unidade de superfície. A massa atmosférica atravessada pelos raios solares é menor, logo há menos perdas energéticas. Maior aquecimento da superfície: temperatura mais elevada
8 Fatores que explicam a variação da radiação solar em Portugal 1) Latitude Quando os lugares, ao longo do ano, recebem os raios solares com uma maior inclinação, ou seja, quando estes apresentam maior obliquidade: A área recetora de energia é maior. A energia dos raios solares distribui-se por uma área maior, menor concentração de energia por unidade de superfície. A massa atmosférica atravessada pelos raios solares é maior, logo há mais perdas energéticas. Menor aquecimento da superfície: temperatura mais baixa
9 Influencia os diferenças da radiação solar e da insolação entre o norte e o sul A latitude de Portugal (localizado na zona temperada do norte), faz com que não receba raios solares na perpendicular. No entanto, a latitude inferior do arquipélago da Madeira e do extremo sul do continente faz com que o ângulo de incidência dos raios solares seja superior ao extremo norte do continente e ao norte do arquipélago dos Açores. A temperatura média anual diminui de sul para norte, ou seja, à medida que aumenta a latitude, diminui a temperatura. Na Madeira, os valores de insolação e radiação solar são superiores aos dos Açores, mesmo no inverno, devido à sua menor latitude e maior proximidade do Deserto do Saara Nos Açores, são inferiores, devido à sua latitude superior, o que faz com que esteja durante quase todo o ano fora do abrigo do anticiclone dos Açores, registando elevada nebulosidade
10 2) Proximidade ou afastamento do mar A radiação solar e a insolação são influenciadas pela proximidade ou afastamento do mar, pois este constitui uma fonte de vapor de água, contribuindo para o aumento da humidade e nebulosidade, principalmente nas regiões localizadas a norte do rio Tejo Como as nuvens absorvem e refletem parte da radiação solar incidente, as regiões próximas do mar registam uma menor insolação e uma menor intensidade de radiação solar Nas áreas mais próximas do Atlântico regista-se a maior influência dos ventos do oceano, levando a uma baixa amplitude térmica anual O aumento do afastamento do mar vai traduzir-se num progressivo aumento da amplitude térmica anual. Assim, no interior, temos verões quentes e invernos frios
11 3) Influência do relevo O relevo influencia os valores da radiação solar e insolação através de... a) Altitude b) Orientação das vertentes
12 a) Altitude Maior altitude maior nebulosidade diminuição da insolação e radiação solar À medida que aumenta a altitude, assiste-se a uma redução da insolação e radiação solar à superfície terrestre.
13 b) Orientação das vertentes em relação aos raios solares A orientação das cordilheiras montanhosas relativamente aos raios solares contribui para explicar os contrastes ao nível da insolação e da radiação solar recebida Em Portugal as vertentes das cordilheiras montanhosas voltadas: A norte, são as umbrias. Têm menos horas de sol por dia e recebem menor quantidade de radiação solar, pois como estão expostas a norte, o ângulo de incidência dos raios solares é menor A sul, são as soalheiras. Têm mais horas de sol e recebem maior quantidade de radiação solar pois, como estão expostas a sul, o ângulo de incidência dos raios solares é maior
14 c) Orientação das vertentes em relação à linha de costa A orientação das cordilheiras montanhosas em relação à linha de costa pode constituir um obstáculo à passagem das massas de ar ou pode facilitar a sua passagem: As montanhas concordantes são um obstáculo à passagem para o interior dos ventos húmidos de oeste, o que leva a que estes se vão tornando mais secos ao longo do percurso. Apesar de localizadas à mesma latitude, uma região no interior é mais seca e quente no verão e no inverno é mais fria e seca. As montanhas discordantes, como a Cordilheira Central, ao serem perpendiculares à linha de costa, permitem que os ventos húmidos de oeste penetrem mais facilmente para as regiões do interior, amenizando as temperaturas ao longo do ano.
15 4) Correntes marítimas As correntes marítimas têm reflexos na temperatura do ar. Consoante as suas características térmicas provocam um aquecimento ou arrefecimento do ar nas áreas continentais adjacentes Correntes marítimas Correntes quentes Provocam intensa evaporação e intensa humidade no ar (o ar húmido aquece e arrefece mais lentamente que o ar seco). Desta forma, nos continentes adjacentes, a humidade transportada pelos ventos vai amenizar as temperaturas durante o inverno. Correntes frias Contribuem para um maior arrefecimento do ar no inverno e um maior aquecimento no verão. As correntes frias provocam fraca evaporação, pelo que o ar é mais seco. Como o ar seco aquece e arrefece mais rápido que o ar húmido, os continentes adjacentes tem verões mais quentes e invernos mais frios.
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