Estratégias para conscientização da preservação ambiental do Município de Miracema RJ

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Transcrição:

Estratégias para conscientização da preservação ambiental do Município de Miracema RJ Resumo Marluce Ferreira Gama marluce.gama@yahoo.com.br UFF/ICHS Este trabalho tem como objetivo desenvolver estratégias para conscientização da preservação ambiental do município de Miracema RJ, na tentativa de criar uma responsabilidade socioambiental da população. O ponto de partida está na captação de informações e posteriormente na sensibilização da sociedade através da divulgação de ações para preservação do Ribeirão Santo Antônio e Área Verde do Mirante, uma vez que essas áreas têm grande influência na saúde e qualidade de vida dos munícipes. Palavra-chave: preservação ambiental; responsabilidade socioambienal; desenvolvimento sustentável. 1 Introdução Em meio há tantas catástrofes ambientais noticiadas diariamente pelos principais telejornais do Brasil e do mundo, a falta de água e ar puro talvez esteja mais iminente do que pensamos, apesar de muitos não acharem isso passivo de acontecimento. Parece existir mais interesse em noticiar as catástrofes do que divulgar informações para evitá-las, ou, despertar na população a importância de se preservar o meio ambiente para o presente e gerações futuras, evitando assim que a negligência, imperícia e imprudência do homem em administrar a utilização dos recursos naturais do planeta causem tantos impactos ambientais, muitas vezes irreversíveis. 2 Apresentação do Caso Miracema está localizada na região noroeste do Estado do Rio de Janeiro, justificou-se a escolha devido à facilidade de trânsito e disponibilidade de dados 1

junto à Prefeitura, ao reduzido número de habitantes, à situação geográfica e aos problemas socioambientais identificados. Nos últimos 50 anos houve mudanças significativas nos ecossistemas da região. Estas modificações foram relevantes para a vida no meio ambiente, pois é deles que provém matéria-prima necessária à atividade humana, porém foi aliado às alterações ecológicas, o estado de degradação ambiental foi impulsionado pelo uso e ocupação desordenado do solo urbano, resultante do modelo de desenvolvimento econômico vigente. Contudo, o município possui interesse na preservação ambiental e já desenvolve atividades no tocante à qualidade de vida. Podemos citar como exemplo a área verde do Mirante, que é um parque onde a mata nativa está bem preservada e é sempre muito visitado para passeios e prática esportiva. Outra política já adotada pelo município é o tratamento do lixo através da usina de reciclagem, que alia a prática ambiental e a promoção do desenvolvimento sustentável com geração de empregos, A mais nova política ambiental é a recuperação do Ribeirão Santo Antônio, o programa visa, ainda, a conservação, revitalização das margens e desassoreamento dos leitos dos corpos hídricos, que incluem a retirada da vegetação aquática, do lixo flutuante e do depositado nas margens, e ainda de sedimentos que assoreiam o fundo dos leitos. Com os serviços em andamento, está sendo possível observar o descaso de parte da população em preservar o ribeirão, pois estão sendo removidos pela draga detritos dos mais variados, o que certamente em muito contribuiria para provocar enchentes na cidade, em caso de chuvas e cheias. 3 Referencial Teórico A falta de conscientização atinge duas esferas, a primeira refere-se à ecologia em face de agressões antrópicas (uso abusivo dos recursos naturais, desflorestamento, etc) ou naturais (terremoto, tsunami, etc) e a capacidade de recuperação e reprodução dos ecossistemas. A segunda, na economia, de que o padrão de produção e consumo em expansão não podem perdurar, erguendo assim a noção de sustentabilidade e preservação ambiental sobre a percepção da finitude dos recursos naturais e sua gradativa e perigosa depleção (BROWN, L. R, 2003). 2

Na ECO 92 foi considerada a ideia de que a pobreza é provocadora de agressões ambientais e por isso deve-se contemplar a equidade social, contudo, pobreza e ignorância não precisam andar juntas (FREIRE, P, 1987). O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano (JACOBI, P. et al., 1998) 4 Plano de ação Existem diversos casos de sucesso no setor privado como é o caso das empresas Natura e O Boticário que sensibilizaram a sociedade em prol da exploração econômica sustentável e agregaram valor aos seus produtos. Por sua vez, também pode o poder público direcionar suas ações à práticas de sensibilização da sociedade com vistas a promover a educação de sua população associando preservação e sustentabilidade do meio ambiente à qualidade de vida do cidadão. O plano de ação será executado em três fases: Na primeira fase aplicaremos um questionário para levantamento de dados sobre o conhecimento populacional da importância dos recursos naturais e a necessidade de preservação do meio ambiente para a saúde e qualidade de vida dos miracemenses (ANEXO 1). Depois que os entrevistados respondem o questionário, o pesquisador deve utilizar duas vezes o quadro da figura 2. A primeira, para calcular o grau de conscientização ecológica e, posteriormente, para estimar o grau de consumo ecologicamente correto. FIGURA 1 A) N de respostas B) Pontuação C) Resultado A 4 B 3 3

C 2 D 1 Fig. 1. Alocação de pesos e elaboração do cálculo dos graus de conscientização ecológica e de consumo ecologicamente correto. A distribuição da pontuação das questões fica entre as questões 2 a 17 em A = 4 pontos, B = 3 pontos, C = 2 pontos e D = 1 ponto. Para elaborar os cálculos e achar o grau de conscientização ambiental dos consumidores pesquisados, deve-se multiplicar a quantidade de vezes de cada resposta (a) pelos respectivos pontos (b), somando todos os resultados (c) e, por último, dividindo o resultado obtido na operação passada pela quantidade de questões relacionadas à consciência ecológica (d). Obtém-se, com esses cálculos, um valor (e), que servirá para classificar os consumidores (fig. 2). FIGURA 2 Classificação do consumidor Consciente em relação ao meio ambiente Pontuação 4 a 3,5 Potencias traços de consciência 3,5 a 2,5 Poucos traços de consciência 2,5 a 1,5 Não possui consciência 1,5 a 1 Fig. 2. Grau de conscientização ambiental dos consumidores. Fonte: elaborado pelos autores. Se o resultado estiver entre 4 e 3,5, o entrevistado é considerado consciente em relação ao meio ambiente; se for de 3,5 a 2,5, apresenta potenciais traços de consciência ambiental; entre 2,5 e 1,5 significa que ele possui poucos traços de consciência; e se for 1,5 a 1, considera-se o entrevistado como não possuidor de consciência ecológica. É necessário também para essa média encontrada calcular o desvio padrão. A obtenção do grau do consumo ecologicamente correto dos consumidores pesquisados exige do entrevistador calcular as respostas das questões 10 a 17, utilizando novamente a figura 2. Multiplicando a quantidade de vezes de cada resposta (a) pelos respectivos pontos (b), somam-se todos os resultados (c) e, por último, divide-se o resultado obtido na 4

operação passada pela quantidade de questões que buscam identificar o consumidor ecologicamente correto (d). Obtém-se, com esses cálculos, um valor (e), que servirá para classificar os consumidores (Fig 3). FIGURA 3 Classificação do consumidor Pontuação Consumidor ecologicamente Correto 4 a 3,5 Potencial consumidor ecologicamente correto Fraco consumidor ecologicamente correto 3,5 a 2,5 2,5 a 1,5 Consumidor não ecológico 1,5 a 1 Fig. 3). (A) N.º RESPOSTAS (B) PONTUAÇÃO (A X B) RESULTADO A 4 B 3 C 2 D 1 (c) Soma dos resultados (d) N.º de questões (e = c / d) Resultado CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMIDOR PONTUAÇÃO Consciente em relação ao meio ambiente 4 a 3,5 Potenciais traços de consciência ambiental 3,5 a 2,5 Poucos traços de consciência ambiental 2,5 a 1,5 Não possui consciência ambiental 1,5 a 1. Grau do consumo ecologicamente correto dos consumidores. Fonte: adaptado (F. R. G. BERTOLINI 2005). Se o resultado estiver entre 4 e 3,5, o entrevistado é considerado um consumidor ecologicamente correto; se for 3,5 a 2,5, estima-se que ele tenha potenciais possibilidades de ser ecologicamente correto; caso esteja entre 2,5 e 1,5, ele apresenta fraca possibilidade de ser um consumidor ecologicamente correto; e se for de 1,5 a 1, é tido como um consumidor não ecológico. Depois de encontrada a média, calcula-se o desvio padrão. Para achar o grau de importância dos critérios adotados pelos consumidores no momento da seleção de produtos para compra, o entrevistador deverá verificar a listagem elaborada na questão 1, somar a quantidade dos pontos recebidos por cada item listado e dividi-la pelo número de entrevistados. Deve, então, ordenar os critérios com maior pontuação, de modo a 5

identificar o que o consumidor utiliza como fator decisivo para a compra na ocasião. Os perfis do entrevistado e do consumidor que valoriza um produto ecologicamente correto serão encontrados com a tabulação das questões 18 a 21. Ao encerrar essa etapa, o pesquisador possuirá informações como a conscientização ecológica dos consumidores, a situação do consumo ecológico dos entrevistados, os critérios adotados pelos consumidores no momento da seleção de produtos para compra e o perfil dos consumidores que dão preferência aos produtos ecologicamente corretos. Tais informações são relevantes para que a organização possa conhecer o perfil de seus clientes. Na segunda fase aplicaremos o método de função efeito: O método de função efeito se refere à estimação de uma função doseresposta, a qual fornece uma relação de causa e efeito de fenômenos, especialmente os relacionados ao meio ambiente. Segundo a Agência Nacional do Reino Unido (2009), os indicadores ambientais servem como medidas para despertar a consciência sobre o meio ambiente e mostrar o progresso na direção do desenvolvimento sustentável. Na terceira fase desenvolveremos um plano de atividades através dos meios de comunicação já utilizados pelos órgãos públicos competentes, juntamente com funcionários dessa mesma instituição em parcerias com servidores públicos de outras autarquias, como também em parceria com veículos de informação da iniciativa privada da seguinte forma: Plano de atividades: -Desenvolver campanha publicitária acerca da limpeza do ribeirão; -Divulgação em massa, pelo rádio local e pelo portal da prefeitura; -Desenvolver campanha de conscientização local ; -Visita de porta em porta, utilizando funcionários da Secretaria de Meio Ambiente com parceria do Tiro de Guerra do Município com vistas a alcançar o maior número de cidadãos; -Promover a sensibilização nas escolas; -A Defesa Civil deverá preparar material de orientação para promover instrução nas escolas, sobre os perigos do descarte irresponsável do lixo que acaba provocando cheias e outras desordens; 6

-Valorização do comércio sustentável e -Reativar a feira promovida com parceria do SEBRAE-RJ, com vistas a agregar valor aos produtos advindos da agricultura familiar. 5 Conclusão Com o desenvolvimento do presente trabalho foi possível o aprofundamento na temática acerca do desenvolvimento sustentável. Com essas indagações, foi possível identificar que faltam principalmente ações de conscientização. Embora programas e projetos nas esferas públicas e privadas sejam extremamente importantes, ainda teremos muito a evoluir, principalmente no que diz respeito a resultados. É constante a descontinuidade político administrativa e o desperdício dos recursos públicos, outra abordagem importante entende que as demandas do setor público têm crescido muito e o mesmo, não está conseguindo acompanhar o crescimento do setor privado no que diz respeito às suas funções. Outro fator importante está na responsabilidade do Estado em suprir toda essa infraestrutura vez que a sociedade quando começou a se organizar elegeu o mesmo para cuidar e proteger os interesses coletivos. A relação institucional pressupõe transparência, factibilidade e visibilidade em todo o processo de preservação, responsabilidade e sustentabilidade ambiental. Assim, há uma necessidade de construção da democracia em toda a dinâmica para que os resultados sejam consistentes e se perpetuem através das futuras gerações. Não é possível resolver os problemas ambientais de forma isolada. É necessário utilizar uma nova abordagem, que envolva a compreensão de que a qualidade ambiental está diretamente ligada a todas às esferas da sociedade. Assim, a questão ambiental impõe às sociedades a busca de novas maneiras de agir, individual e coletivamente, de novos caminhos e maneiras de produzir bens que garantam a sustentabilidade ecológica. Simples ações como: cuidar do seu próprio lixo; uso consciente da água; não poluir o meio ambiente; não provocar queimadas e consumir somente o que 7

necessitamos. Agir para detectar os problemas e projetar soluções através de ações. Não temos como separar o presente do futuro, o comportamento assumido agora é que vai garantir a sobrevivência ou não das futuras gerações. Ação é a palavra chave para se conquistar um meio ambiente equilibrado. REFERÊNCIAS BROWN, L. R. Éco-économie, une autre Croissance est Possible, Écologique et Durable. Trad. Denis Trierweiler. Paris: Seuil, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998. BERTOLINI F. R. G. Proposta de Instrumento de Mensuração do Grau de Consciência Ambiental, do Consumo Ecológico e dos Critérios de Compra dos Consumidores. UFSC, 2005. PINTO S. Sustentabilidade ambiental, social e econômica nas empresas: como entender, medir e relatar. São Paulo: Tocalino, 2004. BEZERRA, M. C. L.; BURSZTYN, M. Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável. Brasília: Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis: Consórcio CDS/ UNB/ Abipti, 2000. CANEPA, C. Cidades Sustentáveis: o município como lócus da sustentabilidade. São Paulo: Editora RCS, 2007. CARTA DA TERRA Organização das Nações Unidas, 2002. CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e Natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 2003. ALMEIDA, J. A problemática do desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento Sustentável: Necessidade ou Possibilidade. 3. ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2001, p. 17-26. VARGAS, P. R. O insustentável discurso da sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentável: Necessidade e/ou Possibilidade. 3. ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2001. 8

SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Garamond, 2000. JÖHR, H. O verde é negócio. São Paulo: Saraiva, 1994. CURRIE, K. L. et al. Meio ambiente: interdisplinaridade na prática. Campinas: Papirus, 1998. GONÇALVES, M. de F. et al. Escola Viva: Programa de pesquisa e apoio escolar: o tesouro do estudante. São Paulo: Meca, 2005. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente: saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. OLIVEIRA, M. V. de C; CARVALHO, A. de R. Princípios básicos do saneamento do meio. 4. ed. São Paulo: Senac, 2004. ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. 5. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999. SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual, 1992. VEIGA, J. E. Ciência ambiental: primeiros mestrados. São Paulo: Annablume /FAPESP, 1998. Endereços mais relevantes encontrados: Endereço (URL) http://miracemaestadodorj.blogspot.com/2014_11_01_archive.html http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-12902013000200026&script=sci_arttext http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/desenvolvimento_sustentavel.htm http://www.rumosustentavel.com.br/desenvolvimento-sustentavel-eresponsabilidade-social-corporativa-e-possivel-ser-sustentavel-caso-mapfre-s-a http://miracemaestadodorj.blogspot.com/2015/04/limpa-rio-avanca-na-limpeza-doribeirao.html 9

ANEXO 1 1. Você aprecia a natureza? a) Sim b) Não 2. Antes de jogar algo no lixo, você pensa em como poderia reutilizá-lo? 3. Você separa o lixo que pode ser reciclado, como papel, plástico, alumínio, vidro ou metais ferrosos? 4. Evita a queima de lixo doméstico (plásticos, isopor, restos orgânicos)? 5. Procura não deixar a torneira aberta ao escovar os dentes ou fazer a barba? 6. Apaga as luzes e a TV quando sai do ambiente? 7. Utiliza máquinas de lavar roupas ou louças apenas quando estiverem com capacidade máxima preenchida? 8. Você se preocupa em não jogar lixo na rua? 9. Você utiliza os dois lados dos papéis, ou reutiliza rascunhos? 10. Ao comprar, você tem a prática de procurar saber se o fabricante tem ações ambientais (leva em conta a postura ambiental do fabricante antes de comprar)? 10

11. Tem a prática de comprar produtos e embalagens fabricados com material reciclado ou que podem ser recicláveis? 12. Antes da compra, você tem a prática de verificar rótulos e embalagens para identificar um produto ambientalmente correto? 13. Você tem a prática de comprar produtos orgânicos? 14. Você tem a prática de comprar produtos de limpeza biodegradáveis? 15. Você tem a prática de comprar lâmpadas e eletrodomésticos que gastam menos energia? 16. Você tem a prática de pagar mais por um produto que não polui o meio ambiente? 17. Nas compras, ao encontrar um produto com rótulo que informa que ele foi fabricado de maneira ambientalmente correta, você fica motivado em comprá-lo? 18. Que nível de escolaridade você possui? a) ensino fundamental b) ensino médio c) ensino superior d) pós-graduação (especialização) e) pós-graduação (mestrado doutorado) 19. Qual é a sua renda familiar? a) até um salário mínimo b) mais de um a cinco salários mínimos c) mais de cinco a dez salários mínimos d) mais de dez a 15 salários mínimos e) mais de 15 salários mínimos 20. Qual a sua idade? 11

a) até 24 anos b) de 25 a 34 anos c) de 35 a 49 anos d) acima dos 50 anos 21. Sexo: masculino ( ) feminino ( ) 22. Você sabe qual a importância da água para os seres vivos? a) Sim, Cite um exemplo b) Não 23. Você sabe qual a importância da mata para o ser humano e os outros seres vivos? a) Sim, Cite um exemplo b) Não 24. Você sabe quais as doenças provocadas por rios com águas poluídas? a) Sim, Cite um exemplo b) Não 25. Você sabe quais as principais fontes responsáveis pela poluição do Ribeirão Santo Antônio? a) Sim, Cite um exemplo b) Não 26. Você estaria disposto a ser um defensor do Ribeirão Santo Antônio, impedindo ações que levem a poluição das suas águas? a) Sim b) Não 12