Pratica I 7º semestres AULA 08 Ações Possessórias

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Transcrição:

AULA 08 Ações Possessórias Conceitos : ESBULHO: Violação máxima da posse, em que o autor da ação se vê privado de toda a posse que poderia exercer. O legitimado ativo é o possuidor esbulhado, que requererá a reintegração. Frise-se que deve provar a condição de possuidor, que não se confunde sempre com a de proprietário. A ação neste caso é a de reintegração de posse. TURBAÇÃO- Violação média da posse, em que o autor passa a ter um obstáculo à plenitude do exercício dos seus poderes de possuidor, mais ainda não foi despojado totalmente da posse. A ação neste caso é a manutenção da posse. AMEAÇA- violação mínima justo receio de que venha a ocorrer esbulho ou turbação. Neste caso a ação compatível é interdito proibitório. DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS PREVISTAS NO NCPC- ART 554 E SEGUINTES. Reintegração de posse: o remédio processual cabível quando o possuidor é despojado do bem possuído, prática esta denominada esbulho. Manutenção na posse: sua finalidade é proteger o possuidor que tem o seu exercício da posse dificultado por atos materiais do ofensor denominados de atos de turbação. É, portanto uma ofensa de menor intensidade em relação ao esbulho. Interdito proibitório,: Cabível quando o legítimo possuidor do bem sofrer uma ameaça de turbação ou de esbulho, mas está na iminência de sofrer com tais situações. AÇÕES POSSESSÓRIAS NO NOVO CPC As ações possessórias estão reguladas pelos artigos 544 e seguintes do Novo Código de Processo Civil. Porém, foram poucas as alterações trazidas pela nova codificação no que tange a estes procedimentos. O NCPC apenas inseriu alguns novos dispositivos, em especial inserindo a legitimidade coletiva e a possibilidade de mediação em conflitos derivados da posse desses bens. 1

O art 554 do NCPC que se refere aso 920 do CPC/73, recebeu novos parágrafos, que assim prescrevem : 1ºNo caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 2º Para fim da citação pessoal prevista no 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados Neste caso, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez e os que não forem identificados serão citados por edital. Talvez a maior inovação da nova codificação sobre esta matéria se refira ao art 565 1 que não tem correspondência com os artigos do CPC/73, e dispõe acerca de litígios coletivos pela posse de imóveis. Na nova sistemática, nos litígios coletivos em que o esbulho e turbação tenham ocorrido há mais de um ano e dia, poderá o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da liminar, designar em até 30 dias, uma audiência de mediação. Diz ainda que se for concedida a liminar e não houver execução da medida em mais de um ano, o juiz designará audiência de mediação, sendo que tal prazo contará da data da distribuição, demonstrando que a mediação neste caso, passará a ser um ato obrigatório. Caso isso ocorra o Ministério Público será intimado a comparecer na audiência, assim como a Defensoria Pública, caso haja alguma parte beneficiária da Justiça Gratuita. Neste dispositivo em comento, ainda há previsão expressa de que o juiz poderá realizar a inspeção judicial no local do litígio quando sua presença foi de suma importância para o desfecho da causa. Além disso, o dispositivo inova trazendo a hipótese de intimação de órgão público para comparecer em audiência quando a área litigiosa estiver situada em local de 1 Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos 2º e 4º. 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos 2º a 4º deste artigo. 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. 2

interesse causa. de politicas agrárias e urbanas, quando poderão manifestar seu interesse na DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Seção I- Disposições Gerais Art. 554 A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 2º Para fim da citação pessoal prevista no 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados. O art. 554, caput, preserva a fungibilidade entre as ações possessórias. Os três novos parágrafos estabelecem regras a serem observadas na citação no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, sem prejuízo da oitiva do Ministério Público e, se for o caso, da Defensoria Pública.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 377). Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo: Enunciado n.º 63 do FPPC: No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, a ampla divulgação prevista no 3º do art. 554 contempla a 3

inteligência do art. 301, com a possibilidade de determinação de registro de protesto para consignar a informação do litígio possessório na matricula imobiliária respectiva. Enunciado n.º 178 do FPPC: O valor da causa nas ações fundadas em posse, tais como as ações possessórias, os embargos de terceiro e a oposição, deve considerar a expressão econômica da posse, que não obrigatoriamente coincide com o valor da propriedade. Enunciado n.º 328 do FPPC: Os arts. 554 e 565 do CPC aplicam-se à ação de usucapião coletiva (art. 10 da Lei 10.258/2001) e ao processo em que exercido o direito a que se referem os 4º e 5º do art. 1.228, Código Civil, especialmente quanto à necessidade de ampla publicidade da ação e da participação do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos estatais responsáveis pela reforma agrária e política urbana. Art. 555 É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I condenação em perdas e danos; II indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I evitar nova turbação ou esbulho; II cumprir-se a tutela provisória ou final. Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I condenação em perdas e danos; Il cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; III desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. O art. 555 distingue no caput e no parágrafo único, corretamente, o que é pedido de tutela jurisdicional a ser formulado pelo autor, ainda que de forma cumulada, do que é técnica para a efetivação da tutela jurisdicional relativa à posse. Havia no Projeto da Câmara um segundo parágrafo que permitia expressamente o julgamento parcial, com a cisão do julgamento em duas etapas: primeiro, a questão possessória e, depois, as perdas e danos ou indenização pelos frutos. A proposta não foi acolhida pelo Senado na versão final do novo CPC, o que não significa dizer que a hipótese genérica do art. 356 ( Do julgamento antecipado parcial de mérito ) não encontre, consoante as peculiaridades de cada caso concreto, incidência.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 378). Art 556 É lícito ao réu, na contestação, Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo turbação ou do esbulho cometido pelo autor. autor. 4

O art. 556 assegura, preservando o art. 922 do CPC atual, o caráter dúplice das possessórias.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 378). Art. 557 Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. O art. 557, caput, mantém a distinção entre as discussões de domínio e de posse no âmbito da possessória, vedando que durante a possessória autor e réu demandem pelo domínio. Há novidade, ao menos no sentido textual, quando a segunda parte do caput excepciona a iniciativa quando a pretensão de domínio for exercitável em face de terceiro.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 379). Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo: Enunciado n.º 65 do FPPC: O art. 557 do projeto não obsta a cumulação pelo autor de ação reivindicatória e de ação possessória, se os fundamentos forem distintos. Art. 558 Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório. A distinção entre posse velha e posse nova, para fins de aplicação da especialização procedimental do Capítulo III do Título III da Parte Especial do novo CPC, é conservada pelo caput e pelo parágrafo único do art. 558, nos mesmos moldes do art. 924 do CPC atual.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 379). 5

Art. 559 Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente Art. 925. Se o réu provar, em qualquer mantido ou reintegrado na posse carece de tempo, que o autor provisoriamente idoneidade financeira para, no caso de mantido ou reintegrado na posse carece de sucumbência, responder por perdas e idoneidade financeira para, no caso de danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 decair da ação, responder por perdas e (cinco) dias para requerer caução, real ou danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 fidejussória, sob pena de ser depositada a (cinco) dias para requerer caução sob pena coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade de ser depositada a coisa litigiosa. da parte economicamente hipossuficiente O art. 559 trata da possibilidade de prestação de caução pelo autor da possessória. A versão, seguindo os passos do Projeto da Câmara, ressalva expressamente a situação da parte economicamente hipossuficiente, o que é digno de destaque e elogios.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 379). Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo: Enunciado n.º 179 do FPPC: O prazo de cinco dias para prestar caução pode ser dilatado, nos termos do art. 139, inciso VI. Enunciado n.º 180 do FPPC: A prestação de caução prevista no art. 559 poderá ser determinada pelo juiz, caso o réu obtenha a proteção possessória, nos termos no art. 556. Seção II Da Manutenção e da Reintegração de Posse Art. 560 O possuidor tem direito a ser Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. reintegrado no de esbulho. Art. 561 Incumbe ao autor provar: Art. 927. Incumbe ao autor provar: I a sua posse; I a sua posse; II a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; Il a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III a data da turbação ou do esbulho; III a data da turbação ou do esbulho; IV a continuação da posse, embora IV a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a turbada, na ação de manutenção; a perda 6

perda da posse, na ação de reintegração. Pratica I da posse, na ação de reintegração. Art. 562 Estando a petição inicial Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, liminar de manutenção ou de reintegração; caso contrário, determinará que o autor no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citandose o réu para comparecer à audiência que se o réu para comparecer à audiência que justifique previamente o alegado, citando- for designada. for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. respectivos representantes judiciais. Art. 563 Considerada suficiente a Art. 929. Julgada procedente a justificação, justificação, o juiz fará logo expedir o juiz fará logo expedir mandado de mandado de manutenção ou de manutenção ou de reintegração. reintegração. Art. 564 Concedido ou não o mandado Art. 930. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, subseqüentes, a citação do réu para querendo, contestar a ação no prazo de 15 contestar a ação. (quinze) dias. Parágrafo único. Quando for ordenada a Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para justificação prévia, o prazo para contestar contestar contar-se-á da intimação do será contado da intimação da decisão que despacho que deferir ou não a medida deferir ou não a medida liminar. liminar. Ponto positivo da redação do dispositivo está no acréscimo do final do caput sobre o prazo para contestação ser de quinze dias e, por isso, inconfundível com o prazo de cinco dias, também lá referido, que é dirigido ao autor para viabilizar a citação do réu. A disposição é tão mais importante no novo CPC porque, ao determinar a citação do réu para contestar, desvia-se do procedimento comum em que a citação é, em regra, para comparecer a audiência de conciliação ou de mediação (art. 334).. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 381). Art. 565 No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação Não possui correspondência com o afirmado na petição inicial houver ocorrido CPC/1973. há mais de ano e dia, o juiz, antes de 7

apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos 2º e 4º. 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos 2º a 4º deste artigo. 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. Pratica I Importante novidade trazida pelo Projeto da Câmara e aprovada pelo Senado Federal na última etapa do processo legislativo, o art. 565 traça as regras a serem observadas nos casos em que houver litígio coletivo pela posse do imóvel (caput). Mas não só à tutela da posse, pois o 5º determina a aplicação das novas regras também ao litígio sobre propriedade de imóvel.. (Bueno, Cassio Scarpinella Novo Código de Processo Civil anotado/cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 382). Abaixo os Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem a este artigo: Enunciado n.º 66 do FPPC: A medida liminar referida no art. 565 é hipótese de tutela antecipada. 8

Enunciado n.º 67 do FPPC: A audiência de mediação referida no art. 565 (e seus parágrafos) deve ser compreendida como a sessão de mediação ou de conciliação, conforme as peculiaridades do caso concreto. Enunciado n.º 328 do FPPC: Os arts. 554 e 565 do CPC aplicam-se à ação de usucapião coletiva (art. 10 da Lei 10.258/2001) e ao processo em que exercido o direito a que se referem os 4º e 5º do art. 1.228, Código Civil, especialmente quanto à necessidade de ampla publicidade da ação e da participação do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos estatais responsáveis pela reforma agrária e política urbana. Art. 566 Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. Art. 931. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário. Seção III Do Interdito Proibitório Art. 567 O possuidor direto ou indireto que Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure posse, poderá impetrar ao juiz que o da turbação ou esbulho iminente, mediante segure da turbação ou esbulho iminente, mandado proibitório em que se comine ao mediante mandado proibitório, em que se réu determinada pena pecuniária caso comine ao réu determinada pena transgrida o preceito. pecuniária, caso transgrida o preceito. Art. 568 Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. Art. 933. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior. FONTE DESTE COMPARATIVO: https://estudosnovocpc.wordpress.com/2015/07/30/artigo-554-ao-568/ Caso Prático para sala de aula (OAB 107)- ADAPTADO Gilberto, casado pelo regime da comunhão parcial de bens, antes da Lei nº 6.515/77, com Luciana, emprestou um imóvel residencial que recebera por partilha nos autos do inventário de seu pai a Marcelo, celebrando contrato escrito de comodato com prazo determinado de duração fixado em 24 meses. Gilberto sabe que Marcelo tem deteriorado o imóvel, pois tem colocado fotos nas redes sociais, onde se vê que a parte interna da casa está em péssimas condições. Sabe-se que se o imóvel de Gilberto estivesse locado, lhe garantiria aluguel mensal de R$ 1.000,00 ( mil reais). Findo, há seis meses, o prazo avençado, Marcelo 9

não desocupou o imóvel nem atendeu à notificação que lhe endereçou o proprietário, continuando, até hoje, a ocupá-lo gratuitamente. QUESTÃO: Sabendo-se que o referido imóvel está localizado na Comarca do Guarujá; que as partes residem na cidade de Santos; que o contrato não tem foro de eleição; e que Marcelo é viúvo, mas era casado com Adriana pelo regime da comunhão total de bens à época da celebração do contrato; proponha a medida judicial visando à restituição do imóvel ao comodante. QUESTÃO PARA DISCUSSÃO XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2013.2)FGV - Prova aplicada em 06/10/2013 Humberto celebrou contrato de corretagem com Renata, inserindo cláusula de exclusividade pelo prazo de 6 (seis) meses, a fim de que esta mediasse a venda de seu imóvel. Passados três meses, Renata, embora diligente, não conseguiu o resultado pretendido. Por sua vez, Humberto, caminhando pela praia, encontrou um velho amigo, Álvaro, que se interessou pelo imóvel, vindo a efetivar a compra do bem. Renata, ao saber do negócio jurídico celebrado, ajuizou ação indenizatória em face de Humberto, cobrando-lhe o percentual ajustado sobre o valor da venda do imóvel a título de corretagem. Nessa situação, indaga-se: A) Tem Humberto o dever jurídico de indenizar Renata por inadimplemento de obrigação contratual? Fundamente. B) Na hipótese de Renata ter aproximado as partes e o negócio não ter se realizado por arrependimento de Humberto, seria devida a corretagem? A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. 10