NOTA TÉCNICA INCENTIVO FINANCEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS

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Transcrição:

NOTA TÉCNICA 29 2012 INCENTIVO FINANCEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS Brasília, 20 de agosto de 2012

INCENTIVO FINANCEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS 1. Introdução A exposição ocupacional e/ou ambiental a agrotóxicos está relacionada com diversos efeitos sobre a saúde humana, incluindo alterações subclínicas, intoxicação aguda e/ou crônica, podendo ser fatais. A exposição humana a agrotóxicos representa um importante problema de saúde pública, para o qual o setor saúde vem buscando definir e implementar ações voltadas para vigilância em saúde. As intervenções sobre o problema são, em alguns aspectos, reconhecidas como de difícil implantação por transcender o setor saúde, devido ao seu caráter interinstitucional. Propõe-se fortalecer as ações das secretarias estaduais e municipais de saúde, de forma que estas tenham autonomia técnico-gerencial para enfocar os problemas de saúde próprios de seus territórios, bem como harmonizar os serviços e ações do Sistema Único de Saúde de forma a construir um sistema de vigilância integrado que permita o monitoramento e controle de situações de riscos à saúde humana relacionados aos agrotóxicos. 2. O MODELO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS O Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos objetiva orientar os profissionais de saúde por meio de informações sistematizadas sobre as ações de vigilância em saúde, em especial a vigilância epidemiológica e as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos relacionados à exposição humana aos agrotóxicos. Assim, procura-se melhorar a condição de saúde da população pela eliminação e/ou atenuação dos riscos associados à exposição aos agrotóxicos. O documento apresentado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde trata inicialmente de aspectos relacionados à Vigilância em 2

Saúde das populações expostas a agrotóxicos como a Vigilância Epidemiológica, incluindo a investigação epidemiológica de casos e surtos, a estrutura para respostas às emergências em saúde e os sistemas de informação para a vigilância. A seguir apresenta aspectos específicos relacionados ao uso de agrotóxicos, como a exposição e intoxicações por estes produtos e seus diversos efeitos sobre a saúde humana, o uso agrícola de agrotóxicos, o uso em saúde pública de agrotóxicos (na eliminação e controle de vetores transmissores de doenças endêmicas), os aspectos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos. Detalha como deve ser realizada a definição de caso, diferenciando os casos expostos (se o contato direto ou indireto for evidenciado no território e/ou por critério clínico e/ou exames laboratoriais) e intoxicados, classificados conforme o quadro abaixo: Quadro 1. Definição operativa de caso conforme determinadas características. Tipo de Caso Características da classificação Caso suspeito Caso confirmado por laboratório Caso confirmado clinicamente Caso confirmado por nexo epidemiológico Surto Alerta Indivíduo com história pregressa e/ou atual de exposição a agrotóxicos, e que apresenta algum sinal e/ou sintoma clínico e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis; - Caso suspeito que apresente sinais ou sintomas compatíveis com uma intoxicação ou quadro clínico relacionado ou atribuível a uma exposição a agrotóxicos com alteração em exames laboratoriais que, conforme o caso, evidenciem a exposição. - Antecedentes de exposição ao agente tóxico com exame de biomarcador alterado (de exposição ou de efeito). - No caso de óbitos confirmados pelos exames médicos legais. Caso em que se estabelece ao menos um dos seguintes critérios. - Antecedente comprovado de exposição a agrotóxico com manifestações clínicas compatíveis. - Que as características do quadro clínico, a(s) via(s) de exposição implicada(s), a relação entre o agente e o mecanismo de ação e sua associação no tempo se relacionem com as manifestações clínicas da intoxicação. Caso com quadro clínico compatível relacionado com outro(s) caso(s) confirmado(s) ou evento(s) ambiental(is) ou laboral(is) nos quais estejam implicados os agrotóxicos. O nexo deve ter relação temporal e espacial. Episódio no qual duas ou mais pessoas apresentam um quadro clínico compatível com exposição/ intoxicação por agrotóxicos num mesmo lugar ou zona geográfica, donde se comprovem a exposição efetiva ao agente causal e se identifiquem fatores de risco associados. Conjunto de eventos relacionados com as intoxicações por agrotóxicos que, segundo critérios epidemiológicos, demanda uma ação de imediata: - Intoxicação de gestantes e/ou lactantes; - Intoxicação em menores de idade; - Intoxicação com agrotóxicos ilegais (não registrados ou proibidos) ou uso ilegal; - Emergência donde estejam envolvidos agrotóxicos, tais como: acidentes, desastres naturais, desastres tecnológicos; - Surtos. 3

Apresenta os fluxos a serem adotados, das informações, de atuação e medidas a serem adotadas. Caracteriza a seguir a exposição ambiental, exposição ocupacional e outras exposições. Detalha como deve ser realizado o processo de investigação, apresentando um roteiro de investigação epidemiológica. Apresenta a seguir as atribuições das diferentes esferas de gestão: 2.1. Responsabilidades da gestão municipal: Implementar, coordenar e executar as ações de vigilância em saúde das populações expostas a agrotóxicos no plano municipal. Programar as ações e estabelecer no plano municipal de saúde metas e prioridades para o acompanhamento das ações; Estabelecer instrumentos e indicadores para acompanhamento e avaliação da implementação das ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos; Dimensionar os efeitos à saúde da população relacionados com o uso de agrotóxicos; Mapear áreas de risco e identificar os agrotóxicos mais freqüentemente relacionados às intoxicações; Realizar levantamento e cadastramento sistemático de áreas com populações expostas a agrotóxicos, em articulação com os órgãos afins; Avaliar estratégias de controle dessas situações de alerta, entender o fenômeno e descobrir suas principais causas; Subsidiar o planejamento e a organização dos serviços de saúde de acordo com o comportamento epidemiológico da doença ou agravo relacionado à exposição humana a agrotóxicos; Realizar levantamentos periódicos nos serviços hospitalares, com vistas à detecção de pacientes que apresentem características clínicas compatíveis com casos de intoxicação por agrotóxicos; Realizar a vigilância dos ambientes e processos de trabalho, em atuação conjunta com as instâncias regionais da secretaria estadual de saúde; Executar as atividades relativas à informação e comunicação de risco à saúde decorrente de contaminação ambiental por agrotóxicos; 4

Monitorar e analisar as informações dos sistemas de informação relacionados ao tema, com regularidade, para desencadear ações de vigilância em saúde; Elaborar e implementar protocolos/instrumentos para acompanhamento da saúde de populações expostas a agrotóxicos, quando necessário; Realizar coletas de amostras para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos em produtos de interesse da saúde; Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais no nível municipal para a implementação das ações; Promover a integração das ações de vigilância com as ações de atenção integral à saúde (promoção, prevenção, assistência e reabilitação). Apresentar no relatório de gestão as ações executadas e os resultados alcançados. Notificação, investigação e registro nos sistemas: Receber as notificações das unidades de saúde; Notificar à instância regional ou estadual; Promover a investigação dos casos notificados, analisando e estabelecendo a conduta adequada; Realizar busca ativa de casos suspeitos de exposição/intoxicação por agrotóxicos em todos os serviços de saúde locais (hospitais, clínicas, laboratórios, serviços de verificação de óbito, centro informação toxicológica) e Institutos Médicos Legais entre outros; Realizar investigações e intervenção de vigilância em saúde (epidemiológica, sanitária, ambiental, saúde do trabalhador e laboratorial); Detectar e notificar a ocorrência de surtos; Realizar a coleta, análise e interpretação dos dados de notificação e divulgação de indicadores para o monitoramento dos eventos referentes à exposição humana a agrotóxicos; Fortalecer a utilização do SINAN como ferramenta de notificação nos serviços de saúde do SUS; Estimular a utilização do SINAN nos serviços privados; Consolidar, validar e analisar os dados municipais. 5

Comunicação, educação e pesquisa em Saúde e participação social: Promover o processo de educação permanente dos profissionais de saúde; Apoiar a participação da sociedade civil organizada, organizações não governamentais, movimentos sociais e comunidades; Promover e coordenar estudos e pesquisas aplicadas a temática dos agrotóxicos; Tornar público o desenvolvimento e os resultados das ações de vigilância em Saúde. 2.2. Responsabilidades da gestão estadual: Inserir e implementar as ações de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos no Plano Estadual de Saúde; Incluir os centros de informação toxicológica ou órgão correlato, quando existente, na estratégia de implementação das ações de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais no nível estadual para a implementação das ações; Coordenar, assessorar, supervisionar, articular e avaliar, a execução do conjunto de ações intra e intersetoriais para prevenção das doenças e agravos decorrentes da exposição humana a agrotóxicos; Orientar os municípios da área de abrangência para a organização da vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos; Realizar análise de situação de saúde da população exposta a agrotóxicos; Estabelecer instrumentos e indicadores para acompanhamento e avaliação da implementação; Apoiar a inserção das ações nos planos municipais de saúde, atendendo às especificidades locais; Capacitar os técnicos das esferas estadual e municipal, para a utilização dos sistemas de informação em saúde (SINAN, SISSOLO, SISAGUA, etc.); 6

Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos, incluindo vigilância nos ambientes e processos de trabalho, de forma complementar e suplementar aos municípios; Apresentar no relatório de gestão as ações implementadas e os resultados alcançados. Notificação e registros nos sistemas: Receber, consolidar e analisar as notificações regionais ou municipais; Notificar de imediato os casos graves (fluxo imediato) ao nível nacional; Articular com os centros de informação toxicológica a realização da orientação necessária para a investigação, acompanhamento e elucidação de doenças e agravos associados à exposição por agrotóxicos; Assessorar os municípios na investigação dos casos, quando necessário; Detectar e notificar a ocorrência de surtos; Consolidar, qualificar e analisar os dados do estado. Comunicação, educação e pesquisa em Saúde e participação social: Desenvolver estratégias de divulgação de informações e comunicação em saúde decorrente de exposição humana a agrotóxicos; Promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria das ações de vigilância; Promover a participação dos trabalhadores e da comunidade nas ações de Vigilância em Saúde; Promover o processo de educação permanente de profissionais de saúde; Apoiar a participação da sociedade civil organizada, organizações não governamentais, movimentos sociais e comunidades no desenvolvimento das ações; Promover e coordenar estudos e pesquisas dentro da temática da exposição humana aos agrotóxicos. 7

2.3. Responsabilidades da gestão federal: Coordenar, assessorar, supervisionar, articular e avaliar, o conjunto de ações de vigilância em saúde para enfrentamento e prevenção das doenças e agravos decorrentes da exposição humana a agrotóxicos; Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais; Estabelecer, em conjunto com os estados, referência laboratorial para análises de agrotóxicos e atender às demandas relacionadas à exposição humana a agrotóxico; Realizar em conjunto com estados e municípios, o monitoramento de resíduos de agrotóxicos em produtos de interesse da saúde; Realizar análise dos dados para o mapeamento de áreas de risco relacionadas aos agrotóxicos, incluindo atividades produtivas relacionadas à exposição dos trabalhadores; Prestar assessoria técnica aos estados; Promover e colaborar, com os estados, na capacitação dos recursos humanos. Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos, de forma complementar e suplementar aos estados; Fortalecer os mecanismos de regulamentação, controle e redução do uso de agrotóxicos; Estimular o uso de tecnologias substitutivas que diminuam/eliminem o uso de agrotóxicos; Contribuir para avaliação do impacto das tecnologias de produção sobre a saúde dos trabalhadores expostos a agrotóxicos; Contribuir para o estabelecimento de medidas de controle, no que se refere à produção, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e utilização de agrotóxicos; Manter atualizado cadastro das empresas que produzem, transportam e comercializam produtos agrotóxicos; Propor, elaborar e revisar regulamentação de interesse à proteção da saúde de populações expostas a agrotóxicos, incluindo trabalhadores; Estabelecer critérios de financiamento para ações de vigilância em saúde de intoxicação e exposição humana a agrotóxicos; 8

Realizar análise de situação de saúde e divulgar a informações/boletins epidemiológicos. Gestão dos sistemas de informação em saúde: Receber e analisar os consolidados estaduais dos sistemas de informação;4 Incluir a participação dos centros de informação toxicológica como apoio técnico aos estados e municípios;3 Universalizar a notificação de intoxicação exógena do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);1 Aprimoramento da qualidade dos sistemas e das bases de dados e integração dos sistemas de informação de interesse da vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos; 2 Comunicação, educação e pesquisa em Saúde e participação social: Desenvolver estratégias de divulgação de informações e comunicação em saúde decorrente de exposição humana a agrotóxicos; Promover estratégias de educação permanente dos profissionais de saúde na abordagem de intoxicação e exposição humana a agrotóxicos; Articulação interministerial para o fomento de projetos de pesquisa em Toxicologia, bem como a inserção do tema na agenda de prioridades de pesquisa do Ministério da Saúde; Promover e coordenar estudos e pesquisas dentro da temática da exposição humana aos agrotóxicos; Apoiar a participação da sociedade civil organizada, organizações não governamentais, movimentos sociais e comunidades no desenvolvimento das ações. 9

3. A PROPOSTA DE INCENTIVO FINANCEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS Propõe-se Instituir no Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde (PVVPS) do Componente de Vigilância e Promoção da Saúde incentivo financeiro para implementação do Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, destinado aos Estados, Distrito Federal e Municípios prioritários. A adesão dos estados deverá ser pactuada e homologada nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e encaminhada ao Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), obedecendo o seguinte cronograma e valores: Quadro 2. Cronograma e valores a serem repassados segundo Unidade da Federação ANO REGIÃO/UF Pontuação 2012 (9 UF) 2013 (9 UF) 2014 (9UF) Paraná São Paulo 127 122 Minas Gerais 116 Mato Grosso 107 Goiás 103 Rio Grande do Sul 98 Santa Catarina 97 Bahia 93 Mato Grosso do Sul 92 Ceará Pernambuco 84 84 R$ 1.000.000,00 Rio de Janeiro 82 R$ 900.000,00 Espírito Santo 76 R$ 800.000,00 Maranhão 60 R$ 700.000,00 Tocantins 60 R$ 600.000,00 Piauí 51 Sergipe 51 Alagoas 48 Pará Rondônia 46 44 Rio Grande do Norte 40 Roraima 37 Paraíba 32 Distrito Federal 31 Amazonas 25 Acre 11 Amapá 4 10

A pontuação que consta no quadro 2 foi definida à partir de classificação realizada com base nos seguintes critérios: I. Consumo de agrotóxicos, por unidade federada, registrados no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); II. Área plantada, lavoura temporária e permanente, por unidade federada, registrada no Sistema do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Recuperação Automática (SIDRA); III. Somatória da população dos Municípios com produção agrícola por unidade federada, registrada no SIDRA; IV. Taxa de incidência das intoxicações por agrotóxicos por 100 mil habitantes, por unidade federada, notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS); e V. Percentual de Municípios que possuem informação de análise de agrotóxicos em água registrada no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) do Ministério da Saúde (MS). Foi estabelecida pontuação de 1 a 27 para cada UF, para cada indicador de acordo com sua posição em ordem crescente (estabelecendo por exemplo uma pontuação de 27 para a UF com maior consumo de agrotóxicos e 1 para a UF com menor consumo), com base nas informações obtidas nas bases de dados referentes ao ano de 2010 com tabulação no mês de julho de 2012. Os valores a serem repassados também foram definidos conforme a pontuação obtida, conforme segue: Acima de 100 pontos = R$ 1.000.000,00; Entre 80 e 99 pontos = R$ 900.000,00; Entre 50 e 79 pontos = R$ 800.000,00; Entre 30 e 49 pontos = R$ 700.000,00; Abaixo de 29 pontos = R$ 600.000,00. O repasse do incentivo compreenderá 2 fases: Primeiro ano: visa apoiar o fortalecimento das competências estaduais. 11

A partir do segundo ano: visa apoiar os Estados e Municípios prioritários na implementação da Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, conforme pactuação bipartite. A não manifestação da CIB, em até 60 dias da publicação da portaria, dos Estados previstos para o ano de 2012, implicará na incorporação dos Estados subsequentes respeitada a ordem apresentada no Quadro 2. Nos anos subsequentes, a manifestação da CIB deverá ocorrer até o dia 30 de março do ano para o qual está previsto o processo de financiamento. A definição dos municípios prioritários e dos montantes a serem repassados para cada município deverá ser pactuada e homologada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), em até doze meses a partir do recebimento do recurso. A Resolução da CIB deverá ser encaminhada ao Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), em até 60 dias após sua homologação. No Distrito Federal as atribuições das CIB serão de competência do Colegiado de Gestão da Secretaria de Saúde do DF. Os Estados, Distrito Federal e Municípios prioritários contemplados com este incentivo deverão assumir diversas responsabilidades, a serem definidas no contexto da regionalização, quais sejam: I. Elaborar Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; II. Implementar as ações estabelecidas na Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; III. Implementar estratégias para a realização das análises de amostra de água para consumo humano para agrotóxico, bem como de outras matrizes de interesse para a saúde; IV. Incorporar no Plano de Saúde e na Programação Anual de Saúde, as ações a serem desenvolvidas, conforme o Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; V. Apresentar no Relatório Anual de Gestão as ações executadas e os resultados alcançados; e 12

VI. Participar no financiamento das ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos. A Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios prioritários, deverá compreender, no mínimo: I. Diagnóstico do perfil de consumo de agrotóxicos; II. Ações de promoção e vigilância; III. Ações intersetoriais; IV. Participação social; V. Capacitação de profissionais de saúde; VI. Cronograma de implementação; Monitoramento das ações. 3.1. Competências do Ministério da Saúde: I. Publicar a relação dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios prioritários, de acordo com as resoluções das CIB; II. Repassar os recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Estados, Distrito Federal e dos municípios prioritários; III. Estabelecer e implementar Rede de Referência Laboratorial para análise de agrotóxicos em matrizes de interesse para a saúde; IV. Prestar assessoria técnica; e V. Monitorar e acompanhar a elaboração e implementação das Propostas Estaduais de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. 3.2. Competências das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal: I. Realizar o diagnóstico de regiões e municípios prioritários com populações expostas a agrotóxicos; II. Monitorar e avaliar a implementação das Propostas Municipais de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; III. Prestar assessoria técnica aos Municípios; 13

IV. Incluir os Centros de Informação Toxicológica ou órgão correlato, quando existente, na estratégia de implementação da Proposta Estadual de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; V. Garantir o fluxo regular de informações epidemiológicas e de saúde ambiental, produzidas pelos Municípios; VI. Implementar estratégias para realização das análise das amostras de água para consumo humano para o parâmetro agrotóxico; e VII. Monitorar e avaliar o registro dos resultados das análises de agrotóxico na água de consumo humano no SISAGUA. 3.2. Competências das Secretarias de Saúde dos municípios prioritários: I. Elaborar e implementar a Proposta Municipal de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; II. Garantir o fluxo regular de informações epidemiológicas e de saúde ambiental; III. Definir, junto aos estados, o cronograma de coleta de amostras de água para consumo humano para análise de agrotóxico; IV. Coletar e enviar amostras de água para consumo humano e outras matrizes de interesse para a saúde para análise de agrotóxicos, conforme pactuação bipartite; V. Registrar os resultados das análises de agrotóxico na água de consumo humano no SISAGUA; e VI. Avaliar as informações do SISAGUA. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presente proposta pretende responder a um importante problema de saúde pública, objeto de demandas tanto das áreas técnicas como dos conselhos de saúde, uma vez que o tema vem sendo objeto de frequente discussão, especialmente no chamado grupo da terra. 14

A proposta está bem fundamentada do ponto de vista técnico, trazendo novos recursos para a estruturação de uma área que é ainda incipiente em muitas SES e na maioria dos municípios. Como os recursos são ainda limitados, optou-se por priorizar num primeiro momento os estados onde o problema é mais relevante e que já vem implementando ações de vigilância das intoxicações e que já iniciaram atividades como a pesquisa de agrotóxicos em água. Cabe destacar também que considerando a necessidade dos estados organizarem seus serviços e especialmente se estruturarem para apoiar a organização das ações em municípios prioritários, no primeiro ano os recursos serão prioritariamente destinados às SES, cabendo às CIB pactuarem neste período os critérios para definição de municípios prioritários e a distribuição dos recursos à partir do 2 ano de recebimento do incentivo. O principal fator limitante à implementação das ações previstas nesta proposta é a ainda limitada estrutura laboratorial para suporte às ações de vigilância nesta área, tanto para a pesquisa de agrotóxicos em água, como em amostras de pacientes com suspeita de intoxicação, alimentos e outras matrizes de interesse. Neste sentido será fundamental a estruturação dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública e o papel da gestão federal na organização de uma rede de referência laboratorial para análise de agrotóxicos. 15

Anexo Minuta de Portaria Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº xxxxxx, DE xx DE JULHO DE 2012 Institui no Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde (PVVPS) do Componente de Vigilância e Promoção da Saúde, o incentivo financeiro para implementação do Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, destinado aos Estados, Distrito Federal e Municípios prioritários. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do Parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Portaria Nº 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e dá outras providências; Considerando a Portaria Conjunta Nº 1/SE/SVS/MS, de 11 de março de 2010, que define os valores anuais do Componente de Vigilância e Promoção da Saúde, relativos aos recursos federais destinados ao Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde e Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde, de cada Estado; Considerando a Portaria Nº 2.866/GM/MS, de 2 de dezembro de 2012, que Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF), com o objetivo de promover a saúde das populações do campo e da floresta, visando ao acesso aos serviços de saúde, à redução de riscos e agravos à saúde decorrentes dos processos de trabalho e das tecnologias agrícolas e à melhoria dos indicadores de saúde e da qualidade de vida; Considerando a Portaria Nº 104/GM/MS, de 25 de janeiro de 2011, que define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde; Considerando a Portaria Nº 2.914/GM/MS, de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade; e Considerando a Lei Complementar Nº 141 de 13 de janeiro de 2012, que Regulamenta o 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de 16

governo; revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993, resolve: Art. 1º Instituir no Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde (PVVPS) do Componente de Vigilância e Promoção da Saúde o incentivo financeiro para implementação do Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, destinado aos Estados, Distrito Federal e Municípios prioritários. 1 A adesão dos estados deverá ser pactuada e homologada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e encaminhada ao Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), obedecendo o cronograma estabelecido no Anexo I. I - A não manifestação da CIB, em até 60 dias da publicação desta portaria, dos Estados previstos para o ano de 2012, implicará na incorporação dos Estados subsequentes respeitada a ordem estabelecida no Anexo I. II - Nos anos subsequentes, a manifestação da CIB deverá ocorrer até o dia 30 de março do ano para o qual está previsto o processo de financiamento estabelecido no Anexo I. 2 A definição dos municípios prioritários e dos montantes a serem repassados para cada município deverá ser pactuada e homologada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), em até doze meses a partir do recebimento do recurso. 3 A Resolução da CIB deverá ser encaminhada ao Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), em até 60 dias após sua homologação. 4 Para os fins do disposto neste artigo compete ao Distrito Federal pactuar e homologar sua adesão junto ao Colegiado de Gestão da Secretaria de Saúde do DF. Art. 2º Os Estados e o Distrito Federal foram classificados com base nos seguintes critérios: I Consumo de agrotóxicos, por unidade federada, registrados no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); II Área plantada, lavoura temporária e permanente, por unidade federada, registrada no Sistema do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Recuperação Automática (SIDRA); III Somatória da população dos Municípios com produção agrícola por unidade federada, registrada no SIDRA; IV Taxa de incidência das intoxicações por agrotóxicos por 100 mil habitantes, por unidade federada, notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS); e V Percentual de Municípios que possuem informação de análise de agrotóxicos em água registrada no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) do Ministério da Saúde (MS). Parágrafo único: as informações obtidas nas bases de dados são referentes ao ano de 2010 com tabulação no mês de julho de 2012. 17

Art. 3º As responsabilidades sanitárias, dos entes federados, relacionadas à vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos deverão ser definidas no contexto da regionalização. Art. 4º Os Estados, Distrito Federal e Municípios prioritários contemplados com este incentivo deverão assumir as seguintes responsabilidades: I Elaborar Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; II Implementar as ações estabelecidas na Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; III Implementar estratégias para a realização das análises de amostra de água para consumo humano para agrotóxico, bem como de outras matrizes de interesse para a saúde; IV Incorporar no Plano de Saúde e na Programação Anual de Saúde, as ações a serem desenvolvidas, conforme o Modelo de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; V Apresentar no Relatório Anual de Gestão as ações executadas e os resultados alcançados; e VI Participar no financiamento das ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos. Parágrafo único. A Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios prioritários, deverá compreender, no mínimo: a) Diagnóstico do perfil de consumo de agrotóxicos; b) Ações de promoção e vigilância; c) Ações intersetoriais; d) Participação social; e) Capacitação de profissionais de saúde; f) Cronograma de implementação; e g) Monitoramento das ações. Art. 5º Ao Ministério da Saúde compete: I Publicar a relação dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios prioritários, de acordo com as resoluções das CIB; II Repassar os recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Estados, Distrito Federal e dos municípios prioritários; III Estabelecer e implementar Rede de Referência Laboratorial para análise de agrotóxicos em matrizes de interesse para a saúde; IV Prestar assessoria técnica; e V Monitorar e acompanhar a elaboração e implementação das Propostas Estaduais de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Art. 6º Às Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal compete: I Realizar o diagnóstico de regiões e municípios prioritários com populações expostas a agrotóxicos; 18

II Monitorar e avaliar a implementação das Propostas Municipais de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; III Prestar assessoria técnica aos Municípios; VI Incluir os Centros de Informação Toxicológica ou órgão correlato, quando existente, na estratégia de implementação da Proposta Estadual de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; V Garantir o fluxo regular de informações epidemiológicas e de saúde ambiental, produzidas pelos Municípios; VI Implementar estratégias para realização das análise das amostras de água para consumo humano para o parâmetro agrotóxico; e VII Monitorar e avaliar o registro dos resultados das análises de agrotóxico na água de consumo humano no SISAGUA. Art. 7º Às Secretarias de Saúde dos Municípios prioritários compete: I Elaborar e implementar a Proposta Municipal de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos; II Garantir o fluxo regular de informações epidemiológicas e de saúde ambiental; III Definir, junto aos estados, o cronograma de coleta de amostras de água para consumo humano para análise de agrotóxico; IV Coletar e enviar amostras de água para consumo humano e outras matrizes de interesse para a saúde para análise de agrotóxicos, conforme pactuação bipartite; V Registrar os resultados das análises de agrotóxico na água de consumo humano no SISAGUA; e VI Avaliar as informações do SISAGUA. Art. 8 Os montantes serão repassados em parcelas anuais aos Fundos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, conforme disposto no Anexo à esta Portaria. Parágrafo único. Os recursos de que trata o caput do artigo serão repassados em duas fases: I Primeiro ano: visa apoiar o fortalecimento das competências estaduais. II A partir do segundo ano: visa apoiar os Estados e Municípios prioritários na implementação da Proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, conforme pactuação bipartite. Art. 9 Os recursos orçamentários, de que trata a presente Portaria ocorrerão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.305.1444.20AL - Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para a Vigilância em Saúde. Art. 10 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA 19

ANEXO (da minuta de portaria) ANO REGIÃO/UF Pontuação 2012 (9 UF) Paraná 127 São Paulo 122 Minas Gerais 116 Mato Grosso 107 Goiás 103 Rio Grande do Sul 98 Santa Catarina 97 Bahia 93 Mato Grosso do Sul 92 Ceará 84 Pernambuco 84 R$ 1.000.000,00 Rio de Janeiro 82 R$ 900.000,00 2013 (9 UF) 2014 (9UF) Espírito Santo 76 R$ 800.000,00 Maranhão 60 R$ 700.000,00 Tocantins 60 R$ 600.000,00 Piauí 51 Sergipe 51 Alagoas 48 Pará 46 Rondônia 44 Rio Grande do Norte 40 Roraima 37 Paraíba 32 Distrito Federal 31 Amazonas 25 Acre 11 Amapá 4 20

Pontuação e respectivos valores referentes ao incentivo obtidos com a aplicação dos critérios estabelecidos no Artigo 2º: Acima de 100 pontos = R$ 1.000.000,00 Entre 80 e 99 pontos = R$ 900.000,00 Entre 50 e 79 pontos = R$ 800.000,00 Entre 30 e 49 pontos = R$ 700.000,00 Abaixo de 29 pontos = R$ 600.000,00 21