AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ

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Transcrição:

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ Rafaela Duarte Almeida Araújo 1 ; Renata Duarte Almeida 2 ; Anastácia Maria Mikaella Campos Nóbrega André 3 ; Ruth Brito de Figueiredo Melo 4 ; Taciano Pessoa 5 Universidade Federal de Campina Grande - rafaeladual@gmail.com 1 ; renatadual@yahoo.com.br 2 ; anastaciamikaella@gmail.com 3 ; ruthmeloead@gmail.com 4 ; Prof.Orientador taciano.pessoa@gmail.com 5 RESUMO: Objetivou-se elaborar um doce mix tipo corte de goiaba e maracujá e avaliar suas características físico-químicas e medidas instrumentais de textura. As formulações dos doces de cortes foram avaliadas quanto: as características físico-químicas, segundo metodologia descrita por IAL (2008) e os parâmetros de perfil de textura, foi empregado o teste TPA no Texturômetro TAXT plus. Verificou-se que os valores de ph e acidez contribuem para que o produto tenha uma maior tempo de vida de prateleira, uma vez que impede a proliferação de diversos microrganismos capazes de acarretar a deterioração do produto. As concentrações de sólidos solúveis (ºBrix) o maior valor foi de 75,363 Brix na amostra F III e o menor valor de 65,661 Brix na amostra F I e demonstraram está de acordo com os padrões estabelecidos pela legislação. A presença de maior concentração de polpa proporcionou um doce de corte mais firme, ou seja, com a diminuição da concentração de polpa e maior quantidade de açúcar verifica-se uma menor firmeza do doce de corte de goiaba com maracujá. Palavras-chaves: Psidium guajava, Passiflora edulis f. Flavicarpa e textura. INTRODUÇÃO O Brasil apresenta um grande potencial para industrialização de produtos advindo da fruticultura, que favorece em um maior tempo de disponibilidades de determinados frutas para os consumidores, assim a utilização de frutas para a produção de doces, leva ao consumidor a ter acesso a nutrientes presentes nessas matérias primas. A goiaba e o maracujá são matérias prima de elevadas características nutricionais, principalmente por apresentarem um elevado teor de vitamina C, o potencial nutricional ligada a suas características relacionadas à produção de polpas, bebidas, néctares, doces e geléias. Entre as frutas tropicais destinadas à fabricação de doces, estas apresentam características que se destacam para esse fim. A união do maracujá com a goiaba pode gerar um novo produto, com características nutricionais e sensoriais agradáveis. A mistura de frutas exóticas, algumas portadoras de sabores e aromas de grande aceitação e componentes funcionais pode resultar em produtos de alta qualidade sensorial e

nutricional, como geléias e doces em massa (VENTURA, 2004). Entre outros fatores importantes de estudo para a produção de doces, destaca-se a importância da composição química da matéria-prima (ph, acidez titulável, sólidos solúveis, açúcares redutores e totais, pectina) e também a relação polpa/açúcar, o tipo de açúcar, o tempo e temperatura de cocção (JACKIX, 1988; ALBUQUERQUE, 1997). Doce em massa consiste no resultado de uma pasta homogênea e de consistência que possibilite o corte, obtido através do processamento adequado das partes comestíveis desintegradas de vegetais com açúcares, com ou sem adição de água, pectina, ajustador do ph e outros ingredientes e aditivos permitidos por estes padrões até uma consistência apropriada, sendo finalmente, acondicionado de forma a assegurar sua perfeita conservação, podendo ser classificado em misto quando preparado com a mistura de mais de uma espécie vegetal (BRASIL, 1978). Diante do exposto, este trabalhou visou elaborar um doce mix tipo corte de goiaba e maracujá e avaliar suas características físico-químicas e medidas instrumentais de textura. MATERIAL E MÉTODOS A etapa experimental foi conduzida no Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Universidade Federal de Campina Grande PB. Para a fabricação dos doces em massa, foram utilizados os frutos de goiaba (Psidium guajava) e maracujá (Passiflora edulis f. Flavicarpa). As proporções de polpas das frutas e quantidades de açucares estão apresentadas na Tabela 01. O ponto de cozimento do doce, para o mix das polpas, foi determinado até que chegasse a 65 brix, como indicado por Martin e Kato (1991). Tabela 01: Formulações do doce de maracujá e goiaba em massa Formulação Maracujá (%) Goiaba (%) Açúcar (%) I 30 30 40 II 25 25 50 III 20 20 60 As formulações dos doces de cortes foram avaliadas quanto: as características físicoquímicas e os parâmetros de perfil de textura instrumental.

Quanto as características físico-químicas do doce de corte, avaliou-se os parâmetros ph, acidez e sólidos solúveis, segundo metodologia descrita por IAL(2008). Para a obtenção dos parâmetros dos perfis de textura instrumental das formulações elaboradas foi empregado o teste TPA em Texturômetro TAXT plus (Stable Micro Systems). As amostras de doce foram cortadas em tamanho 4,0 cm x 4,0 cm x 2,5 cm de volume e comprimidas com velocidade pré-teste: 5 mm/s; velocidade de teste: 2,0 mm/s, velocidade pós-teste: 10 mm/s; e distância de retorno: 40 mm, com o probe P/36R, No perfil de textura, os atributos estudados foram dureza, adesividade, gomosidade, mastigabilidade e coesividade. Os dados foram avaliados estatisticamente, através de um delineamento inteiramente casualizado, por meio de análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade utilizando-se o programa estatístico ASSISTAT versão 7.7. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados da análise de variância para as características físico-químicas, quanto aos parâmetros avaliados para os doces de corte de goiaba e maracujá se encontram na Tabela 02. TABELA 02 Parâmetros de análises físico-químicas de doces em massa de goiaba e maracujá. Parâmetros F I F II F III dms ph 3,684a 3,455b 3,233c 0.11391 Acidez (g ácido cítrico/100 g) 1,753a 1,63b 1,362c 0.04725 Sólidos solúveis ( brix) 65,661b 65,887b 75,363a 0.04565 Os valores de ph observados nas formulações dos doces, apresentaram uma variação de 3,23 (F III) a 3,68 (F I). Os valores de baixa acidez variando entre 1,362 (F III) a 1,753 (F I), contribui para que o produto tenha um maior tempo de vida de prateleira, uma vez que impede a proliferação de diversos microrganismos capazes de acarretar a deterioração do produto. Segundo Silva et al. (2005), embora o ph não seja regulamentado pela legislação brasileira, é de suma importância na conservação de produtos alimentícios, uma vez que nunca deve ser superior a 4,5; visto que acima deste valor pode favorecer o crescimento do Clostridium botulinum, podendo confirmar o fato o presente estudo, relacionado a sua

conservação. Moura et al. (2014) ao estudarem doce pastoso de goiaba, encontraram valores de ph entre 4,16 a 3,79 e valores de acidez variando de 0,39 a 0,56%. De acordo com a Resolução Normativa nº 9 de 1978, ANVISA, o teor de sólidos solúveis do produto final não deve ser inferior a 55 Brix para os cremosos e 65 Brix para os doces em massa (BRASIL, 1978), sendo assim, pode-se afirmar que os doces de corte de goiaba e maracujá estão de acordo com a legislação. Em que, as concentrações de sólidos solúveis (ºBrix) o maior valor foi de 75,363 Brix na amostra F III e o menor valor de 65,661 Brix na amostra F I. A Tabela 03 apresenta os dados de perfil de textura instrumental das três diferentes formulações de doce de corte de goiaba com maracujá. Tabela 03 - Teste de TPA (Texture Profile Analysis) do doce de corte de goiaba com maracujá. Amostras Firmeza (N) Adesividade (N.m) Coesividade Gomosidade (N) Mastigabilidade (J) F I 74,247 a 4,367 a 0,362 b 26,917 a 26,202 a F II 64,559 b 4,048 b 0,324 b 20,876 b 20,706 b F III 61,754 b 4,114 b 0,445 a 27,441 a 26,347 a DMS 3,257 0,067 0,042 3,143 3,088 MG 66,854 4,17 0,377 25,078 24,416 CV% 1,94 0,65 4,41 5,00 5,05 dms = Diferença mínima significativa; MG = Média geral; CV% = Coeficiente de variação em % ; As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Os parâmetros avaliados: firmeza, adesividade, coesividade, gomosidade e mastigabilidade para os de doce de corte, apresentaram diferença significativa ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). Observa-se na Tabela 03 que a amostra FI apresentou os maiores valores para os parâmetros: firmeza e adesividade, com os valores 74,24 e 4,367 respectivamente. Para o parâmetro de textura coesividade, a formulação que apresentou maior valor foi a F III, com 0,445. As formulações que apresentaram maiores valores de mastigabilidade (26,202 e 26,347 J) e gosmosidade (27,441 e 26,347 N), foram: F I e F III, demonstrando serem iguais estatisticamente.

A presença de maior concentração de polpa proporcionou um doce de corte mais firme, ou seja, com a diminuição da concentração de polpa e maior quantidade de açúcar verifica-se uma menor firmeza do doce de corte de goiaba com maracujá. De acordo com Soares Júnior et al. (2003) e Godoy et al. (2009), o aumento no teor de sólidos solúveis ocasiona elevação na adesividade, pois esse fato indica evaporação de água. Comportamento contrário foi encontrado nesse trabalho, visto a redução da adesividade e menores valores nas avaliações da dureza (firmeza), para a formulação F III, em que se tinha maior valor de açúcar. CONCLUSÕES Com base no estudo para a produção de doce em massa do mix de polpa de maracujá e goiaba pode-se concluir: Os parâmetros de acidez e ph apresentaram, valores que impedem a proliferação de diversos microrganismos, capazes de acarretar a deterioração do produto; Com relação ao parâmetro de Sólidos Solúveis (ºBrix), demonstraram dentro do padrão estabelecido pela legislação vigente; Para os parâmetros de textura instrumental a maior firmeza foi apresentada na formulação I, que possuía a menor concentração de açúcar; O maior trabalho de mastigabilidade, foi requerido para as amostras F I e F III. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALBUQUERQUE, J. P. Fatores que influenciam no processamento de geléias e geléia das de frutas. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 31, n. 1, p. 62-67, 1997. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Normativa nº 9 de 11/12/1978. Resolução normativa sobre os padrões para doce de frutas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 11/12/1978.

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