A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL FRENTE À INSERÇÃO E AO DESLIGAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA



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Transcrição:

1 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL FRENTE À INSERÇÃO E AO DESLIGAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Este artigo apresenta duas experiências de orientação profissional realizadas em instituições federais distintas. A primeira refere-se a atividades com um grupo direcionado à inserção profissional, com 27 formandos de uma universidade pública. A segunda trata de um programa de preparação para a aposentadoria com 28 funcionários de uma instituição financeira, já aposentados ou pré-aposentados. As atividades foram planejadas segundo o modelo de orientação profissional da estratégia clínica de Rodolfo Bohoslavsky, propiciando aos sujeitos a reflexão acerca de suas trajetórias socioprofissionais, conforme proposto por Vincent De Gaulejac. Trabalhou-se com debates mediados por dinâmicas de grupo, a fim de favorecer a livre expressão de sentimentos mobilizados pelo ingresso (na primeira instituição), e também pela despedida (na segunda instituição), do mundo do trabalho. Coletou-se depoimentos dos participantes, cuja tratamento se deu pela análise de conteúdo de Laurence Bardin. Os resultados indicam que embora os grupos sejam dirigidos para públicos distintos e apresentem objetivos diversos, os participantes de ambos os grupos atravessam o sofrimento psíquico por se desvincularem das instituições da qual fizeram parte durante um grande período de suas vidas: no caso dos estudantes, a dificuldade de se desligarem da universidade, e no caso dos pré-aposentados, a dificuldade de se desligarem do locus de trabalho. Mesmo estando diante de uma nova fase de vida, que pode trazer realizações, o foco dos depoimentos dos participantes dirigiu-se àquilo que eles vão perder: ou a segurança da condição de estudante ou a dignidade de ser produtivo. Eles temem a realidade que encontrarão posteriormente e adiam suas escolhas, com receio do que possam encontrar. Palavras-chaves: orientação profissional, inserção profissional, aposentadoria, mercado de trabalho. Geruza Tavares D Avila Psicóloga e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, (UFSC). Atualmente é professora do curso de graduação em administração da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Endereço: Av. Getúlio Vargas, 1403N ap. 705, Centro, Chapecó, SC, CEP 89802-001. E-mail:geruza@ufs.edu.br Vera Regina Roesler - Graduada em Psicologia e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Psicóloga clínica e organizacional. Endereço: Rod. Amaro Antônio Vieira 2371, ap 1012, Itacorubi, Florianópolis, SC, CEP 88034102. Contato: vrpsi@hotmail.com Nadia Rocha Veriguine Psicóloga e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente é bolsista da CAPES (Centro de Aperfeiçoamento do Ensino Superior). Endereço: Rua Dr. Abel Capela, nº 481, ap. 303, Coqueiros, Florianópolis, SC, CEP 8808-250. E-mail: nadiaveriguine@yahoo.com.br Dulce Helena Penna Soares - Professora do Curso de Graduação e do Programa de Pós- Graduação em Psicologia da UFSC. Coordenadora do Laboratório de Informação e Orientação Profissional da UFSC. Bolsista de produtividade do CNPq. Atualmente pós-

2 doutoranda junto ao GPPC, da UFRGS Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, Campus Reitor João David Ferreira Lima, Trindade, Florianópolis, SC, CEP 88040-970. E-mail: dulcepenna@terra.com.br INTRODUÇÃO A Orientação Profissional (OP) pode ser entendida como um campo da Psicologia voltado para o estudo e a intervenção na relação homem-trabalho, sendo, desta forma, capaz de propiciar aos sujeitos um espaço para reflexão sobre suas condições objetivas e subjetivas. Para Soares (2002), o objetivo da OP é facilitar as escolhas da profissão permitindo um trabalho relacionado às dificuldades singulares dos sujeitos em qualquer momento da vida: desde a escolha em cursar ou não o nível superior, qual profissão abraçar, o vestibular, o ingresso no mercado de trabalho, passando pela construção de uma (ou muitas) carreira, até o desligamento das atividades laborativas. Exemplos de propostas em OP que se diferenciam das intervenções tradicionais são aquelas praticadas em planejamento de carreira para universitários (Dias, 2009; D'Avila, Soares, Krawulski, 2009) e também em programas de preparação para a aposentadoria (Soares et al, 2007), duas situações abordadas neste artigo. No contexto contemporâneo brasileiro tanto a adolescência/juventude como também a maturidade e saída do mercado formal de trabalho vem sendo objeto de discussões e reflexões. Embora não haja um consenso sobre uma possível definição da adolescência/juventude, no presente estudo compreende-se como uma fase de transição entre a infância e a adultez, como período de crises, rebeldia e dúvidas ou como condição marcada por diferenças e desigualdades. No Brasil, os estudos têm compreendido a juventude em dois períodos dos 15 aos 18 anos (adolescência) e dos 19 aos 24 anos (juventude propriamente). Nessas ocasiões, geralmente o jovem vivencia quatro grandes desafios: a saída da casa dos pais, a formação de uma união conjugal estável, a busca pela independência financeira e a entrada no mundo do trabalho. Segundo Teixeira (2002), o fim do curso universitário representa para muitos jovens o marco de passagem entre a juventude e a vida adulta. Receber um diploma universitário significa a possibilidade de exercer uma profissão e por meio do trabalho ter autonomia e independência em relação à família. Com a conclusão da graduação, o jovem precisa reavaliar sua trajetória até o momento, estabelecer objetivos e projetar

3 suas expectativas em relação ao seu futuro. Ao projetarem a possível atuação profissional, os jovens brasileiros geralmente se deparam com a dificuldade de inserção profissional em função da escassez de vagas de emprego, da competitividade e das exigências de conhecimentos e experiências profissionais por parte das empresas. A realidade do mundo do trabalho impõe dificuldades para a inserção profissional de jovens com formação universitária. O diploma de um curso superior não representa mais a garantia de trabalho. Atualmente, algumas áreas não apresentam muitas perspectivas profissionais; muitos recém-graduados acabam por trabalhar numa área bastante diversa daquela em que se formaram. Na busca incessante por um posto de trabalho, há, inclusive, pessoas que buscam um trabalho que exija menor qualificação do que possuem (Felisberto, 2001; Pimentel, 2007). Preocupadas com essa realidade, algumas universidades brasileiras têm adotado iniciativas capazes de auxiliar seus alunos na reflexão e elaboração de estratégias para seu ingresso no ambiente profissional. Essas iniciativas compreendem discussões acerca do planejamento de carreira, da escolha de um projeto profissional, noções sobre o mercado de trabalho, empregabilidade e capacitação profissional (Veriguine, Krawulski, D Avila e Soares, 2010). Tão difícil quanto se inserir é se desligar do mercado de trabalho. Enquanto os jovens atravessam os percalços da conquista do primeiro emprego, os aposentados e pré-aposentados enfrentam os novos contextos advindos da saída do espaço laboral. Para Costa e Soares (2009) a vida de aposentado inclui tanto a necessidade de reorganização espacial e temporal quanto o afastamento do lócus de trabalho e dos vínculos estabelecidos neste ambiente. Na mesma direção, Santos (1990) explica que a aposentadoria remete a várias perdas. Algumas relacionadas às mudanças de comportamentos habituais, tais como horário de acordar e dormir; outras, relacionadas às perdas de poder, prestígio e reconhecimento, já que no senso comum o trabalho dignifica o homem; e outras ainda relacionadas a própria identidade socioprofissional, uma vez que numa sociedade capitalista, somos definidos como indivíduos, a partir daquilo que produzimos, quer seja, da atuação profissional que realizamos. De acordo com dados do IBGE (2008) e do IPEA (2008) a população brasileira segue o padrão dos países desenvolvidos, nos quais têm crescido o número de pessoas com mais de 65 anos de idade. Projeta-se que a população brasileira com 60 anos ou mais duplicará entre os períodos de 2007 a 2025. A partir dessas informações, pode-se verificar que, devido ao aumento da expectativa de vida, as pessoas têm permanecido na

4 condição de aposentadas por um significativo período de suas vidas. Tal situação nos remete à necessidade de programas de orientação voltados para esse púbico. Embora o artigo nº 28 do Estatuto do Idoso, criado pela Lei 10.741 de 2003 pregue a criação, por parte de empresas e órgãos públicos, de programas com a finalidade de preparar trabalhadores para aposentadoria, essas ações ainda são restritas. Localizado no contexto da inserção profissional e do desligamento do mercado de trabalho, este artigo objetiva descrever e discutir essas duas experiências de OP realizadas em instituições públicas federais distintas. MÉTODO A metodologia deste trabalho baseou-se no modelo de orientação profissional da estratégia clínica, proposto por Bohoslavsky (2007), bem como na utilização da trajetória sociohistórica (De Gaulejac, 1987). Este último é um suporte metodológico que permite ao sujeito visualizar suas escolhas em dois contextos: o pessoal e familiar e, em paralelo, o sociohistórico, de maneira a compreender as o conjunto de influências recebidas durante sua vida. Nas palavras de De Gaulejac, a análise das trajetórias deverá permitir compreender a passagem entre a posição original [da família] e a posição adquirida [atual] (1987, p. 282). Nestas duas pesquisas de caráter qualitativo, das quais serão relatados apenas fragmentos, os sujeitos eram de grupos distintos: estudantes em fase de conclusão de seus cursos de graduação, e bancários em fase de preparação para aposentadoria. Na universidade pública foram realizadas oficinas de planejamento de carreira e de inserção profissional com 27 jovens formandos, oriundos de diversos cursos. Coordenaram o trabalho, duas psicólogas com formação na área de OP. Foram realizados 15 encontros com duração de uma hora e meia cada um, uma vez por semana, em uma sala preparada para atividades de dinâmicas de grupo. Os estudantes que concordaram em participar da pesquisa se inscreveram voluntariamente no grupo. Os objetivos dessa intervenção foram: sensibilizar para as decisões de carreira do futuro egresso; favorecer a expressão de sentimentos com relação à entrada no mundo do trabalho e promover a integração dos formandos de diversas áreas. A segunda modalidade de intervenção o grupo de orientação para a aposentadoria ocorreu com 28 funcionários de um banco público, com idades entre 45

5 e 60 anos, residentes em Santa Catarina. Todos exerciam suas atividades profissionais na instituição financeira. Alguns já estavam aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social INSS, e outros aguardavam completar o tempo de serviço necessário para requerer o benefício. Acompanharam o trabalho a equipe de coordenação e instrutores do próprio banco, com formação em áreas diversificadas. Foi realizado um seminário de 24 horas, durante quatro dias consecutivos, fora do ambiente de trabalho. Os funcionários se inscreveram na atividade, mediante consentimento da chefia imediata. Os objetivos foram: mediar e propiciar espaço de reflexão sobre o processo de desligamento da organização; compreender as escolhas realizadas em suas trajetórias profissionais; sensibilizar para o campo de possibilidade e decisões futuras. Conforme a metodologia grupal proposta por Soares (1993, 2002), denominada de planejamento por encontros, as atividades com os dois grupos foram dividido em três momentos distintos: o processo de conhecimento de si mesmo, de compartilhar informações profissionais e, do estabelecimento de um projeto profissional/de vida futura. A metodologia adotada envolveu debates mediados por dinâmicas de grupo, a fim de favorecer a livre expressão de sentimentos mobilizados pelo ingresso (na primeira instituição), e também pela despedida (na segunda instituição), do mundo do trabalho. Ao longo das atividades, autorizadas pelos participantes, coletamos seus depoimentos, posteriormente analisados por meio do método análise de conteúdo proposto por Bardin (1977). RESULTADOS E DISCUSSÃO A primeira experiência: os formandos da Universidade O processo de conhecimento de si mesmo ocorreu em todos os encontros, no entanto, pelo menos nos 6 primeiros, esse era o tema programado para as discussões. A temática demonstrou ser importante na medida em que deu aos sujeitos condições de refletirem sobre sua trajetória profissional (ainda que breve, se comparado ao grupo de preparação para aposentadoria), sobre suas escolhas e habilidades organizadas em uma narrativa que fizesse sentido para si mesmo. De acordo com De Gaulejac (2001, p. 40) o sujeito, ao desenvolver o conhecimento sobre ele próprio, pode modificar a si mesmo. (...) Ele pode, igualmente, intervir na própria sociedade, contribuir para sua produção e a sua transformação, tornando-se um ator, um agente de historicidade. Alguns orientandos expressaram sua dificuldade em participar desse processo: ninguém quer parar para pensar em si mesmo, acho que alguns desistiram por causa

6 disso. Por outro lado, expressaram tranquilidade em manifestar suas opiniões frente ao grupo: Nas dinâmicas que a gente fez aqui, eu não precisei esconder quem eu sou... mas claro que nem sempre sou assim. Conforme esses relatos, percebe-se que a tarefa de conhecer a si mesmo, isto é, de entrar em contato consigo mesmo, não é muito estimulada nos espaços sociais frequentados pelos sujeitos. A possibilidade de pensar sobre si mesmo fez com que alguns entrassem em contato com suas expectativas com relação à inserção no curso de graduação, antes da entrada na Universidade: fiz vestibular para conseguir um emprego que pague minhas contas no final do mês. Uma das funções da universidade é a inserção profissional, mas a principal é a universalização dos conhecimentos (Ristoff, 1999). No entanto, o senso comum e o mercado de trabalho exigem da universidade, sobretudo, que disponibilizem condições aos egressos de disputar uma vaga de emprego, contrariando o objetivo fim deste locus de construção de conhecimentos: ah, mas ninguém nos falou disso antes... e agora todo mundo me cobrando um emprego... como vou explicar isso aos meus pais?. Alguns orientandos mostraram clareza quanto a sua escolha profissional, relembrando situações de sua infância as quais conferiam credibilidade a esta escolha: desde pequeno, eu já montava e desmontava playmobil, lego, esses brinquedos... daí eu sempre pensei em ser engenheiro. Os familiares de alguns desses jovens participaram da trajetória profissional, mostrando aspectos concretos acerca do mundo do trabalho: No vestibular, eu nem me interessava muito pelas outras profissões, porque lá em casa o meu pai é engenheiro e a minha mãe é empresária, eu sempre pensei nisso (ser engenheiro em empresa privada). Além dos familiares, outras pessoas da rede social, como os colegas de graduação, foram mencionados as pessoas diziam que eu tinha jeito para falar, que o meu tom de voz era agradável na hora de apresentar os trabalhos, então durante a faculdade eu sempre era escolhida para apresentar trabalhos e hoje já sou professora e estou gostando. A condição de continuar fazendo escolhas profissionais é considerada um problema para os jovens: foi fácil escolher para entrar, agora o problema é decidir o que fazer depois da faculdade. A iminência da formatura remete, portanto, a uma situação de questionamento sobre o que fazer após esse período de escolarização: a universidade te expulsa porque tem que entrar mais gente... o mercado não te quer porque não tem experiência, e aí? O que eu faço?.

7 As oportunidades de estágio vivenciadas na universidade não são suficientes para a maioria dos jovens com relação a se sentirem mais seguros para ingressar em sua área de formação como profissionais: não tenho segurança para fazer as coisas na minha área... como posso ter se só tive a experiência do estágio?. Além relembrarem as expectativas com relação ao curso de graduação, os encontros possibilitaram o contato com os sentimentos que a prática profissional lhes desperta: Fiquei desesperada quando começaram a falar da importância do trabalho em nossa vida... eu mesmo odeio o meu trabalho. Apesar da vivência profissional provocar sentimentos negativos, cabe lembrar que esses sentimentos também são importantes para que o jovem busque outras situações que lhe causem prazer, ao invés de sofrimento. Muitas vezes, a expectativa com relação ao trabalho não passa de uma fantasia e a prática profissional é quem vai conferir o caráter realístico a esta experiência; e com isso, ajudar a desenvolver a identidade profissional: eu queria uma outra área, e quando fiz estágio no escritório, me achei... já sei onde quero trabalhar depois de formada. Participar dos encontros também possibilitou minimizar os sentimentos de ansiedade e aniquilamento vivenciados frente ao conflito de partir da universidade e de chegar no mundo do trabalho, representados pela expressão tenho diploma universitário, mas não tenho emprego (Felisberto, 2001): no grupo, podemos refletir e até mesmo nos tranquilizar, pois em algum lugar, alguém percebe nossa necessidade e quer nos auxiliar. Algumas vezes, a definição de um projeto profissional não é possível, mesmo com o apoio recebido pelo grupo: não consegui chegar a um plano de carreira... tomo remédios para depressão e não consigo pensar em nenhum futuro agora. O conflito entre permanecer na academia ou procurar uma atividade de outra ordem no mundo do trabalho persiste em alguns projetos profissionais, haja vista a imprevisibilidade quanto ao futuro: eu vou fazer mestrado, porque a bolsa é maior do que o salário que posso ganhar depois de formado. Em outros casos, apesar de mencionado, este conflito se resolve e parece possibilitar que as escolhas do sujeito fiquem em primeiro lugar, em detrimento de uma decisão baseada no que o mercado quer : se fizer mestrado, as empresas não vão valorizar... então é melhor não perder tempo e ir direto para o mercado. A segunda experiência: os aposentados e pré-aposentados

8 A maior expectativa mencionada pelos sujeitos foi obter informações sobre o processo de aposentadoria, permitindo tranquilidade ao identificar o melhor momento para desligar-se da empresa e o que fazer na nova etapa de sua vida. Ficou explícita a ansiedade diante do problema que já chegou para a grande maioria e se avizinha para os demais, como na afirmação Eu vim aqui para ver se descubro para que eu sirvo, porque até hoje ainda não sei!. Como sentimentos provenientes das expectativas com relação a sua aposentadoria, foram citadas dúvidas, incertezas, alegria, expectativas, ansiedade, medo da solidão, da incapacidade física, perda da lucidez e da autonomia, decorrentes do envelhecimento, câncer e morte: um pouco de medo, indecisão, vontade de fazer muita coisa sem saber ao certo o quê. Uma pessoa se disse tranquila, embora tenha afirmado que permanecerá na empresa sem data definida para se desligar, ou seja, não deseja pensar no assunto neste momento. Quanto aos demais participantes, não aposentados, apresentam as mesmas apreensões citadas pelos já beneficiados pelo INSS. Cinco pessoas se acham tranquilas para enfrentar o momento: são justamente as que estão com maior tempo para alcançar os requisitos legais para aposentadoria. Para estas, o assunto ainda está no horizonte como algo que demorará a chegar, podendo ser tratado no seu devido tempo. Não explicitam de forma clara a ansiedade presente, negando-a a partir do adiamento do ato de pensar e, consequentemente, do escolher e decidir (ou não) pela ruptura com o que está posto em suas vidas: a rotina forjada nas atividades cotidianas no Banco. A grande questão é: se podem desvencilhar-se do trabalho, por que não o fazem? Por que permanecem executando a tarefa destituída de sentido, da qual tanto reclamam? Por que tanta dificuldade para olhar de frente suas vidas? Seriam estas destituídas de expectativas ou de um futuro imediato com possibilidades concretas para cessar tal sofrimento? Tais questões não são passíveis de resposta simples, uma vez que encerram em si a complexidade própria do fenômeno Para Sartre (1978), que trata a liberdade como ontológica do ser humano, nos deparamos sempre com a obrigatoriedade da escolha, não sendo possível justamente não escolher, mesmo diante das adversidades: Posso sempre escolher, mas devo saber que, se eu não escolher, escolho ainda (p. 17) e aí se resume a responsabilidade diante do problema, não em termos morais, e sim do sujeito em relação a si e aos outros, uma vez que a nossa liberdade está diretamente relacionada à liberdade dos outros. A partir das respostas à questão Você tem data prevista para desligar-se do Banco? evidenciou-se a dificuldade em tomar a decisão, principalmente para os que já

9 estão aposentados pelo INSS. Respostas como já pensei, mas não decidi ainda ou daqui uns três ou quatro anos, ou ainda, provavelmente no final de 2011 foram recorrentes. Duas pessoas responderam sim, sem definir data. O depoimento que se segue é ilustrativo: Em muitos momentos de minha vida profissional desejei estar aposentada. Agora que o momento está chegando, não sei ao certo o que fazer. A maioria dos participantes disse que até então evitava preocupar-se com este assunto, ou ainda, que não pensa nisto, usando o ritmo intenso de seu trabalho como argumentação ou justificativa. Não desejam pensar na ruptura com o que está posto em suas vidas: a rotina forjada nas atividades cotidianos do trabalho. Usam como argumentação para postergar a tomada de decisão, o ritmo intenso de suas atividades como bancários: Nós temos uma profissão que não nos faz pensar. É um trabalho que não tem nada de criativo. Ligo no piloto automático e vou. Posso até me acidentar, porque não percebo para onde vou, o que faço. A análise dos depoimentos demonstrou a repercussão positiva do trabalho realizado, com esclarecimentos sobre temas de difícil abordagem pelos próprios sujeitos, como a velhice e proximidade da morte, solidão, abandono pelos familiares, perda de papéis sociais importantes proporcionados pelo vínculo com o trabalho, planejamento financeiro, possibilidades de realizações de projetos que ficaram à margem durante longo período da vida em função de outras necessidades básicas. De maneira geral, percebe-se que as pessoas se deparam com o vazio existencial em decorrência de não ter, até o momento, uma definição de seu projeto de ser (Sarte, 1997), ou deste ter sido deixado para traz em decorrência da necessidade de trabalhar para sobreviver. Os participantes afirmaram não suportar o novo espaço do tempo livre ou ainda, de usufruir uma liberdade de voltar para casa, quando seus familiares já se encontram numa realidade bem diferente daquele quando os pré-aposentados iniciaram sua jornada profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados observados nos dois grupos em que desenvolveram-se ambas as pesquisas, foram encontradas situações que, apesar de tão diferentes, são, também, muito similares, uma vez que nos momentos de chegadas e partidas, universitários e aposentados chegam e partem, simultaneamente, de diversos lugares. O universitário chega ao mundo do trabalho, mas também se despede da universidade; ao passo que o aposentado se despede da ocupação atual e chega a outros

10 lugares. Para os universitários, é difícil partir da instituição onde aprendeu sua profissão e que possui um reconhecido lugar de destaque na vida social, e chegar num mercado de trabalho extremamente competitivo. A despedida vai se tornando cada vez mais difícil, pois o formando não consegue visualizar as suas novas possibilidades de atuação após a saída da universidade; e prende-se, principalmente, naquilo que vai perder: a condição de estudante, sem as responsabilidades decorrentes da inserção profissional e no mundo adulto. Já no grupo de preparação para a aposentadoria, verificou-se que foi grande a dificuldade dos participantes de se desligarem da rotina já estabelecida por meio da atividade profissional realizada durante tanto tempo. Assim como os jovens universitários que se agarraram ao ambiente conhecido e protegido da Universidade, os pré-aposentados deram ênfase em seus depoimentos a insegurança e medo da nova realidade, que está prestes a ser vivenciada. A partir dos relatos apresentados, percebe-se a necessidade de preparação para o enfrentamento das implicações materiais, psicológicas, sociais, portanto, sóciohistóricas, decorrentes dos processos de inserção e desligamento do mundo produtivo, uma vez que o indivíduo é multideterminado (De Gaulejac, 2001, p, 37). REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes, 1977. BOHOSLAVSKY, R. Orientação vocacional: a estratégia clínica. (trad. José Maria Valeije Bojart). 12ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. COSTA, A. B.; SOARES, D. H. P. Orientação Psicológica para a Aposentadoria. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho. v 9 (2), julho-dez, 2009. D'AVILA, G. T.; SOARES, D. H. P.; KRAWULSKI, E. Técnicas para o planejamento de carreira: do sonho profissional ao plano de ação. In: Lassance, M. C. P. (org.). Técnicas para o trabalho de orientação profissional em grupo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. (Capítulo de livro no prelo). Dias, M. S. de L. Sentidos do trabalho e sua relação com o projeto de vida dos formandos. Tese de Doutorado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2009. De GAULEJAC, V. de. Psicossociologia e sociologia clínica. In: ARAÚJO, J. M. G. de.; CARRETEIRO, T. C. (orgs.). Cenários sociais e abordagem clínica. São Paulo: Escuta; Belo Horizonte: Fumec, 2001.. La nevrose de classe. Trajectoire sociale et conflits d identité. Paris: Hommes & Groupes, 1987. FELISBERTO, R. de F. T. Tenho um diploma universitário, mas não tenho emprego: histórias de vida de pessoas que vivem a experiência do desemprego. Dissertação

11 (Mestrado em Psicologia) Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Banco de Dados Agregados. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Retirado em 01/10/2008, no World Wide Web: www.ibge.gov.br. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Comunicado da Presidência número 8 - Terceira Idade e Esperança de Vida: o Brasil no Cenário Internacional. Desenvolvido por Milko Matijascic & María Piñón Pereira Dias. Retirado em 05/10/ 2008, no World WideWeb:www.cebes.org.br/anexos/09_22_Pesquisa. PIMENTEL. R. G. E agora José? Jovens psicólogos recém-graduados no processo de inserção no mercado de trabalho na Grande Florianópolis. Dissertação de Mestrado em Psicologia, PPGP Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. RISTOFF, D. I. Universidade em foco: reflexões sobre a Educação Superior. Florianópolis: Insular, 1999. SANTOS, M. de F. de S. Identidade e aposentadoria. São Paulo: EPU, 1990. SARTRE, J-P. O existencialismo é um humanismo. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 4-32.. O ser e o nada. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. SOARES-LUCCHIARI, D. H. P. Pensando e Vivendo a Orientação profissional. São Paulo: Summus, 1993. SOARES, D. H. P. Escolha profissional: do jovem ao adulto. São Paulo: Summus, 2002. SOARES, D. H. P.; COSTA, A. B.; ROSA, A. M.; OLIVEIRA, M. L. S. de. Aposenta- Ação: programa de preparação para a aposentadoria. Estudos interdisciplinares envelhec. Porto Alegre, v. 12, p. 143-161, 2007. TEIXEIRA, M. A. P. A experiência de transição entre a universidade e o mercado de trabalho na adultez jovem. Tese de Doutorado em Psicologia, PPG em Psicologia do Desenvolvimento, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. VERIGUINE, N. R.; KRAWULSKI, E.;D AVILA, G.,T.;SOARES, D. H. P. Da formação superior ao mercado de trabalho: percepções de alunos sobre a disciplina de orientação e planejamento de carreira em uma universidade federal. Revista Electrónica de Investigación y Docência (REID). julho, 2010.