MIGRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS DA EMBALAGEM PARA ALIMENTOS Marisa Padula CETEA/ITAL V Simpósio Internacional da Abrapa III Seminário ITAL de Segurança Alimentar IX Simpósio Brasileiro de Microbiologia de Alimentos da SBM Junho de 2006 DEFINIÇÃO Embalagem - técnica industrial e de marketing para conter, proteger, identificar e facilitar a venda e a distribuição de produtos para consumo (Robertson, 1993) 1
CADEIA DE PRODUÇÃO Matéria-prima Processamento Embalagem Estocagem Distribuição Venda e Consumo CADEIA DE PRODUÇÃO Matéria-prima Processamento Embalagem Estocagem Distribuição Especificação Integridade Não pode ser veículo de contaminação Venda e Consumo 2
LEGISLAÇÃO As embalagens e equipamentos que estejam em contato direto com alimentos devem ser fabricados com Boas Práticas de Fabricação e nas condições normais ou previsíveis de uso não produzam Migração para o Alimento de Componentes Indesejáveis em quantidades que superem os limites máximos estabelecidos de migração total ou específica e que possam representar um risco para a saúde humana e/ou ocasionem uma Modificação Inaceitável na Composição dos elementos ou nas Características Sensoriais dos mesmos. (Resolução RDC nº 91 de 11/05/2001) ANVISA EMBALAGEM Plástica Vidro Celulósica Metálica revestimentos Elastômeros Ceras e parafinas revestimentos Celulose regenerada e outros... 3
EMBALAGEM Composição: Polímeros, monômeros residuais, oligômeros, aditivos, cargas, pigmentos, corantes, coadjuvantes de tecnologia, produtos de degradação,... (antioxidantes, estabilizantes, plastificantes, antiestáticos, lubrificantes, absorvedores de luz ultra-violeta, agentes de reticulação,...) Migração Aditivo acidental (indireto) do alimento São tratados com aditivos de alimentos EMBALAGEM Evitar contaminação acidental Aprovação de resinas e aditivos - Listas Positivas Pureza de matérias-primas (corantes e pigmentos, ceras e parafinas, etc.) Controle do potencial de migração (interação) Controle do potencial de contaminação sensorial (interação) Boas Práticas de Produção da Indústria de Embalagem 4
EMBALAGEM Composição Toda substância utilizada na composição do material de embalagem para contato com alimentos deve ser aprovada para este uso COMPOSIÇÃO Substâncias aprovadas constam das Listas Positivas incluídas nas Legislações de materiais para contato com alimentos Monômeros e polímeros plásticos Aditivos para materiais plásticos Adesivos Materiais elastoméricos Materiais celulósicos Vernizes entre outros (www.anvisa.gov.br/alimentos/legis/especifica/embalagens.htm) 5
COMPOSIÇÃO Para inclusão listas positivas Identificação da substância Propriedades químicas e físicas da substância Aplicação da substância Dados de migração Dados toxicológicos COMPOSIÇÃO Dados toxicológicos dependem da migração Por exemplo: < 0,05mg/kg 3 testes mutagênicos < 5mg/kg 3 testes mutagênicos, estudo de 90 dias, teste de acumulação > 5mg/kg além dos já citados, estudo de reprodução e outros 6
COMPOSIÇÃO Primeiro aspecto relacionado com segurança do alimento quanto a contaminação química Respeitar as Listas Positivas sobre Embalagem para Alimentos LEGISLAÇÃO LISTA POSITIVA Limite de composição (LC) Quantidade máxima permitida de um componente particular de interesse toxicológico no material em contato com alimentos. Ex.: Poli(cloreto de vinila) (1) No Apêndice I 1- Cloreto de vinila: LC = 1mg/kg 7
LISTA POSITIVA Limite de migração específica (LME) Quantidade máxima admissível de um componente específico do material transferida a um simulante do alimento, nas condições de ensaio. Ex.: Poli(acetato de vinila) (7) (I) No Apêndice I 7- Acetato de vinila: LME = 12mg/kg LISTA POSITIVA Restrições de Uso Ex.: Poli(acetato de vinila) (7) (I) No Apêndice I I- Somente para alimentos não aquosos. 8
MIGRAÇÃO TOTAL ou GLOBAL É a quantidade total de componentes transferida dos materiais para alimentos ou seus simulantes *, nas condições usuais de emprego, elaboração e armazenamento ou nas condições equivalentes de ensaio. A migração total é uma medida do potencial de interação alimento/material que leva à contaminação. Limite: 8mg/dm² 50mg de resíduo/kg de simulante CORANTES E PIGMENTOS Não devem migrar para os alimentos (Limites de migração específica de metais e/ou colorir o simulante) Não podem conter metais em quantidade superior a: Arsênio Bário Cádmio Chumbo Zinco Mercúrio Selênio 0,005% (m/m) 0,01% (m/m) 0,01% (m/m) 0,01% (m/m) 0,20% (m/m) 0,005% (m/m) 0,01% (m/m) Conteúdo Aminas aromáticas < 0,05% (RESOLUÇÃO 105/1999) 9
FABRICAÇÃO Segundo aspecto relacionado com segurança do alimento quanto a contaminação química Boas Práticas de Fabricação e Análise e Controle dos Pontos Críticos de Processo Redução de danos Prevenção de danos LEGISLAÇÃO BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Definição São procedimentos necessários para garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade das embalagens e equipamentos com a legislação 10
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Localização Edificações evitar insetos, roedores, pragas e outros contaminantes fluxo ordenado iluminação Instalações físicas piso, parede, teto portas e janelas refeitórios, lavabos, vestiários e instalações sanitárias separadas da área de produção BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Equipamentos resistentes a corrosão e não transmitam substâncias tóxicas ou odores Matérias primas e produtos acabados armazenados sobre estrados separados das paredes Manejo de resíduos Controle de pragas eficaz e contínuo 11
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Higienização Equipamentos mantidos em condições higiênico-sanitárias adequadas Produtos saneantes devem ser regularizados pelo Ministério da Saúde, identificados e guardados em lugares separados. Operações de limpeza devem ser registradas Área de produção da embalagem deve ser limpa com freqüência Área de armazenamento do lixo separada da produção e com limpeza freqüente Aparas e subprodutos devem ser retirados da área de produção para que não se misturem ao produto acabado BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Matéria-prima Estabelecer critérios pertinentes para avaliação e seleção dos fornecedores de matérias-primas Transporte em condições adequadas Recepção em área protegida e limpa Devem ser inspecionadas no ato do recebimento. Devem ser utilizadas somente matérias-primas que atendam a Legislação vigente Todo procedimento deve ser registrado Lotes reprovados devem ser separados e devolvidos ao fornecedor 12
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Água Utilização de água da rede pública de abastecimento. Quando utilizada água captada de outra forma, deve ser de qualidade compatível com a da rede pública. Produção Medidas eficazes para evitar contaminação durante a produção Manter documentado o controle da produção Pessoal capacitado BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Higiene pessoal O controle da saúde dos funcionários deve ser realizado de acordo com a legislação específica Funcionários com lesões ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária devem ser afastados Higiene das mãos, uniformes 13
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Material acabado Armazenado em lugar apropriado Transporte em veículos limpos e com proteção Devem ser mantidos registros dos controles da produção, transporte e distribuição do produto acabado para garantir a rastreabilidade Procedimentos Operacionais Check List ENDEREÇOS IMPORTANTES www.anvisa.gov.br www.fda.gov http://cpf.jrc.it/webpack 14
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