Defeitos cristalinos. (monocristais) Ponto. Superfície

Documentos relacionados
Sugestões de estudo para a P1

DEFEITOS CRISTALINOS

Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais. DEFEITOS CRISTALINOS Prof. Dr. André Paulo Tschiptschin

Difusão atômica [8] importante fenômeno de transporte de massa, que ocorre em escala atômica.

LISTA DE EXERCÍCIOS 6 1 (UNIDADE III INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS MATERIAIS)

Recuperação e Recristalização [17] ε a 300K:

ESTADOS EXCITADOS: fonões, electrões livres

UNIDADE 6 Defeitos do Sólido Cristalino

4- IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS

Ligações químicas e estrutura dos materiais

IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS. Bento Gonçalves, 2014.

Materiais e Reciclagem. 4 Estruturas Cristalinas com Defeitos

Introdução aos Materiais Imperfeições em Sólidos Metais DEMEC TM229 Prof Adriano Scheid

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais UNIDADE 6 DEFEITOS DO SÓLIDO CRISTALINO

Crescimento de Grão [18]

Materiais e sua propriedades Aula 5

Beneficiamento de Aços [21]

DEFEITOS CRISTALINOS. Conceitos Gerais

Materiais e Reciclagem. 4 Estruturas Cristalinas com Defeitos

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS: DEFEITOS CRISTALINOS E DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

TM229 - Introdução aos Materiais

APONTAMENTOS PRIMEIRA PROVA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I

IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS

AULA 04 IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS Capítulo 04

DEFEITOS CRISTALINOS E DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

DEFEITOS DO SÓLIDO CRISTALINO DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO

Transformações de fase em aços [15]

Aula 5. Defeitos cristalinos

Física dos Materiais FMT0502 ( )

Os processos de fabricação mecânica podem ser agrupados em 5 grupos principais.

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 2º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Difusão em Sólidos TM229 - DEMEC Prof Adriano Scheid

10 testes - GABARITO. Estrutura Atômica e Ligação Interatômica

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 1º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Difusão Prof. C. Brunetti

Microestrutura dos aços [5] Ferro δ (CCC) Ferro γ (CFC) Ferro α (CCC)

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 2º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Ligação metálica corrente elétrica

P1 de CTM Nome: Matrícula: Assinatura: Turma:

6 - Microestrutura Fases

Estruturas cristalinas - Reticulado cristalino

ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS

Física dos Materiais FMT0502 ( )

Disciplina : Metalurgia Física- MFI Professores: Guilherme Ourique Verran - Dr. Eng. Metalúrgica. Aula 05 - Solidificação e Equilíbrio

Mecanismos de endurecimento em aços [16]

Líquido Sólido Amorfo Sólido Cristalino

Microestrutura (Fases) Parte 2

PMT3100 Exercícios UNIDADE 7 Difusão

DIAGRAMAS DE FASES DIAGRAMAS DE FASES

Conhecer os principais tipos de materiais empregados nos projetos industriais;

ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ESTRUTURA CRISTALINA E IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS

Universidade Estadual de Ponta Grossa Departamento de Engenharia de Materiais Disciplina: Ciência dos Materiais 1. Imperfeições nos sólidos

P1 de CTM VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER. VOCÊ DEVE RISCAR NA TABELA ABAIXO A QUESTÃO QUE NÃO SERÁ CORRIGIDA

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Unidade 4 ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS

Defeitos cristalográficos e deformação. Rui Vilar Professor Catedrático Instituto Superior Técnico

DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO

Deformação e Mecanismos de Endurecimento Metais DEMEC TM242-B Prof Adriano Scheid

31/3/2006 CM I 1. Imperfeições em Arranjos Atômicos

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS. Mestranda: Marindia Decol

Introdução [1] Professor: Juno Gallego

Estrutura de Sólidos Cristalinos. Profa. Dra Daniela Becker

Estruturas dos Materiais

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS

Trabalho 2º Bimestre Ciências dos Materiais

TM229 - Introdução aos Materiais

Aula 6: Estrutura Cristalina dos Metais

ARRANJOS ATÔMICOS. Química Aplicada. Profº Vitor de Almeida Silva

Introdução a Ciência dos Materiais IMPERFEIÇÕES NO SÓLIDO. Professora: Maria Ismenia Sodero

DIAGRAMAS DE FASES DIAGRAMAS DE FASES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PMT Fundamentos de Ciência e Engenharia dos Materiais 2º semestre de 2014

ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS CAP. 03

Materiais de Engenharia Michel Ashby e David Jones Copyright Elsevier, 2018

CTM P OBS: Esta prova contém 7 páginas e 6 questões. Verifique antes de começar. VOCÊ DEVE ESCOLHER APENAS 5 QUESTÕES PARA RESOLVER.

Desordem Atômica nos Sólidos Imperfeições Cristalinas

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais DIAGRAMAS DE FASES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 2º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais Prof. Dr. André Paulo Tschiptschin

DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO

MATERIAIS ELÉTRICOS - MEL

ES 542 Tratamentos Térmicos. Professor: Felipe Bertelli Site :

Regra do Octeto: (Lewis e Koosel)

ESTRUTURA E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS

METALURGIA DA CONFORMAÇÃO MECÂNICA

A5 Estrutura nãocristalina. -imperfeição. Materiais são preparados com algum grau de impurezas químicas

AULA 07 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS METAIS

Propriedades dos sólidos metálicos. Ligas metálicas

Física dos Materiais FMT0502 ( )

Capítulos 7 e 8 SOLIDIFICAÇÃO E DIFUSÃO ATÓMICA EM SÓLIDOS

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais DIFUSÃO

Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais 1º semestre de Informações e instruções para a resolução da prova

Física dos Materiais

Física dos Materiais

30 Exercícios Resolvidos CAPÍTULO 3 ESTRUTURA CRISTALINA

Introdução a Ciência dos Materiais Diagramas de fases. Professora: Maria Ismenia Sodero

MECANISMOS DE ENDURECIMENTO DE METAIS

Produto amolecido. Produto moldado. moléculas

PROVA FINAL - PMT-5783 FUNDAMENTOS DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

Universidade Estadual de Ponta Grossa PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DIVISÃO DE ENSINO

Transcrição:

[7] Defeitos cristalinos 1> Ligações atômicas propriedades resistência teórica (monocristais) causa da discrepância > resistência experimental defeitos cristalinos Ponto Defeitos cristalinos Linha Superfície

Classificação dos defeitos pontuais: lacunas intersticial substitucional (pequeno) substitucional (grande) Frenkel (iônicos) Schottky (iônicos) 2>

Concentração de defeitos pontuais: Número de defeitos Energia de ativação [ev/átomo] Temperatura [K] Número de sítios (posições de rede) Constante de Boltzmann 8,62 10-5 ev/(átomo K) Exemplo: calcule a quantidade de lacunas em 1m 3 de cobre a 1000 C. Átomo Átomo Átomos/mol N D = 2,7 10-4 8,0 10 28 N D = 2,2 10 25 lacunas P/ Átomo.K sítios 3>

4> Solução sólida substitucional exemplos: 1) Rubi: contaminação do Al 2 O 3 -α por Cr 2 O 3 2) Safira: contaminação do córindon por íons Co 3+ 3) Semicondutor P: silício dopado com boro (3e) 4) Semicondutor N: silício dopado com fósforo (5e)

Solução sólida substitucional: ligas metálicas Cobre + zinco (latão) Cobre + níquel (monel) Cobre + estanho (bronze) Limite de solubilidade: depende do valência, tamanho e estrutura cristalina dos átomos envolvidos 5>

Solução sólida substitucional: Porcentagem em peso (%p) Porcentagem atômica (%at) Exemplo: Uma liga Pb-Sn para soldagem contém aproximadamente 60% peso de estanho. Calcule as % atômicas. Dados: massa atômica Sn = 118,7g/mol; Pb = 207,2g/mol Base de cálculo: 100g de liga 60g de Sn e 40g de Pb 60 23 23 Estanho (Sn) (6,02 10 ) = 0,5055 (6,02 10 ) 118,7 Chumbo (Pb) 40 23 (6,02 10 ) = 0,1930 (6,02 10 23 ) 207,2 23 Total de átomos: (0,5055 + 0,1930) (6,02 10 ) = 0,6985 (6,02 10 0,5055 0,1930 Sn (%at) = = 0,724 Pb (%at) = = 0, 276 0,6985 0,6985 23 ) 6>

Solução sólida intersticial: ocupação de vazios na célula unitária Exemplo: átomos de carbono em ferro Interstícios octaédricos CCC Interstícios tetraédricos CCC Solubilidade máxima C na ferrita a 723 C: 0,02%p 7>

Solução sólida intersticial: ocupação de vazios na célula unitária Exemplo: átomos de carbono em ferro Interstícios octaédricos CFC Interstícios tetraédricos CFC Solubilidade máxima C na austenita a 1150 C: 2,0%p 8>

Defeitos de linha (discordâncias): define em um plano atômico específico a interface entre uma região deformada e outra não deformada. Vetor de Burgers (b): define a movimentação dos planos atômicos segundo um sistema de deslizamento 9>

Discordâncias: Defeitos cristalinos Vetor de Burgers (b): define o deslocamento entre planos atômicos cunha ou aresta: vetor de Burgers discordância hélice ou helicoidal: vetor de Burgers // discordância 10>

Discordâncias: Defeitos cristalinos Vetor de Burgers (b): define o deslocamento entre planos atômicos cunha ou aresta: vetor de Burgers discordância Vetor de Burgers, b hélice ou helicoidal: vetor de Burgers // discordância 11>

Defeitos de superfície: falhas de empilhamento contornos de macla contornos de (sub)grão Falhas de empilhamento metais CFC / HC Descontinuidade na sequência de empilhamento dos planos compactos = falha de empilhamento (stacking fault) HC: ABABA... CFC: ABCABC... 13>

Contornos de macla: CCC: (112)[111] CFC: (111)[112] HC: (1012)[1011] microestrutura de liga Cu-Zn 14>

Contornos de subgrão: pequeno desajuste cristalográfico entre regiões vizinhas, resultante do alinhamento de discordâncias Grão 2 b θ CSG CSG em cristal de germânio (1000X) Grão 1 D = b/θ 15>

16> Contornos de grão: grande desajuste cristalográfico entre regiões vizinhas aplicação de inoculantes em fundidos de alumínio para evitar macrogrãos

Contornos de grão: revelação por ataque metalográfico observação por microscópio ótico Revelação da microestrutura por microscopia ótica longitudinal transversal normal Microestrutura ferrítico-perlítica em uma tira a quente comercial (aço ARBL) 17>

18 Bibliografia: Van Vlack, L. H. Princípios de Ciência dos Materiais. Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1970, pp. 79-102. Guy, A. G. Ciência dos Materiais. LTC/Edusp, São Paulo, 1980, pp. 139-158. Dieter, G. E. Metalurgia Mecânica. Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1981, pp. 92-129. Notas de aula preparadas pelo Prof. Juno Gallego para a disciplina Materiais de Construção Mecânica I. 2009. Permitida a impressão e divulgação. http://www.dem.feis.unesp.br/cadernetaeletronica/gallego/