RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Documentos relacionados
Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADULTOS

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Curso: Nutrição. Disciplina: Avaliação Nutricional Professora: Esp. Keilla Cardoso Outubro/2016

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN:

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

Anexos. Lílian Ramos Sampaio (org.)

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DAS ESCOLAS DE CANÁPOLIS/MG E CAMPO ALEGRE DE GOIÁS/GO

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS SEGUNDO A CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO E PREGA CUTÂNEA TRICIPITAL NA CIDADE DE JOÃO PESSOA- PB

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

ANTROPOMETRIA DE ADULTOS. Disciplina: Av. Nutricional I Profª. Drª. Daniela Silveira Profª. Ms. Fany Govetri Sena Crispim

CORREÇÃO DAS MEDIDAS DE QUADRIL: ESTUDO DE

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE ACAMADO

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

UTILIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES FÍSICAS PARA DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DOS SERVIDORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO NO PIQUE DA PUCC

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS PARA OBESIDADE DE MULHERES IDOSAS NA CIDADE DE PERDIZES MINAS GERAIS.

3. Material e Métodos

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS ASSISTIDOS POR CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

PNEUMOPATIA E TERAPIA NUTRICIONAL: CASO CLÍNICO E AÇÃO EXTENSIONISTA

APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS. Kiss, S. A., Caselato de Sousa, V.M. 1

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO CINTURA/ESTATURA DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

TÍTULO: ÍNDICE DE CONICIDADE EM ADULTOS SEDENTÁRIOS DA CIDADE DE CAMPO GRANDE-MS

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM MULHERES IDOSAS RESIDENTES EM INSTITUIÇÃO ASILAR

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA

CICLO DA VIDA CONCEPÇÃO

Trabalho realizado durante o Estágio de Saúde Coletiva II do Curso de Graduação em Nutrição da Unijuí em

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

NUT-154 NUTRIÇÃO NORMAL III. Thiago Onofre Freire

Avaliação da Composição Corporal: Uma importante ferramenta no controle do treino. Me. Ruy Calheiros

IMC DOS ALUNOS DO 4º PERÍODO DO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPI/INHUMAS.

Nutritional evaluation and ageing

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Cadeira de Nutrição Clínica. Avaliação Nutricional

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição.

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADOLESCENTES

Avaliação Nutricional de pacientes hospitalizados

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

Cadernos da Escola de Saúde

Antropometria da pessoa idosa residente no Nordeste do Brasil

ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL 1 NUTRITIONAL STATUS OF HIV/AIDS PATIENTS IN USE OF ANTIRETROVIRAL THERAPY

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

Perfil antropométrico de idosos residentes no município de Lindóia. Anthropometric profile among elderly who lived in Lindoia

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

PERFIL FUNCIONAL E NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PB

Fhiama Karoline Santos Oliveira (1); (1); Sônia Cristina Pereira de Oliveira Ramalho Diniz

PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO GERIÁTRICA DE SANTA MARIA-RS¹

ESTIMATIVA DE PESO CORPORAL E ESTATURA EM IDOSOS: CONCORDÂNCIA ENTRE MÉTODOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

Estimativa de peso em idosos institucionalizados: qual equação utilizar?

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

Estado nutricional e risco de doença cardiovascular de moradores da comunidade do Bixopá, município de Limoeiro do Norte - Ceará

Risco nutricional em idosos acompanhados no Centro Especializado de Atenção a Saúde do Idoso em Natal/RN

18º Congresso de Iniciação Científica EFEITO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL SOBRE A REDUÇÃO DA SARCOPENIA VISANDO A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE ADULTOS

AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE FÓRMULAS PREDITIVAS DE PESO E ESTATURA: UMA REVISÃO NARRATIVA

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE TABELAS ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT VII IX X XI XII

ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 2017 E NUTRITIONAL STATUS OF WOMAN IN THE CLIMATERIC PERIOD 2017 E 2018

Avaliação nutricional de idosos institucionalizados de uma ILPI do interior do estado do Rio Grande do Sul

Índice. Índice de Figuras. Índice de Tabelas. Lista de Abreviaturas. Resumo e Palavras-chave. 1. Introdução Objetivos 6

TÍTULO: AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DOS INGRESSANTES NO CURSO DE NUTRIÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO

ESTADO NUTRICIONAL E OCORRÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DE DIABETES EM IDOSOS RESIDENTES E NÃO RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES GERIÁTRICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA. Comitê de Ética. Dados do Projeto e do Coordenador do Projeto

O CLIMATÉRIO, O ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO NAS DIFERENTES FAIXAS DE IDADE 1

AVALIAÇÂO NUTRICIONAL DE IDOSOS USUÁRIOS DAS ACADEMIAS PARA A TERCEIRA IDADE DA CIDADE DE NATAL/RN

Enquanto isso, o texto desta semana trata da avaliação do estado nutricional de escolares. Os professores costumam nos perguntar como se faz para

PERFIL DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS ESCOLARES INGRESSOS NO INSTITUTO FEDERAL DO TOCANTINS Campus Paraíso do Tocantins

Correlation between body mass index and body fat distribution anthropometric indices in adults and the elderly

25/05/2016. Avaliação antropométrica em crianças. Importância do diagnóstico e tratamento do sobre peso infantil. MODULO VI

students of nutrition, nursing, physical therapy

PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ADULTOS NO MUNICÍPIO DE DOURADOS MS.

Avaliação Nutricional

18º Congresso de Iniciação Científica TREINAMENTO DE DANÇA E PERFORMANCE AERÓBICA DE IDOSOS

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS RESIDENTES NA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA EURÍPEDES BARSANULPHO NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS MS

ÍNDICES DA COMPOSIÇÃO CORPORAL RELACIONADOS À APTIDÃO FÍSICA PARA SAÚDE EM MULHERES ADULTAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO.

EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCO DE INDIVÍDUOS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE RIO PARANAÍBA-MG

RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL EM ESCOLARES

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES BASEADA NO CÁLCULO DA PORCENTAGEM DE GORDURA CORPORAL OBTIDA COM A AFERIÇÃO DAS PREGAS CUTÂNEAS

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE. SUBÁREA: Nutrição INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

Maria Silva 25 Dez 1988 Guaratinguetá-SP. Data da Avaliação: 12/02/2018 ANAMNESE

Composição Corporal e Puberdade: tecido gorduroso, massa muscular e massa mineral óssea

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

Transcrição:

RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Marcos Felipe Silva de Lima marcosfelipe@ymail.com Larissa Praça de Oliveira larissaoliveiranutri@gmail.com Natália Louise Araújo Cabral natalia28ufrn@gmail.com Clélia de Oliveira Lyra clelia_lyra@yahoo.com.br Kenio Costa de Lima limke@uol.com.br Universidade Federal do Rio Grande do Norte Introdução O envelhecimento humano é marcado por diferentes alterações fisiológicas que estão diretamente associadas ao comprometimento do estado nutricional (EN). Dentre estas alterações a diminuição da massa muscular, acompanhado por modificações na distribuição da gordura corporal, com uma diminuição no tecido gorduroso dos braços e pernas, e incremento no tronco, são as mais frequentes 1. A avaliação de indicadores de muscularidade e adiposidade corporal, obtidos a partir de medidas antropométricas como peso, estatura, perímetros e dobras cutâneas é fundamental para o acompanhamento do EN antropométrico destes indivíduos. Os indicadores mais utilizados envolvem o Índice de Massa Corporal (IMC), as dobras cutâneas, principalmente a tricipital, e os perímetros abdominal, braquial e da panturrilha 2. Apesar do IMC ser o indicador mais utilizado na avaliação do risco nutricional ele não reflete a distribuição de gordura característica do envelhecimento, não sendo o melhor indicador para avaliação de idosos 3. Por outro lado, estudos realizados em países desenvolvidos com adultos demonstraram correlação entre IMC e Prega Cutânea Subescapular (PCSE), Triciptal (PCT) e Perímetro Abdominal (PA) 3. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a correlação

entre indicadores de musculatura e de adiposidade com a massa corporal obtida pelo IMC e o risco cardiovascular dado pelo perímetro abdominal e índice de conicidade em idosos que não deambulam, sob privação social. Metodologia Estudo transversal, conduzido com idosos de ambos os sexos com idade 60 anos, residentes em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) de Natal/RN. A participação na pesquisa foi realizada após a assinatura do TCLE, conforme determina o Conselho Nacional de Saúde através da Resolução 196/96. A amostra correspondeu ao total de idosos que não deambulavam. Os idosos com membros amputados ou temporariamente impossibilitados de deambular foram excluídos. Avaliaram-se as variáveis: peso corporal estimado, altura estimada, IMC, PA e Índice de Conicidade (IC). Além das medidas relacionadas com a reserva muscular: como o Perímetro da Panturrilha (PP), Perímetro Muscular do Braço (PMB) e Área Muscular do Braço (AMB); e aquelas relacionadas com a adiposidade corporal: PCT e PCSE, Perímetro do Braço (PB) e Área Gordurosa do Braço (AGB). O peso corporal e a altura foram estimados a partir das equações e métodos de aferição propostos por Chumlea et al 4,5. Os perímetros corporais foram aferidos com o auxílio de fita métrica inextensível com precisão de um milímetro. As pregas cutâneas foram mensuradas com auxílio de um plicômetro do tipo Lange, com precisão de 1mm. O IMC foi classificado considerando o protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional para idosos 6. A avaliação do risco de doenças cardiovasculares foi realizada conforme proposto pela WHO 7. Os pontos de corte utilizados para risco coronariano a partir do IC foram os preconizados por Pitanga e Lessa 8. Os dados foram analisados no software IBM SPSS (V. 20.0). Para analisar variáveis contínuas com distribuição normal, utilizou-se o teste de correlação de

Pearson e para variáveis sem distribuição normal, o teste de correlação de Spearman. O efeito das variáveis de confusão idade e sexo foi avaliado pelo teste do Mann-Whitney em relação ao sexo e a correlação de Spearman em relação à idade. Considerou-se como estatisticamente significantes os valores de p < 0,05. Resultados e discussão Foram avaliados 47 idosos, sendo 14 do sexo masculino e 33 do sexo feminino, cujos IMC variaram de 7,1 a 24,0kg/m². A idade média foi de 82,7 (± 10,3), sendo 75 (± 8,9) para o sexo masculino e 85,7 (± 9,3) para o feminino. A avaliação pelo IMC mostrou que 92,3% apresentaram magreza e 7,7% eutrofia. Todos os idosos apresentaram risco elevado segundo o IC. Já de acordo com o PA, 43,9% dos idosos apresentou baixo risco, 22,0% risco elevado e 34,1% risco muito elevado para desenvolvimento de doenças relacionadas à obesidade. As variáveis idade, peso estimado, altura estimada, IMC, PB, PMB, PCT, PCSE, PP e PA apresentaram distribuição normal. Já as variáveis de AMB, AGB e IC se mostraram assimétricas. Houve influência do sexo sobre as variáveis de desfecho IC (p<0,001) e IMC (p<0,01). Devido a essa influência, estratificou-se a amostra por sexo. Em relação ao IMC foram observadas fortes correlações com o PP (masculino: r = 0,974; p<0,001; feminino: r = 0,927; p<0,001) e PB (masculino: r = 0,885; p<0,005; feminino: r = 0,890; p<0,001) em ambos os sexos, além de correlação forte com o AGB (r = 0,767; p<0,001) e AMB (r = 0,718; p<0,001) para o sexo feminino. Já quanto ao indicador de IC, foram observadas correlações negativas somente com o PB (r = - 0,395; p<0,05) e IMC (r = - 0,363; p<0,05) apenas para o sexo feminino. Para a amostra total, utilizando a variável IMC foi encontrada forte correlação deste com o PP (r = 0,934; p<0,001), PB (r = 0,893; p<0,001) e PMB (r = 0,702; p<0,001) e moderada com a PCSE (r = 0,604; p<0,001) e o PA (r = 0,594; p<0,001).

Por outro lado, foi verificada forte correlação do IMC com AMB (r = 0,740; p<0,001) e AGB (r = 0,740; p<0,001) Em relação à utilização do IC foi encontrada moderada correlação negativa com o IMC (r = - 0,482; p<0,005) e PB (r = - 0,498; p<0,002). No caso do PA, foram encontradas correlações moderadas entre IMC (r = 0,594; p<0,001), AGB ( r = - 0,593; p<0,002), PB (r = 0,545; p<0,001) e PCT (r = 0,504; p<0,001). Houve forte correlação entre o IMC e o PP, PB, PMB e AMB. No dado estratificado por sexo, a correlação se mantém forte para ambos somente no PP e PB. Isso ocorre provavelmente devido ao baixo número de homens na amostra, impedindo uma análise de maior acurácia. Contudo, a identificação de forte correlação em uma amostra pequena sugere que o mesmo comportamento seja visualizado em uma amostra maior, ou que haja correlação com outros indicadores. O IC apresentou correlação negativa com o IMC e PB. Quando estratificada por sexo, a correlação se mantém nas mesmas variáveis somente para o sexo feminino. Essa correlação se dá, no IMC, devido à função matemática no qual o peso e a altura são denominadores do IC. Já a correlação com o PB é explicada pelo maior acúmulo de gordura visceral em detrimento da gordura subcutânea, característico do processo de envelhecimento 1. Esse dado não apresenta correlação com o sexo masculino, provavelmente, porque nessa amostra os homens apresentam deposição de gordura visceral menos avançado que as mulheres. Foram ainda observadas correlações moderadas entre PA e IMC, AGB, PB e PCT na amostra total. Foi possível verificar que o PA não tem correlação significativa com os indicadores de adiposidade nessa amostra de idosos institucionalizados sob privação social. Conclusão Houve forte correlação entre IMC e as medidas de PP e PB, em ambos os

sexos. O IC apresentou correlação negativas com o IMC e PB e o PA não apresentou correção significativa com os indicadores de adiposidade. Contudo, são necessários mais estudos sobre essa temática, além da reprodução deste estudo em uma amostra maior para verificar a relação de cada variável com o desfecho. Referências 1 Menezes TN de, Marucci M de FN. Antropometria de idosos residentes em instituições geriátricas, Fortaleza, CE. Revista de Saúde Pública. 2005 abr;39(2):169-75. 2 Heyward V H, Stolarczyk L. M. Avaliação da Composição Corporal Aplicada. São Paulo: Manole, 2000. 3 Sampaio, LR, Figueiredo, VC. Correlação entre o índice de massa corporal e os indicadores antropométricos de distribuição de gordura corporal em adultos e idosos. Rev. Nutr. 2005 fev; 8(1):53-61. 4 Chumlea WC, Guo S, Roche AF, Steinbaugh ML. Prediction of body weight for the nonambulatory elderly from anthropometry. J Am Diet Assoc. 1988 mai;88(5):564-8. 5 Chumlea WC, Roche AF, Steinbaugh ML. Estimating stature from knee height for persons 60 to 90 years of age. J Am Geriatr Soc. 1985 fev;33(2):116-20. 6 Brasil. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN na assistência à saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 7 World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemia. Geneve; 1997. 8 Pitanga FJG, Lessa I. Sensibilidade e especificidade do índice de conicidade como discriminador do risco coronariano de adultos em Salvador, Brasil. Rev. bras. epidemiol. 2004 set;7(3):259-269.