Classificação da Mata Nacional do Buçaco. Paisagem Protegida de âmbito local

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Transcrição:

Classificação da Mata Nacional do Buçaco Paisagem Protegida de âmbito local Abril 2014

Índice 1 Introdução... 3 2 Caraterização da área proposta para classificação: Mata Nacional do Buçaco... 5 2.1 Enquadramento histórico... 5 2.2 Enquadramento geográfico da MNB... 7 2.4 Enquadramento Bioclimático... 8 2.5 Solos... 10 2.6 Fauna da MNB... 10 2.7 Flora e vegetação da MNB... 11 3 Áreas naturais de conservação fora da cerca conventual... 13 3.1 Perímetro Florestal... 14 4 Enquadramento no Plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM)... 16 5 Considerações Finais... 18 6 Bibliografia... 20 Anexos... 22 2

1 Introdução No presente documento apresenta-se a memória justificativa da proposta de classificação da Paisagem Protegida Local da Mata Nacional do Buçaco, nos termos definidos pelo Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (RJCNB) Decreto-Lei n.º 142/2008 de 24 de Julho. Em conformidade com este regime jurídico devem ser classificadas como áreas protegidas, as áreas terrestres e aquáticas interiores e as áreas marinhas em que a biodiversidade ou outras ocorrências naturais apresentem, pela sua raridade, valor científico, ecológico, social ou cénico, uma relevância especial que exija medidas específicas de conservação e gestão, em ordem a promover a gestão racional dos recursos naturais e a valorização do património natural e cultural, regulamentando as intervenções artificiais susceptíveis de as degradar (n.º 2 do artigo 10.º do RJCNB). As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, regional ou local, consoante os interesses a salvaguardar, devendo ser classificadas numa das seguintes tipologias: Parque nacional (tipologia exclusiva de áreas protegidas de âmbito nacional); Parque natural; Reserva natural; Paisagem protegida; Monumento natural. Propõe-se classificar a Mata Nacional do Buçaco na tipologia de Paisagem Protegida Local respondendo aos seguintes objetivos: a) A conservação das espécies e habitats locais e a preservação do património natural b) A recuperação, requalificação, gestão e exploração de todo o património edificado. c) A manutenção e criação de novas oportunidades para o turismo histórico, cultural, natural e recreativo/lazer, ao ar livre, em equilíbrio com os valores naturais e culturais salvaguardados, d) A gestão e exploração dos recursos naturais em concordância com a continuidade da implementação das medidas de conservação da natureza e biodiversidade locais e em concordância com os preceitos de gestão florestal sustentável. e) A produção e/ou práticas de transferência do conhecimento científico, bem como a promoção da educação ambiental e de atividades de divulgação científica, promovendo a sustentabilidade. 3

A gestão da Paisagem Protegida Local da Mata Nacional do Buçaco caberá à Fundação Mata do Buçaco, F.P. em conformidade com as normas do Regulamento que acompanha a presente proposta de classificação. 4

2 Caraterização da área proposta para classificação: Mata Nacional do Buçaco 2.1 Enquadramento histórico A Mata Nacional do Buçaco é uma das matas nacionais mais ricas em património natural, arquitetónico e cultural, constituindo um dos ex libris da região centro de Portugal (Santos 1993). Ao longo dos séculos foram vários os poetas, botânicos e curiosos que foram deixando os seus testemunhos acerca da flora da mata, permitindo que hoje se perceba a história da criação deste majestoso arvoredo (Paiva 1992). Um dos acontecimentos que mais influenciou as condições atuais da MNB foi a ocupação dos Carmelitas Descalços, em 1628. Além de todo o património edificado (Anexo 2), os Carmelitas iniciaram a plantação do Arboreto e protegeram os valores naturais existentes, tendo preservado as áreas que ainda hoje se designam por floresta relíquia e tendo mesmo instaurado uma Bula Papal, por volta de 1690, que ditava pena de excomunhão maior a quem danificasse o arvoredo (Santos 1993). Foi sob a alçada da ordem dos Carmelitas Descalços, que se introduziu o célebre cedrodo-buçaco (Cupressus lusitanica MILL) oriundo da América Central. Tudo indica que a sua introdução tenha sido feita por volta de 1644, apesar de existirem algumas publicações a contestar tal data, apontando a sua introdução para entre 1518 e 1626 (Paiva 1987, Paiva 1992). Em 1834, com a extinção das ordens religiosas masculinas em Portugal, os Carmelitas abandonaram a Mata, ficando votada a ausência de administração formal até 1856, ano em que foi integrada na Administração Geral das Matas. Sob jurisdição desta foram promovidas ações de restauro do património edificado e valorização do Arboreto (plantações de arvoredo exótico), havendo inclusive registos que indicam que foram plantados cerca de 1019 espécimes de Cupressus lusitanica nos finais de 1859. Em 1888 foi realizado um inventário à flora na MNB, onde se registaram 300 espécies exóticas e 400 espécies autóctones (Vieira 2003). Entre 1871 e 1941 a MNB foi marcada por várias catástrofes devido a tempestades, sendo importante referir o ciclone de 1941 que foi descrito como o mais nefasto deste período, tendo provocado a queda de milhares de exemplares arbóreos e prejuízos no património edificado (Santos 1993). 5

Em 1887 a Mata passou a incluir 105 ha após a anexação de 15 ha provenientes de propriedades particulares, sendo que a maior parte dessa área pertencia ao Marquês da Graciosa. Por este motivo, e por, nesse tempo, a espécie aí dominante ser o pinheirobravo, a área anexada ficou denominada de Pinhal do Marquês. Durante este período até à tomada de posse da atual Fundação (2009) a Mata passou por várias tutelas estatais, sempre ligadas aos serviços florestais e com uma política de conservação e preservação da Mata. Foi neste período que se registaram mais plantações de árvores (Santos, 1993). A Fundação Mata do Buçaco foi instituída pelo Estado Português, através do Decreto- Lei n.º 120/2009, de 19 de maio e alterada pelo Decreto-lei 58/2014, como pessoa coletiva de direito privado e utilidade pública, tendo como fins a recuperação, a requalificação e revitalização, a gestão, a exploração e a conservação de todo o património, natural e edificado, da Mata Nacional do Buçaco. 6

2.2 Enquadramento geográfico da MNB Compreendida entre 40 22 15ˮ e 40 23 01ˮ de lahtude norte e entre 8 21 26ˮ e 8 22 30ˮ de longitude oeste (Santos 1993), a Mata Nacional do Buçaco (MNB) (também conhecida por Serra do Luso ou Serra do Carvalho), situa-se no extremo flanco noroeste, a 40 km do litoral atlântico, na freguesia do Luso, concelho da Mealhada, distrito de Aveiro (Figura 2). A MNB apresenta exposições essencialmente a norte. Em particular na área de estudo as exposições mais frequentes são oeste, norte e sul. Relativamente ao relevo a mata possui cotas que variam entre os 190 (Porta das Ameias) e 550 m (Cruz Alta) sendo que na área de estudo as cotas variam entre 250 e 350 m. Em relação ao declive, este varia entre os 0 e 60 % ao longo de toda a MNB; na área de estudo o declive varia entre os 30 e 40 %. A Mata possui uma área florestada, intramuros, com uma superfície de 105 hectares, com um comprimento máximo de 1450 m e uma largura de 950 m, entre a Porta de Sula e as Portas de Coimbra (Paiva 1992), sendo adjacente ao perímetro Florestal da Serra do Buçaco, cuja área é cerca de 962 hectares (Santos 1993). Figura 1 a) Localização da área de estudo em Portugal continental b) Limites dos municípios em relação à área de estudo. Adaptado de Atlas do Ambiente Digital (Instituto do Ambiente, 2007), conforme Matos, 2011. 7

2.3 Clima A MNB teve em funcionamento uma estação climatológica, de 1926 até 1942; através dos valores médios dos elementos climáticos recolhidos por esta estação foi feita a caraterização climática da mata (Tabela 1) (AFN- Direção Regional das Florestas do Centro 2009). Tabela 1 Parâmetros climáticos em Buçaco Floresta Nacional (1926-1942). Adaptado de Matos, 2011. Elementos climáticos Parâmetros Ocorrência Valor Temperatura Temperatura média anual - 13.9 C Mês mais quente (média) Agosto 21.4 C Mês mais frio (média) Janeiro 7.6 C Máxima absoluta atingida Agosto 40.4 C Mínima absoluta atingida Fevereiro 3.1 C Precipitação Precipitação média anual - 1525mm Mês mais chuvoso (média) Dezembro 225.2mm Mês mais seco (média) Agosto 20.4mm Humidade relativa Humidade relativa média anual - 80.2% Mês mais húmido (média) Novembro 88.4% Mês menos húmido (média) Agosto 71.0% 2.4 Enquadramento Bioclimático A bioclimatologia é a ciência ecológica multidisciplinar que analisa as interações entre os processos atmosféricos e a distribuição dos seres vivos na Terra. O seu objetivo é determinar a relação entre certos valores numéricos de temperatura e precipitação e as áreas de distribuição geográfica de espécies de plantas e de comunidades vegetais (Rivas-Martínez e Sánchez-Mata 1999). Portugal Continental possui dois macroclimas, o temperado a NW e mediterrânico na restante parte do país (Figura 2). 8

Figura 2 Mapa Macrobioclimas de Europa. (S.Rivas-Martínez & S.Rivas-Sáenz 1996-2009). Como se pode observar na Figura 3, a MNB localiza-se numa zona de transição entre os bioclimas mesotemperado e mesomediterrânio. Esta localização proporciona à Mata do Buçaco um microclima muito caraterístico, com temperaturas amenas, elevada precipitação e frequentes nevoeiros matinais (Santos 1993), favorecendo a ocorrência de elevada diversidade florística. Figura 3 a) Mapa de bioclimas Portugal Continental. b) Área em estudo. Adaptado de Monteiro-Henriques, 2010 conforme Matos, 2011. 9

2.5 Solos Os solos da MNB foram formados a partir das alterações dos materiais geológicos, originando os solos litólicos húmicos e solos litólicos não húmicos. São solos pouco profundos, por vezes pedregosos com elevada acumulação de matéria orgânica e com ph baixo (Felix 2009). O facto de a MNB se encontrar inserida no extremo norte da Serra do Buçaco confere à mesma características hidrogeológicas singulares no contexto regional e nacional. Parte da componente litológica e estrutural que caracteriza a Serra do Buçaco termina no interior e nas imediações da MNB, concedendo características hidrogeológicas à Mata que propiciam a existência de diferentes zonas húmidas e pontos de água, nomeadamente exsurgências superficiais (minas) que dão origem a fontes e cursos de água, as quais foram extremamente importantes para o suporte dos eventos histórico-culturais da Mata do Buçaco e implantação e sobrevivência das povoações a jusante. 2.6 Fauna da MNB A par da grande diversidade florística, a MNB possui uma notável diversidade de animais. É palco de abrigo e refúgio para mais de 150 vertebrados e centenas de invertebrados, sendo que algumas destas espécies constituem grande valor conservacionista, como, endemismos ibéricos e espécies protegidas pela legislação nacional e internacional (Anexo 2). A MNB regista uma espécie endémica de Portugal Continental, ruivaco (Achondrostoma oligolepis), e nove espécies endémicas da Península Ibérica (Matos 2011). De entre os vertebrados registados na Mata, destacam-se as 14 espécies de morcegos (Anexo 2) identificadas (até ao momento), sendo de salientar que estas correspondem a 56% das atualmente listadas em Portugal Continental (25 espécies). Uma vez que estes quirópteros possuem um grande valor ecológico e são bons indicadores ambientais, a sua presença revela que a MNB atendendo à sua dimensão (105 há) possui uma grande biodiversidade e está perfeitamente em equilíbrio (Matos et al. 2012). 10

2.7 Flora e vegetação da MNB Com uma extraordinária diversidade de árvores e arbustos, o Arboreto, ocupa cerca de 80% da área da Mata e possui mais de 250 espécies de árvores e arbustos de todo o Mundo incluindo dezenas de exemplares notáveis (Pinho et al. 2009), das quais se podem referir: cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica Mill.), carvalho-alvarinho (Quercus robur L.), carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), sobreiro (Quercus suber L.), loureiro (Laurus nobilis L.), aderno (Phillyrea latifolia L.), louro-cerejo (Prunus laurocerasus L.), tsuga-do-canadá (Tsuga canadensis (L.) Carrière), abetobranco (Abies alba Mill.), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus L.), freixo-americano (Fraxinus americana L.), pinheiro-insigne (Pinus radiata D. Don), cedro-do-atlas (Cedrus atlantica (Endl.) G. Manettiex Carriere), pseudotsuga (Pseudotsuga menziesii (Mirbel) Franco), araucária-da-queenslândia (Araucaria bidwillii Hook.), ulmeiro (Ulmus minor Mill.), castanheiro (Castanea sativa Mill.), sequóia (Sequoia sempervirens (D.Don) Endl.) e o eucalipto-gigante (Eucalyptus regnans F.Muell). Alguns exemplares das espécies acima referidos caíram durante a passagem do ciclone Gong (Pinho et al. 2013). Além do Arboreto, a Mata do Buçaco inclui a mata da Cruz Alta, situada no extremo Sudoeste da MNB, que constitui uma formação vegetal clímax (Costa et al. 1998, CIBIO 2004), de plantas autóctones, que, conserva as caraterísticas típicas da floresta primitiva que existia nesta região (Paiva 1987, Paiva 1992), antes da ocupação humana, denominada floresta relíquia. A Mata Climácica compreende 3 habitats naturais inscritos na Diretiva Habitats: carvalhais de Quercus robur e Quercus pyrenaica (9230pt1), Louriçais ou loureirais (5230pt1), dominado por Laurus nobilis, com presença constante de Arbutus unedo, Viburnum tinus e Ilex aquifolium, e por último observa-se o adernal constituído essencialmente por Phillyrea latifolia de porte notável e com uma composição florística semelhante ao subtipo 5330pt3 (Medronhais) (Lopes 2012). Este adernal representa cerca de 8.4 ha da totalidade da Mata Climácica (17 ha) e é dominado por adernos (Anexo 2), que apesar de apresentarem frequentemente o porte de arbusto, pela sua idade de vários séculos atingiram aqui um grande porte arbóreo, podendo ser considerado uma relíquia biogeográfica mundial. Outra formação vegetal identificada na MNB é o Pinhal do Marquês. Devido à doença da Murchidão do Pinheiro que se propaga através do nemátode-da-madeira-do-pinheiro 11

(Bursaphelenchus xylophilus) e à passagem do ciclone Gong na Mata, esta área perdeu grande parte dos espécimes de Pinus pinaster. Atualmente esta área esta fortemente invadida por espécies exóticas invasoras. 12

3 Áreas naturais de conservação fora da cerca conventual No exterior da cerca conventual, em áreas adjacentes à MNB, na encosta sudoeste verifica-se a existência de áreas que apresentam um coberto vegetal com caraterísticas semelhantes ao dos habitats que se encontram salvaguardadas no interior. As áreas com altos valores de conservação ascendem, de acordo com os levantamentos efetuados, a 7,8 ha (Figura 4). À semelhança do que sucede no interior da MNB, também estas áreas se encontram ameaçadas por fatores bióticos (espécies exóticas invasoras) e abióticos (risco de incêndio). A Fundação Mata do Buçaco, deverá nas áreas que lhe estão diretamente afetas e nas áreas adjacentes complemmentares, proceder à proteção destes valores, mobilizando para isso os mecanismos e meios necessários para o efeito. Figura 4 Limites da MNB e áreas adjacentes complementares. 13

Figura 5 Carta militar da MNB e áreas complementares adjacentes 3.1 Perímetro Florestal Nas áreas exteriores à cerca conventual verifica-se a necessidade de criação de uma faixa de salvaguarda e manutenção da Mata Nacional do Buçaco, e mais concretamente da floresta relíquia, que se constitua simultaneamente como faixa de gestão de combustível e faixa de controlo de espécies exóticas invasoras. O objetivo imediato será a criação de um perímetro de segurança contra incêndios e de prevenção/contenção de invasões biológicas ao longo de ca. 3 km de muro e com uma largura variável, consoante as áreas afetas à Mata Nacional do Buçaco ou consoante se verifiquem existir em áreas adjacentes a estas, altos valores de conservação (Adernais e Carvalhais galaico-portugueses). O estado de degradação ecossistémica, devido a todas as contrariedades a que o perímetro florestal exterior ao muro tem estado sujeito, observável pela proliferação de espécies exóticas invasoras constantes do DL 565/99 constituindo uma acumulação de material vegetal potencialmente combustível, coloca a mata e, mais especificamente, a Floresta Relíquia, em elevado risco de incêndio. Neste âmbito encontra-se eficaz o 14

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que carecerá de efetiva implementação, pela constituição de uma faixa de redução de combustível integrada em sistema municipal de redes, em conformidade com a legislação relativa à defesa da floresta contra incêndios, nomeadamente o DL 124/2006, alterado pelo DL 17/2009. Ao operacionalizar estes instrumentos procurar-se-á a proceder á solução de dois dos problemas mais prementes: a eliminação das exóticas invasoras, e por esta via a diminuição da carga de combustível presente nas imediações da Mata. Na prossecução destes objetivos será de fulcral importância o envolvimento do Município da Mealhada, assim como do ICNF. 15

4 Enquadramento no Plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM) Nos termos do Plano Diretor Municipal da Mealhada, a área proposta para classificação como Paisagem Protegida, enquadra-se na Classe dos Espaços Naturais, ou seja, as zonas do território municipal mais sensíveis do ponto de vista ecológico, paisagístico e ambiental em geral, nos quais se privilegiam a proteção, a conservação, a gestão racional, a capacidade de renovação dos recursos naturais e a salvaguarda dos valores paisagísticos. No âmbito dos Espaços Naturais delimitados na Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal, realiza-se uma diferenciação em quatro categorias: 1) Espaços naturais classificados, 2) Árvores centenárias, 3) Lagoas e respectivas faixas de protecção e 4) Paisagem envolvente. A Mata Nacional do Buçaco encontra-se afeta à categoria dos Espaços Naturais Classificados, por força da sua classificação como Imóvel de Interesse Público. As áreas adjacentes complementares à Mata Nacional do Buçaco estão delimitadas neste instrumento de planeamento, na Classe dos Espaços Florestais, espaços revestidos com espécies arbustivas e arbóreas em maciço de manifesta importância para o equilíbrio ambiental ou beleza da paisagem, quer se destinem ou não à produção florestal. Em termos de servidões administrativas e restrições de utilidade pública a área proposta para classificação é abrangida pelos seguintes regimes: - Reserva Ecológica Nacional: A Reserva Ecológica Nacional (REN) é uma estrutura biofísica que integra o conjunto das áreas que, pelo seu valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais são objeto de proteção especial. A REN é uma restrição de utilidade pública, à qual se aplica um regime territorial especial que estabelece um conjunto de condicionamentos à ocupação, uso e transformação do solo, identificando os usos e as ações compatíveis com os objetivos desse regime nos vários tipos de áreas que a integram. - Regime Florestal Total: Destina-se a assegurar a criação, exploração e conservação da riqueza silvícola sob o ponto de vista da economia nacional, e ainda o revestimento florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública e conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para valorização das planícies ardidas e benefício do clima, ou para fixação e conservação do solo, nas montanhas e das areias do litoral marítimo. 16

- Zona de Proteção Alargada e Intermédia de Águas Minerais Naturais: A fim de garantir a proteção das águas minerais naturais (Água do Luso), estabelece-se um perímetro de proteção onde podem ser proibidas ou condicionadas as ocupações ou ações que as possam contaminar, causar dano ou interferir na sua exploração. - Imóvel de Interesse Público: constitui um testemunho de especial importância da civilização, da identidade e da cultura nacional, justificando-se a existência de um regime de proteção e valorização. 17

5 Considerações Finais A diversidade biológica, assim como os valores culturais e patrimoniais presentes na MNB e áreas adjacentes complementares constituem um legado a submeter, em contínuo, a uma meticulosa gestão com vista à sua salvaguarda e valorização. À valorização de todos os recursos presentes na MNB subjazem preceitos de sustentabilidade, visando a satisfação das necessidades presentes, não comprometendo a satisfação das necessidades das gerações futuras. O valor para a conservação, salvaguarda e valorização da Mata do Buçaco e áreas complementares adjacentes, enfatiza-se pelo facto de esta se encontrar rodeada essencialmente por monoculturas de pinheiro-bravo e eucalipto, concentrando em 112,8 hectares uma riqueza biológica impressionante. Pela existência de árvores antigas, floresta (autóctone e alóctone) em estado climax, estruturada nas componentes horizontal, vertical e a dimensional, a Mata constitui um verdadeiro oásis de biodiversidade, de importância fundamental para conservação da diversidade da região Centro do País. As inventariações botânicas, florestais e zoológicas que têm sido efetuadas na Mata, têm permitido a comparação da riqueza específica, diversidade e valor conservacionista dos valores naturais presentes em diversos habitats humanizados da região envolvente à Mata, no sentido de analisar o efeito das práticas silvícolas e agrícolas sobre a biodiversidade. Os resultados obtidos demonstraram claramente a importância da Mata do Buçaco no contexto da conservação regional, tendo-se revelado ser, consistentemente, o habitat com maior riqueza específica, diversidade e maior valor conservacionista, afirmando-se como o habitat preferido para a maioria das espécies, face às restantes florestas regionais. Muitas espécies que ocorrem na Mata encontram-se protegidas pela Diretiva Habitats. Tanto mais importantes se revelam os factos acima, conhecendo-se os habitats e respetiva tipologia e sabendo-se que estes não gozam de proteção formal. Os habitats naturais que ocorrem na Mata Nacional do Buçaco não estão confinados ao interior da Cerca Conventual, ocorrendo também em áreas limítrofes exteriores com composição e estrutura similares aos existentes nos intra-muros. Constituem manifestações reliquiais 18

tanto da ocupação do solo (existência de vegetação antes da intervenção humana), como simultaneamente prestam testemunho a formas de interação harmoniosa do ser humano e da natureza, colocando em evidencia o valor estético, ecológico e cultural. A classificação da Mata Nacional do Buçaco enquanto Paisagem Protegida de âmbito local vem assim suprir a necessidade de proteção dos valores naturais e culturais, constituindo uma área de importância comunitária no Concelho de Mealhada, realçando a identidade local e induzindo a uma maior responsabilização quanto às necessárias medidas a aplicar para a manutenção ou o restabelecimento do estado de conservação favorável do seu património natural e cultural. A instituição da Paisagem Protegida de âmbito local da Mata Nacional do Buçaco constitui uma aposta de futuro, possibilitando a alavancagem e articulação com mecanismos e meios de salvaguarda e valorização nacionais e supra-nacionais que de outra forma estariam vedados e/ou inviabilizados. 19

6 Bibliografia AFN - Direção Regional da Floresta do Centro (2009). Plano de Ordenamento e Gestão da Mata Nacional do Buçaco. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Mealhada. Costa, J. C., C. Aguiar, J. H. Capelo and M. N. Lousã, C. (1998). Biogeografia de Portugal Continental. Quercetea. Bragança. 0: 5-56. CIBIO (2004). Séries de Vegetação Climatófilas do Parque Nacional Peneda-Gerês (caraterização e cartografia). Relatório técnico no âmbito do Protocolo ICNPNPG/ICETA-UP)), Porto. Direcção-Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano (2011). Servidões e restrições de utilidade pública, Lisboa Felix, F. (2009). Caracterização Hidrogeológica e Geofísica do flanco Este do Sinclinal do Buçaco (Midões-Penacova). Dissertação de Mestrado, Universidade de Coimbra. Lopes, L. G. M. P. (2012). Flora e Vegetação da Mata Climácica do Buçaco. Dissertação de Doutoramento, Universidade de Aveiro. Matos, M. (2011). Diversidade de vertebrados na Serra do Bussaco e áreas envolventes. Dissertação de Doutoramento, Universidade de Aveiro. Matos, M. (2011). Mata Nacional do Buçaco: um oásis de biodiversidade. Pampilhosa Uma terra e um povo. 30: 23-31.~ Matos, M., N. Lopes-Pinto and C. Fonseca (2012). Os morcegos da Mata Nacional do Bussaco, centro de Portugal. Paiva, J. (1992). A Mata do Buçaco: Um Majestoso Arboreto. Uma Terra e um Povo. Pampilhosa, GEDEPA - Grupo Etnografico da Pampilhosa: 1-21. Paiva, J. A. R. (1987). A Mata do Buçaco. Separata do Boletim Separata do Boletim ADERAV. 16: 1-7. Pinho, R., L. Lopes and J. Ezequiel (2009). Listagens da Flora da Mata Nacional do Buçaco. Plano de Ordenamento e Gestão da Mata Nacional do Buçaco. Direção Regional de Florestas do Centro. Pinho, R., L. Lopes and S. Guerra (2013). Quadro atualizado das árvores notáveis da MNB, Universidade de Aveiro. 20

Rivas-Martínez, S. and D. C. Sánchez-Mata, M. (1999). North american boreal and western temperate forest vegetation (syntaxonomical synopsis of the potential natural plant communities of North America II). Itinera Geobotanica. 12: 5-316. S.Rivas-Martínez&S.Rivas-Sáenz. (1996-2009). "Sistema de Clasificación Bioclimática Mundial." Centro de Investigaciones Fitosociológicas Retrieved Julho, 2013, from http://www.ucm.es/info/cif. Santos, Á. (1993). Caraterização da Mata Nacional do Buçaco. EdiliberGrafica, Coimbra. Vieira, J. N. (2003). A Mata Nacional do Buçaco: catedral verde do Cupressus lusitania em Portugal. O cipreste em Portugal: panorama actual e perspectivas futuras. Florença: Promozione Pubblicitá. Direcção Geral das Florestas, Mealhada. 21

Anexos 22

Anexo 1 Inventário do elenco florístico Gimnospermae Familia Espécie Nome Vernáculo Pinaceae Pinus pinaster Aiton Pinheiro bravo Angiospermae (Monocotyledoneae) Familia Espécie Nome Vernáculo Liliaceae Ruscus aculeatus L. Gilbardeira Angiospermae (Dicotyledoneae) Familia Espécie Nome Vernáculo Aquifoliaceae Ilex aquifolium L. Azevinho Araliaceae Hedera hibernica (G. Kirchn.) Bean Hera Asteraceae Carlina hispanica Lam. Cardo amarelo Asteraceae Coniza spp Avoadinhas Campanulaceae Jasione montana L. subsp. montana Botão azul Caprifoliaceae Viburnum tinus L. Folhado Cistaceae Helianthemum nummularium (L.) Mill. Alecrim-das-paredes Crassulaceae Sedum brevifolium DC. Arroz-dos-muros Cruciferae Capsella bursa-pastoris (L.) Medik. Bolsa-de-pastor Dioscoreaceae Tamus communis L. Uva Cão Ericaceae Arbutus unedo L. Medronheiro Fabaceae Quercus suber L. Sobreiro Fagaceae Quercus lusitanica Lam. Carvalho-anão Fagaceae Quercus pyrenaica Willd. Carvalho-negral Fagaceae Quercus roburl. Carvalho-alvarinho Guttiferae Hypericum perforatum L. Hipericão Labiatae Mentha pulegium L. Poejo Labiatae Calamintha nepeta (L.) Savisubsp. nepeta Nêveda Labiatae Teucrium scorodonia L. subsp. scorodonia Salva-bastarda Labiatae Lavandula stoechasl. subsp. luisieri (Rozeira) Rosmaninho Leguminosae Acacia dealbata Link Mimosa Leguminosae Acacia longifolia (Andrews) Willd. Acácia de espigas Leguminosae Acacia melanoxylon R. Br. in W. T. Aiton* Austrália Leguminosae Genista triacanthosbrot. Tojo-molar Leguminosae Ulex europaeus L. Tojo Leguminosae Ulex minor Roth Tojo menor Leguminosae Cytisus grandi*lorus (Brot.) DC. Giesta-das-sebes Leguminosae Cytisus striatus (Hill.) Rothm. Giesta-amarela Oleaceae Fraxinus excelsior L. Freixo Oleaceae Phillyrea Iatifolia L. Aderno Rosaceae Prunus laurocerasus L. Louro cerejo Scrophulariaceae Linaria triornithophora (L.) Willd. Esporas-bravas Umbelliferae Thapsia villosa L. Tápsia Umbelliferae Physospermum cornubiense (L.) DC. 23

Anexo 2 Algumas imagens ilustrativas dos valores naturais e patrimoniais da Mata Nacional do Bussaco. Imagem 1 Floresta Relíquia ou Adernal FMB foto José Moura Imagem 2 Lago grande da Mata Nacional do Buçaco Imagem 3 Escadaria da Fonte Fria FMB @Paulo Magalhães Imagem 4 Mata Nacional do Buçaco vista da Cruz Alta FMB foto José Moura FMB foto José Moura Imagem 6 Avenida do Convento FMB Imagem 5 Cascata de S. Silvestre 24

Imagem 7 salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) @Joaquim Pedro Ferreira Imagem 9 sapo-parteiro (Alytes obstetricans) @Joaquim Pedro Ferreira Imagem 11 lagarto-d'água (Lacerta schreiberi) @Milene Matos Imagem 8 tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai) Imagem 10 rã-ibérica (Rana iberica) @Milene Matos @Lísia Lopes Imagem 12 morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros), Pedro Ferreira 25 @Joaquim

Imagem 13 Morcego-rabudo (Tadarida teniotis), @Milene Matos Imagem 15 Convento Sta. Cruz do Buçaco FMB foto José Moura Imagem 17 Fonte Samaritana FMB foto Joana Coutinho Imagem 14 esquilo-vermelho (sciurus vulgaris) @Francisco Oliveira Imagem 16 Portas de Coimbra FMB Imagem 18 Capela de Sto. Antão FMB foto José Moura 26

Imagem 19 Via-sacra Pretório FMB foto Carlos Silva Imagem 21 Via Sacra Calvário @Paulo Magalhães Imagem 20 Varanda de Pilatos FMB foto José Moura Imagem 22 Passo de Caifás @FMB foto José Moura Imagem 23 Via Sacra Sepulcro @Paulo Magalhães 27