OBJETIVO: O Programa de Monitoramento dos Macroinvertebrados Bentônicos realizado no âmbito do contrato de prestação de serviço nº 652/2014 no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, bacia de evolução do Porto Novo, Terminais Portuários e área de Descarte do material dragado, tem como objetivos a descrição espacial e o acompanhamento temporal da estrutura das associações macrozoobentônicas nestas regiões estuarinas/marinhas costeiras. MATERIAIS E MÉTODOS: Para amostragens nas três regiões supracitadas, foram realizados dois cruzeiros, um no Inverno/2014 e outro no Verão/2015, a bordo da Lancha Oc. Larus, da FURG. Para a caracterização e comparação da distribuição, abundância e diversidade dos macroinvertebrados bentônicos, em cada um dos pontos de coleta, foram tomadas três amostras com um pegador de fundo tipo van Veen com 19 x 41 cm de abertura (0,08 m2). As amostras biológicas foram previamente peneiradas em campo, através de malhas de nylon (0,5 mm de abertura) para a retenção da macrofauna, sendo posteriormente fixadas em solução de formol 4 %. Em laboratório, o macrozoobentos foi triado (i.e. separado do sedimento), identificado ao menor táxon possível com o auxílio de microscópio estereoscópico (lupa; 40 x), contado, e preservado em etanol 70 %.
LOCALIZAÇÃO Figuras 1, 2 e 3: Descrição espacial e o acompanhamento temporal da estrutura das associações macrozoobentônicas nas regiões estuarinas/marinhas costeiras, no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, bacia de evolução do Porto Novo, Terminais Portuários e área de Descarte do material dragado. Figura 1: Distribuição espacial dos 13 pontos de coleta monitorados ao longo do Canal de Acesso ao Porto do Rio Grande, na porção Sul da região estuarina da Lagoa dos Patos.
Figura 2: Distribuição espacial dos 22 pontos de coleta associados aos Terminais Portuários em São José do Norte (#201 e #202) e em Rio Grande (#203 222), na porção sul da região estuarina da Lagoa dos Patos.
Figura 3: Distribuição espacial dos 7 pontos de coleta monitorados na região de Plataforma Interna adjacente á desembocadura da Lagoa dos Patos. Em destaque, a área externa do canal de navegação (em cinza) e o polígono de descarte do material dragado (em vermelho). RESULTADO Canal portuário, Porto Velho, Porto Novo e Super Porto do Rio Grande. Figura 1: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S; longitude W) dos 13 pontos de coleta monitorados ao longo do Canal de Acesso ao Porto do Rio Grande, na porção sul da região estuarina da Lagoa dos Patos RS, durante o inverno/2014. Temp. = temperatura ( C); Sal. = salinidade, Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m).
Durante o Inverno/2014, foram registrados 30 espécies do macrozoobentos, sendo que foi maior nos pontos a montante e região do Porto Velho (7 espécies no #001; 11 espécies no #002; 8 espécies no #003). Figura 2: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S; longitude W) dos 13 pontos de coleta monitorados ao longo do canal de acesso ao Porto do Rio Grande, na porção sul da região estuarina da Lagoa dos Patos RS Brasil, durante o verão/2015. Temp. = temperatura (ºC); Sal. = salinidade; Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m).
Durante o Verão/2015, foram registrados 24 espécies do macrozoobentos, sendo que o maior número de espécies foi observado no controle estuarino (#001, 14 espécies), e em dois pontos próximos à desembocadura (#011 e #013, ambos com 10 espécies). Assim como no Inverno/2014, no Verão/2015 as espécies dominantes foram H. australis (68,8%), o tanaidáceo Monokalliapseudes schubarti (18,1 %), e os poliquetas Heteromastus similis e Nephtys fluviatilis (6,5 % e 1,9 %, respectivamente). Terminais Privados Figura 3: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S, longitude W) dos 22 pontos de coleta associados aos Terminais Portuários, em São José do Norte (# 201 e # 202) e em Rio Grande (#203 222), durante o inverno/2014. Temp. = temperatura ( C); Sal. = salinidade; Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m). O número de espécies foi relativamente baixo no Inverno/2014, o que ocorreu em todos os pontos desta estratégia amostral, com no máximo 5 espécies e mínimo 3 espécies.
Figura 4: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S; longitude W) dos 22 pontos de coleta associados aos Terminais portuários, em São José do Norte (# 201 e # 202) e em Rio Grande (# 203 222), durante o verão/2015. Temp. = temperatura (ºC); Sal. = salinidade; Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m). Durante o Verão/2015, foram registrados 46 espécies do macrozoobentos, sendo que a maior quantidade de espécies foi de 14 (#211), 11 (#213 e #218), 10 (#214) e 9 (#215 e #222), e menor de 2 (#201 e #212). Região costeira da plataforma rasa Figura 5: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S; longitude W) dos 7 pontos de coleta monitorados na região marinha costeira adjacente a desembocadura da Lagoa dos Patos, durante o inverno 2014. Canal de acesso interno (#101 e #102), área controle (#103 e #104), área de descarte (#105 e #106) e o ponto #107 para monitoramento da pluma estuarina. Temp. = temperatura (ºC); Sal. = salinidade; Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m).
O número de espécies encontrado no Inverno/2014 foi de 60 espécies. A única espécie registrada no ponto #101 pertenceu à Família Orbiniidae, Classe Polychaeta. Os demais pontos apresentaram predomínio principalmente dos poliquetas Cirrophorus americanus (20,2 %), Ninoe brasiliensis (5,87 %), Magelona posterelongata (5,65 %), Hermundura tricuspis (4,4 %), Paraprionospio pinnata (4,3 %), Scoloplos rubra (4,01 %) e de Ophiuroidea (7,45 %). Figura 6: Variáveis ambientais, caracterização do substrato e coordenadas geográficas (latitude S; longitude W) dos 7 pontos de coleta monitorados na região marinha costeira adjacente a desembocadura da Lagoa dos Patos, durante o verão/2015. Canal de acesso interno (#101 e #102), área controle (#103 e #104), área de descarte (#105 e #106) e o ponto #107 para monitoramento da pluma estuarina. Temp. = temperatura (ºC); Sal. = salinidade; Secchi = transparência da coluna de água (m); Prof. = profundidade do ponto amostral (m). No Verão/2015 registrou se um mínimo de 3 espécies no ponto próximo à desembocadura (#101), e um máximo de 62 espécies no ponto Descarte 2 (#106). Com predominância das espécies dos poliquetas Cirrophorus americanus (32,5 %), Magelona posterelongata (4,5 %), Paraprionospio pinnata (3,4 %) e Ninoe brasiliensis (3,1 %), e do cumáceo Diastylis sypmterygiae (4,9 %).