PROCEDIMENTOS PARA CONFECÇÃO DE DISPOSITIVO ADAPTADO: PONTEIRAS DE CABEÇA E QUEIXO. Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Filosofia e Ciências

Documentos relacionados
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO: Ferramentas Facilitadoras de Inclusão Digital

Tecnologia Assistiva: promoção da funcionalidade e independência da pessoa com deficiência intelectual

A IMPORTÂNCIA DAS VIVÊNCIAS PRÁTICAS PARA A FORMAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL NA OPINIÃO DE UMA GRADUANDA.

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: FERRAMENTAS PARA USO DO COMPUTADOR

Rita Bersch 2014 Assistiva Tecnologia e Educação

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A COMUNICAÇÃO DE DEFICIENTES AUDITIVOS

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: TECNOLOGIA ASSISTIVA E A COMUNICAÇÃO

HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA PERSPECTIVA DA SAÚDE

TEMA Tecnologia Assistiva. Facilitadores convidados Cristina Fank Terapeuta Ocupacional Regis Severo - Fisioterapeuta. 30 de abril de 2015

RELATÓRIO FINAL PROJETO DE EXTENSÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA DIGITAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIAÇÃO IDEAL OBRIG./OPT/EST. PRÉ/CO/REQUISITOS ANUAL/SEM.

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: AUTONOMIA DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Aprendizado mais fácil

PROCESSO SELETIVO NEDETA

Confecção de órtese articulada para tornozelo e pé de uso infantil com Policloreto de Vinila (PVC) 1

A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA ASSITIVA COMO UMA PRÁTICA INCLUSIVA NA FORMAÇÃO ACADEMICA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. PROGRAMA DE DISCIPLINA/ ESTÁGIO Ano: 2008 IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIAÇÃO IDEAL

TECNOLOGIA ASSISTIVA PRÓTESES E EQUIPAMENTOS DE MOBILIDADE

Projeto de Extensão: Casa de Projetos do DCEEng: Conjunto de ações multidisciplinares. 2

Projeto APAE de Muzambinho Experiências na Aplicação da Informática na Educação Especial

OFICINA DE EXPERIMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

TECNOLOGIA ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE SOBRE RECURSOS PEDAGÓGICOS ADAPTADOS

SISTEMA PARA COACHING DE BRAILLE

SCALA E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

11/04/2013 JOGOS, BRINQUEDOS PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Tecnologia assistiva = ajudas técnicas. Passos para confecção de um dispositivo

PROCESSO DE PRESCRIÇÃO E CONFECÇÃO DE ÓRTESES PARA PACIENTES NEUROLÓGICOS EM UM SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL

TECNOLOGIA ASSISTIVA E SUAS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO

IV Seminário do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais Faculdade de Filosofia e Ciências 26 e 27 de fevereiro de 2018 ISSN

TECNOLOGIA ASSISTIVA - UM TEMA EM ASCENÇÃO Aplicação de Recursos de Tecnologia Assistiva na Educação

Arduíno makey makey como tecnologia assistiva para a comunicação alternativa

SESSÃO SOBRE TECNOLOGIAS DE APOIO PARA A BAIXA VISÃO

Cargo: Terapeuta Ocupacional (1 vaga) / Macaíba (RN)

Recurso Pedagógico Adaptado: parceria entre professor, tutor, coordenador e estagiários de pedagogia

Desenvolvimento de um hardware de computador adaptado utilizando material de baixo custo para pessoa com deficiência Motora

Desenvolvimento do projeto

RECURSOS PREFERENCIALMENTE ESCOLHIDOS PELOS ESTUDANTES CEGOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - UFTM

AÇÕES DE TERAPIA OCUPACIONAL NA PARALISIA CEREBRAL: CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRESCRIÇÃO E CONFECÇÃO DE RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E SUPLEMENTAR NO ENSINO FUNDAMENTAL: ADAPTAÇÕES DAS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS DE UM ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA RESUMO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO. Gabinete da Reitoria RESOLUÇÃO CONSEPE Nº 30, DE 11 DE JULHO DE 2018

PLANO DE TRABALHO DO MUNICIÍPIO DE PIRANGI

Artigo 34.º. Tecnologias de apoio e adaptações tecnológicas

PROJETO DE ACESSIBILIDADE VIRTUAL DO IFRS

Manual de Confecção do Acionador de CDs

Trabalho Completo - XXIV Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste - Reunião Científica Regional da ANPEd (2018) GT15 - Educação Especial

ADAPTANDO A CHAVE DO ASTRA C/ 2 BOTÕES NA CHAVE CANIVETE DO GOLF

TECNOLOGIA ASSISTIVA DE BAIXO CUSTO: ADAPTAÇÃO DE UM TRICICLO E SUA POSSIBILIDADE TERAPÊUTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

ACESSO A ÓRTESES E PRÓTESES POR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO PROGRAMA BPC NA ESCOLA: CONEXÕES COM A INCLUSÃO EDUCACIONAL

TABELA 25/04/2007. DATA DIA HORÁRIO JOGO Nº PARTIDA 25/04/07 quarta-feira 21h 01 Santo Amaro 04 X 05 Santana

PROJETO ESTRUTURAL. Marcio A. Ramalho ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND

Currículo Específico Individual (CEI) 20 /20

O aluno com Deficiência Física

Programa Educativo Individualizado 20 /

COLEGIADO DE CURSOS FACULDADE UNA DE BETIM RESOLUÇÃO 01/2016. Institui a Política de Acessibilidade e Atendimento para Estudantes com Deficiências.

COLEGIADO DE CURSOS FACULDADE UNA DE UBERLÂNDIA RESOLUÇÃO Nº 18 DE 13 DE JULHO DE 2017

O Atendimento Educacional Especializado - AEE

14 semanas, podendo ser prorrogado de acordo com o ganho e necessidade do paciente.

Acessibilidade na Educação a Distância. Amanda Meincke Melo VIII Fórum EaD Bagé/RS

CTA. Centro Tecnológico de Acessibilidade do IFRS

O TRABALHO INTERDISCIPLINAR DA TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ATRAVÉS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E/OU SUPLEMENTAR

CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS E RECURSOS DE ACESSIBILIDADE POR CANDIDATOS COM DEFICIÊNCIA E OUTRAS CONDIÇÕES ESPECIAIS COMPERVE

SUMÁRIO. Sobre o curso Pág. 3. Etapas do Processo Seletivo. Cronograma de Aulas. Coordenação Programa e metodologia; Investimento.

Acessibilidade, conforme a Lei /00: Uma Avaliação da Real Situação do Instituto Federal de Alagoas Campus Marechal Deodoro¹

SCOPINO TREINAMENTOS

Desenvolvimento do projeto

INCLUSÃO DIGITAL PARA DEFICIENTES VISUAIS

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

MANUAL DE CONSTRUÇÃO DE CADEIRA DE RODAS INFANTIL

A contribuição do software Brincando com leitura no processo de aprendizagem de leitura e escrita de crianças com deficiência

ANEXO I - DEFICIENCIA INTELECTUAL- AVALIAÇÃO INICIAL

CASA DE PROJETOS DO DCEENG: CONJUNTO DE AÇÕES MULTIDISCIPLINARES 1 DCEENG PROJECT HOUSE: MULTIDISCIPLINARY ACTION SET

ERGONOMIA e Saúde do Trabalhador nos Ambientes de Atenção à Saúde

A IMPORTÂNCIA DOS ADAPTADORES PARA COMUNICAÇÃO ESCRITA, NO CONTEXTO DA INCLUSÃO. NOME

DIREITO A ACESSIBILIDADE ATRAVÉS DO AAJC: APLICATIVO DE AJUDA AO CADEIRANTE 1

MANUAL DO RECURSO DE ACESSIBILIDADE DO WINDOWS

V Seminário do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais Faculdade de Filosofia e Ciências 18 e 19 de março de 2019 ISSN

ANEXO II PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL - INDÚSTRIA

FORMAÇÃOAPRA PROFESSORES. Tecnologia Assistiva e níveis de participação

Uso de Recursos de Baixa Tecnologia que Favorecem a

O ENSINO DE VIOLINO E A DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE CASO COM UMA CRIANÇA CEGA

/02/17-REV.03. Clique aqui para visualizar o manual anterior

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: Relato de três anos de experiência integrando alunos do curso de Ciência da Computação e APAE de Muzambinho

COMMUNICATION: UMA FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

PROJETO Construção de brinquedos adaptados

Faculdade de Tecnologia SENAI de Desenvolvimento Gerencial FATESG.

Instituto Federal do Maranhão PRÓ- REITORIA DE ENSINO

PROJETO ESTRUTURAL. Márcio R. S. Corrêa ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND

- ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA LEI

Parametrização de uma Prótese de Mão de Acionamento Mecânico

O ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA E A ELABORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS INCLUSIVOS

Cisco Networking Academy

Recursos assistivos Facilitadores para atividades gerais

O Papel da Estratégia Saúde da Família no Estímulo ao Desenvolvimento da Primeira Infância. Microcefalia e Estimulação Precoce

Classif. Opção Nome Média Enem Situação 3 2 MIQUEIAS RAMOS DOS SANTOS 632,44 Pré-Selecionado em 2ª Chamada. Classif. Opção Nome Média Enem Situação

Resolução SE 61/2014 de 11/11/2014 e Instrução CGEB de 14/01/2015 ANEXO I AVALIAÇÃO INICIAL. 4- Endereço residencial:

Física Geral e Experimental II Engenharia Ambiental e de Produção. Prof. Dr. Aparecido Edilson Morcelli

Transcrição:

PROCEDIMENTOS PARA CONFECÇÃO DE DISPOSITIVO ADAPTADO: PONTEIRAS DE CABEÇA E QUEIXO Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Filosofia e Ciências UNESP/MARÍLIA. Financiador: PROEX Programa de Extensão Universitária da UNESP. RESUMO O objetivo do estudo é o de descrever os procedimentos para confecção de duas ponteiras, uma de cabeça e uma de queixo a serem utilizadas num centro de atendimento especializado. Este recurso é utilizado para acoplar-se à cabeça ou ao queixo auxiliando pessoas que tenham dificuldades na utilização dos membros superior e inferior para o manuseio de páginas de livros, teclas do computador e acionamento de botões. A partir do projeto Tecnologia Assistiva: confecção de recursos de baixo custo que ocorre no mesmo local, são produzidos recursos que se destinam aos pacientes da instituição. Palavras- chave: Ponteira. Dispositivo adaptado. Baixo custo. I - INTRODUÇÃO Segundo o Decreto nº 3.298, de 1999, da Previdência da Repúblicahttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/ DEC 3.298-1999?OpenDocument, a Deficiência física é conceituada como alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano que acarreta comprometimento da função física. (DECRETO... 1999). Um estudo realizado por Castro et al (2008), demonstrou que a prevalência de deficientes físicos no Brasil está em terceiro lugar com 13,3% só perdendo para as deficiência visuais e auditivas respectivamente. Para os americanos, a deficiência trata-se de uma incapacidade que limita a realização de uma atividade principal da vida em comparação com uma pessoa média na população geral que a realiza com pouca ou nenhuma dificuldade. Essas atividades são citadas pela lei como andar, falar, respirar, executar tarefas manuais, ver, ouvir, cuidar de si mesmo, trabalhar, sentar, levantar, erguer e ler. (SMITH, 2005). Neste contexto destaca-se a prescrição dos recursos da tecnologia assistiva, que serão definidos a seguir. Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam

promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (TECNOLOGIA... 2007). A tecnologia assistiva, tem como áreas de aplicação: adaptações para atividades da vida diária, sistemas de comunicação alternativa, dispositivos para utilização de computadores, unidades de controle ambiental, adaptações estruturais em ambientes domésticos, profissionais ou público, adequação da postura sentada, adaptações para déficits visuais e auditivos, equipamentos para mobilidade, adaptações em veículos. (ROCHA; CASTIGLIONI, 2005). Os recursos de acessibilidade ao computador são divididos em três grupos; adaptações físicas ou órteses que são utilizadas no corpo do indivíduo para facilitação a interação com o equipamento, conjuntos de hardware e de software sentido que permitam ser utilizados por pessoas com privações sensoriais e motoras. São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz, ponteiras de cabeça, de queixo com luz ou sem. (BERSCH, 2008). As limitações do indivíduo com deficiência tendem a tornar-se uma barreira para seu aprendizado. (GALVÃO FILHO; DAMASCENO, 2008) Mais especificamente na deficiência física, a utilização da informática tem contribuído significativamente para o processo educativo, principalmente em favor dos alunos ampliando assim suas capacidades intelectuais e motoras. (BECK, 2007). Existem inúmeras possibilidades de recursos simples e de baixo custo, que devem ser disponibilizados nas salas de aula, conforme as necessidades específicas de cada aluno. II - OBJETIVO Confeccionar ponteiras de cabeça e de queixo para pacientes com deficiência física de um centro de reabilitação no setor de Terapia Ocupacional. III - METODOLOGIA 3.1- Participantes Participaram da confecção da ponteira quatro pessoas; a terapeuta ocupacional, supervisora do grupo, e mais três alunos do curso de Terapia Ocupacional. 3.2- Local Setor de Terapia Ocupacional do Centro de Estudo da Educação e da Saúde (CEES) da UNESP, Campus de Marília/FFC. 3.3- Materiais e Equipamentos Foram utilizados os seguintes materiais para a confecção das ponteiras: termoplástico para a estrutura da coroa acima da cabeça, EVA suficiente para o revestimento da estrutura, velcro autocolante para fixação e regulagem, aquecedor elétrico para modelagem do termoplástico, tesoura multi-uso para o recorte do mesmo, lápis de borracha na ponta para utilizar com a digitação, como virador de

página ou para o acionamento de botões e fita métrica para obtenção de medidas de um dos e um teclado de computador para a realização dos testes. 3.4- Procedimentos para a coleta de dados Devido à necessidade na Instituição, foram confeccionadas de forma experimental as ponteiras de queixo e cabeça com os materiais citados a cima. O procedimento para a coleta de dados foi baseado em quatro etapas: 1) Reunião com a equipe para a escolha do modelo do recurso; 2) Verificação da disponibilidade de materiais presentes na instituição; 3) Confecção dos recursos adaptados; 4) Teste de funcionalidade; IV - Resultados e Discussões Durante a reunião realizada entre os ficou decidido que seriam confeccionados dois dispositivos alternativos, uma ponteira de queixo e uma ponteira de cabeça. Os materiais disponíveis na instituição e escolhidos para confecção do recurso foram: termoplástico, aquecedor elétrico de termoplástico, EVA, velcro, tesoura multi-uso para termoplástico, lápis, borracha para colocar na ponta do lápis, cola de contato, fita métrica. É importante ressaltar que os materiais utilizados são de baixo custo, que vai ao encontro dos objetivos do projeto. A etapa 3 ocorreu da seguinte forma: inicialmente foram obtidas a medida do perímetro da região superior da cabeça para a ponteira de cabeça e uma outra medida da região temporal até o queixo para a ponteira de queixo. A partir daí, no próprio termoplástico foram desenhados os moldes em formato de retângulo com respectivamente 40cm de comprimento e 3cm de largura e 30cm de comprimento e 3cm de largura. Os recortes dos moldes foram realizados com a tesoura multi-uso. As estruturas foram colocadas no aquecedor elétrico para os acabamentos e modelagens na própria face do aluno escolhido para os testes de funcionalidade. Após a secagem do material, para encapar as estruturas com EVA foi passada a cola de contato. Com uma tira de termoplástico reaproveitada, foram confeccionados os suportes para o encaixe dos lápis com as borrachas nas pontas. Esses suportes foram colados junto às duas estruturas esquentando-os para a fixação e centralização com o objetivo de melhorar sua eficiência. Os velcros auto-colantes foram utilizados para melhorar a estabilidade e segurança unindo as extremidades de cada estrutura. A etapa 4, foi realizada da seguinte forma: com a ponteira de queixo e a de cabeça foram realizados três testes para verificar a funcionalidade dos recursos confeccionados. No primeiro, o indivíduo participante utilizou os recursos para a digitação num teclado de computador. No segundo, a revista foi escolhida para verificar o desempenho do participante para virar as páginas. Já no terceiro, o pesquisador utilizou os recursos confeccionados para o acionamento de diversos botões, como o botão de ligar do computador, por exemplo. O material escolhido para a estrutura das ponteiras foi o termoplástico de baixa temperatura, porque o mesmo possui uma eficácia comprovada, devidos a suas características de conforto, praticidade e variações, no que diz respeito à espessura, cor, tamanho, rigidez e memória (AGNELLI; TOYODA, 2003). Ainda segundo as autoras, é indicado que os recursos de tecnologia assistiva sejam confeccionados individualmente para atender as necessidades de cada um, portanto

produtos pré-fabricados não tem a mesma eficácia do que os confeccionados para os pacientes. Outros fatores importantes para prescrição e confecção de recursos de tecnologia assistiva são: a aceitação social, a motivação para uso do dispositivo, além de sua aparência. É Importante levar em consideração esses fatores, pois influenciam muito no abandono do recurso adaptado, que se tornou frequente na prática clínica, e a principal consequência disso é o impacto negativo sobre a qualidade de vida do indivíduo (BRACCIALLI, 2007). Foi possível verificar a eficácia dos recursos confeccionados, após os testes realizados, já que o participante conseguiu fazer todas as atividades propostas, sem intercorrências em um tempo razoável. O participante não relatou diferenças significativas entre a função dos dois dispositivos. Com relação a atividade de virar as páginas, foi mais fácil realizá-la em uma revista, já que suas folhas são de menor espessura. Uma dificuldade observada durante o estudo é a questão estética do recurso e sua aceitação social, já que o mesmo não possui uma aparência esteticamente aceitável, o que dificultaria seu uso, e contribuiria para o seu abandono, portanto é importante que o paciente tenha desejo pelo uso do recurso, não se pode impor sua utilização. V - Conclusão Os recursos confeccionados foram eficazes na realização das atividades propostas, portanto podem ser utilizados por pessoas com deficiência física para a realização de atividades de vida diária, destacando-se seu uso para o acesso ao computador, que pode ser utilizado no contexto escolar, ampliando suas capacidades intelectuais. Mas é importante ressaltar que apesar do recurso cumprir seus objetivos, o mesmo não possui uma aparência esteticamente aceitável, o que limita seu uso e contribui para o seu abandono, portanto esses fatores devem ser levados em consideração no processo de prescrição e confecção de recursos de tecnologia assistiva. REFERÊNCIAS AGNELLI, L.B.; TOYODA, C.Y. Estudo de materiais para confecção de órteses e sua utilização prática por terapeutas ocupacionais no Brasil. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v. 11, n 2, p.83-94, jul./dez. 2003. BECK, F.L. A informática na educação especial: interatividade e representações sociais. Cadernos de educação - UFPEL, Pelotas RS, v.28, p.175-196, 2007. BERSCHI R. Introdução à tecnologia assistiva, Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil (CEDI), Porto Alegre-RS, 2008. BRACCIALLI, L.M.P. Tecnologia assistiva: perspectiva de qualidade de vida para pessoas com deficiência. In: VILARTA, R; GUIERREZ, G L; DE CARVALHO, T H P F; GONÇALVES, A. (Org.). Qualidade de vida e novas tecnologias. Campinas: IPES, p. 105-114, 2007.

CASTRO, S. S, et al. Deficiência visual, auditiva e física: prevalência e fatores associados em estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, p. 1773-1782, 2008. DECRETO Nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. In: Presidência da república casa civil subchefia para assuntos jurídicos. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 8 ago. 2011. GALVÂO FILHO, T.F; DAMASCENO, L.L. Tecnologia assistiva em ambiente computacional: recursos para a autonomia e inclusão sócio-digital da pessoa com deficiência. In: Boletín del Real Patronato Sobre Discapacidad, Ministerio de Educación, Política Social y Deporte, Madri, Espanha. n. 63, p. 14-23, Abril/2008. ROCHA, E. F.; CASTIGLIONI, M. C. Reflexões sobre recursos tecnológicos: ajudas técnicas, tecnologia assistiva, tecnologia de assistência e tecnologia de apoio. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, São Paulo SP, v. 16, n. 3, p.97-104, set./dez., 2005. SMITH, P. Lei dos Americanos Portadores de Deficiências: Adaptações para portadores de deficiências físicas. In: PEDRETTI, L.W; EARLY, M.B. Terapia Ocupacional Capacidades práticas para as disfunções físicas, 5ª edição, São Paulo: ROCCA, 2005. TECNOLOGIA Assistiva - Conceito. In: Comitê de Ajudas Técnicas, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (CORDE/SEDH/PR). 2007. Disponível em: <http://www.acfacre.com.br/acfacre/seo-conceito-19.htm > Acesso em: 8 ago. 2011.

This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.