TEORIA DOS VALORES Quais são os valores que você mais preza? Introdução Os filósofos tentaram determinar a boa conduta segundo dois princípios fundamentais: considerando alguns tipos de conduta bons em si, ou em virtude de se adaptarem a um modelo moral concreto. O primeiro implica um valor final, ou summum bonum, desejável por si próprio, e não apenas como um meio de chegar a um fim. 1
Na história da ética, há três modelos principais de conduta: 1. a felicidade ou prazer; 2. o dever, (virtude ou obrigação); 3. a perfeição, (que é o completo desenvolvimento das potencialidades humanas). Segundo o que estabelece a sociedade, a autoridade invocada para uma boa conduta pode ser a vontade de uma divindade, o modelo da natureza ou o domínio da razão. 2
Histórica da ética - recortes Mito: Costumes dos ancestrais/raízes no sobrenatural. Pitágoras (571-496 a.c.): afirma que a natureza intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à disciplina mental (orfismo). Sofistas: mostraram-se céticos no que se refere a sistemas morais absolutos. Convenções humanas. Sócrates (469-399 a.c.): compreensão dos valores éticos que orientam as ações humanas. Natureza Humana. Virtude = sabedoria Vício = ignorância 3
Platão (428-354 a.c.) : reflete sobre a ideia do bem. O bem era o princípio organizador das formas e das leis do mundo Mundo das ideias. O mal não existe por si só, é apenas um reflexo imperfeito do real, que é o bem, elemento essencial da realidade. Na alma humana, o intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Aristóteles (384-322 a.c.): relaciona as coisas com os fins a que se destinam, a busca da felicidade resultante do único atributo humano a razão. Todos os seres vivos se comportam em termos de valores. 4
Zenão (336-271 a.c.): Estoicismo - a natureza é ordenada e racional e só pode ser boa uma vida que esteja em harmonia com ela. Crença no destino. Virtudes fundamentais: a prudência, o valor, a temperança e a justiça. Epicuro (342-271 a. C.) : Epicurismo - identifica como sumo bem o prazer, em especial o prazer intelectual. Contemplação. 5
Ética cristã: O homem moral identificado com o homem temente a Deus. Ação da Igreja. Heteronomia. Desenvolvia-se um modelo de ética que trazia castigos aos pecados e recompensa à virtude através da imortalidade. Sérios debates em torno do bonum (do bem). Omne ens este bonum (Todo ser é bom). O valor era algo que estava nas coisas. Tomás de Aquino (1225-1274): conceitos agostinianos de pecado original e da redenção por meio da graça divina. 6
Reforma religiosa: responsabilidade individual passou a ser considerada mais importante do que a obediência à autoridade ou à tradição. Surgimento da ética secular moderna. Thomas Hobbes (1588-1679): (Leviatã) asseverava que os seres humanos são maus e necessitam de um Estado forte que os reprima. 7
Jacques Bossuet (1627-1704): Rei predestinado por Deus para governar. Poder absoluto. Rei acima de todos e não precisava justificar a ninguém suas atitudes e ordens. Spinoza (1632-1677): a razão humana é o critério para uma conduta correta e só as necessidades e interesses do homem determinam o que pode ser considerado bom e mau, o bem e o mal. Newton (1642-1727): Suas pesquisas foram consideradas uma prova da existência de uma ordem divina racional. O desenvolvimento científico que mais afetou a ética, depois de Newton, foi a teoria da evolução apresentada por Charles Darwin. 8
Iluminismo: A norma moral vincula-se à Lei natural: tese jusnaturalista Interesse: teses empiristas que orientam as ações humanas como busca do prazer e evitação da dor. Razão: tese Kantiana. Imperativo categórico (dever). Kant desloca a posição dos valores das coisas para o sujeito. É a consciência do sujeito que determina os valores. Subjetivismo axiológico. Herbert Spencer (1820-1903): a moral resulta apenas de certos hábitos adquiridos pela humanidade ao longo de sua evolução. 9
Friedrich Nietzsche (1844-1900): explicou que a chamada conduta moral só é necessária ao fraco, uma vez que visa a permitir que este impeça a autorealização do mais forte. Moral de senhores Moral de escravos BOM: tudo que intensifica no homem o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência. MAU: tudo que provem da fraqueza. 10
Exemplos Para a concepção cristã o fundamento da norma se encontra no 7º mandamento de Deus. Para os jusnaturalistas (Rousseau) ela se fundamenta no direito natural, comum a todos os homens. Para os empiristas (Locke, Condillac) a norma deriva do interesse próprio, pois o sujeito que a desobedece será submetido ao desprazer, à censura pública ou à prisão. 11
Para Kant (1724-1804), a norma se enraíza na própria natureza da razão; ao aceitar o roubo e conseqüentemente o enriquecimento ilícito, elevando a máxima (pessoal) ao nível universal, haverá uma contradição: se todos podem roubar, não há como manter a posse do que foi furtado. 12
Outros pensadores modernos Marx (1818-1883): a moral como superestrutura; Dominação da classe superior; Moral autêntica na igualdade social sem Estado e sem a propriedade privada; Justiça social. Russell (1872-1970): defende a idéia de que os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos aceitos. Seres humanos completos são os que participam plenamente da vida social e expressam tudo que faz parte de sua natureza. 13
Heidegger (1889-1976): afirmou que os seres humanos se encontram sós no Universo e têm que adotar e assumir suas decisões éticas com permanente consciência da morte. Freud (1856-1939): atribuiu o problema do bem e do mal em cada indivíduo à luta entre o impulso do eu instintivo para satisfazer a todos os seus desejos e a necessidade do eu social de controlá-los ou reprimi-los. Inconsciente (pulsões) EGO: instância consciente ID: (conflitos impulsionais) SUPEREGO: regras sociais Repressão/AUTONOMIA 14
SARTRE (1905-1980): Existencialismo O conteúdo da moral é sempre concreto e, por conseguinte, imprevisível; há sempre invenção. A única coisa que conta é saber se a invenção que se faz, se faz em nome da liberdade. Cada homem é responsável por toda a Humanidade. 15
Ética e globalização Ser ético, hoje, é cada um assumir seu papel de cidadão, buscando, inclusive um convívio harmônico com seus semelhantes e, especialmente, com a natureza. 16