MESTRADO EM ENSINO DA FÍSICA E DA QUÍMICA Relatório Anual da Comissão Científica do Mestrado em Ensino da Física e da Química 28-29 De acordo com ponto 4, alínea l) do artigo 4º, do regulamento geral de segundos ciclos da Universidade de Porto, apresenta-se o relatório anual sobre o funcionamento no ano lectivo de 28-29, primeiro ano em que funcionou este mestrado. 1- Introdução... 2 2 - Candidaturas... 2 2.1- Condições de acesso... 2 2.2. Critérios de seriação... 3 2.3. Prova de Português... 3 2.4. Resultados... 4 2.5. Perfil dos candidatos... 4 3 - Plano de estudos e aproveitamento escolar por disciplina... 5 3.1. Plano de Estudos... 5 3.2. Aproveitamento escolar por disciplina... 6 4 - Inquéritos aos alunos sobre o funcionamento de disciplinas... 7 5 - Equivalências... 8 6 - Notas finais... 8 1
1- Introdução O Mestrado em Ensino da Física e da Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário é um curso de mestrado destinado à formação inicial de professores e que lhes confere, simultaneamente, o grau de mestre. A criação deste curso resultou de uma reformulação dos planos de estudos das antigas licenciaturas dos ramos educacionais de Física e de Química e da licenciatura de Ensino da Física e Química, sobretudo ao nível dos 4º e 5º anos, com a inclusão de disciplinas novas de índole educacional, em conformidade com o regulamentado no Decreto-Lei nº 43/27, de 22 de Fevereiro. O curso de Mestrado em Ensino da Física e da Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário (adiante MEFQ) foi registado em 13 de Novembro de 27 pela DGES. 2 - Candidaturas A Comissão Científica (adiante CC) do MEFQ propôs o numerus clausus de 35 alunos para o funcionamento dos 1º e 2º anos deste mestrado. Os critérios de admissão e seriação foram os seguintes: 2.1- Condições de acesso São admitidos para candidatura ao Mestrado em Ensino da Física e da Química os licenciados em Física ou em Química sem habilitação profissional para a docência, que tenham obtido no quadro da sua formação académica ou em outros ciclos de estudo do ensino superior, pelo menos 5 créditos em Física e 5 créditos em Química, num total de 12 créditos no conjunto das duas áreas disciplinares. São ainda admitidos candidatos licenciados sem habilitação profissional para a docência que tenham obtido pelo menos 9 créditos na área de 2
especialidade (Física e Química), de acordo com os números 4,5 e 6 do artº 11 do DL 43/27 de 22 de Fevereiro. 2.2. Critérios de seriação - Classificação final de licenciatura. - Número total de créditos obtidos em ciclos de estudos do ensino superior. - Curriculum vitae, valorizando a formação em Física, Química e Matemática. - Avaliação do domínio oral e escrito da língua portuguesa. - Entrevista eventual para avaliação dos conhecimentos nas áreas disciplinares de Física e Química e da motivação em relação a este curso. 2.3. Prova de Português Nos termos da legislação, é condição geral de ingresso o domínio escrito e oral da língua portuguesa. Para avaliação destas capacidades os candidatos efectuaram uma prova escrita e foram posteriormente convocados para entrevistas individuais. As avaliações nesta prova de Português (comum a todos os cursos de mestrado em ensino da FCUP) foram todas positivas (nota superior de 1 valores, numa escala de a 2). Na prova oral uma aluna obteve nota negativa e por tal foi excluída. A CC faz um balanço positivo desta prova de Português, no sentido em que ela permite uma primeira filtragem de alunos a ingressar num mestrado de ensino, onde cumulativamente o domínio da língua portuguesa e a capacidade de comunicação mínima é condição necessária. 3
2.4. Resultados Muitos alunos foram excluídos por não cumprirem os requisitos do mestrado (ver 2.2. Condições de acesso): Vagas 44 Candidaturas 22 (1ª fase) + Alunos inscritos 11 (2ª fase) 13 2.5. Perfil dos candidatos Abaixo está a tabela com os perfis dos alunos que se candidataram com a respectiva avaliação na seriação. Licenciatura Univ. Média Total 1 Química-Ramo Educacional Porto 14 19,5 2 Engª Química Porto 13 18,5 3 Ensino de Física e Química Porto 15 18,5 4 Química-Ramo Educacional Porto 14 17 5 Engª Alimentar Católica 15 17 6 Física-Ramo Educacional Porto 13 16,5 7 Microbiologia Católica 14 16 8 Engª Química Porto 13 16 9 Engª Química ISEP 13 15 1 Engª Ambiente Católica 13 15 11 Química-Ramo Científico Porto 12 14,5 12 Engª Química ISEP 12 14 13 Química-Ramo Científico Porto 11 13,5 14 Química-Ramo Científico Porto 11 13,5 15 Química-Ramo Alimentar Aveiro 11 13,5 2ª FASE 26 Ensino da Física e da Química Minho 13 4
3 - Plano de estudos e aproveitamento escolar por disciplina 3.1. Plano de Estudos Abaixo encontra-se o plano de estudos do curso 5
3.2. Aproveitamento escolar por disciplina A tabela seguinte apresenta o aproveitamento escolar dos estudantes por disciplina. Verifica-se que a taxa de aprovação dos estudantes avaliados é, em todas as disciplinas frequentadas, superior a 8% o que revela um bom desempenho dos estudantes e também dos docentes, nesta edição do mestrado. Disciplina Análise Social da Educação 24 9 15 1 14 58% 93% 13.43 Bioética - - - - - - - - Didáctica da Física I 2 1 1 1 5% 15. Didáctica da Física II 2 1 1 1 5% 16. Didáctica da Química I 1 3 7 7 7% 15.29 Didáctica da Química II 12 5 7 7 58% 12.57 Educação, Ciência e Sociedade 1 1 1 1 % 18. Ética e Deontologia 17 4 13 13 76% 14.85 Física Complementar 12 7 5 1 4 33% 8% 13. Laboratório Complementar de Física 19 4 15 15 79% 14. Metodologia de Investigação Educacional 1 1 9 1 8 8% 89% 11.38 6
Disciplina Problemáticas Pedagógicas Contemporâneas 2 9 11 11 55% 13.73 Psicologia da Aprendizagem e da Relação Educativa 1 4 6 6 6% 14.33 NOTA: Alguns números de inscrição superiores ao número de alunos inscritos no curso (13) devem-se ao facto de alguns alunos estarem a frequentar essas disciplinas associadas como unidades curriculares singulares. 4 - Inquéritos aos alunos sobre o funcionamento de disciplinas Neste primeiro ano não nos foi possível elaborar um questionário sobre o funcionamento das disciplinas. Em três reuniões ao longo do ano, com todos os alunos e os membros da CC, porém, foi possível recolher algumas opiniões dos alunos. De um modo geral, os alunos manifestaram duas críticas: a) um excesso de exigência nas disciplinas de Física e b) elevada carga horária. Relativamente às primeiras observações, as dificuldades em Física eram previsíveis, atendendo ao background da maioria dos alunos, na sua maioria oriundos de curso com prevalência de Química. Muitos destes alunos foram obrigados a realizar disciplinas de Física do primeiro ciclo e a dar prioridade a esse esforço - ficando com uma componente muito significativa em Física, quando as suas bases fundamentais seriam frágeis ou estariam esquecidas. Quanto ao excesso de carga horária trata-se também de algo previsível e 7
incontornável, sendo que encorajamos esses alunos (muitos com o estatuto de estudantes-trabalhadores) a fasearem o seu esforço por mais de dois anos. 5 - Equivalências Este primeiro ano do curso revelou-se muito complexo do ponto de vista de equivalências. A heterogeneidade de proveniência dos alunos, em termos de formação, exigiu um trabalho apurado no sentido de estabelecer critérios claros para os respectivos planos de equivalências. Foram dadas equivalências directas a disciplinas cujos conteúdos são próximos ou equivalentes aos de disciplinas já frequentadas pelos estudantes e que não foram contabilizadas para o 1º ciclo (licenciatura de Bolonha); em alguns casos foram dadas equivalências por compensação de ECTS. As disciplinas usadas para as equivalências correspondiam, quase sempre, a disciplinas do 4º ano e/ou de índole pedagógica ou didáctica. 6 - Notas finais 1- Pela análise dos elementos apresentados acima concluímos ter havido um bom desempenho de docentes e alunos no 1º ano do MEFQ. 2- Registou-se grande dificuldade dos alunos em assistir às aulas regularmente, condicionando assim o sucesso pleno na parte curricular do primeiro ano. Tal deve-se ao facto de todos os alunos inscritos, sem excepção, serem estudantes não em tempo integral mas, pelo contrário, com actividades profissionais ou outras que os impediram de uma entrega total. 3- Por outro lado, todos os alunos excepto um, tiveram de frequentar disciplinas do primeiro ciclo (tipicamente da área da Física) para complementar ECTS na respectiva área disciplinar. Todos os alunos, de 8
4- O futuro deste curso terá um perfil de alunos diferente: embora se continuem a ter como candidatos e a admitir alunos com licenciaturas diversas, a breve trecho a maioria dos alunos terá como raiz natural o primeiro ciclo de Bolonha, nas suas variantes de Física com minor em Química ou Química com minor em Física. Estes alunos, por um lado, terão um perfil de estudante em full time e, por outro lado, não terão que complementar disciplinas de Física ou Química dos primeiros ciclos, permitindo uma disponibilização e concentração totais na parte curricular do primeiro ano do Mestrado. 5- Todavia, na edição de 29-21, prevê-se ainda que alguma população das antigas licenciaturas em Ensino da Física, Ensino da Química, Ensino da Física e Química e cursos de engenharia venha a ingressar no MEFQ por força legal. Assim sendo, é de prever mais uma edição do mestrado com alguma heterogeneidade na formação inicial dos estudantes. 6- O plano de estudos mantém-se por não ter existido nenhuma situação crítica que justifique alterações. 7- Relativamente aos conhecimentos científicos dos alunos nas áreas da especialidade (principalmente em Física) importa registar as dificuldades reais apresentadas. Será importante monitorizar esta situação nos próximos anos e avaliar se a formação de Bolonha tenderá a minimizar estas mesmas dificuldades. Porto, 27 de Novembro de 29 Pela CC do mestrado em Ensino da Física e da Química (João Paiva / Paulo Simeão / Ana Reis / Fátima Mota) 9