Estudo Longitudinal das Alterações no Ângulo ANB em Pacientes Classe II Esquelética, tratados com Aparelho Extra-Oral de Kloehn

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Transcrição:

Artigo Inédito Estudo Longitudinal das Alterações no Ângulo ANB em Pacientes Classe II Esquelética, tratados com Aparelho Extra-Oral de Kloehn Longitudinal Study of ANB Angle Changes in Skeletal Class II Patients Treated with Kloehn Cervical Headgear Roberto M. A. Lima Filho Resumo Foi realizado estudo longitudinal para avaliar alterações no ângulo ANB em pacientes Classe II esquelética, submetidos a tratamento com aparelho extra-oral de Kloehn. A amostra constituiu-se de 120 radiografias cefalométricas laterais obtidas nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3), de 40 pacientes, sendo 18 do gênero masculino e 22 do feminino, apresentando média de idade na fase T1 de 10 anos e 6 meses, na fase T2 de 13 anos e 6 meses e na fase T3 de 23 anos e 6 meses. O arco interno do aparelho extra-oral foi expandido de 4 a 8 mm e o arco externo angulado (10 a 20º) para cima em relação ao interno. O tratamento iniciou-se no final da dentição mista ou início da permanente. A magnitude média das forças empregadas nos aparelhos extra-orais dos 40 pacientes foi 450g. Foi recomendado o uso do aparelho de 12 a 14 horas por dia e ajuste mensal. As medidas cefalométricas foram analisadas para comparação entre as fases utilizando o teste t de Student. Os resultados indicaram que a discrepância maxilomandibular foi corrigida com o uso do aparelho extra-oral do tipo Kloehn, sendo o tratamento eficaz na correção da Classe II esquelética, que se manteve estável a longo prazo. INTRODUÇÃO A morfologia facial é determinada, em grande parte, pelas posições relativas da maxila e mandíbula, antes, durante e após o pico puberal de crescimento. A posição harmoniosa entre as bases maxilares, em relação ao crânio, não somente é responsável por boa oclusão funcional, como também por estética facial agradável. Quando as proporções entre maxila e mandíbula estão alteradas entre si, ou em relação ao crânio, observam-se deformidades dentofaciais, que podem ocorrer na maxila e/ou mandíbula, nas três dimensões do espaço, mas freqüentemente ocorrem no plano anteroposterior, manifestadas como má oclusão Classe II. Inicialmente, quando se diagnostica e planeja o tratamento de más oclusões Classe II, é dada atenção especial à relação anteroposterior, como indicado pela classificação de Angle 1. A partir da década de 60, o papel da dimensão vertical foi finalmente reconhecido devido principalmente às contribuições de Schudy 2. Pesquisas recentes sugerem que má oclusão Palavras-chave: Classe II Esquelética. Aparelho Extra-Oral de Kloehn. Ângulo ANB. Roberto M. A. Lima Filho * Anna Letícia Lima ** Antonio Carlos de Oliveira Ruellas *** * Diplomado pelo American Board of Orthodontics. ** Diplomada pelo American Board of Orthodontics. *** Professor Doutor do Departamento de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003 21

Classe II está relacionada à deficiência maxilar transversal 3,4,5,6. Os objetivos relacionados à modificação de crescimento e à correção da Classe II são possíveis por meio da combinação de alterações esqueléticas e dentoalveolares, que dependem da resposta individual ao tratamento e do controle da dimensão vertical e seu efeito na relação mandibular no sentido anteroposterior 7,8. Estudos comprovaram que o aparelho extra-oral (ancoragem cervical), comumente empregado na correção da Classe II, é eficaz no redirecionamento do crescimento maxilar nas direções inferior e posterior 9,10,11,12. O aparelho extra-oral tipo Kloehn tem sido utilizado, mais freqüentemente, em casos de dimensão vertical reduzida e protrusão esquelética da maxila, produzindo deslocamento distal da mesma e aumento da dimensão vertical, devido à extrusão dos molares, gerando rotação da mandíbula no sentido horário. O controle da dimensão vertical é de grande importância na correção da Classe II, pois contribuirá para obtenção de resultado efetivo na posição mandibular no sentido anteroposterior. Se a mandíbula gira no sentido horário e torna o terço inferior da face inferior mais longo, irá comprometer o deslocamento mandibular para frente, dificultando a correção da Classe II esquelética. Considerando a importância de pesquisas sobre alterações maxilomandibulares, em pacientes portadores de Classe II esquelética, tratados com aparelho extra-oral tipo Kloehn, justifica-se plenamente estudar essa maloclusão, pois, no que se refere a estudos a longo prazo, a literatura é escassa. O objetivo do presente estudo foi avaliar a curto prazo e a longo prazo as alterações esqueléticas entre a maxila e a mandíbula decorrentes da correção da má oclusão Classe II esquelética, com aparelho extra-oral de Kloehn. MATERIAL E MÉTODO Neste estudo, foram utilizadas 120 radiografias cefalométricas laterais, obtidas nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3), de 40 pacientes pertencentes ao grupo étnico branco (18 do gênero masculino e 22 do feminino), portadores de má oclusão Classe II, 1ª Divisão de Angle, tratados com aparelho extra-oral do tipo Kloehn, cujo arco interno foi expandido de 4 a 8 mm e o externo angulado para cima 10º a 20º em relação ao interno. Os pacientes foram tratados na Clínica Lima Ortodontia S/C Ltda., São José do Rio Preto, SP, entre 1975 e 1992, e selecionados obedecendo a seqüência de registros TABELA 1 Média e amplitude de idade (anos e meses) dos 40 pacientes nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3). T1 T2 T3 Média 10,6 13,6 23,6 Amplitude 8,10-13,2 11,7-16,4 17,6-33,5 TABELA 2 Valores médios do tempo de permanência dos aparelhos fixos e removíveis durante o tratamento e contenção. Tratamento Contenção AEO AEO + Fixo Hawley Superior AEO Noturno Fixo inferior 12 m 22 m 28 m 6 m 8 a AEO = aparelho extra-oral; m = meses; a = anos do arquivo de acordo com os seguintes critérios: 1) portadores de Classe II esquelética com ANB>5º; 2) nenhuma aparelhagem fixa foi empregada até obtenção de chave de oclusão nos primeiros molares permanentes; 3) todos os pacientes da amostra foram tratados sem extrações dentárias; 4) não utilizaram elásticos intermaxilares com direção de Classe II. O tratamento iniciou-se no final da dentição mista ou início da permanente, época em que os pacientes foram submetidos ao tratamento com o uso de aparelho extra-oral (1º período) e aparelho extra-oral mais aparelhagem fixa (2º período). Esses períodos foram realizados em continuidade caracterizando tratamento em uma única fase. As médias de idade e amplitudes nas fases T1, T2 e T3 encontram-se na tabela 1. A tabela 2 informa a média do tempo de utilização dos aparelhos, fixos (sistema edgewise) e removíveis (tipo Hawley) empregados. Na pesquisa, foi aplicado o método comparativo, fazendo-se observação longitudinal no sentido de crescimento, nas fases T1, T2 e T3. O aparelho extra-oral utilizado neste estudo foi do tipo Kloehn (GAC International Inc., Central Islip, New York, NY, EUA e Morelli Ortodontia Ltda., Sorocaba, SP), constituído por arco interno soldado ao arco externo, medindo respectivamente 0,045 e 0,071 polegada de diâmetro. No arco interno do aparelho, mesial aos tubos soldados às bandas dos primeiros molares, foram efetuadas dobras, de modo a permitir afastamento de aproximadamente 4 milímetros entre o arco extra-oral e os incisivos superiores. O arco externo longo atingiu a região do trágus. As extremidades desse arco foram conectadas ao elástico 3 4 de polegada 015-001, envolvido em almofada cervical 020-040, ambos da Summit Orthod. Co. (EUA) (Fig. 1). 22 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003

A B FIGURA 1 - Fotografia de paciente com aparelho extra-oral do tipo Kloehn utilizado na correção da má oclusão Classe II. A magnitude média das forças empregadas nos aparelhos extra-orais dos 40 pacientes foi 450g, medida em dinamômetro Ohaus (Ohaus Corp. Florham Park, NJ, EUA), devidamente calibrado. Foi recomendado o uso do aparelho de 12 a 14 horas por dia e ajuste mensal, que consistiu na elevação do arco externo de 10º a 20º em relação ao arco interno, com objetivo de reduzir a inclinação dos molares no sentido distal, na expansão do arco interno de 4 a 8 mm e no ajuste desse arco, visando a rotação do molar durante a correção anteroposterior (Fig. 2). As radiografias cefalométricas de perfil foram obtidas conforme o padrão estabelecido no Primeiro Workshop de Cefalometria 13,14. Para determinação do grau de distorção da imagem foi utilizada régua de correção de 100 milímetros, adaptada ao paciente no plano sagital mediano. A revelação das radiografias nas fases T1 e T2 foi efetuada manualmente, pelo método temperatura/tempo, seguida de rápida lavagem em água corrente, fixação durante 15 minutos, 20 minutos em água corrente e secagem em ambiente apropriado e isento de poeira. Na fase T3 a revelação ocorreu em processador automático Gendex GXP TM C FIGURA 2 - Telerradiografias laterais (A e B) e fotografias intra-orais (C e D) de paciente com aparelho extra-oral tipo Kloehn mostrando: (A) arco externo angulado para cima; (B) conectado ao elástico com leve movimento para cima na região anterior do aparelho; (C) arco interno expandido em relação aos primeiros molares e (D) encaixado ao tubo do molar. (Dentsply, Des Plaines, IL, EUA). O traçado cefalométrico foi efetuado em folha de acetato transparente ultraphan, tamanho 20,3 x 25,4 centímetros e espessura de 0,003 de polegada, em negatoscópio, com lapiseira Pentel, grafite HB 0,5 mm de espessura. No caso de estruturas bilaterais (ângulo goníaco, dentes), não havendo sobreposição, considerou-se a média de ambos os lados. No que se refere a incisivos e molares, foi elaborado gabarito para cada paciente, obtido na telerradiografia de melhor qualidade dentre as três fases do tratamento. Os pontos foram digitalizados em equipamento apropriado (Numonics Corp., modelo AccuGrid XNT A30BL, Montgomeryville, PA, EUA), seguindo o padrão Ortho lateral e processados no programa Dentofacial Planner D Plus, versão 2.5b - Copyright 1984-2000 (DentoFacial Software Inc., Toronto, Ontário, Canadá). A definição e localização dos pontos na análise cefalométrica seguiu os critérios descritos por Araújo 15. O ângulo utilizado na presente investigação foi o ANB representando a relação entre a maxila e mandíbula. Os dados foram transferidos do programa Dentofacial Planner Plus para o Statdisk, versão 5.0, onde foram analisados. Para a comparação entre as fases, foi utilizado o teste t de Student para dados emparelhados e cotejo de médias independentes. RESULTADOS Inicialmente, realizou-se análise descritiva, considerando o gênero dos pacientes (Tab. 3). Os resultados do teste t de Student, para comparação entre os gêneros R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003 23

em todas as fases, estão expressos na tabela 4. Como não houve significância estatística no que diz respeito à medida angular em todas as fases, e as diferenças relevantes ocorreram somente na fase T1, a análise foi efetuada considerando-se toda a amostra. A tabela 5 e a figura 3 mostram resultados da estatística descritiva da medida angular, incluindo média, desvio padrão, valor mínimo, primeiro quartil, mediana, terceiro quartil e valor máximo de toda a amostra. Da fase T1 para T2, houve redução acentuada do ângulo ANB, enquanto da T2 para T3 ocorreu leve diminuição. Os resultados do teste t, emparelhado entre as fases T2 - T1 e T3 - T2, estão expressos na tabela 6. Foram encontradas diferenças significativas entre as fases T2 - T1, na medida ANB (p = 0,0000); em T3 - T2 não houve diferença significativa na medida ANB. DISCUSSÃO O aparelho extra-oral de Kloehn tem sido usado por mais de meio século. Apesar disso, existem controvérsias em relação às alterações resultantes de sua ação. Os aspectos mais discutidos são seus efeitos no comportamento do ângulo SNA 16, extrusão dos primeiros molares superiores 2,17,18,19, inclinação anterior no sentido horário do plano palatal, com abaixamento desigual da maxila 20,21,22 e na modificação do ângulo do plano mandibular 3,23,24. A comparação dos resultados do tratamento pelo aparelho extra-oral com os da literatura é problemática, não somente pelos diferentes tipos de aparelhos empregados, como também pelo tipo de maloclusão Classe II, que pode ser resultante da combinação de várias relações dentárias e esqueléticas entre a maxila e mandíbula. O comprimento do arco externo e sua angulação relativa ao interno são variáveis. Além disso, Medida Gênero n T1 T2 T3 ANB TABELA 3 Estatística descritiva das medidas (em graus), obtidas nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3) em 40 pacientes. x F 22 7,11 1,38 2,84 2,00 2,95 2,07 M 18 6,13 0,96 2,21 2,08 1,63 2,30 n = número da amostra; x = média; DP = desvio padrão; F = feminino; M = masculino. DP x DP x DP Medida T1 T2 T3 * P < 0,05: significativo TABELA 4 Resultados do teste t de Student, para comparação entre os gêneros nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3). ANB 0,013* 0,340 0,068 TABELA 5 Estatística descritiva (em graus), obtida nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3) em 40 pacientes. Medida Fase X DP Min Q1 Mediana Q3 Max ANB T1 6,67 1,29 5,00. 5,80 6,20 7,58 10,60. T2 2,56 2,03-1,80. 1,43 2,35 3,73 7,50 T3 2,36 2,25-2,30. 0,98 2,20 3,95 7,80 X = média; DP = desvio padrão; Min = mínimo; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil; Max = máximo. TABELA 6 Resultado do teste t de Student, emparelhado para comparação das médias das diferenças entre as fases pré-tratamento e póstratamento (T2 - T1) e pós-tratamento e pós-contenção (T3 - T2) para o ângulo ANB. MD DP P T2 - T1-4,12 1,53 0,0000** T3 - T2-0,20 1,01 0,22 * P < 0,05: significativa ** P < 0,001: altamente significativa MD = média das diferenças; DP = desvio padrão; P = nível de significância. 24 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003

Graus 10 5 0 ANB * FIGURA 3 - Box-plot da medida angular ANB, obtida nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3) em 40 pacientes (* = valor extremo). são encontrados diversos trabalhos que se serviram de outros tipos de aparelho associado ao extra-oral, tais como fixos e funcionais, com ou sem extrações dentárias. Na presente pesquisa, a angulação efetuada no arco externo do aparelho extra-oral foi somente para cima, visando reduzir a inclinação dos molares no sentido distal. A média de idade, na fase pré-tratamento, foi 10 anos e 6 meses, sendo a menor idade 8 anos e 10 meses e a maior 13 anos e 2 meses. O início do tratamento ocorreu no final do período de dentição mista (Fig. 4) e no início da permanente. De acordo com Haas 25, esse período corresponde a aproximadamente um ano antes da erupção dos caninos superiores. Clinicamente, essa fase ocorre quando os caninos inferiores começam a erupcionar e os primeiros molares decíduos a apresentar mobilidade. Optou-se pelo início do tratamento nessa fase uma vez que a * T1 T2 T3 experiência dos autores leva a indicações de que este seja o período coincidente com o surto de crescimento facial. Assim, instalou-se num primeiro período o aparelho extra-oral com intuito de aproveitar esse crescimento e de observar as alterações ocorridas exclusivamente pelo seu uso. A figura 5 retrata a correção da relação molar de um paciente da amostra nesse período A Fases de tratamento. Aproximadamente 12 meses depois, num segundo momento, associou-se o aparelho fixo convencional para completar a correção da maloclusão. Deve-se salientar que esses dois períodos constituem uma única fase de tratamento, sem interrupção entre eles, de acordo com o que propõem Haas 25 e Gianelly 26. A utilização do aparelho extra-oral, na maioria dos casos, persistiu até o término do tratamento, para manutenção da chave de oclusão e controle dos molares durante a intrusão, retração e torque dos incisivos superiores, de acordo com a necessidade de cada caso. Os pacientes que, para controle da mecânica ou do crescimento, necessitaram de associação de outro tipo de tração ao aparelho extra-oral (combinada ou alta) não foram utilizados nesta amostra. O segundo período de tratamento durou em média 22 meses. B FIGURA 4 - Fotografia intra-oral, vista oclusal mandibular, mostrando paciente no final do período de dentição mista. C FIGURA 5 - Fotografias dos modelos do paciente 29 DN nas fases pré-tratamento (A e B) e progresso (C e D), lado direito e lado esquerdo, mostrando correção da relação molar em ambos os lados. D R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003 25

Kloehn 27, estudando os benefícios do tratamento na orientação do crescimento alveolar e erupção de dentes durante a dentição mista, obteve a correção da Classe II somente com a utilização da tração cervical. Em 1953, o mesmo autor 28 afirma que o tratamento, durante a dentição mista, deve favorecer o crescimento do osso alveolar e erupção dentária, produzindo resultado mais estável, com menor destruição ou perda de tecido, devido à quantidade mínima de aparelhagem. Brodie 29 preconiza que o próprio crescimento deveria ser utilizado para criar relacionamento mais harmonioso entre os maxilares nesse período. Terra 30 defende que o tratamento de um caso torna-se mais simples com a relação molar já obtida, ao invés de movimentar todos os dentes em massa posteriormente. Segundo o autor, isso propicia benefícios, tanto para o paciente, como para o ortodontista, pois a finalização do tratamento ocorre em menor tempo. Os resultados da presente pes- 34 GS 9,11 34 GS 11,11 A B 34 GS 30,3 34-GS C FIGURA 6 - Traçados cefalométricos da paciente 34 - GS, nas fases: A) pré-tratamento (T1), B) pós-tratamento (T2) e C) pós-contenção (T3). Em D) superposição cefalométrica dos três traçados. D 26 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003

Graus 7 5 3 6 4 2 ANB quisa comprovam as observações dos autores acima referidos, ou seja, dependendo da fase de desenvolvimento do paciente, o tratamento pode ser efetuado utilizando-se o próprio crescimento. A figura 6 ilustra o tratamento da paciente 34-GS nas fases pré-tratamento (T1 9a,11m), pós-tratamento (T2 11a, 11m) e pós-contenção (T3 30a, 3m), por meio de traçados cefalométricos obtidos nas diferentes fases. Mostra também superposição cefalométrica (SN com registro em Sela) dos três traçados, revelando a correção da maloclusão Classe II esquelética de T1 - T2 e o crescimento de T2 - T3. Pode-se observar, visualmente, nessa figura, maior deslocamento da mandíbula para frente e para baixo comparado ao deslocamento da maxila. Dos 40 pacientes aqui estudados, 32 (80%) iniciaram o tratamento no final da dentição mista e 8 (20%) no início da permanente. Os resultados foram satisfatórios em ambas as épocas de início de tratamento. Por essa razão, a comparação entre esses períodos não foi realizada. Alguns autores como Wieslander 31 destacam a importância dos efeitos ortopédicos na maxila, produzidos pela aparelhagem extra-oral, durante a dentição mista, em casos de prognatismo maxilar. Comparando os resultados obtidos em dois grupos de pacientes tratados com aparelho extra-oral, no início e final da dentição mista, o autor verificou 1 mm a mais de efeito ortopédico no grupo mais jovem. Nesse caso, a desvantagem foi o tratamento em duas fases com interrupção. De acordo com Gianelly 32, se o tratamento de maloclusões Classe II for iniciado durante a dentição transicional, após a erupção dos primeiros pré-molares, a correção de 90% dos casos com esse tipo de má oclusão pode ser bem sucedida. Analisando tratamentos efetuados em uma ou duas fases (início ou final da dentição mista), o autor questiona o real benefício que a correção ortodôntica realizada em duas etapas proporciona ao paciente, pois a grande maioria dos casos Classe II pode ser tratada em apenas uma fase. Tal opção de tratamento está de acordo com a adotada no presente trabalho. Além disso, vale ressaltar outros benefícios em casos Classe II, como a relação custo/benefício, melhor colaboração do paciente, menor tempo de tratamento com aparelhagem fixa e acompanhamento facilitado. O tratamento efetuado com aparelho extra-oral requer colaboração do paciente, para que haja sucesso 10 12 14 16 18 20 22 24 anos T1 T2 T3 Fases FIGURA 7 - Gráfico do perfil de médias da medida angular ANB nas fases pré-tratamento (T1), pós-tratamento (T2) e pós-contenção (T3). no resultado final. Muitos ortodontistas preferem tratar pacientes durante a dentição mista, principalmente devido à melhor colaboração 33,34. Berg 35 verificou colaboração insatisfatória em 9% dos casos tratados com aparelho extra-oral. Diversos estudos têm registrado melhor colaboração em pacientes na fase pré-adolescente 36,37, especialmente aqueles que apresentaram bom rendimento escolar 38,39. Entretanto, outros investigadores, como McDonald 40 não encontraram relação entre idade e colaboração. Clemmer e Hayes 41 constataram que pacientes do gênero feminino são mais colaboradores no uso do aparelho extra-oral, em relação aos do gênero masculino, devido à maior motivação pela estética dentofacial. Com relação ao gênero, na presente pesquisa, somente na fase T1 houve significância estatística para a medida angular ANB. Isso demonstra que o tratamento com a tração extra-oral (ancoragem cervical) não parece ser influenciado pelo gênero 27,28,42. Relação Maxilomandibular Durante esta investigação, os 40 pacientes estudados apresentaram da fase T1 para T2 redução média do ângulo ANB de 4,11º (amplitude de 1,2 a 6,6º) e redução de 0,2º da T2 para T3, mantendo-se estável (Fig. 7). Na comparação entre as fases, a diferença foi altamente significativa (p = 0,0000) apenas entre T1 e T2. Alguns aspectos, como época do início do tratamento, boa colaboração do paciente, uso do aparelho extra-oral com arco externo longo e angulado para cima, com forças de elevada magnitude até o término do tratamento, e arco interno expandido lateralmente podem ter contribuído para redução do ângulo ANB. Em análises cefalométricas, o ângulo ANB descreve as discrepâncias esqueléticas entre maxila e man- R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003 27

díbula. Além disso, o ângulo ANB ainda é um dos mais usados para estudos da relação maxilomandibular, por ser um critério importante em quase todas as análises. Sandusky 43 observou redução maior do ângulo ANB nos casos tratados precocemente, do que naqueles tratados somente na dentição permanente com aparelho do sistema edgewise. Segundo o autor, a redução desse ângulo ocorreu devido ao crescimento da mandíbula para frente, enquanto a maxila estaria sendo contida pela utilização do extra-oral. Além disso, o impedimento do deslocamento anterior da maxila se deu mais pela mudança na direção do crescimento, do que pela alteração de sua morfologia. Essa modificação do padrão de crescimento foi manifestada pela rotação horária da porção anterior do plano palatal. Essa redução confirma a correção da displasia esquelética anteroposterior, pelo uso da tração cervical, observada nessa pesquisa, concordando com Gianelly e Vallentini 44. Comparando as fases T1 com T2, a diferença de ANB foi altamente significativa (p=0,0000). Após a correção da discrepância esquelética anteroposterior, essa relação normalizada manteve-se estável a longo prazo. CONCLUSÃO O tratamento com aparelho extra-oral tipo Kloehn com arco externo elevado e arco interno expandido mostrou ser muito útil na correção de maloclusão Classe II esquelética no final da dentição mista e início da permanente devido ao seu potencial para reduzir o ângulo ANB, corrigindo a desarmonia anteroposterior entre maxila e mandíbula. Nas fases pós-tratamento e póscontenção, a relação de chave de oclusão nos molares, bem como o padrão esquelético mostraram-se estáveis. Abstract This is a longitudinal investigation to evaluate ANB changes in skeletal Class II patients submitted to Kloehn cervical headgear treatment. The sample consisted of 120 lateral cephalograms obtained at pretreatment (T1), posttreatment (T2), and postretention (T3) phases, of 40 patients (18 males and 22 females of an average age of 10 years and a half in phase T1, 13 years and half in phase T2 and 23 years and a half in phase T3) treated with cervical traction with expanded inner bow (4 to 8 mm) and long outer bow bent upwards off the horizontal 10º to 20º in relation to the inner bow. The onset of treatment was either at the late mixed dentition or at the beginning of the permanent dentition. The force applied for the 40 patients averaged 450g and the use of the appliance recommended was 12 to 14 hours per day with monthly adjustment. Student t test was used for comparison between treatment phases. Results revealed that skeletal Class II correction with Kloehn cervical headgear was found to be stable long-term. Key words: Skeletal Class II. Kloehn Cervical Headgear. ANB Angle. REFERÊNCIAS 1 - ANGLE, E. H. Classification of malocclusion. Dent Cosmos, Philadelphia, v. 41, p. 248-264, 1899. 2 - SCHUDY, F. F. Vertical growth versus anteroposterior growth as related to function and treatment. Angle Orthod, Appleton, v. 34, p. 75-93, 1964. 3 - KIRJAVAINEN, M.; KIRJAVAINEN, T.; HAAVIKKO, K. Changes in dental arch dimensions by use of an orthopedic cervical headgear in Class II correction. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 111, p. 59-66, 1997. 4 - LIMA, R. M. A.; LIMA, A. L. Case Report: Long-term outcome of Class II Division 1 malocclusion treated with rapid palatal expansion and cervical traction. Angle Orthod, Appleton, v. 70, p. 89-94, 2000. 5 - BACCETTI, T.; FRANCHI, L.; McNAMA- RA, Jr.; TOLLARO, I. Early dentofacial features of Class II malocclusion: a longitudinal study from the deciduous through the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 111, p. 502-509, 1997. 6 - WILL, L.A. Transverse maxillary deformities: diagnosis and treatment. J Oral Maxillofac Surg, Philadelphia, v. 5, p. 1-28, 1996, 7 - EVANS, C.A. Anteroposterior skeletal change: growth modification. Semin Orthod, Orlando, v. 6, p. 21-32, 2000. 8 - EVANS, C. A. Mechanisms of facial growth. In: SHAW, J. H.; SWEENEY, E. A.; MELLER, S.A.; CAPUCCINO, C. C. Textbook of Oral Biology. Philadelphia: WB Saunders, 1978. p. 55-141. 9 - POULTON, D.R. The influence of extraoral traction. Am J Orthod, St. Louis, v. 53, p. 8-18, 1967. 10 - BAUMRIND, S. E.; MOLTHEN, R.; WEST, E.; MILLER, D. M. Distal displacement of the maxilla and the upper first molar. Am J Orthod, St. Louis, v. 75, p. 630-640, 1979. 11 - HAAS, A. J. Palatal expansion: just the beginning of dentofacial orthopedics. Am J Orthod, St. Louis, v. 57, p. 219-255, 1970. 12 - HAAS, A.J. Headgear therapy: the most efficient way to distalize molars. Semin Orthod, Orlando, v. 6, p. 79-90, 2000. 13 - SALZMANN, J. A. Resumé of the workshop and limitations of the technique. Am J Orthod, St. Louis, v. 44, p. 901-905, 1958. 28 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 2, p. 21-29, mar./abr. 2003

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