QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS E CULTIVARES

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DO PROCESSO DE DESLINTAMENTO QUÍMICO.

TESTES PARA AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DE DIFERENTES CULTIVARES E TEORES DE ÁGUA 1

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO SUBMETIDAS A DIFERENTES DESCAROÇADORES

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2165

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

ALTURA DE PLÂNTULAS DE TRÊS CULTIVARES DE ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES PROFUNDIDADES DE SEMEADURA

ENCAPSULAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO HERBÁCEO (Gossypium hirsutum L.)

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DOS DESCAROÇADORES SOBRE O VIGOR DAS SEMENTES DE ALGODÃO HERBÁCEO

FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A GERMINAÇÃO E O VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO DESLINTADAS QUIMICAMENTE EM UM PROTÓTIPO DESENVOLVIDO PELA EMBRAPA ALGODÃO

Germinação e vigor de sementes de Moringa oleifera Lam. procedentes de duas áreas distintas

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SEMENTES DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODÃO HERBÁCEO.

Qualidade de Sementes de Milho Armazenadas em Embalagens Alternativas

PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO: EFEITOS NA QUALIDADE FISIOLÓGICA(*)

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Análise sanitária em sementes de algodoeiro branco e colorido submetidas a diferentes tratamentos durante o armazenamento

DESEMPENHO DE SEMENTES DE ALGODÃO SUBMETIDAS A DIFERENTES TIPOS DE ESTRESSES 1

TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO SUBMETIDAS AO BENEFICIAMENTO EM DISTINTOS DESCAROÇADORES

COMPRIMENTO E MATÉRIA SECA DE PLÂNTULAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO COLORIDO SEMEADAS COM E SEM LÍNTER

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM DOIS LOTES DE SEMENTES DE Moringa oleífera Lam. EM DIFERENTES TEMPOS DE EMBEBIÇÃO

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

INFLUÊNCIA DE COLHEITAS PARCELADAS SOBRE A QUALIDADE DAS SEMENTES DE GERGELIM (SESAMUM INDICUM L.)

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

EFEITO DA IDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA NOS RESULTADOS DO TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO.

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

em função da umidade e rotação de colheita

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE SEMENTES DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

QUALIDADE DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

ANÁLISE DA QUALIDADE FISIOLÓGICA EM SEMENTES DE GIRASSOL COM E SEM PERICARPOS. Vicente de Paula Queiroga 1 ; José Maria Durán 2

INFLUÊNCIA DO AMAZENAMENTO NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA/MINERAL DE SEMENTES DE DIFERENTES CULTIVARES DE MAMONA

TESTES DE VIGOR 22/05/ INTRODUÇÃO O QUE É A QUALIDADE DAS SEMENTES? É CARACTERIZADA PELOS ATRIBUTOS GENÉTICO, FÍSICO, FISIOLÓGICO E SANITÁRIO

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

FREQÜÊNCIA DE SEMENTES DE COLORAÇÃO ATÍPICA EM CACHOS DE MAMONA COLHIDOS EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO*

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA III: FITOMASSA DA MAMONEIRA

¹Universidade Federal do Ceará - Depto. de Fitotecnia - C.P. 6012, CEP , Fortaleza-CE.

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO DE SEMENTES COM CLORETO DE MEPIQUAT, SOBRE O CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE ALGODOEIRO

EMERGÊNCIA NO CAMPO E CRESCIMENTO INICIAL DOS CULTIVARES BRS-ENERGIA E BRS- NORDESTINA EM RESPOSTA AO VIGOR DAS SEMENTES.

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO EM MATO GROSSO

Palavras-chave: lentilha; vigor; germinação.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA CONVENCIONAL COLETADAS EM TRÊS POSIÇÕES DA PLANTA

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

ANÁLISE DOS DANOS MECÂNICOS E QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODÃO DURANTE O ARMAZENAMENTO

Avaliação do vigor de sementes de abobrinha (Cucurbita pepo) pelo teste de tetrazólio.

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DA COLORAÇÃO DO TEGUMENTO

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE SORGO PELO TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO 1

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

TESTES DE VIGOR EM SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO VERMELHO RUBI TRATADAS COM SUCO CURTIDO DE Agave sisalana

CAPACIDADE GERAL E ESPECIFICA DE COMBINAÇÃO EM ALGODOEIRO HERBÁCEO

EFEITO DO ARMAZENAMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE GENÓTIPOS FEIJÃO E MAMONA SOB CONSÓRCIO

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

Influência do número de horas de envelhecimento acelerado sobre o vigor de sementes de cenoura.

Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3 o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011

ENERGY TESTS OF SEEDS OF COTTON CULTIVAR BRS 1878 H TRESTED WITH TANNED HIBRID AGAVE JUICE

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(13); FACULDADE ICESP / ISSN:

Revista Ciência Agronômica ISSN: Universidade Federal do Ceará Brasil

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO SUBMETIDAS A DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS. (*)

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEIO I: EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS E ÁREA FOLIAR DOS COTILÉDONES

Efeito do tamanho e do peso específico na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

EFEITO DO ACONDICIONAMENTO E DO ARMAZENAMENTO SOBRE A QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

FITOMASSA DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE FEIJÃO-COMUM CULTIVADAS EM VITÓRIA DA CONQUISTA

EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE QUEBRA DA DORMÊNCIA EM SEMENTES DE AVENA SATIVA L.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA PRODUZIDAS NO MUNICÍPIO DE FREDERICO WESTPHALEN-RS

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO DESLINTADAS POR DIFERENTES MÉTODOS ( 1 )

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO ADUBADO COM ESCÓRIA SIDERÚRGICA

Autor (es): Dalise Aparecida Silva, Jakeline Aparecida Greiver Ribeiro Ferreira, Carlos Manoel de Oliveira

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO (Gossypium hirsutum L. )

Efeito do esterco no crescimento inicial de mudas de Sterculia foetida L.

INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE INÓCULO DE Rhizoctonia Solani NA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DO TOMBAMENTO *

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

Transcrição:

ISSN 1517-8595 43 QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TRATAMENTOS E CULTIVARES Vicente de Paula Queiroga 1, Lílian Batista de Queiroz Castro 2, Josivanda Palmeira Gomes 2, Ana Lúcia da Silva 2, Niédja Marizze Cezar Alves 2, Dyalla Ribeiro de Araujo 2 RESUMO Em razão do uso de sementes de alta qualidade constitui em um dos fatores responsáveis pelo sucesso de uma lavoura, foi elaborado este trabalho com objetivo de avaliar a qualidade fisiológica de sementes de algodão de duas cultivares BRS Verde e CNPA 7H, submetidas ao deslintamento químico e armazenadas por 12 meses. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, usando-se o esquema fatorial 2 x 3 x 3, com quatro repetições, sendo duas cultivares de algodão, três diferentes tratamentos (sementes com línter (C/L), deslintadas(s/l) e deslintadas mais tratadas (S/L + T)) e três períodos de armazenamento (0, 6 e 12 meses). Os testes de laboratório estudados foram: germinação, umidade e vigor (primeira contagem de germinação, comprimento de plântulas e condutividade elétrica). Com base nos resultados obtidos, concluiu-se de modo geral que a qualidade da semente de algodão foi superior nas sementes deslintadas (S/L) da cultivar BRS Verde ao longo do armazenamento, nos diferentes testes de laboratório analisados. Palavras-chaves: sementes deslintadas, algodão colorido, vigor, sementes com línter PHYSIOLOGICAL QUALITY OF COTTON SEEDS STORED IN FUNCTION OF DIFFERENT TREATMENTS AND CULTIVARS ABSTRACT In reason of the use of seeds of high quality it constitutes in one of the responsible factors of the success of a farming, this work was elaborated with the objective to evaluate the physiological quality of seeds of cotton of two to cultivars Green BRS and CNPA 7H, submitted to the chemical deslinted process and stored for 12 months. It was used the delineation entirely random, using a factorial arrangement 2 x 3 x 3, with four repetitions, being two to cultivars of cotton, three different treatments (seeds with linter (C/L); deslinted seeds (S/L) and deslinted seeds + pesticide treated (S/L + T) and three periods of storage (0, 6 and 12 months). The studied tests of laboratory had been: germination, humidity and vigor (first counting of germination, seedlings length and electric conductivity). On the basis of the gotten results, were concluded in general way that the quality of the cotton seed was superior in the deslinted seeds of (S/L) of variety BRS Green throughout the storage, in the different analyzed tests of laboratory. Keywords: deslinted seeds, colored cotton, vigor, seeds with linter Protocolo 1147de 20/09/2008 1 Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz 1143, Centenário, 58107-720. Campina Grande, PB. E-mail: queiroga@cnpa.embrapa.br 2 Universidade Federal de Campina Grande, UFCG. Av. Aprígio Veloso, 882. E-mail: josivanda@gmail.com

44 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos...queiroga et al. INTRODUÇÃO Com o surgimento de novos mercados para o algodão colorido, a Embrapa Algodão iniciou um programa, a partir de 2000 para o BRS 200 Marrom e 2003 para o BRS Verde, de produção de sementes com elevada qualidade genética e fisiológica, objetivando atender as demandas dos agricultores, principalmente da região Nordeste (Embrapa Algodão, 2002). O uso de sementes de alta qualidade constitui em um dos principais fatores responsáveis pelo sucesso de uma lavoura. Popinigis (1977) afirma que sementes de elevado nível de qualidade propiciam a maximização da ação dos demais insumos e fatores de produção. Plantas de algodão originadas de sementes com vigor e germinação altos podem produzir de 10 a 20 % a mais que aquelas de sementes de baixa qualidade fisiológica, utilizando-se da mesma cultivar e população por área (Delouche & Potts, 1974), visto que o desempenho de sementes no campo é proporcional ao vigor das sementes. Na seleção prévia das sementes utilizadas para plantio, usam-se normalmente o teste padrão de germinação e testes de vigor complementares, em laboratório, com objetivos de chega-se a decisões mais corretas, mesmo assim, é difícil estabelecer uma relação entre os resultados de germinação ou vigor de sementes no laboratório e os de emergência em campo, devido a interação com as condições ambientais no momento da semeadura. O processo de retirada do linter é uma prática extremamente importante com vistas a obtenção de lotes de sementes com alto padrões de qualidade física, fisiológica e sanitária, condições estas indispensáveis para o sucesso da cotonicultura. Gomes (1992) e Silva et al. (2001), constataram superioridade fisiológica das sementes de algodão deslintadas em comparação com as sementes com línter. Por outro lado, Bruno et al. (2001), observaram que as sementes de algodão da cultivar BRS Verde apresentaram mais vigorosas quando comparadas às sementes da cultivar CNPA 7H tradicional. Este elevado vigor das sementes está altamente relacionado ao baixo índice de lixiviação de eletrólitos liberados para a solução, segundo Powell (1986), e aos elevados resultados determinados pelos diferentes testes de vigor, recomendados pela AOSA (1983). De modo geral, é fundamental que a semente procedente do campo apresente umidade abaixo de 11% durante a colheita para manter sua viabilidade e vigor elevados durante seu armazenamento (Delouche & PottS, 1974; Dutra, 1996). O presente trabalho teve por objetivo avaliar as sementes de algodão herbáceo (BRS Verde e CNPA 7H) armazenadas durante 12 meses em condições ambientais de laboratório, associado ao deslintamento químico (sementes com línter; deslintadas; e deslintadas e tratadas com fungicida) sobre a germinação e vigor da semente. MATERIAL E MÉTODOS Este experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes da Embrapa Algodão, em Campina Grande, PB. As sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H foram provenientes dos campos irrigados de produção de sementes básicas da Embrapa Algodão, Fazenda Bebida Velha, Município de Touros, RN. As sementes de algodão foram deslintadas com ácido sulfúrico, na proporção de 7 Kg de sementes por litro de ácido. Em seguida, metade das sementes deslintadas foi tratada com fungicida Plantacol à base de 75% de PCNB (Pentaclonitrobenzeno). Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado no esquema fatorial 2 x 3 x 3, com quatro repetições, sendo os fatores: duas cultivares de algodão herbáceo BRS Verde e CNPA 7H, três diferentes tratamentos (sementes com línter (C/L), deslintadas(s/l) e deslintadas mais tratadas (S/L + T)) e três períodos de armazenamento (0, 6 e 12 meses). Este armazenamento das sementes de algodão em embalagem permeável (saco de papel) foi realizado em condições ambientais não controladas de laboratório na Embrapa Algodão de Campina Grande, PB, que apresentaram no período do experimento temperatura e umidade relativa do ar média de 24,4 C e 76%, respectivamente. Inicialmente e a cada 180 dias de armazenamento, foram avaliados os seguintes testes no Laboratório de Sementes da Embrapa: germinação, umidade e vigor (primeira contagem de germinação, comprimento de plântulas e condutividade elétrica). Os testes de germinação e umidade seguiram os procedimentos descritos nas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992). Enquanto os testes de vigor de primeira contagem do teste da germinação (1 a CTG) e comprimento da

Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos...queiroga et al. 45 plântula (CP) foram realizados de acordo com as recomendações da ISTA (1981) e Vieira & Carvalho (1994). O teste de condutividade elétrica (CE) foi realizado seguindo a metodologia proposta pelo comitê de vigor da AOSA (1983). A condutividade elétrica das soluções foi determinada através da leitura no condutivímetro marca Digimed modelo DM-31 e os valores médios obtidos para cada material foram expressos em µs (cm g) -1. Para a análise de variância, os dados não necessitaram de transformações. Os dados qualitativos foram analisados segundo o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, tanto para os fatores quanto para a interação entre eles. Os dados quantitativos foram submetidos a regressão polinomial. Os resultados foram analisados através do programa computacional Statistical Analysis System (Sas Institute, 1985). RESULTADOS E DISCUSSÃO As análises de variância e coeficientes de variação correspondente à percentagem de germinação, primeira contagem da germinação, comprimento de plântulas, condutividade elétrica e teor de umidade, obtidas em duas cultivares de algodão (verde e branca), e suas possíveis interações, encontram-se na Tabela 1. Verifica-se diferença significativa em todos os tratamentos apresentados, exceto para o tratamento cultivares no teste de comprimento de plântulas, e nas interações duplas dos seguintes tratamentos: Cultivares x Tratamentos para o teste de comprimento de plântulas; Cultivares x Períodos de Armazenamento para os testes de germinação e teores de umidades. Tabela 1. Análises de variância (quadrados médios) e coeficientes de variação correspondentes à percentagem de geminação (TG), primeira contagem da germinação (1 a CPG), comprimento de plântula (CP), condutividade elétrica (CE) e umidade (U) obtidos em duas cultivares de algodão herbáceo, em função de três distintos tratamentos e três períodos de armazenamento. Campina Grande, PB. Fonte de Variação G.L TG (%) 1 a CPG (%) QUADRADO MÉDIO CP (cm) U CE. µs (cm g) -1 (%) Cultivares (C) 1 92,13 ** 81,99 ** 0,85 ns 107,20 ** 10,58 ** Tratamentos (T) 2 32,28 ** 26,86 ** 76,36 ** 3.336,97 ** 8,89 ** Períodos (P) 2 282,23 ** 265,01 ** 87,25 ** 17,50 ** 99,31 ** P x T 2 28,91 ** 22,54 ** 2,12 ns 9,71 ** 5,77 ** C x P 2 3,07 ns 4,34 * 8,02 ** 14,04 ** 0,04 ns C x T 4 20,46 ** 17,67 ** 8,01 ** 3,96 ** 7,43 ** C x T x P 4 2,62 1,19 2,87 5,89 2,07 Resíduo 54 8,13 8,21 2,09 279,94 0,08 C.V. (%) 4,08 4,11 9,61 5,06 3,03 ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não significativo A Relação Cultivares/Tratamentos Germinação e vigor Na Tabela 2, encontram-se os valores médios da percentagem de germinação e vigor (1ª CTG e CE) das sementes de algodão. Observa-se que as sementes da cultivar BRS Verde apresentaram maior poder germinativo, diferindo-se significativamente da cultivar CNPA 7H (branca). Para o teste de umidade das sementes de algodão realizado em laboratório não houve diferença significativa entre as cultivares bem como nos diferentes tratamentos

46 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. em estudo, quando se aplica o teste de Tukey de comparação de duas médias. Tabela 2. Valores médios de germinação (TG) e vigor (1ª CTG e CE) obtidos em duas cultivares de algodão herbáceo, em função dos diferentes tratamentos. Campina Grande, PB FATORES A - Cultivares VARIÁVEIS TG 1ªCTG CE (%) (%) µs (cm g) -1 BRS Verde 73,02 a 72,75 a 310,05 b CNPA 7H 66,57 b 66,57 b 350,88 a B - Tratamentos C/L 66,81 b 67,05 b 102,83 b S/L 73,35 a 73,00 a 436,58 a S/L+T 69,22 b 69,02 b 436,58 a DMS 2,34 2,35 16,51 C/L Com linter, S/L Sem linter e S/L + T Sem linter tratadas com fungicida Médias seguidas pela a mesma letra minúsculas nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Com relação aos distintos tratamentos aplicados às sementes de algodão (Tabela 2), verifica-se que as sementes deslintadas (S/L) apresentaram maior germinação, sendo este resultado de 73,35% superior significativamente aos dados obtidos pelos tratamentos S/L +T (69,22%) e C/L (66,81%). Segundo Silva et al. (2001), as sementes deslintadas apresentaram superioridade fisiológica em comparação as sementes com línter, o que vem colaborar com os resultados obtidos pelos distintos tratamentos do referido estudo. Na Tabela 2, encontram-se as médias do vigor correspondente as variáveis primeira contagem da germinação (1 a CTG) e condutividade elétrica (CE). Observa-se que as sementes da cultivar BRS Verde foram mais vigorosas significativamente nos testes de primeira contagem da germinação (72,75%) e de condutividade elétrica (310,05 µs (cm g) -1 ). Quanto à influência dos diferentes tratamentos, verifica-se diferença significativa no vigor das sementes de algodão avaliadas pelo teste de primeira contagem da germinação, sendo o tratamento sem línter (S/L) superior aos demais para as duas cultivares em estudo. Enquanto no teste de condutividade elétrica, não houve diferenças significativas entre os tratamentos S/L e S/L+T. Entretanto, estes dois tratamentos foram superiores significativamente as sementes de algodão com línter (C/L). Porém, as sementes com línter (C/L) representam o maior vigor uma vez que, em teste de condutividade elétrica os menores valores do vigor correspondem a maior viabilidade das sementes, em razão da baixa liberação de lixiviados para a solução analisada, conforme AOSA (1983) e Powell (1986). Considerando a interação Cultivares x Tratamentos (C x T) para a variável germinação (Tabela 3), observa-se que as sementes da cultivar BRS Verde apresentaram maior viabilidade em relação às sementes da cultivar CNPA 7H para todos os tratamentos em estudo.e ainda, verifica-se que dentre os diferentes tratamentos houve diferenças significativas entre as duas cultivares, exceto para o tratamento das sementes deslintadas (S/L). Os dados de superioridade na germinação das sementes de algodão colorido em relação ao algodão tradicional, confirmaram os dados obtidos por Bruno et al. (2001). Destaca-se também a cultivar BRS Verde com línter (C/L), pois as suas sementes com linter obtiveram uma umidade significativa de 9,90% em comparação aos demais tratamentos (S/L e S/L + T). Para Dutra (1996) este teor de umidade aproximado de 9% permite a manutenção da qualidade fisiológica das sementes de algodão durante o período de armazenamento.

Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 47 Tabela 3. Valores médios de germinação (TG), umidade (U) e vigor (1ª CTG e CE) obtidos em duas cultivares de algodão herbáceo, em função dos diferentes tratamentos. Campina Grande, PB. C/L S/L S/L+T Germinação (%) BRS Verde 73,47 aa 73,87 aa 71,73 aa CNPA 7H 60,16 bc 72,84 aa 66,71 bb Umidade (%) BRS Verde 9,90 aa 9,37 ab 9,35 ab CNPA 7H 9,36 ba 9,24 aa 9,36 aa Primeira Contagem de Germinação (%) BRS Verde 73,25 aa 73,90 aa 71,11 aa CNPA 7H 60,86 bc 72,11 aa 66,93 bb Condutividade Elétrica µs (cm g) -1 BRS Verde 70,16 bc 421,41 bb 438,58 ba CNPA 7H 135,50 ab 451,75 aa 465,41 aa DMS Colunas 2,34 (TG) 2,35 (1ªCTG) 13,73 (CE) DMS Linhas 2,81 (TG) 2,82 (1ªCTG) 16,51 (CE) C/L Com linter, S/L Sem linter e S/L + T Sem linter tratadas com fungicida Médias seguidas pela a mesma letra minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Para a interação Cultivares x Tratamentos (C x T), pode-se comprovar (Tabela 3) que o maior vigor da cultivar BRS Verde foi obtido com as sementes originadas dos tratamentos S/L e C/L avaliados pelos testes de primeira contagem da germinação (73,90%) e de condutividade elétrica (70,16 µs (cm g) -1 ), respectivamente. Este mesmo comportamento ocorreu em relação a cultivar CNPA 7H (branca), em que a viabilidade das sementes do tratamento sem línter (S/L) para o teste de primeira contagem da germinação (1 a CTG) superou significativamente os demais tratamentos. Com relação ao teste de condutividade elétrica, observa-se que a viabilidade das sementes para o tratamento com línter (C/L) foi significativamente superior aos demais tratamentos em ambas as cultivares. Neste caso, a presença do línter provavelmente tenha contribuído para a baixa liberação de lixiviados na solução favorecendo a viabilidade das sementes em estudo. Relação Cultivares/Períodos de armazenamento Germinação e teor de umidade Devido à análise de variância não ter detectado diferença significativa em nenhum tratamento relativo a estas duas variáveis (Tabela 1), os dados de germinação e grau de umidade não foram tabulados. Vigor Na Figura 1 estão representados os dados do vigor das sementes das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, correspondente a interação Cultivares x Períodos (C x P) referente a variável primeira contagem da geminação (1 a CTG).

48 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 1ª CTG (%) Cultivare s 75 60 45 30 15 0 BRS Verde y = -1,38x + 81,02 R2 = 0,98 CNPA 7H y = -1,74x + 76,90 R2 = 0,99 0 3 6 9 12 BRS Verde CNPA 7H Linear (BRS Verde) Linear (CNPA 7H) Figura 1. Representação gráfica do vigor (primeira contagem da germinação) das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Cultivares x Períodos (C x P) Observa-se diferença pouco significativa entre as cultivares, relacionadas ao vigor correspondente a interação Cultivar x Períodos (C x P), (Figura 1). Verifica-se superioridade da viabilidade das sementes da cultivar BRS Verde em relação a cultivar CNPA 7H em todos os períodos de armazenamento. Com relação aos distintos períodos de armazenamento, verificase decréscimo do vigor das cultivares ao longo de 12 meses. Este fato se justifica uma vez que a qualidade da semente não melhora durante o armazenamento, conforme Almeida et al. (1999). Na Figura 2, estão representados os valores do vigor das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, referente ao parâmetro comprimento de plântula (CP) para a interação Cultivares x Períodos (C x P). De acordo com os valores estimados, observa-se diferença pouco significativa entre as cultivares. A cultivar CNPA 7H manteve-se superior a cultivar BRS Verde no período inicial de armazenamento. Após esse período, a cultivar BRS Verde apresentou-se superior. Mais uma vez, os resultados do presente trabalho confirmam com os dados obtidos por Bruno et al. (2001), em que as sementes de algodão colorido da cultivar BRS Verde superou a CNPA 7H tradicional. Com relação ao período de armazenamento, observa-se diminuição do vigor das cultivares BRS Verde e CNPA 7H em todos os períodos analisados. Este decréscimo do vigor é compreensível, visto que o processo de deterioração das sementes é inevitável durante o armazenamento, principalmente em ambiente não controlado. Para Almeida (1981) a perda de vigor em sementes de algodão armazenadas, depende das condições ambientais vigentes no local de armazenamento, como temperatura e umidade relativa do ar.

Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 49 20 C u ltiv a re s 15 10 5 BRS Verde y = -0,28x + 16,91 R2 = 0,77 CNPA 7H y = -0,55x + 18,2 R2 = 0,84 0 0 3 6 9 12 BRS Verde CNPA 7H Linear (BRS Verde) Linear (CNPA 7H) Figura 2. Representação gráfica do vigor das sementes de algodão das cultivares BRS Verde CNPA 7H, para os fatores Cultivares x Períodos (C x P) Na Figura 3, estão representados os dados do vigor referente a variável condutividade elétrica. Observa-se diferença significativa entre as cultivares e que as sementes da cultivar CNPA 7H apresentaram viabilidade superior a BRS Verde em todos os períodos de armazenamento. Nota-se tendência de aumento CE µs (cm g) -1 do vigor entre as cultivares evidenciado pela cultivar CNPA 7H, que a partir do 6 o mês apresentou um aumento significativo. Vale destacar que no teste de condutividade elétrica o maior vigor da semente representa a menor lixiviação de eletrólitos para solução. Cultivares 400 350 300 250 200 150 100 50 0 CNPA 7H y = 4,3192x + 324,95 R2 = 0,97 BRS Verde y = 1,09x + 303,51 R2 = 0,98 0 3 6 9 12 BRS Verde CNPA 7H Linear (CNPA 7H) Linear (BRS Verde) Figura 3. Representação gráfica do vigor (condutividade elétrica) das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Cultivares x Períodos (C x P)

50 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. Relação Tratamentos/Períodos de armazenamento Geminação e teor de umidade Na Figura 4, estão representados os dados da germinação obtidos para duas cultivares de algodão BRS Verde e CNPA 7H em função do período de armazenamento. Observa-se que durante o período de armazenamento, ocorreu uma diminuição da germinação das sementes de algodão para todos os tratamentos em estudo.provavelmente, esta perda de germinação ao longo do armazenamento em condições ambientais, tenha sido influenciada pela elevação significativa da umidade das sementes de algodão, sendo tal comportamento apoiado pelos resultados obtidos por Patriota (1996). 90 TG (%) T ratam e nto s 60 30 0 C/L y = -0,97x + 72,66 R2 = 0,93 S/L y = -1,46x + 82,13 R2 = 0,99 S/L + T y = -2,41x + 83,69 R2 = 0,98 0 3 6 9 12 C/L S/L S/L + T Linear (C/L) Linear (S/L) Linear (S/L + T) Figura 4. Representação gráfica da germinação das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Tratamentos x Períodos (T x P) Com relação aos diferentes tratamentos, observa-se diferença pouco significativa evidenciando o tratamento sem línter (S/L) como sendo o que melhor favoreceu a viabilidade das sementes durante o armazenamento. Estes resultados estão de acordo com os dados obtidos por Silva et al. (2001), quando observaram uma superioridade germinativa das sementes de algodão deslintadas em relação às sementes com línter. Examinando os dados da Figura 5, verificase um acréscimo significativo da umidade das sementes, das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, pertencentes aos distintos tratamentos. durante 12 meses de armazenamento. Esse aumento da umidade deve-se provavelmente, ao ambiente não controlado em que essas sementes permaneceram durante o armazenamento. Segundo Cavalcanti Mata (1979), as sementes ganham ou perdem umidade dependendo das condições de temperatura e umidade relativa do ar e este processo ocorre devido á higroscopicidade das sementes. Pereira (1992) enfatiza que o armazenamento de sementes requer cuidados especiais em ambientes nos quais a umidade relativa do ar seja superior a 70%

Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 51 10,5 U (%) Tratame ntos 10 9,5 9 8,5 8 7,5 C/L y = -5,845x + 78,507 R2 = 0,9292 S/L y = -8,77x + 90,897 R2 = 0,9999 S/L + T y = -14,47x + 98,16 R2 = 0,9746 0 6 12 C/L S/L S/L + T Linear (C/L) Linear (S/L) Linear (S/L + T) Figura 5. Representação gráfica da umidade das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Tratamentos x Períodos (T x P) Com relação aos tratamentos estudados, observa-se que o teor de umidade das sementes com línter (C/L) diferem significativamente dos demais tratamentos (S/L e S/L +T) mantendo-se superior nos períodos de 0 a 6 meses. Porém, no período de 12 meses o tratamento sem línter tratadas (S/L +T) foi superior. O fato da umidade das sementes com línter (C/L) permanecerem superior se justifica, uma vez que essas sementes têm uma maior capacidade higroscópica que as sementes deslintadas. Estas afirmações estão de acordo com Gomes (1992). Vigor Na Figura 6, estão representados os dados do vigor das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H pelo método de primeira contagem da germinação para os distintos tratamentos com línter (C/L), sem línter (S/L) e sem línter tratadas (S/L + T). Observa-se que houve um ligeiro decréscimo do vigor em todos os tratamentos em estudo, durante o período de armazenamento. Com relação à viabilidade das sementes de algodão durante o armazenamento, verifica-se que o tratamento sem línter (S/L) obteve os melhores resultados de vigor não diferindo estatisticamente do tratamento sem línter tratada (S/L + T) até o 6 o mês de armazenamento, porém, o tratamento com línter (C/L) foi superior ao tratamento sem línter tratada (S/L + T) a partir do 6 o mês de armazenamento. Estes resultados corroboram com os dados obtidos por FELIPE et al. (1999) onde constataram uma superioridade fisiológica das sementes deslintadas com ácido sulfúrico sobre as sementes com línter. Na Figura 7 encontram-se os valores do vigor das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, correspondente a variável comprimento de plântula (CP) para a interacão Tratamentos x Períodos (T x P). Observa-se diminuição do vigor das sementes ao longo do período de armazenamento, entretanto, não se verifica diferença significativa entre os tratamentos.

52 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 1ª CTG (%) Tratamentos 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 C/L y = -6,265x + 79,583 R2 = 0,97 S/L y = -8,43x + 89,87 R2 = 0,99 S/L + T y = -13,72x + 96,46 R2 = 0,95 0 6 12 C/L S/L S/L + T Linear (C/L) Linear (S/L) Linear (S/L + T) Figura 6. Representação gráfica do vigor (primeira contagem da germinação) das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H para a interação Tratamentos x Períodos (T x P) 25 CP (cm) Tratamentos 20 15 10 5 S/L y = -3,315x + 23,563 R 2 = 0,98 S/L + T y = -3,03x + 22,187 R 2 = 0,90 0 0 6 12 S/L S/L + T Linear (S/L) Linear (S/L + T) Figura 7. Representação gráfica do vigor (comprimento de plântula) das sementes das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Tratamentos x Períodos (T x P) Com relação aos diferentes tratamentos, observa-se que as sementes do tratamento sem línter (S/L) foram mais vigorosas que as sementes do tratamento sem línter tratadas (S/L + T) durante 12 meses de armazenamento. Estes resultados estão em parte de acordo com os dados obtidos por Evangelista et al. (1997) quando concluíram que as sementes de algodão deslintadas (S/L) apresentaram maiores índices de velocidade de emergência e stand em condições de estresse hídrico.

Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. 53 CONCLUSÕES o A viabilidade das sementes com e sem línter de ambas as cultivares (verde e branca), decresceu ao longo de um ano de armazenamento. o Para testes de germinação e vigor, o tratamento sem línter (S/L) apresentou a melhor qualidade fisiológica das sementes de algodão. o As sementes do tratamento com línter (C/L) favoreceram a manutenção do vigor das sementes de ambas as cultivares de algodão no teste de condutividade elétrica (CE). o O teste de primeira contagem da germinação (1 a CTG) representou melhor o vigor das sementes em estudo. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS Almeida, F.de A.C. Efeito da temperatura e umidade relativa do ar sobre a germinação, vigor e teor da umidade de sementes armazenadas de algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium, HUTCH). Campina Grande:. 65 p.(dissertação de Mestrado). Almeida, F.de A.C.; Fonseca, K.S.; Gouveia, J.P.G.de. Influência da embalagem e do local de armazenamento na qualidade fisiológica de sementes de gergelim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, v.3, n.2, p.195-201, 1999. AOSA Association of Official Seed Analysis Seed vigor testing handbook. East Lasing. 1983. 88p. (Handbook on seed testing. Contribution, 32). Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: DNDV/CLAV. 1992. 365p. Bruno, R.L.; Lopes, K.P.; Lima, A.A.; Queiroga, V. de P.; Souza, A.A. Qualidade de sementes do algodoeiro colorido e tradicional da cv. CNPA 7H. In: 3 Congresso Brasileiro de Algodão, Anais... Campo Grande, 2001. Cavalcanti Mata, M. R. M. Estudo experimental de seca-aeração de amêndoas de cacau em camadas finas. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1979. 64p. (Dissertação de Mestrado). Delouche, J.C.; Potts, M.C. Programa de sementes: planejamento e implantação. 2 ed. Brasília: AGIPLAN. 1974, 138P. Dutra, A S. Qualidade da semente de algodão herbáceo, em função do teor de umidade, condições de armazenamento e da embalagem na sua conservação. Mossoró: ESAM, 1996. 76p. (Dissertação de Mestrado). Embrapa Algodão (Campina Grande, PB). BRS Verde. Campina Grande, 2002. Folder Evangelista, R. P.; Fraga, A. C.; Oliveira, J. A.; Avaliação do Deslintamento Químico sobre a germinação de duas variedades de algodão submetidas ao estresse hídrico. In: Congresso Brasileiro de Algodão. Fortaleza, Anais..., p. 596-598. 1997. Felipe, P.S.; Fraga, A. C.; Oliveira, J. A. Efeito do deslintamento químico (via úmida e via seca) sobre a qualidade fisiológica e sanitária das sementes de algodoeiro (gossypium hirsutum) In: Congresso Brasileiro de Algodão, 2, Ribeirão Preto, Anais..., 1999. Gomes, J.P. Comportamento da germinação e vigor de sementes de algodão herbáceo em diferentes tipos de embalagens e condições de conservação durante a sua armazenagem. Campina Grande: UFPB. 1992. 89 p. (Dissertação de Mestrado). ISTA - International Seed Testing Association. Handbook of Vigour Test Methods, Zurich Switzerland: ISTA, 1981. 72p. Patriota, T.R.A. Avaliação da qualidade fisiológica das sementes de algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) armazenadas em função de diferentes tratamentos e teores de umidade. Campina Grande PB, 1996. 75p. (Dissertação de Mestrado). Pereira, J.A.M. Água no grão. In: Curso de armazenamento de sementes, Viçosa, 1992. Viçosa: CENTREINAR, 1992. Popinigis, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN. 1985. 289p. Powell, A.A. Cell membrans and seed leachate conductivity in relation to the quality of seed for sowing. Journal Seed Technology, Lensing, v.10, n.2, p.81-100, 1986. Queiroga, V. de P.; Barros, M.A.L.; Vale. L.V.; Dutra, A.S.; Matos, V.P. Avaliação Da Qualidade fisiológica das sementes de algodão herbáceo submetidas aos diferentes métodos de deslintamento. Informativo ABRATES, Brasília, v.3, n.3, p.44, 1993.

54 Qualidade fisiológica de sementes de algodão armazenadas em função de diferentes tratamentos... Queiroga et al. SAS Institute. SAS user's guide: Statistics. 5.ed. Cary, NC, 1985. 956p. Silva, O.R.R.F.; Queiroga, V de P.; Bezerra, J.R.C.; Santos, J.W. dos. Influência do beneficiamento e do deslintamento na germinação e vigor da semente de algodão herbáceo. In: Congresso Brasileiro de Algodão, 3, Anais... Campo Grande, 2001. Vieira, R.D.; Carvalho, N.M. Teste de vigor em sementes. Jaboticabal: FUNEP/ UNESP, 1994. 164p.