O funcionamento de uma comunidade depende das diversas relações ou interações entre os organismos que a compõem. Essas relações podem ser: A)Intra-específicas quando ocorrem entre seres da mesma espécie; B)Interespecíficas quando ocorrem entre seres de espécies diferentes. Em geral, todas são classificadas em: A)Positivas ou harmônicas quando não há prejuízo para nenhuma população nem para os indivíduos associados; B)Negativas ou desarmônicas quando, pelo menos, um dos indivíduos ou uma das populações é prejudicada na associação; C)Neutras quando duas ou mais espécies, vivendo no mesmo hábitat, não são afetadas umas pelas outras.
1) Sociedade: Agrupamentos que se caracterizam pela divisão do trabalho e por uma grande solidariedade entre seus membros. Ex: sociedade das abelhas, formigas e cupins. Abelhas o trabalho é feito, exclusivamente, pelas operárias, fêmeas estéreis com ovários atrofiados. São as únicas que possuem aparelho bucal e patas especializadas para a colheita do pólen. Na maioria das colméias, há apenas uma fêmea fértil, a rainha, cuja única função é ser fecundada e botar ovos.
2) Colônia: São associações de indivíduos de mesma espécie que formam um conjunto funcional integrado, em que muitas vezes, quase não se consegue distinguir um organismo individual. Pode haver divisão de trabalho ou não. Ex: caravelas e algas clorofíceas.
Um recife de coral, por exemplo, é construído por milhões de pequenos animais (pólipos) que secretam à sua volta um esqueleto rígido. A garrafa-azul (Physalia) é formada por centenas de pólipos seguros a um flutuador, especializados nas diferentes funções, como a alimentação e a defesa; cada um deles não sobrevive isolado da colônia.
3) Mutualismo, mutualismo obrigatório ou simbiose: Na natureza, há casos em que dois seres de espécies diferentes estão intimamente associados, vivendo um no corpo do outro e realizando atividades que beneficiam ambos. Essa dependência é de tal ordem que a vida em separado se torna impossível. Ex: cupim e protozoário, leguminosas e bactérias, líquen. Líquen a associação entre certos fungos e algas clorofíceas costuma ser tão íntima que ambos formam um novo tipo de organismo: o líquen. Sendo autotrófica, a alga fornece ao fungo parte da matéria orgânica que produz e recebe proteção, umidade e sais minerais do fungo.
4) Protocooperação, cooperação ou mutualismo facultativo: Indivíduos de espécies diferentes obtêm benefícios mútuos sem que haja dependência entre eles (ao contrário do que ocorre no mutualismo, os indivíduos podem sobreviver quando isolados). Ex: paguro e anêmona, pássaros e mamíferos, peixe-palhaço e anêmona, formiga e pulgão. Pássaros e mamíferos os pássaros alimentam-se de carrapatos e de outros parasitas que vivem no dorso de alguns mamíferos, como o boi.
5) Comensalismo/Epifitismo/Inquilinismo Quando duas espécies se associam e apenas uma delas se beneficia, sem haver prejuízo para a outra. Comensalismo - Rêmora e tubarão: a rêmora prende-se ao corpo do tubarão por meio de uma nadadeira dorsal transformada em ventosa de fixação, com isso, obtém restos de comida e um eficiente meio de transporte. Leão e a Hiena Quando os leões estão caçando, as hienas escondemse esperando que todo o grupo de felinos se alimente. As hienas aguardam apenas o momento em que os leões abandonam as carcaças das presas para só assim se alimentarem.
5) Comensalismo/Epifitismo/Inquilinismo Quando duas espécies se associam e apenas uma delas se beneficia, sem haver prejuízo para a outra. Inquilinismo uso de outra espécie como abrigo (fieráster e pepinodo-mar); Epifitismo uso de uma espécie como suporte para fixação de uma planta - epífitas (orquídeas e bromélias) e árvores.
6) Canibalismo: Quando um animal mata e devora outro da mesma espécie. Ex: algumas aranhas fêmeas devoram o macho após o ato sexual.
7) Competição intra-específica: Os seres vivos competem por nutrientes e energia. Entre os vegetais, a competição se dá principalmente por luz, água e sais minerais. Entre os animais, ela é mais variada. Há luta por matéria orgânica (alimento), espaço, parceiros para a reprodução, etc. A conseqüência principal da competição intra-específica é o controle da população porque ocorre entre indivíduos da mesma espécie. Nessa interação, ambos os indivíduos são prejudicados. Ex: em mamíferos e aves é comum estabelecerem, pelo menos durante a época da reprodução, um território.
8) Competição interespecífica: Quando duas espécies diferentes que vivem na mesma área usam o mesmo tipo de alimento ou disputam algum recurso, estabelece-se uma competição que pode eliminar uma delas da comunidade. O prejuízo é para ambos. Competição entre dois paramécios pelo mesmos recursos: uma das espécies é eliminada.
9) Amensalismo: Uma espécie inibe o desenvolvimento de outra através da liberação de substâncias tóxicas. Ex: marés vermelhas a proliferação excessiva de certas algas planctônicas (dinoflagelados) resulta na liberação de toxinas que acarretam a morte de crustáceos, moluscos e peixes, sendo prejudiciais até mesmo para o homem. Nessa interação não há benefício para as algas.
10) Predatismo: Um organismo (predador) mata outro (presa) para se alimentar. Ex: mamíferos carnívoros (predadores) e mamíferos herbívoros (presa). Herbivoria ocorre entre um animal herbívoro e as plantas das quais se alimenta.
11) Parasitismo: Muitos organismos se instalam no corpo de outros seres para extrair alimento. Esses organismos são chamados de parasitas; os seres que lhes servem de moradia e dos quais extraem o alimento são conhecidos como hospedeiros. Quando o parasita vive na superfície do corpo do hospedeiro, é chamado de ectoparasita; quando vive no interior do corpo, endoparasita. Apesar de não causar a morte, pelo menos imediata, de seu hospedeiro, o parasita enfraquece e prejudica suas funções orgânicas. Ex: erva-de-passarinho apesar de ter clorofila, precisa obter em outros vegetais a água e os sais minerais para realizar fotossíntese. carrapato pode obter sangue do dorso dos bois.
11) Parasitismo Erva-de-passarinho
12) Sinfilia ou esclavagismo - Indivíduos mantém em cativeiro indivíduos de outra espécie, para obter vantagens. Ex.: formigas e pulgões. Os pulgões são parasitas de certos vegetais, e se alimentam da seiva elaborada que retiram dos vasos liberinos das plantas. A seiva elaborada é rica em açúcares e pobre em aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas, que chegam a acariciar com suas antenas o abdômen dos pulgões, fazendo-os eliminar mais açúcar. As formigas transportam os pulgões para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem a seiva elaborada. Muitas vezes as formigas cuidam da prole dos pulgões para que no futuro, escravizando-os, obtenham açúcar. Quando se leva em consideração o fato das formigas protegerem os pulgões das joaninhas, a interação é harmônica, sendo um tipo de protocooperação.
Conceitos importantes Mimetismo Mimetismo é uma forma de adaptação revelada por muitas espécies que se assemelham bastante a outras, disso obtendo algumas vantagens. A cobra falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é importunada pela maioria das outras espécies. Há mariposas que se assemelham a vespas, e mariposas cujo colorido lembra a feição de uma coruja com olhos grandes e brilhantes.
Conceitos importantes Camuflagem Camuflagem é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente. O padrão de cor dos gatos silvestres, como o gato maracajá e a onça, é harmônico com seu ambiente, com manchas camufiando o sombreado do fundo da floresta. O mesmo se passa com lagartos (por exemplo, camaleão), que varia da cor verde das folhas à cor marrom do substrato onde ficam. Os animais polares costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O louva-a-deus, que é um poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos.
Conceitos importantes Aposematismo Aposematismo é o mesmo que coloração de advertência. Tratase de uma forma de adaptação pela qual uma espécie revela cores vivas e marcantes para advertir seus possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui. Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam o ataque dos predadores. Uma espécie de coloração de advertência bem conspícua é Dendrobates Ieucomelas, da Amazônia, um pequeno sapo colorido com listras pretas e amarelas e venenoso.
Bibliografia http://www.portalsaofrancisco.com.br/ alfa/meio-ambiente-relacoesecologicas/relacoes-ecologicas.php http://www.infoescola.com/repteis/cobr a-coral/