Ciência Animal, 13(1):45-49, 2003 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE Brucella canis EM PATOS, PARAÍBA, BRASIL (Epidemiological aspects of Brucella canis in Patos, Paraíba, Brazil) Clebert José ALVES 1 *, Francisco de Assis Leandro ALVES 1, Albério Antônio de Barros GOMES 1, Sérgio Santos de AZEVEDO 2, José Sóstenes Leite de ANDRADE 2 & Fabiano Alexandre dos SANTOS 2 1 Depto. de Medicina Veterinária/UFCG/ CSTR/Campus de Patos; 2 Iniciação Científica, UFCG/CSTR RESUMO O cão é a principal fonte de infecção para Brucella canis, sendo considerada uma zoonose emergente, face ao estreito convívio do homem e animal no domicílio. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo pesquisar a prevalência de anticorpos anti-brucella canis, no município de Patos, Paraíba, região semi-árida do Brasil. Foram coletadas 274 amostras de soro sangüíneo de cães atendidos no Hospital Veterinário e na área urbana da cidade. O material foi processado segundo a técnica de imunodifusão em gel de ágar e os resultados evidenciaram uma prevalência de 3,6%. PALAVRAS-CHAVE: cão, brucelose, imunodifusão, anticorpos. ABSTRACT Dogs are the main infection source of Brucella canis. Brucellosis caused by B. canis has being considered an emergent zoonosis, due to the daily close contact between man and dog. The objective of the present work was to determine the prevalence of anti-brucella canis antibodies, in the city of Patos, Paraíba, semi-arid region of Brazil. Blood samples were taken from 274 dogs in the Veterinary Hospital and by other veterinarians in the urban area of Patos. The samples were processed by diffusion technique in agar gel, and the results showed a prevalence of 3.6%. KEY WORDS: dog, brucellosis, immunodiffusion, antibodies. 1 A brucelose no cão causada por Brucella canis é uma doença infecto-contagiosa caracterizada por abortos enzoóticos ou epizoóticos, esterilidade nas fêmeas; orquites e epididimite nos machos. Foi identificada pela primeira vez nos E.U.A em 1966. No Brasil foi diagnosticada em 1976 em Minas Gerais (GODOY et al., 1977). A principal fonte de infecção é o cão doente típico e ou em fase convalescente, este alberga o agente durante um longo período, no epidídimo e na próstata podendo eliminá-lo, geralmente, intermitentemente na urina e principalmente no sêmen, até 60 semanas após o final da fase de *Autor para correspondência Dept. Medicina Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande/CSTR - Campus de Patos bacteremia. Nas fêmeas, o agente pode ser eliminado com os fetos abortados e com os corrimentos vaginais, durante várias semanas, após um aborto aparente ou inaparente da doença. A bacteremia ocorre em média de 1 a 2 semanas e pode durar por meses, até anos. As formas inaparentes são as mais freqüentes em mais de 50% dos casos, raramente há febre. Na cadela gestante, o aborto pode ocorrer em diferentes fases da gestação, mas principalmente no terço final entre o 45º ao 55º dia. O aborto pode ocorrer diversas vezes ou ser seguido de esterilidade. Em alguns casos, a ninhada toda pode estar morta e, se alguns filhotes estão vivos, morrem rapidamente, em algumas horas ou em alguns dias. Em outros casos, o tamanho da ninhada é reduzido em razão de reabsorções embrionárias (BERTHELOT & 45
GARIN-BASTUJI, 1996). Apesar de B. canis ser específica do cão, também pode afetar o homem e causar infecção de difícil diagnóstico clínico (ZAMORA & ALONSO, 1987). Para o diagnóstico sorológico da brucelose em cães emprega-se principalmente o teste de aglutinação rápida em lâmina, com antígeno acidificado e tamponado para brucelose, conhecido como rosa bengala (SAT- Slide Aglutination Test), o teste de aglutinação em tubos (TAT- Tube Agglutination Test). Os dois testes são realizados simultaneamente com ou sem adição de 2- mercaptoetanol e um último teste de Imunodifusão em gel (IDGA ou AGID). Outro método de diagnóstico, o exame bacteriológico do sêmen, pode confirmar a presença da doença. Em relação a prevalência da doença, citase a distribuição em várias partes do mundo, tais como relatados por VALENTE et al. (1991), na Itália, que encontraram três animais positivos de 279 examinados. SRINIVASAM et al. (1992), na Índia, trabalhando com 460 cães apresentando história de aborto, infertilidade e dermatite escrotal provenientes de área urbana, constataram 9 cães positivos (1,9%). MARTIN et al. (1992), na Espanha, observaram que de 306 amostras examinadas, 12 (3,9%) animais revelaram-se positivos. MATEU & MARTIN (1993), ainda na Espanha, examinando 346 amostras de cão classificados como de grande porte e 302 amostras de pequeno porte, encontraram uma prevalência de 15,2% e 4,6%, respectivamente. MATEU et al. (1998), na Espanha pesquisando 926 amostras de soro canino originário da Catalunha e 308 da região de Castilha/Leon, encontraram uma prevalência de 4,5% em ambas as regiões. MENDEZ et al. (1999) estudando a doença em 33 cães da raça Shnauzer, com história de abortos, identificaram 15 animais positivos para B.canis. MEGID et al. (1999), no Brasil, trabalhando com 151 amostras de soro canino da raça Poodle, com procedência de quatro canil diferentes, encontraram uma prevalência que variou de 4,6% a 57,1% entre os locais estudados. IRIBARREN et al. (1999), na Argentina, analisando 1.148 amostras de soro canino provenientes de canil com problemas reprodutivos encontraram 154 animais positivos para B. canis. CHANG et al. (2000) pesquisando a prevalência para a Brucelose canina na Coréia, encontraram 99 animais positivos de 396 examinados. O controle da enfermidade dá-se pela eliminação progressiva dos animais infectados do canil com sorologia ou hemocultura positiva, evitando-se desta forma a transmissão para os animais sadios. O uso de antibióticos nem sempre funciona como desejado, no entanto a cura é considerada pela confirmação da sorologia negativa (BERTHELOT & GARIN-BASTUJI, 1996). No contexto de saúde pública, o cão foi negligenciado durante muito tempo como possível fonte de infecção de diferentes espécies de Brucella para o homem, em face de sua resistência às infecções natural e experimental por Brucella abortus, Brucella melitensis e Brucella suis. Todavia, a literatura registra alguns casos esporádicos de brucelose humana que tiveram o cão como responsável (GERMANO et al., 1987). Considerando a necessidade de um aprofundamento nos conhecimentos acerca da prevalência de B. canis em cães, foi estruturado este trabalho que teve como objetivo detectar a presença de animais reagentes a B. canis, no município de Patos, Paraíba. Local de execução Foi realizado na cidade de Patos, Paraíba, a qual está localizada no semi-árido brasileiro, possuindo uma área de 416 km², população de 100.000 habitantes e altitude de 234 m acima do nível do mar, distando 180 km da cidade de Campina Grande e 300 km de João Pessoa, capital do estado. A temperatura média é de 28 C e umidade relativa do ar de 55%. A precipitação pluviométrica anual é de 700 mm. A cidade é dividida em quatro regiões administrativas, norte (seis bairros), sul (quatro bairros), oeste (quatro bairros) e leste (três bairros). Coleta de sangue Foi coletado um volume de 5 ml de sangue por animal, na veia cefálica. Após a retração do coágulo, o soro sangüíneo foi centrifugado a 264 g, 46
durante 10 min e, a seguir, armazenado a - 20 C, até realização das provas sorológicas. Foram coletadas 274 amostras distribuídas da seguinte forma: 140 amostras de cães atendidos no ambulatório do Hospital Veterinário, no período de janeiro de 1998 a dezembro de 1999 e 134 amostras obtidas em diferentes postos de coleta distribuídos pelas regiões administrativas, com número médio de 10 animais por posto. Tamanho da amostra No presente trabalho, foram utilizadas 274 amostras provenientes de cães domiciliados. O cálculo do tamanho da amostra foi efetuado pelo programa Epi Info 6.0, considerando-se uma prevalência esperada de 50% (correspondente a doença de desconhecida ocorrência em determinada população) em população estimada de 13.333 animais, com nível de confiança de 95% e erro de 6%. Prova diagnóstica A técnica de diagnóstico utilizada foi o teste de imunodifusão em ágar (CENTRO PANAMERICANO DE ZOONOSES, 1976). Antígeno O antígeno utilizado consiste de proteínas e lipopolissacarídeos, extraídos da bactéria Brucella ovis, amostra Reo 198. O kit (soro, controle e antígeno), empregado neste trabalho, foi produzido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR- Curitiba), segundo normas da Organização Panamericana da Saúde. Tratamento estatístico A verificação da hipótese foi realizada através do teste exato de Fischer (teste monocaudal) e o nível de significância adotado foi de 5%, utilizando o programa Epi Info 6.0. A prevalência de cães positivos para B. canis foi de 3,6% e o intervalo de confiança calculado revelou um limite inferior de 1,39% e um limite superior de 5,81%. Na Tab. 1 são apresentados os resultados dos exames sorológicos dos cães para B. canis, através da técnica de Imunodifusão em ágar, segundo o local de coleta das amostras. Dos 274 animais estudados, 10 cães foram positivos, sendo 2 provenientes do Hospital Veterinário e 8 dos bairros. Quando foi analisado o local da coleta como possível fator de risco associado à soropositividade para B. canis foi verificado significância estatística (P = 0,044). Quanto a distribuição da frequência da doença nas diferentes regiões administrativas, os resultados foram: sul 1,9%, oeste 16%, norte 6,6%, na regional leste não se observou animais reagentes. Na Tab. 2 são relatados os resultados dos exames sorológicos de cães para B. canis. A análise do sexo como possível fator de risco associado à soropositividade para B. canis não foi estatísticamente significativa (P = 0,588). A prevalência da reação sorológica encontrada neste trabalho foi de 3,6% utilizando a técnica de imunodifusão em ágar. Este resultado difere dos de outros autores, como GERMANO et al. (1987) que evidenciaram prevalência de 5,4%, em um estudo feito na cidade de Campinas, São Paulo, utilizando-se da técnica de soroaglutinação rápida em placas, com o 2-mercaptoetanol. CORTES et al. (1978) utilizando a técnica de difusão em ágar encontraram prevalência de 7,5% na cidade de São Paulo, porém sua amostragem foi Tabela 1. Resultado da sorologia para Brucella canis, através da técnica de imunodifusão em gel de ágar, segundo local de coleta, em Patos, Paraíba, 2001. Reagente Local de Total Positivo Negativo coleta Hospital veterinário 2 138 140 Zona urbana 8 126 134 Total 10 264 274 47
Tabela 2. Sorologia de cães de acordo com o sexo para Brucella canis através da técnica de imunodifusão em ágar, Patos, Paraíba, 2001. Sexo Reagente Macho Fêmea Total Sim 7 3 10 Não 188 76 264 Total 195 79 274 bem maior e o tempo de avaliação durou 5 anos, totalizando 3.386 cães examinados, sendo estes animais considerados errantes. WALD & FERNANDES (1977) relataram prevalência de 11,97%, em um estudo realizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Pela técnica de soroaglutinação lenta em tubos, em que foram analisadas 192 amostras de soro sangüíneo de cães. Os autores observaram diferenças significativas na prevalência de títulos entre machos e fêmeas, o que também foi verificado no presente trabalho. GOMES et al. (1999) afirmaram que levantamentos sorológicos sobre a prevalência da doença são variáveis e dependem da área geográfica e do tipo de teste aplicado. Estas variáveis foram observadas no presente trabalho, visto que as diferentes regiões administrativas da cidade de Patos apresentaram resultados diferenciados. A maior prevalência encontrada foi na regional oeste, possivelmente decorrente dos indicadores sócioeconômico e cultural, desta região administrativa onde situam-se vários bairros, com uma população de baixo poder aquisitivo, baixo nível cultural e com a presença de cães errantes. Estes resultados sugerem uma possível associação entre os indicadores citados, levando-se em consideração relato de CORTES et al. (1978) quando trabalharam com cães errantes na cidade de São Paulo. Com relação ao número de animais trabalhados, o presente experimento partiu de uma prevalência desconhecida para B. canis no município de Patos, Paraíba, enquanto que o trabalho de CORTES et al. (1978) partiu de prevalência conhecida para B. canis na cidade de São Paulo, uma vez que SANDOVAL et al. (1976) examinando o soro de 221 animais encontraram 8 animais com reação positiva para B. canis. Os dados do presente experimento são idênticos aos apresentados por SANDOVAL et al. (1976), que também não conheciam a prevalência e utilizaram técnica diferente para os exames realizados. Analisando a população canina, constatase que os animais foram classificados como sendo na sua grande maioria sem raça definida (SRD), de médio porte, com residência na zona urbana. O percentual de 3,6% de prevalência, aproxima-se dos valores observado por MATEU & MARTIN (1993), que trabalhando com animais de pequeno porte encontrou prevalência de 4,6%. Destaca-se que as técnicas utilizadas foram a imunodifusão em gel de ágar e o teste de aglutinação rápida, sem observar diferenças significativas entre as técnicas utilizadas. Com relação ao fator de risco residência, verifica-se que os dados obtidos por MATEU et al. (1998), ficaram em torno de 4,5% com cães predominantemente de zona urbana, também próximo aos resultados obtidos neste trabalho, utilizando a mesma técnica. MARTIN et al. (1992) verificou prevalência de 2,9%, MEGID et al. (1999), entre 4,6% a 57,1% e IRIBARREN et al. (1999), encontrou prevalência de 13,4%. Ressalta-se que a técnica de imunodifusão em ágar esteve presente em todos os trabalhos citados, de forma que os resultados obtidos neste trabalho utilizando a técnica de IDGA, são compatíveis com os relatos anteriores. 48
A avaliação dos dados obtidos indica a presença da infecção por B. canis entre os cães no município de Patos, Paraíba. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTHELOT, X; GARIN-BASTUJI, B. A Brucelose do Cão. A Hora Veterinária, Ano 16, n. 92, 1996. CENTRO PANAMERICANO DE ZOOESES. Técnica de difusion en gel de agar para el diagnostico de la epididimiti de los carneros por B. ovis y da la brucelosis canina por B. canis Buenos Aires, 1976. 15p. (Nota técnica 20). CHANG, C. H.; LEE, J. C.; LEE, C. Y.; KIM, S.; LEE, C. G.; CHANG, C. H.; LEE, J. C.; LEE, L.; KIM, S. K.; LEE, C. G. Canine brucellosis in the Jindo. Korean Journal of Veterinary Clinical Medicine, v. 17, p.321-326, 2000. CORTES, V. A.; OLIVEIRA, M. C. G.; ITO, F. H.; VASCONCELLOS, S. A. Reações sorológicas para Brucella canis em cães errantes capturados nas proximidades dos parques públicos, reservas florestais e em áreas periféricas do Município de São Paulo Brasil. Revista da Faculdade de Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, v. 25, p.101-7,1978. GERMANO, P. M. L.; VASCONCELLOS, S. A.; ISHIZUCA, M. M.; PASSOS, E.C.; ERBOLATO, E. B. Prevalência da infecção por Brucella canis em cães da cidade de Campinas-SP., Brasil. Revista da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, v. 24, p.27-34,1987. GODOY, A. M.; PERES, J. N.; BARG, L. Isolamento de Brucella canis em Minas Gerais, Brasil. Arquivos da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, v. 29, p.35-42,1977. GOMES, M. J. P.; SOARES, H. C.; BASTOS, C. D.; CANTO, S. P. do; BRUM,M.; ROSSI, A. C; CORBELLINI, L. G. Brucella canis: Isolamento em um cão com epididimite e orquite relato de caso. Clínica Veterinária, Ano IV, n. 18, p. 17-20, 1999. IRIBARREN, F.; BREGLIA, J.; CASTILHO, M.; ESCOBAR, V.; HOFFMAN, F. Comparison of the agar gel immunodiffusion test using Brucella ovis antigen with the slide aglutination test using B. canis M(-) for the diagnosis of canine brucellosis. Veterinaria Argentina, v. 16, p.146-150, 1999. MATEU, A. E. M.; MARTIN, C. M. Seroepidemiological studies of Brucella canis and smooth brucellae in dogs. Medicina Veterinaria, v. 10, p.241-243, 1993. MATEU, A. E. M.; DELGADO, S.; MARTIN, M.; CASAL, J.; CARMENES, P. Brucella infections in Spanish dogs. Recueil de Medicine Veterinaire, v. 174, p.6-10, 1998. MARTIN, M.; MATEU, E. M.; GARCIA, J.; GIRONES, O. Comparison of different methods of canine brucellosis. Medicine Veterinaria, v. 9, p.703-708, 1992. MEGID, J.; BRITO, A.F.; MORAES, C. C. G.; FAVA, N.; AGOTTONI, J. Epidemiological assessment of canine brucellosis. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinaria e Zootecnia, v. 51, p. 439-440, 1999. MENDEZ, N. G.; MOTA, C. E., ARELHANO, R. B.; MONROY, B. J. I.; DIAZ, A. E. Técnica Pecuária en México, v. 37, p. 43-50, 1999. SANDOVAL, L. A.; RIBEIRO, L. O. C.; AMARAL, L. B. S.; FEITOSA, M. H.; BAZAN, J. M.; Incidência da brucelose canina na cidade de São Paulo. O Biológico, v.1, p.128-32, 1976. SRINIVASAM, V. K.; NEDUNCHELLIYAN, S.; VENKATARAMAN, K. S. Prevalence of canine brucellosis in urban and rural areas of Tamilnadu. Indian Journal of Veterinary Medicine, v. 12, p.39, 1992. VALENTE, C.; GIALLETTI, C.; CASPUA, I.; ANTOGNONI, M.T. Brucellose del cane. Indagine sierologica e batteriologica per Brucella canis. Archivio Veterinário Italiano, v. 42, p.135-139, 1991. WALD, V. B.; FERNANDES, J. C. T. Sorologia da Brucelose canina no Município de Porto Alegre. R. S. Arquivos da Faculdade de Veterinária Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 4-5, p.92-95, 1977. ZAMORA, J.; ALONSO, O. Determinacion de anticuerpos frente a B. canis en el hombre. Revista Medica Chile, v.15, p. 126-128,1987. Recebido para publicação em: 28.1.2002 1Aceito em: 17.9.2002 49