R E L A Ç Õ E S I N T E R N A C I O N A I S Órgão Ministério do Trabalho e Emprego - MTE Representação Efetiva Comissão Tripartite de Relações Internacionais - CTRI Representantes: Titular Darci Piana Vice - Presidente, Administrativo da CNC Suplente Roberto Luis Lopes Nogueira Advogado Divisão Sindical da CNC (Compareceu) Ações Reunião Ordinária realizada no dia 6 de julho de 2015 A Reunião foi convocada pela Assessoria Internacional do MTE e realizada no auditório do Ministério, em Brasília DF. O assessor Especial para Assuntos Internacionais do MTE, Mário Barbosa, coordenou os trabalhos e informou que o ministro Manoel Dias não pôde comparecer em razão de outro compromisso. Pelos empregadores, estiveram presentes representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da CNC, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) e da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Pelos trabalhadores, participaram representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Pelo governo, compareceram representantes do Gabinete do Ministro (GM), da Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE) e da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes). Os principais temas abordados na reunião foram: Relato da 104ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Em breve exposição, o representante do governo relatou as conclusões dos trabalhos da 104ª Conferência Internacional do Trabalho, da OIT, realizada em Genebra, entre os dias 1º e 13 de junho de 2015. Ele destacou também a participação da delegação brasileira no evento, fato que consolida o diálogo social nas relações trabalhistas e sindicais, e a aprovação da Recomendação sobre a Transição da Economia Informal para a Economia Formal. Esse novo instrumento reconhece a alta incidência e a diversidade com que se apresenta a informalidade no mundo, impondo desafios à garantia de direitos fundamentais dos trabalhadores para todos, e propõe medidas para estimular a formalização e a adequação dos empregos às normas sociolaborais. No âmbito da Comissão de Normas, o destaque foi a exclusão do Brasil da lista de países com atrasos no cumprimento de obrigações ante a OIT, devido à apresentação da carta enviada ao Congresso Nacional pelo ministro do Trabalho e Emprego, em 28 de maio de 2015, informando sobre os instrumentos da OIT que ainda não foram ratificados pelo País. O Brasil foi o país com maior número de pessoas em sua delegação (149), seguido de África do Sul (59), Índia (48), China (39) e Rússia (34). Também foi a Conferência com maior participação de mulheres (30,2%).
O formato reduzido da Conferência, em duas semanas, teve boa acolhida das delegações, e deverá ser repetido no próximo evento, em 2016, quando o tema a ser discutido será O Emprego e Trabalho Decente para a Paz e a Segurança. Por solicitação da Coordenação da OIT, Mário Barbosa informou que, para a próxima Conferência, as entidades devem apresentar o nome de seus representantes com antecedência e evitar alterações de última hora. O representante da CTB elogiou o comportamento da delegação brasileira, constatando que o tripartismo realmente funciona no País. Afirmou ainda que o Brasil deve aumentar sua delegação nos próximos eventos, dando oportunidade a todos de participar das relevantes discussões e deliberações em evento dessa natureza. O representante da CNI destacou o papel do MTE no evento, principalmente o apoio dado às entidades patronais e de trabalhadores. Ele elogiou também o comportamento das entidades na Conferência, que beneficiou o tripartismo, mais uma vez vitorioso com a elaboração da Recomendação sobre a Transição da Economia Informal para a Economia Formal. O representante salientou ainda a necessidade de se colocar em prática as observações da Recomendação, especialmente no atual momento econômico negativo do País, favorecendo a empregabilidade. Finalmente, registrou sua discordância em relação à realização da Conferência em duas semanas, o que apressa as discussões e prejudica a análise dos temas em profundidade. O representante da UGT divergiu, considerando adequados o formato da Conferência e o tempo para as discussões. Ele questionou, no entanto, o grande número de participantes do Brasil e a efetiva representatividade das entidades, sugerindo que os critérios de formação da delegação fossem revistos.
Grupo de Trabalho para analisar os instrumentos da OIT não ratificados pelo Brasil Mário Barbosa informou que até o final do mês será publicada a Portaria Ministerial instituindo o Grupo de Trabalho que vai analisar os instrumentos da OIT ainda não ratificados pelo Brasil. Todas as entidades já informaram os nomes dos seus representantes, e, ao ser finalizada a composição do grupo, serão designados dia e hora para a realização da primeira reunião. O grupo deverá analisar os instrumentos normativos originários da OIT (convenções, protocolos e recomendações), a fim de verificar a pertinência ou não da ratificação. Convenção do Trabalho Marítimo (CTM) 2006 A Convenção Sobre Trabalho Marítimo MLC 2006, ou Convenção OIT nº 186, objetiva garantir à gente do mar condições de trabalho condizentes com as regras universais da dignidade humana e do trabalho decente, sem representar obstáculo ao transporte marítimo mundial. Para aprofundar o estudo do tema, foi instituída, no âmbito do MTE, a Comissão Tripartite sobre Condições de Trabalho Marítimo (CT Marítima). Após o estudo das diversas normas que compõem as Regras e o Código anexo à Convenção, a Comissão analisou a compatibilidade entre a norma internacional e a legislação brasileira, realizando alguns ajustes. Ao final, emitiu relatório por sua ratificação. O instrumento encontra-se na Casa Civil. No entanto, foi detectada a necessidade de apresentação de duas emendas pontuais, meramente para fins de adequação redacional, sem comprometimento do contexto, o que foi aprovado. A previsão é que sua ratificação ocorra em 2016, com entrada em vigor a partir de 2017. O representante da CNC elogiou o trabalho da CT Marítima, da qual fez parte, pontuando que a EMC -2006 foi exaustivamente analisada e discutida, o que
resultou em diversas alterações redacionais e propostas. Ele destacou ainda a importância da conceituação da expressão gente do mar, que abrange, além do marítimo propriamente dito, os(as) demais trabalhadores(as) que exercem funções diversas, a exemplo do que ocorre em navios de cruzeiro, com instrutores de ginástica, cozinheiros, artistas de espetáculos e afins, possibilitando sua proteção formal. Questionário da OIT O MTE distribuiu entre os integrantes da Comissão o questionário da OIT sobre o relatório Trabalho Decente para a Paz, Segurança e Resiliência frente aos Desastres e a revisão da Recomendação sobre a Organização do Emprego (transição da guerra para a paz) nº 71, 1944, com o objetivo de subsidiar uma nova recomendação. Após receber as respostas das entidades, no prazo de 30 dias, o governo fará mera compilação destas, remetendo o material à OIT. No encerramento da reunião, foram apresentados informes sobre:, Grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics), Mercado Comum do Sul (Mercosul), Cooperação Técnica Internacional e Organização dos Estados Americanos (OEA).