Geopolítica no mundo atual Prof: Judson Lima
Objetivo da aula Traçar um panorama do mundo contemporâneo pós-atentado de 11 de setembro; Analisar as consequências econômicas Crise econômica de 2008 e seus desdobramentos. Crise na Europa (2010-11). Crise nos países emergentes BRICS (2013). Analisar as consequências diplomáticas Crescimento do extremismo religioso. Tensões no Oriente Médio. Tensões na África. Migrações/Refugiados Instabilidade na União Europeia
ATENTADO DE 11 DE SETEMBRO 2001 Principais consequências: Aumento do patriotismo. Aumento da xenofobia e de leis mais agressivas contrario a migrantes. Doutrina Bush Guerra preventiva. Eixo do Mal (Afeganistão, Iraque, Síria, Irã, Coréia do Norte e Cuba). Aumento da sensação de insegurança mundial.
DOUTRINA BUSH Em 2002, o presidente George Bush divulgou o documento "A estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou conhecido como "Doutrina Bush". Este documento apresenta as estratégias políticomilitares que passaram a ser adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às ameaças a que poderiam estar sujeitos o território e o povo norteamericanos.
Consequências econômicas CRISE DE 2008 (Estados Unidos) Redução de juros (flutuantes) Estímulo do consumo (mais imposto). Subprimes classe média. Estímulo do consumo gera a INFLAÇÃO. Dificultar o crédito Aumento dos juros. Isso faz as prestações das casas aumentarem e também a INADIMPLÊNCIA. Redução do preço dos imóveis. Desvalorização de títulos/empresas. Os investidores retiram seu dinheiro dos bancos. LEHMAN BROTHERS, o 4º maior banco do EUA decreta falência crise aberta. O Estado injeta dinheiro tentando salvar os bancos e aumenta a sua dívida.
CRISE DE 2010-11 (União Europeia) Crise financeira (Bancos e Bolsas). Aumento do déficits nacionais (PIIGS). FMI e Banco Europeu fazem uma política de liberação de dinheiro para esses países. Estabelecimento das MEDIDAS DE AUSTERIDADE FISCAL. Corte de gastos (Privatizações; Diminuição de investimento em educação e saúde). Aumento da arrecadação (Aumento de impostos). Ascensão de uma onda NEOLIBERAL.
CRISE DE 2013 (BRICS) Países de economia primárias. China se destaca como uma economia industrial (indústria de bens de consumo) Brasil uma economia dependente do comércio de commodities. Redução do consumo mundial. China freia seu produção e automaticamente sua demanda por matérias primas. A economia dos seus fornecedores serão afetadas.
Consequências diplomáticas A IMENSIDÃO DO ISLAMISMO Ensinamentos de MAOMÉ (ALCORÃO). Existem diversas correntes dentro do islamismo, as principais são: SUNITAS (85%) XIITAS (15%) Essa disputa extrapola a âmbito religiosos e vai para o campo geopolítico de domínio regional entre IRÃ (xiita) VS ARÁBIA SAUDITA (sunita). O grande FUNDAMENTALISMO islâmico tem origem na Arábia Saudita, portanto é sunita. ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria) e Al-Qaeda são SUNITAS.
FORMAÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO 2003 EUA e Reino Unido invadem o Iraque, derruba Saddam Hussein (Sunita). 2004 Governo Xiita é eleito. Rebeldes iraquianos contrários a invasão formam a Al Qaeda do Iraque. 2006 O movimento se transforma no EII (Estado islâmico do Iraque). 2011 Primavera Árabe inicia na Síria contra do ditador (Bashar al-assad) e seus rebeldes são apoiados pelo EII. 2013 Formação do ISIS. 2014 Inicio do CALIFADO (Al-Baghbadi). 2015 Aumenta o seu domínio territorial e inicia ataques na Europa.
GUERRA CIVIL NA SÍRIA
TERRITÓRIO AFRICANO
Migrações/Refugiados
O número de pessoas deslocadas por guerras alcançou um novo e alarmante recorde. Imagem: ACNUR
Podemos filtrar ainda mais essa informação a Síria tem a maior população de deslocados internos (7,6 milhões) e também é o principal país de origem de refugiados (3,88 milhões, ao final de 2014) no mundo. O Afeganistão e a Somália vêm em seguida, sendo os países de origem de 2,59 milhões e 1,1 milhão de refugiados respectivamente.
COMO OS IMIGRANTES CHEGAM À EUROPA?
DE ONDE ESTÃO SAINDO OS IMIGRANTES?
Principais Consequência para UE Racha entre os países favoráveis e contra ao apoio ao fluxo migratório. Aumento dos atentados. Saída do Reino Unido. Possibilidade de suspensão do Espaço Shengen. Aumento da xenofobia e islamofobia.
Exercício do ENEM O grupo Boko Haram, autor do sequestro, em abril de 2014, de mais de duzentas estudantes, que, posteriormente, segundo os líderes do grupo, seriam vendidas, nasceu de uma seita que atraiu seguidores com um discurso crítico em relação ao regime local. Pregando um islã radical e rigoroso, Mohammed Yusuf, um dos fundadores, acusava os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, de serem a fonte de todos os males sofridos pelo país. Boko Haram significa a educação ocidental é pecaminosa emhaussa, uma daslínguas faladas nopaís. www.cartacapital.com.br. Acessado em 13/05/2014. Adaptado. O texto se refere a) a uma dissidência da Al-Qaeda no Iraque, que passou a atuar no país após a morte de Sadam Hussein. b) a um grupo terrorista atuante nos Emirados Árabes, país economicamente mais dinâmico da região. c) a uma seita religiosa sunita que atua no Sul da Líbia, em franca oposição aos xiitas. d) a um grupo muçulmano extremista, atuante no Norte da Nigéria, região em que a maior parte da população vive na pobreza. e) ao principal grupo religioso da Etiópia, ligado ao regime político dos tuaregues, que atua em toda a região do Saara.
O número de imigrantes que vivem nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou em um terço na última década, apesar da recente queda dos fluxos migratórios provocada pela crise econômica iniciada em 2008, afirma um relatório publicado pela entidade nesta segunda-feira. Segundo a OCDE, que reúne 34 países, a maioria deles ricos, cerca de 110 milhões de imigrantes viviam nos países-membros da organização em 2009/2010, o equivalente a 9% da população total. BBC Brasil, 03 dez. 2012. Em busca de melhores condições de vida, muitos imigrantes saem de países pobres em direção aos territórios de economias desenvolvidas. Essa procura intensifica-se porque nos países desenvolvidos: a) há uma política de controle e recepção dos grupos imigrantes. b) são registrados baixos índices de xenofobia (aversão a estrangeiros). c) a burocracia facilita a regularização de imigrantes, mesmo que ilegais. d) existem políticas de incentivos aos deslocamentos sazonais. e) há uma elevada necessidade de mão de obra barata e de baixo custo.
Observe o mapa da distribuição dos drones (veículos aéreos não tripulados) norte-americanos na África e no Oriente Médio. Em suas declarações, o governo norte-americano justifica o uso dos drones, principalmente, como a) proteção militar a países com importantes laços econômicos com os EUA, principalmente na área de minerais raros. b) necessidade de proteção às embaixadas e outras legações diplomáticas norte-americanas em países com trajetória comunista. c) meio de transporte para o envio de equipamentos militares ao Irã, com a finalidade de desmonte das atividades nucleares. d) um dos pilares da sua estratégia de combate ao terrorismo, principalmente em regiões com importante atuação tribal/terrorista. e) reforço para a megaoperação de espionagem, executada em 2013, que culminou com o asilo de Snowden na Rússia.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo dos Estados Unidos da América aprovou uma série de medidas com o objetivo de proteger os cidadãos americanos da ameaça representada pelo terrorismo internacional. Entre as medidas adotadas pelo governo norteamericano estão a) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países aliados no combate ao terrorismo internacional; e a prisão imediata de árabes e muçulmanos que residissem nos Estados Unidos. b) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a restrição da liberdade e dos direitos civis de suspeitos de associação com o terrorismo. c) a concessão de apoio logístico e financeiro a países que, autonomamente, pudessem combater grupos terroristas em seus territórios; e a preservação dos direitos civis de suspeitos de associação com o terrorismo, que residissem dentro ou fora dos Estados Unidos. d) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a flexibilização do ingresso nos Estados Unidos de pessoas oriundas de qualquer região do mundo. e) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a preservação dos princípios de liberdade individual e autonomia dos povos.
LATUFF, C. Todas as opções na mesa para a Grécia. Operamundi. Disponível em:http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 08 jun. 2015. Na charge acima, temos a Primeira-ministra da Alemanha e representante da União Europeia (UE), Angela Merkel, apresentando as opções da Grécia perante a crise econômica. A crítica presente no cartum faz referência: a) à disputa ideológica entre os diferentes sistemas de produção. b) aos gastos necessários para recuperação monetária. c) à negativa da UE perante a entrada da Grécia no bloco. d) ao regime de controle midiático da UE sobre os gregos. e) à política de austeridade exigida pela UE.
Disponível em: <http://www.currensee.com/pigs#register>. Acesso em: 26 jul 2013. Adaptado. Com a crise econômica aprofundada em 2008, uma classe de países da Zona do Euro passou a ser chamada de PIIGS. Nesses países: a) a arrecadação caiu, apesar de o emprego ter aumentado, afetando a manutenção das políticas de bem estar desenvolvidas há décadas. b) a pobreza estrutural é muito grande, já que são periferias comunitárias localizadas no leste do continente. c) as taxas de desemprego são as mais expressivas do continente, apesar de a suscetibilidade das economias nacionais ter diminuído. d) os gastos públicos são excessivos e o endividamento descontrolado, ao ponto de suas dívidas serem iguais ou superiores a 50% dos seus PIB. e) os investimentos do bloco econômico continuam sendo fortes, mas houve o aumento da desconfiança da população nacional devido à corrupção.
Leia: "O país que entregou o credo sunita wahhabista aos assassinos do Estado Islâmico [ISIS] que atacaram Paris não dará a mínima importância aos gritos de guerra de François Hollande. A Arábia Saudita (...) sabe que a política exterior francesa favorece tanto os seus interesses que chegou a se opor a um acordo nuclear com o Irã sem contar os bilhões de dólares em armamento americano que continuarão fluindo ao reino sunita, apesar dos nexos deste com a organização [ISIS] que destruiu 129 vidas em Paris." (Robert FISK. A guerra de François Hollande contra o ISIS não vai ficar no caminho das armas da França comercializadas com a Arábia Saudita. In http://www.independent.co.uk/voices/comment/francois-hollandeswarwith-isis-wont-stand-in-the-way-of-frances-arms-deals-withsaudiarabia-a6738546.html acesso 23/11/2015) Esse jornalista, conhecedor profundo dos conflitos do Oriente Médio, indica contradições na política externa francesa em relação às reações atuais do presidente francês diante do ataque terrorista que atingiu Paris. Tendo isso em vista, pode ser afirmado que a) a Arábia Saudita que, segundo o jornalista, está relacionada ao crescimento do Estado Islâmico é tradicional aliada dos países ocidentais (EUA e França, por exemplo) e grande compradora de armas dessas potências. b) a geopolitíca no Oriente Médio se modificou com esse ataque terrorista do ISIS e logrou produzir uma aliança inusitada entre o mais poderoso país de maioria islâmica sunita (a Arábia Saudita) com os xiitas do Irã. c) a primeira reação do Ocidente frente ao ataque terrorista em Paris foi a de pressionar a monarquia teocrática dos sauditas, para que esta deixe de apoiar os militantes do ISIS que são sunitas, pois ao contrário não serão mais vendidas armas a esse país. d) a Arábia Saudita no Oriente Médio é o país geopoliticamente favorável ao Ocidente; já os outros países são hostis ao mundo ocidental, e vários são protetores diretos do ISIS. Isso os implica indiretamente aos ataques, daí eles terem sido bombardeados pela França.