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Transcrição:

DIREITO ADMINISTRATIVO AGENTES PÚBLICOS Atualizado até 13/10/2015

AGENTES PÚBLICOS CONCEITO O primeiro ponto a ser discutido quando se trata do pessoal da Administração Pública é a terminologia adotada. Assim, expressões como agente público, agente político, servidor público e empregado público não devem ser confundidas, pois não possuem o mesmo significado e, assim, cada uma deve ser compreendida de forma a não ficar dúvida em relação ao uso delas. Agente público é a expressão usada para se referir a qualquer pessoa física que exerça uma função pública. O que é relevante para a caracterização de alguém como agente público é a verificação do exercício de função pública. Assim, não importa se o agente foi eleito, se foi aprovado em concurso público, se é estatutário ou celetista, se a função é temporária, se tem remuneração ou não. É simples: se exerce função pública, é agente público. São agentes públicos todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Verifica-se, desta forma, que a expressão agente público é bem ampla e abrange diversas pessoas como, por exemplo, o Presidente da República, um Deputado Federal, um Delegado de Polícia, um servidor de um Município, um empregado público de uma sociedade de economia mista, um ocupante de cargo em comissão, um magistrado, um servidor temporário, um mesário, um jurado, um oficial de registro de imóveis, um concessionário de serviço público. ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS A classificação mais adotada é a de Hely Lopes Meireles, que apresenta as seguintes espécies de agentes públicos: Agentes políticos são aqueles que representam as funções típicas estatais de legislar, julgar a administrar; exercem funções previstas na CF88. Exemplos: políticos, secretários, membros do MP e da Magistratura; Agentes administrativos são as pessoas que possuem uma relação funcional com a administração pública. São aquelas que, de maneira geral, possuem uma relação empregatícia na esfera pública, sujeitos à hierarquia funcional. Exercem função de apoio aos agentes políticos. Nessa categoria estão: Os servidores públicos propriamente ditos: ocupantes de cargo efetivo ou de cargo em comissão; são regidos por leis

específicas, denominadas estatutos e, por isso, são chamados estatutários; Os empregados públicos: são aqueles regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas e, assim, chamados de celetistas. Os servidores temporários: são aqueles que exercem função temporária na administração pública, submetidos a legislação específica e que são contratados para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Agentes honoríficos são as pessoas convidadas para prestar determinado serviço para a administração pública, de maneira temporária e, normalmente, sem remuneração, em razão de sua honorabilidade, de sua idoneidade. São exemplos o mesário e o jurado; Agentes delegados são particulares que possuem atribuições de executar, por sua conta e risco, um serviço público ou uma atividade de interesse público, sob fiscalização estatal e de acordo com as normas estabelecidas pelo Estado. São os concessionários e permissionários de serviço público, os registradores de imóveis, os tabeliães, os notários, os tradutores públicos, os leiloeiros; Agentes credenciados são as pessoas que recebem a atribuição de representar a administração pública em determinado evento ou de praticar certa atividade. Por exemplo, um pesquisador ou um empresário representando o Brasil em algum evento internacional. Além da tradicional classificado anteriormente exposta, cumpre registrar a difundida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, pela qual os agentes públicos subdividem-se em agentes políticos, servidores públicos, militares e particulares em colaboração com o Poder Público. Em comparação com a classificação anterior, coincidem os agentes políticos e os servidores públicos, e os agentes honoríficos, delegados e credenciados são incluídos na categoria particulares em colaboração com o Poder Público. Ainda, acrescenta os militares. Quanto aos militares, a autora justifica a colocação dos militares na em categoria separada, em razão da EC 18/98, que alterou o nome da Seção III do capítulo VII. Aliás, é importante frisar que, independentemente da classificação adotada, a expressão militar engloba os militares das Forças Armadas e os militares do Estado (policiais militares e bombeiros militares) e que esse grupo de agentes públicos possui regime jurídico próprio.

Na categoria particulares em colaboração com o Poder Público, há as pessoas físicas que prestam, sem vínculo empregatício, serviços ao Estado, por delegação do Poder Público, por requisição, nomeação ou designação, como gestores de negócios. CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA A Constituição delimitou a competência administrativa entre os entes da federação. Estabeleceu o que é exclusivo da União, o que é dos Municípios, o que é comum a todos e deixou as atividades remanescentes para os Estados. Os entes políticos, em razão das competências a eles atribuídas, organizam sua estrutura administrativa, de maneira a desempenhar a atividade administrativa de forma centralizada ou descentralizado. Para tanto, criam órgãos e pessoas jurídicas. Todavia, para ocorrer a manifestação de vontade da pessoa política ou da pessoa administrativa, é necessária a intervenção do ser humano, da pessoa física, que é o agente público. Cada agente público deve desenvolver as atribuições inerentes ao cargo ou emprego público que ocupa ou à função pública que desempenha. Assim, o agente público ocupa um cargo público, que está inserido em um órgão público, o qual, por sua vez, integra uma pessoa jurídica. Desse modo, cargos públicos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo, caso em que se criam por resolução, da Câmara ou do Senado, conforme se trate de serviços de uma ou de outra destas Casas. À propósito, a competência legislativa é própria de cada ente político. Assim, lei federal cria cargos federais, lei estadual cria cargos estaduais, lei distrital cria cargos distritais e lei municipal cria cargos municipais. Em relação à extinção, está também se dá por meio de lei, salvo, na esfera federal, se for cargo vago, caso em que a extinção poderá ser feita pelo Presidente da República, por meio de decreto autônomo. O acesso ao cargo público não necessariamente será via concurso público, pois isso dependerá de o cargo ser efetivo ou em comissão. De qualquer forma, o cargo é próprio das pessoas de direito público, é inerente ao regime estatutário, não sendo compatível com as pessoas jurídicas de direito privado da Administração Pública, isto é, não existe cargo público nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista.

O local ocupado pelo agente público contratado para desempenhar suas atribuições sob o regime celetista é o emprego público. Assim, empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob regime trabalhista. Da mesma forma que os cargos, os empregos permanentes são criados por lei. Além do cargo e do emprego, que possuem individualidade própria, na atribuições desempenhados por agentes públicos sem que possuam um cargo ou emprego, isto é, um conjunto de atribuições desvinculadas de cargo ou emprego, ao qual se dá o nome de função, que pode ser de duas espécies: a função exercida por servidores temporários e a função de direção, chefia e assessoramento, atribuída a servidores titulares de cargo efetivo. Assim, a função pode existir sem cargo público ou emprego público, mas o inverso não é verdadeiro, quer dizer, todo cargo público e todo emprego público possuem atribuições que devem ser desempenhadas por seus ocupantes. FORMAS DE PROVIMENTO Existe o provimento originário e o provimento derivado. O único provimento originário existente no ordenamento jurídico brasileiro é a nomeação, que pode se dar para cargos efetivos ou comissionados. As formas de provimento derivado são: promoção (antiguidade ou merecimento), readaptação (limitação física ou mental), reversão (volta da aposentadoria), aproveitamento (agente saindo da disponibilidade), reintegração (demissão anulada) e recondução (não passou em estágio probatório para outro cargo ou o dono original do cargo foi reintegrado). DICAS IMPORTANTES EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MAGISTÉRIO. ACUMULAÇÃO TRÍPLICE DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. SUPERVENIÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98. INAPLICABILIDADE. 1. A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição do Brasil. 2. Inaplicabilidade, no caso, da Emenda Constitucional n. 20/98, vez que inadmissível, na ativa, a acumulação de três cargos de magistério. Precedentes. Agravo regimental a que

se nega provimento. (STF. AI 567707 AgR / PR. Rel. Min. Eros Grau. Segunda Turma. DJ 23.06.2006). ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Aos autores não referenciados, todos os direitos reservados.