EMENTA: 1. CONSULTA - RESOLUÇÕES CNJ 13 e 14/ VISTOS, relatados e discutidos

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1 1 Pedido de Providências n 851 Requerente: Tribunal Superior do Trabalho - TST Assunto:Consulta - Resoluções n 13/2006 e 14/2006. Requerido: Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Possibilidade de acumulação de subsídios/proventos de Magistrados EMENTA: 1. CONSULTA - RESOLUÇÕES CNJ 13 e 14/ ativos/inativos com proventos intitulados pensão parlamentar, desde que, esses últimos obtidos até a edição da Lei na 9.506, de 30 de outubro de 1997, ou seja, até o momento de extinção do IPC - Instituto de Previdência dos Congressistas, ou seus congêneres estaduais. 3. Hipótese excepcional de inaplicabilidade do teto remuneratório constitucional. 4. Impossibilidade de acumulação de proventos de aposentadoria de Magistrados com proventos intitulados pensão parlamentar originários do exercício de cargo de congressistas ou deputado estadual à conta do regime de previdência previsto no artigo 40, por expressa vedação de seu 6 ; 5. Obrigatoriedade de respeito ao teto remuneratório constitucional (CF, arl. 37, XI) no caso de cumulação entre subsídios/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo INSS. 6. CONSULTA conhecida e respondida. VISTOS, relatados e discutidos os autos do Pedido de Providências no.85i, ACORDAM os Conselheiros que compõem o Conselho Nacional de Justiça, por unanimidade, em CONHECER E RESPONDER a presente CONSULTA, nos termos do voto do Conselheiro-relator.

2 2 RELATÓRIO o presente procedimento versa sobre representação apresentada pelo Excelentíssimo Ministro Rider Nogueira de Brito, Vice-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, então no exercício da Presidência, consultando o Conselho Nacional de Justiça sobre: 1. A possibilidade de Magistrados inativos perceberem cumulativamente o subsídio com proventos intitulados pensão parlamentar originados do exercício de cargo de deputado federal ou estadual, nos termos do inciso II, alinea "b", do art. 8 da Resolução n" 13/2006; 2. A possibilidade de estar excluída do teto remuneratório constitucional a percepção cumulativa de subsídio/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social oriundos de atividade privada, em face do disposto no art, 6 da Resolução n" 13/2006 e do art, 2, inciso I, alinea "k", da Resolução n 14/2006. É o breve relatório.

3 3 VOTO Em relação à primeira hipótese, as Resoluções nos 13 e 14, de 21 de março de 2006, do Conselho Nacional de Justiça, estabelecem, respectivamente e com idêntica redação, em seus artigos 8, II, "b" e 4 II, "b", que "ficam excluídas da incidência do teta remuneratório constitucional as seguintes verbas. II - de caráter permanente: b) beneficias percebidos de planos de previdência instituídos por entidades fechadas, ainda que extintas ", ou seja, prevê a hipótese de cumulação remunerada, não sujeita ao teto remuneratório, entre subsídios de magistrados da ativa e beneficios percebidos de planos de previdência instituídos por entidades fechadas, ainda que extintas. A presente CONSULTA realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho é mais '. específica, pois pretende definir a possibilidade de percepção simultânea de proventos de duas aposentadoria decorrentes do exercício de cargos públicos não acumuláveis na atividade: magistrado e parlamentar. EM REGRA, essa possibilidade é absolutamente vedada pelo texto constitucional (CF, art. 40, 6):

4 4 "Art, 40, 6 Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência neste artigo" Ocorre, porém, que os parlamentares que se aposentaram e passaram a receber seus proventos até a extinção do IPC - Instituto de Previdência dos Congressistas, não passaram a perceber suas aposentadorias à conta do regime de previdência do artigo 40, pois tinham seus benefícios percebidos de planos de previdência instituídos por entidades fechadas, e não, como veda expressamente o texto constitucional, percepção de aposentadoria à conta do regime de previdência do artigo 40 da Carta Magna. A pensão parlamentar originada pelo exercício de cargo de congressista federal e concedida pelo instinto IPC - Instituto de Previdência dos Congressistas enquadra-se inteiramente na respectiva previsão excepcional das Resoluções nos 13 e 14 do CNJ, desde que o beneficio tenha sido obtido até o momento da liquidação do IPC, pois no âmbito da União, a Lei n" 9.506, de 30 de outubro de 1997, que extinguiu o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), nos termos de seu art. 11, expressamente previu que "fica vedada, a partir da liquidação do IPC, a acumulação da aposentadoria pelo Plano previsto nesta Lei com a do regime de previdência social do servidor público, civil ou militar"; o que, posteriormente, foi consagrado em nível

5 5 constitucional com a nova redação do 6, do art. 40 da Constituição Federal, dada pela EC n" 20, de 15 de dezembro de O mesmo entendimento tem validade para os congêneres parlamentares estaduais, em face da aplicabilidade expressa do Estatuto do Congressista aos deputados estaduais, nos termos do art. 27, IOda Constituição da República Federativa do Brasil. Dessa forma, entendo possível a cumulação entre subsídios/proventos de aposentadoria de Magistrado e proventos intitulados pensão parlamentar, desde que, esses últimos obtidos até a edição da Lei n 9.506, de 30 de outubro de 1997, ou seja, até o momento de extinção do IPC, que se caracterizava como entidade fechada de planos de previdência. Em relação à essa cumulação, nos termos das Resoluções CNJ n? 13 e 14, não se aplica o teto remuneratório previsto no inciso XI, do art. 37. A segunda indagação, diz respeito à possibilidade da cumulação do subsídio/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo Instituto Nacional de Seguro Social oriundos da atividade privada, não estar sujeita ao teto remuneratório constitucional previsto no inciso XI, do art. 37. Entendo aplicar-se à presente hipótese o seguinte preceito constitucional: art. 40, 11:

6 ~ 6 "Art, 40, II. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e aos montantes resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo". Dessa forma, de maneira expressa, o 1l, do art. 40 do texto constitucional determinou a aplicação do TETO SALARIAL, previsto no inciso XI, do art. 37, inclusive à acumulação de subsídios/remuneração de cargos ou empregos públicos com proventos de inatividade de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social. Não foi outro o entendimento do Conselho Nacional de Justiça ao editar as Resoluções CNJ n''s 13 e 14, que definiram: "Resolução CNJ n? 13/ Art. 6. Está sujeita ao teto remuneratório a percepção cumulativa de subsídios, remuneração, proventos e pensões, de qualquer origem, nos termos do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, ressalvado o disposto no art. 8 desta Resolução".

7 7 "Resolução CNJ n 14/ Art. 2, 1, K - "Estão sujeitas ao teto remuneratório previstos no art. 1 as seguintes verbas: I - de caráter permanente: k) percepção cumulativa de remuneração, proventos e pensões, de qualquer origem, nos termos do art. 37, inciso XI da Constituição Federal, ressalvado o disposto no art. 4 da Resolução". Dessa forma, a cumulação entre subsídios/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo INSS, somente será possível quando respeítado o limite constitucional do teto remuneratório previsto no inciso XI, do art. 37 da Constituição Federal, ou seja, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Diante de todo o exposto, VOTO no sentido de responder a presente CONSULTA da seguinte forma: 1. É possível a acumulação de subsídios/proventos de Magistrados ativos/inativos com proventos intitulados pensão parlamentar, desde que, esses últimos obtidos até a edição da Lei n 9.506, de 30 de outubro de 1997, ou seja, até o momento de extinção do IPC - Instituto de Previdência dos Congressistas, que se caracterizava como entidade fechada de planos de previdência, em se tratando de

8 8 parlamentares federais. Nessa hipótese, nos termos das Resoluções CNJ nos 13 e 14, não se aplica o teto remuneratório previsto no inciso XI, do art. 37 da Constituição Federal; 2. É possível a acumulação de subsídio/proventos de Magistrados ativos/inativos com proventos intitulados pensão parlamentar originários do exercício de cargo de deputado estadual, em face da regra de extensão do 1, do art. 27 da Constituição Federal, nos mesmos termos do item 1, ou seja, desde que obtidos até a extinção da entidade fechada de planos de previdência para parlamentares estaduais. Nessa hipótese, igualmente, nos termos das Resoluções CNJ nos 13 e 14, não se aplica o teto remuneratório previsto no inciso XI, do art, 37 da Constituição Federal; 3. Não é possível a acumulação de proventos de aposentadoria de Magistrados com proventos intitulados pensão parlamentar originários do exercício de cargo de congressistas ou deputado estadual à conta do regime de previdência previsto no artigo 40, por expressa vedação de seu 6 ; 4. A cumulação entre subsídios/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo INSS, é possível, devendo obrigatoriamente respeitar o limite constitucional do teto remuneratório

9 _.- 9 previsto no inciso XI, do ar!. 37 da Constituição Federal, ou seja, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. É como VOTO. Brasília, 26 de setembro de 2006 Consel