NOTA DE ESCLARECIMENTOS NOVAS REGRAS NO SISTEMA DE COMPENSAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Considerações sobre a aplicabilidade da Instrução Normativa nº. 50 de 04 de janeiro de 2011, publicada no Diário Oficial do dia (5) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segurado troca de regime - novas regras no Sistema de Compensação Previdenciária para os Entes Federados. A Confederação Nacional de Municípios - CNM, na qualidade de órgão máximo de representação institucional dos municípios brasileiros, orienta seus afiliados na realização desta Compensação Previdenciária a que os Entes têm direito na forma da Lei nº. 9.796, de 05 de maio de 1999. Cumpre-nos, esclarecer o quanto segue: A Compensação Previdenciária é o acerto de contas entre o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipais, na hipótese de contagem recíproca do tempo de contribuição. Os municípios, ao atenderem o preceito constitucional em instituir o RPPS, geraram a necessidade de se compensarem financeiramente com o RGPS. Isto porque seus servidores ao aposentarem-se haviam contribuído por um determinado período para o INSS e o RPPS ficou responsável pelo pagamento integral de seus benefícios de aposentadoria e posteriormente das pensões precedidas de aposentadorias deixadas aos seus dependentes. Questionamentos têm sido formulados pelos municípios acerca da aplicação da Instrução Normativa, INSS nº. 50, de 04 de janeiro de 2011, que promove novas regras diante da Lei nº. 9.796, de 1999, no Decreto nº. 3.112, de 1999 e da Portaria MPAS nº. 6.209, de 16 de dezembro de 1999, estabelecendo a necessidade de implementar o encontro de contas entre as compensações previdenciárias, referente ao tempo de contribuição utilizado na concessão de benefício, mediante contagem recíproca na forma da Lei nº. 6.226 de 14 de julho de 1975 e legislação subseqüente. Logo, a compensação previdenciária somente se aplica quando tiver havido contribuições para fins de aposentadoria, devendo estas ser comprovadas pelo regime de origem por ocasião 1
da apresentação do respectivo requerimento, o objetivo do dispositivo inserido pela Instrução Normativa é disciplinar nova regras operacionais visando à comprovação das contribuições por meio dos documentos como: I - registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS do servidor; II - folhas ou recibos de pagamentos de salários e demais registros contábeis; III - livro ou ficha de registro de empregado; IV - contrato de trabalho e respectiva rescisão; V - atos de nomeação e de exoneração publicados; ou VI - outros registros funcionais capazes de demonstrar o exercício da atividade e o vínculo ao RGPS, que não constam no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Para os que firmaram o Acordo de Cooperação Técnica com o MPS/INSS, e caso não conste no (CNIS) as informações das contribuições relativas aos períodos certificados pelas CTC emitidas pelos entes federados, vinculadas ao RGPS, possam solicitar a Receita Federal do Brasil o fornecimento dos relatórios onde constam as Confissões de Dívidas juntamente com os respectivos anexos das Notas Fiscais de Lançamento de Débitos - NFLD s, objeto de comprovação da cobrança de contribuições para o RGPS, daquele segmento de servidores que está sendo descontado. Os Entes deverão observar o prazo prescricional fixado no art. 1 do Decreto n 20.910, de 6 de janeiro de 1932, nos termos do art. 88 da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991, que Regula a Prescrição Qüinqüenal, assinalada, no artigo 15 da mencionada Instrução Normativa, os pedidos de compensação deverão ser apresentados com os respectivos requerimentos relativos aos benefícios concedidos a partir de 6 de maio de 1999. Comprometendo o Passivo do Fluxo correspondente aos valores devidos. Visto que a partir do momento da aposentadoria do servidor, não requerendo esta compensação no prazo previsto de 05 (cinco) anos o Ente perderá certos períodos relativos às contribuições por não ter buscado a compensação previdenciária devida logo que o servidor veio a aposentar-se. Contudo, explicitando, supõe-se que o servidor aposentou-se no ano de 2004, e o Ente veio pleitear a compensação previdenciária somente em 2011, devido à prescrição qüinqüenal, as compensações se darão do ano de 2006 até o ano de 2011. Salienta-se que o valor total das compensações a que o município tem direito será tanto menor quanto mais demorar para implementar os procedimentos necessários, ou seja, um mês a mais na implementação do pedido de compensação, resulta em um mês a menos na compensação possível. 2
Merece destacar, que Desde a competência junho/2004 foram processados, no sistema COMPREV, os ajustes de contas entre os valores de compensação do RO (RGPS como regime de origem) e do RI (RGPS como regime instituidor). Assim, o pagamento do fluxo de compensação será efetuado conforme o saldo apurado, que se for a crédito do INSS, deverá ser recolhido por Guia de Previdência Social até o 5º dia útil do mês subseqüente à competência a que se refere, de acordo com o 2º, art. 6º, da Lei nº. 9.796/99 e 2º, art. 16, do Decreto nº. 3.112/99. Os valores dos saldos estarão disponíveis no sistema COMPREV - Módulo RI - Consultas - Operacionais. O INSS processará, simultaneamente, a compensação previdenciária dos valores relativos aos benefícios em manutenção concedidos de 5 de outubro de 1988 a 5 de maio de 1999 e os benefícios concedidos a partir de 6 de maio de 1999 1. Os Entes conveniados com o MPS, para fins de compensação previdenciária, que já estão cadastrados no sistema COMPREV e habilitados para acesso ao mesmo, deverão efetuar as análises dos requerimentos, que já se encontram disponíveis no módulo RI do sistema, e proferir decisão de concessão ou indeferimento) 2. Lembramos ainda que, na hipótese de descumprimento do prazo de desembolso, serão aplicadas as mesmas normas em vigor para atualização dos valores dos recolhimentos em atraso de contribuições previdenciárias devidas ao INSS. Registro dos processos pelos Tribunais de Contas Estaduais e Municipais Esclarecemos, que para os processos de aposentadoria e pensão por morte dela decorrente, que estão sem os registros (homologação) do Tribunal de Contas do seu Estado/Município, poderão ser processados no Sistema COMPREV/MPS/INSS, ficando pendente apenas o referido registro, que, quando da liberação pelo TCE/TCM, poderá vincular-se ao requerimento já processado. Lembrando que para assegurar o prazo prescricional qüinqüenal e o período de compensação denominado passivo do estoque, as aposentadorias ocorridas entre a Constituição Federal de 1988 e a data da Lei nº. 9.796, de 05 de maio de 1999, deverão ser processados no Sistema até 31 de maio de 2013. Finalidade 1 http://www.previdencia.gov.br/conteudodinamico.php?id=523. Consulta efetuada em 10/01/2011 2 http://www.previdencia.gov.br/conteudodinamico.php?id=394.consulta efetuada em 10/01/2011 3
A Compensação Previdenciária tem como finalidade o pagamento das aposentadorias e pensões existentes; o ressarcimento financeiro do Regime Instituidor; controle dos repasses financeiros realizados e ajuste de contas entre os regimes de previdência; e, o período compreendido entre CF - 05/10/88 e 05/05/99, Lei n 9.796/99 poderá ser objeto de glosa no encontro de contas - débitos de não recolhimentos na contagem recíproca para servidores. Como também, na hipótese de extinção do regime próprio de previdência social, os valores oriundos da compensação previdenciária do RGPS para o RPPS, somente poderão ser utilizados no pagamento dos benefícios concedidos, e na constituição do fundo previsto no art. 6º da Lei nº. 9.717, de 1998. Acordo de Cooperação Técnica da Compensação Previdenciária A falta de celebração do Acordo de Cooperação Técnica, não prejudica o direito de o INSS encaminhar os requerimentos de compensação previdenciária relativos aos benefícios por ele concedidos e de exigir do regime devedor, ou do respectivo ente instituidor, conforme o caso, os créditos do RGPS. O INSS processará, simultaneamente, a compensação previdenciária dos valores relativos aos benefícios em manutenção concedidos de 5 de outubro de 1988 a 5 de maio de 1999 e os benefícios concedido a partir de 6 de maio de 1999, observado o disposto no art. 5º da Portaria Interministerial MF/MPS nº. 410, de 29 de julho de 2009. Benefícios para municípios que buscaram a Compensação Previdenciária os recursos financeiros provenientes do repasse da Compensação Previdenciária fortalecem e aumentam significativamente a capitalização para o Regime Próprio de Previdência Social RPPS; garante o pagamento das aposentadorias e pensões por morte devidas pelo seu município; amortiza o déficit (passivo) atuarial, contribuindo para o equilíbrio financeiro e atuarial do regime próprio; economia em média de 41% no pagamento dos inativos em que houve o repasse da compensação previdenciária. 4
Orientação da CNM A CNM conta com uma equipe técnica especializada, com ampla experiência na validação prévia da documentação pertinente à elaboração do Acordo de Cooperação Técnica da Compensação Previdenciária junto ao MPS, como ainda, na operacionalização dos requerimentos no Sistema Comprev, evitando a impugnação dos pedidos encaminhados ao INSS. Até o momento já foi disponibilizado pelo INSS, para os municípios orientados pela CNM um montante de aproximadamente R$ 54 milhões de reais. 5