Identification Study of Somatotype and Dermatoglyphic Profile of Adult, Junior and Youth Male Brazilian Top Level Volleyball Players

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Identificação do Perfil Dermatoglífico e Somatotípico dos Atletas de Voleibol Masculino Adulto, Juvenil e Infanto-Juvenil, de Alto Rendimento no Brasil Identification Study of Somatotype and Dermatoglyphic Profile of Adult, Junior and Youth Male Brazilian Top Level Volleyball Players ZARY, J.C.F.; FERNADEZ FILHO, J. Identificação do Perfil Dermatoglífico e Somatotípico dos Atletas de Voleibol Masculino Adulto, Juvenil e Infanto-Juvenil, de Alto Rendimento no Brasil. R. bras. Ci e Mov. 2007; 15(1): 53-60. Resumo: O presente estudo teve por objetivo identificar as características dermatoglíficas e somatotípicas dos atletas de voleibol masculino nas categorias Adulto, Juvenil e Infanto-juvenil. Os grupos eram compostos por: 12 atletas (Adulto - 2004), 12 atletas (Juvenil - 2003), e 14 atletas (Infanto-juvenil - 2004), convocados pela Confederação Brasileira de Voleibol (C.B.V.) para disputar os respectivos Campeonatos Mundiais. A implicação prática do perfil no Voleibol no Brasil se coadunou com as necessidades desta modalidade esportiva, pois carecem informações sobre os atletas de alto rendimento no voleibol, quanto aos aspectos já citados. Metodologia: Os grupos foram submetidos a uma avaliação para identificação do perfil dermatoglífico, por meio das impressões digitais (ID), segundo Cummins & Midlo (1943), e, também a uma avaliação do somatótipo, segundo Carter-Heath (1990). Na identificação do perfil dermatoglífico, obteve-se os resultados: Infanto-juvenil SQTL: 118,9; D10: 11,91; (A): 0,80; (L): 5,90; (W): 3,30; Juvenil SQTL: 116; D10: 11,91; (A): 0,64; (L): 6,82; (W): 2,55; Adulto SQTL: 132,08; D10: 13,5; (A): 0,33; (L): 5,83; (W): 3,83; Na identificação do perfil somatotípico, foram encontrados os seguintes resultados: Infanto-juvenil Endo: 2,4 ± 0,52; Meso: 3,4 ± 0,77; Ecto: 3,8 ± 0,76; Juvenil Endo: 1,7 ± 0,32; Meso: 3,8 ± 0,86; Ecto: 3,9 ± 0,64; Adulto: Endo: 2,6 ± 0,69; Meso: 4,2 ± 1,69; Ecto: 2,6 ± 0,86. Tais valores caracterizaram os grupos investigados, ora representantes do alto rendimento no desporto em questão. Palavras-chave: Perfil Dermatoglífico, Somatótipo, Voleibol. Julio Cezar Fidalgo Zary José Fernandes Filho Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências de Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco ZARY, J.C.F.; FERNADEZ FILHO, J. Identification Study of Somatotype and Dermatoglyphic Profile of Adult, Junior and Youth Male Brazilian Top Level Volleyball Players. R. bras. Ci e Mov. 2007; 15(1): 53-60. Abstract: This study aims at identifying the dermatoglyphic and somatotype profiles of high performance, male, Brazilian volleyball Youth, Junior and Adult athletes. The sample groups were composed by 12 athletes (Adult team in 2004), 12 athletes (Youth team in 2003), and 14 athletes (Junior team in 2004), all of the part of the Brazilian Teams invited to compete in the World Championships. The practical implication in identifying the profile of volleyball players in Brazil is incorporated with the needs of this sport modality. The groups were submitted to an evaluation to identify the dermatoglyphic profile by means of fingerprints, according to Cummins and Midlo (1943), and also to an evaluation of somatotype, according to Carter-Heath (1990). In identifying the dermatoglyphic profile, the results found were: Junior TRC 118.9; D10: 11.91; (A): 0.80; (L): 5.90; (W): 3.30; Youth TRC: 116; D10: 11.91; (A): 0.64; (L): 6.82; (W): 2.55; Adult TRC: 132.08; D10: 13.5; (A): 0.33; (L): 5.83; (W): 3.83; In identifying the somatotype profile, the results were: Junior Endo: 2.4 ± 0.52; Meso: 3.4 ± 0.77; Ecto: 3.8 ± 0.76. Youth Endo: 1.7 ± 0.32; Meso: 3.8 ± 0.86; Ecto: 3.9 ± 0.64. Adult Endo: 2.6 ± 0.69; Meso: 4.2 ± 1.69; Ecto: 2.6 ± 0.86. These values characterize the groups studied, that have great value in high performance sports, because the results achieved in international competitions. Keywords: Dermatoglyphic Profile, Somatotype, Volleyball. Recebimento: 11/2005 Aceite: 08/2006 Correspondência: Julio Cezar Fidalgo Zary, Rua Santa Alexandrina, nº 419, Ap.802, Rio Comprido, RJ - CEP 20261-235 - E-mail: julio.zaru@gmail.com

54 Perfil dermatoglífico e somatotípico dos atletas de voleibol Introdução O voleibol foi criado no ano de 1895 pelo norte-americano William George Morgan como substituição ao basquetebol, considerado muito violento para os associados mais idosos. No Brasil, apesar de ter sido introduzido no Colégio Marista de Recife, por volta de 1915, segundo Matthelesen 9, esta modalidade não apresentou um destaque esportivo até o ano de 1982, quando então ganhou projeção nacional com a vitória da equipe brasileira masculina no Mundialito. A partir de então, o Brasil passou a fazer parte da elite internacional do voleibol, tendo conquistado vários excelentes resultados, inclusive a medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas em 2004. Para que seja possível manter este nível de excelência, é inegável a exigência de se conhecer a modalidade por diversos ângulos, de modo a alcançar o padrão ideal de desempenho das equipes representativas do Brasil, conforme Rezende 13, atual técnico da seleção brasileira masculina. Tal padrão tem sido estudado no Brasil e em outros países nos diversos esportes, sob diversos ângulos. Abramova, Nikitina e Ozolin 1 relatam que, na Rússia...têm sido analisadas as características das impressões digitais para selecionar talentos esportivos..., assim como o era na ex-união Soviética, tomando-se por base os perfis das seleções olímpicas daquele país. No Brasil, diversas modalidades já tiveram suas equipes de alto rendimento analisadas: Zary et al 16, Silva et al 15, Pavel e Fernandes Filho 12, Medina 10, Cabral, Cabral e Fernandes Filho 2, entre outros. Segundo Carter & Heath 3, e Duquet & Carter 5, é fato que o somatotipo ideal para atletas varia de acordo com a modalidade e a posição em que se joga. Embora o tamanho e a forma do corpo não sejam os únicos elementos necessários para o sucesso de um atleta, podem representar importantes pré-requisitos para um alto rendimento em um determinado esporte. As características antropométricas de um atleta podem influenciar, de certa forma, o seu nível de performance, ao mesmo tempo em que pode ajudar a determinar um perfil específico para determinado esporte, conforme Gualdi- Russo 7. Com base nos pressupostos anteriores, resolvemos, no presente estudo, apresentar o perfil dermatoglífico e somatotípico dos atletas brasileiros nas categorias: adulto, juvenil e infanto-juvenl, fornecendo subsídios para que possam ser feitas comparações e relações entre o perfil antropométrico, somatotípico e dermatoglífico. Métodos As populações foram limitadas ao universo das seleções: 14 atletas convocados para compor a seleção brasileira de voleibol masculino Infanto-juvenil (2004), com idade de 16,99 ± 0,41 anos, estatura de 1,96 ± 0,08 m e massa corporal de 87,4 ± 11,4 kg; aos 12 atletas convocados para compor a seleção brasileira masculina de voleibol Juvenil (2003), com idade de 20,03 ± 0,46 anos, estatura de 1,99 ± 0,07 m e massa corporal de 90,32 ± 6,72 kg; e aos 12 atletas convocados para compor a seleção brasileira masculina de voleibol Adulto (2004), com idade de 28,66 ± 3,55 anos, estatura de 1,95 ± 0,07 m e massa corporal de 86,83 ± 5,58 kg. O protocolo escolhido para determinar-se o Perfil Dermatoglífico foi o da dermatoglifia digital, de Cummins & Midlo 4, a que se refere Abramova et al. 1. Após a obtenção das impressões digitais, conforme Fernandes Filho 6, houve o processamento preliminar de sua leitura, cuja seqüência foi a seguinte: Identificação dos tipos de desenhos nas falanges distais dos dedos das mãos, conforme Figura 1; Contagem da quantidade de linhas das cristas da pele (QL); Intensidade sumária dos desenhos trirrádios (ou índice delta); Somatório total das linhas nos 10 (dez) dedos das mãos (SQTL); Tipos de fórmulas digitais que indicam a representação nos indivíduos, de diferentes tipos de desenhos. FIGURA 1- DESENHOS MAIS COMUNS DAS IMPRESSÕES DIGITAIS Para coleta das impressões digitais utilizou-se o papel A4, com densidade de 90 g/m 2, uma contra placa, de 20 x 8 cm e um coletor de impressões digitais marca Collectors Impress.

J.C.F Zary e J. Fernandes Filho. 55 Para determinar-se o Perfil Somatotípico, o protocolo utilizado foi o somatótipológico, de Carter & Heath 3, e de acordo com as normas da ISAK 8. Foram utilizados os seguintes aparelhos: compasso de dobras Harpenden, fita antropométrica metálica, paquímetro Mitutoyo, estadiômetro fixado na parede e balança médica Filizola. Os dados foram coletados na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), durante o treinamento das equipes para os campeonatos dos quais participaram. Foi apresentada em suas formas descritiva e inferencial, sendo utilizado o aplicativo Statistical Package for Social Sciences (SPSS 11.5). Para a análise das médias das variáveis de estudo em cada um dos grupos componentes da amostra (Infanto-juvenil, Juvenil e Adulto) foi empregado o teste paramétrico da análise de variância (ANOVA one way) acompanhadamente do post hoc de Tukey para as múltiplas comparações e detecção das diferenças entre os grupos, adotando o nível de significância de p 0,05. Resultados Na Tabela 1, são apresentadas as características antropométricas das seleções, segundo os sujeitos da amostra (N), valores máximo e o mínimo, média (µ) e o desvio padrão (δ) da idade, massa corporal, estatura e Índice de Massa Corporal. TABELA 1- ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS SELEÇÕES Idade (anos) Estatura (m) Massa Corporal total (kg) N Máximo Mínimo µ δ Infanto-juvenil 14 16,08 17,33 16,99 0,41 Juvenil 12 19,30 20,50 20,03 0,46 Adulto 12 24,00 36,00 28,66 3,55 Infanto-juvenil 14 1,77 2,06 1,96 0,08 Juvenil 12 1,86 2,06 1,99 0,07 Adulto 12 1,84 2,05 1,95 0,07 Infanto-juvenil 14 66,90 107,90 87,40 11,01 Juvenil 12 79,40 102,70 90,32 6,72 Adulto 12 78,00 98,00 86,83 5,58 Por meio do Gráfico 1, percebe-se que a mediana da estatura da seleção Juvenil, é mais elevada que as demais, Adulto e Infantojuvenil. Provavelmente, em função da idade da amostra, nesta última seus jogadores ainda não tenham finalizado o seu desenvolvimento físico-corporal. Acerca da massa corporal total as seleções apresentam medianas semelhantes, sendo a Adulta a menor. A Infanto-juvenil parece ter uma distribuição mais normal que as demais. O IMC das seleções também tem a mediana bastante semelhante, neste caso, a Infanto-juvenil tem uma quantidade maior de jogadores mais dispersos abaixo da mediana. GRÁFICO 01- BOX-PLOT DA ESTATURA, MASSA CORPORAL TOTAL E IMC DAS SELEÇÕES BRASILEIRAS DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTO, JUVENIL E ADULTO

56 Perfil dermatoglífico e somatotípico dos atletas de voleibol O perfil dermatoglífico, identificado no presente estudo, está demonstrado por meio dos valores médios e de seu desvio-padrão, em cada um dos parâmetros observados, especificados a seguir, conforme Tabela 2. TABELA 2- PERFIL DERMATOGLÍFICO Categoria Infanto-juvenil Juvenil Adulto SQTL 118,9 ± 43,88 116 ± 44,80 132,08 ± 38,27 D10 11,91 ± 3,59 11,53 ± 3,45 13,5 ± 2,88 A 0,80 ± 1,47 0,64 ± 1,50 0,33 ± 0,78 L 5,90 ± 2,19 6,82 ± 2,99 5,83 ± 2,21 W 3,30 ± 2,61 2,55 ± 2,95 3,83 ± 2,44 Fórmulas digitais AL = 16,7 %; ALW = 22,2 %; L>W = 38,9 %; W>L = 11,1 %; 10W = 5,6 %; L=W = 5,6 % Pela análise da estatística inferencial do SQTL, por meio da ANOVA, pode-se rejeitar a hipótese nula (F = 0,503). No entanto, conforme o teste post hoc de Tukey W>L = 27,27 %; L>W = 18,18 %, 10L = 27,27 %; ALW = 27,27 % W>L = 25 %; L>W = 25 % W = L = 25 %, 10L = 8,33 %, ALW = 8,33; AL = 8,33 % foram verificadas diferenças significativas na seleção Adulta, conforme a Tabela 3, abaixo: TABELA 3 - COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS DO SQTL DAS SELEÇÕES DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E ADULTO Seleções (categorias) Erro padrão Significância Infanto-juvenil 95% Intervalo de Confiança Cauda Inferior Cauda Superior Juvenil 16,506 0,983-37,456 43,234 Adulto 17,010 0,567-58,989 24,167 Juvenil Adulto 18,844 0,534-66,362 25,762 A mediana do SQTL da seleção Adulta é mais elevada que as demais, conforme pode ser observado no Gráfico 2, a seguir. Todas as seleções apresentam maior dispersão dos dados na cauda inferior. GRÁFICO 02- BOX-PLOT DO SQTL DAS SELEÇÕES BRASILEIRAS DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTO, JUVENIL E ADULTO Da mesma maneira, o perfil somatotípico identificado no presente estudo também está demonstrado por meio dos valores médios e de seu desvio-padrão, em cada um dos parâmetros observados, especificados a seguir, conforme Tabela 4.

J.C.F Zary e J. Fernandes Filho. 57 TABELA 4- PERFIL SOMATOTÍPICO Categoria Infanto-juvenil Juvenil Adulto Endomorfia 2,4 ± 0,52 1,7 ± 0,32 2,6 ± 0,69 Mesomorfia 3,4 ± 0,77 3,8 ± 0,86 4,2 ± 1,69 Ectomorfia 3,8 ± 0,76 3,9 ± 0,64 2,6 ± 0,86 Para uma melhor visualização dos resultados dos somatótipos, estão sendo apresentadas as somatocartas das equipes (Figura 2). FIGURA 2- SOMATOCARTA INFANTO-JUVENIL (1), JUVENIL (2) E ADULTO (3) Pela análise da estatística inferencial das variáveis do somatotipo, por meio da ANOVA, não se pôde rejeitar a hipótese nula (F = 0,001) da endomorfia. No entanto, conforme o teste post hoc de Tukey foram verificadas diferenças significativas na seleção Juvenil, conforme a Tabela 5, abaixo: TABELA 5- COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS DO COMPONENTE ENDOMORFIA DAS SELEÇÕES DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E ADULTO Seleções (categorias) Erro padrão Significância Infanto-juvenil 95% Intervalo de Confiança Cauda Inferior Cauda Superior Juvenil 0,209 0,003 0,2387 1,2644 Adulto 0,209 0,992-0,4872 0,5386 Juvenil Adulto 0,217 0,006-1,2581-0,1936 Por sua vez, na Mesomorfia, por meio da ANOVA, pode-se rejeitar a hipótese nula (F = 0,160). No entanto, conforme o teste post hoc de Tukey foram verificadas diferenças significativas na Infanto-juvenil e na Adulta (Tabela 6). TABELA 6- COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS DO COMPONENTE MESOMORFIA DAS SELEÇÕES DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E ADULTO Seleções (categorias) Erro padrão Significância Infanto-juvenil 95% Intervalo de Confiança Cauda Inferior Cauda Superior Juvenil 0,456 0,566-1,587 0,649 Adulto 0,456 0,137-2,014 0,221 Juvenil Adulto 0,474 0,643-1,587 0,732 Conforme o observado na Tabela 7, no caso da Ectomorfia, por meio da ANOVA, não se pôde rejeitar a hipótese nula (F = 0,009). No entanto, conforme o teste post hoc de Tukey foram verificadas diferenças significativas na seleção Adulta. TABELA 7- COMPARAÇÃO DAS MÉDIAS DO COMPONENTE ECTOMORFIA DAS SELEÇÕES DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E ADULTO Seleções (categorias) Erro padrão Significância Infanto-juvenil 95% Intervalo de Confiança Cauda Inferior Cauda Superior Juvenil 0,295 0,982-0,777 0,671 Adulto 0,295 0,021 0,110 1,558 Juvenil Adulto 0,307 0,018 0,136 1,639

58 Perfil dermatoglífico e somatotípico dos atletas de voleibol Por meio do Gráfico 3, pode-se visualizar comparativamente os componentes do Somatotipo. As seleções Adulta e Infantojuvenil apresentam medianas da Endomorfia semelhantes e superiores as do Infantil, no entanto a seleção Adulta possui distribuição mais dispersa que as demais. Acerca da Mesomorfia, a seleção Adulta tem maior desenvolvimento deste componente, seguido da Juvenil e da Infanto-juvenil. Comportamento é inverso ao anterior decorre na Ectomorfia, com a Seleção Infanto-juvenil apresentando o maior desenvolvimento. GRÁFICO 03- BOX-PLOT DOS COMPONENTES DO SOMATOTIPO (ENDOMORFIA, MESOMORFIA E ECTOMORFIA) DAS SELEÇÕES BRASILEIRAS DE VÔLEI NAS CATEGORIAS INFANTO, JUVENIL E ADULTO Discussão Apesar de todos os atletas da pesquisa, aqui observados, fazerem parte dos selecionados brasileiros de voleibol convocados pela C.B.V., não se pode afirmar que a totalidade dos atletas atinja um alto rendimento, dentro da modalidade e na categoria. Talvez esta constatação se condicione em equívocos nos processos de seleção, detecção, busca e orientação esportiva, os quais se originam de observações apressadas, ou de interferências políticas, sociais, econômicas, biológicas e circunstanciais, relativas a interesses setoriais ou aleatórios, sendo esta uma limitação deste estudo. Segundo Abramova et al 1, o alto índice de D10, a falta de Arco, o aumento da parcela de Verticilo, e o aumento do SQTL, caracterizam as modalidades esportivas que necessitam de força e coordenação. Nas modalidades de jogos coletivos ocorre a mesma tendência. Porém, fazse necessário refletir sobre o aumento da média, neste estudo, do aparecimento de Arcos nas categorias mais jovens, em relação à adulta, o que pode, em última análise, mostrar uma nova tendência em relação ao futuro das equipes de voleibol, tendo em vista a comprovação da necessidade do aumento da estatura e força, características estas presentes neste tipo de desenho. Quanto ao tipo de desenho, os resultados encontrados nos dizem que a equipe adulta corrobora com a afirmação de Abramova et al 1, na qual a falta de Arco e o aumento da parcela de Verticilo caracterizam modalidades esportivas de força e coordenação, e as diferenças em grupos de resistência de velocidade, além de indicar grupos propensos a atingir o alto rendimento esportivo, apesar de as equipes infanto-juvenil e juvenil apresentarem resultados ligeiramente maiores de arco, conforme supracitado. Sobre o Tipo de Desenho e a Quantidade de Linhas encontrados nos dedos das duas mãos, conclui-se que a baixa presença de Arco (somente 25 presenças em 410 possíveis), e a predominância de Presilha sobre o Verticilo, demonstram características próprias das populações estudadas da modalidade em questão, aparecendo uma grande incidência de presilhas (digital ligada à força explosiva) e verticilos (digital ligada à coordenação), características estas necessárias ao excelente desempenho de uma equipe, pois o voleibol é um esporte com uma constante aceleração das jogadas, e conseqüente necessidade de coordenação para realizá-las. Finalizando, o perfil dermatoglífico verificado nos atletas de voleibol infantojuvenis e juvenis se enquadra na Classe III da Classificação de Índices Dermatoglíficos e Somato-Funcionais, de acordo com Abramova et al 1, enquanto que a equipe adulta se enquadra na Classe IV desta mesma tabela, que apesar de diferente, tem características semelhantes. Ambas classificações denotam a presença

J.C.F Zary e J. Fernandes Filho. 59 das seguintes características: estatura, força relativa e força pura, resistência e coordenação, sendo estas evidentemente necessárias ao sucesso no alto rendimento deste esporte. Antes de se discutir os resultados, em relação ao Perfil Somatotípico, convém recordar a afirmação de Norton & Olds 11, na qual comentam que caso exista um tipo corporal ideal para um esporte em particular, somente os esportistas com esta forma ideal permanecerão em nível competitivo. De acordo com a Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK 8 ), as classificações do somatotipo, por população, dos jogadores são: equipe infanto-juvenil - Ecto-mesomórfica, da mesma maneira que a equipe juvenil, enquanto a adulta foi classificada como Mesomorfa balanceada. Tais resultados mostram classificações somatótipológicas semelhantes entre as equipes estudadas, porém não idênticas, apresentando variações de valores mais altos em mesomorfia (presença relativa de massa muscular) e ectomorfia (linearidade relativa), e valores mais baixos de endomorfia (adiposidade relativa), estes últimos devido ao nível atingido por estas equipes, tendo em vista o tipo de treinamento, raça, alimentação, gênero e idade dos jogadores, conforme Guedes, citado por Salem e Zary 14. Tais variações são apresentadas por uma relação inversa entre o alto valor da Ectomorfia e a maturação corporal dos jogadores, pois, comparando o Somatotipo das equipes infanto e juvenil, com a da adulta, percebemos, nos adultos, uma predominância da Mesomorfia em relação à Ectomorfia, fato este comprovado pelo maior desenvolvimento músculo-esquelético dos adultos e uma maior linearidade relativa dos jovens. Os resultados encontrados coincidem com os de Carter e Heath 3 publicaram, ou seja, a maioria dos atletas de voleibol são Ecto Mesomórficos, mas, em alguns países, eles são mais Mesomorfos, e em outros são mais Ectomorfos. Em todos os casos, a Mesomorfia e a Ectomorfia são os componentes mais altos. As populações utilizadas neste estudo: Infanto-juvenil, Juvenil e Adulta, foram, respectivamente, campeões sul-americanos, vice-campeões mundiais e campeões Olímpicos, entre outros títulos. Cabe reiterar que os resultados encontrados poderão ser utilizados para outros estudos, pois as equipes estudadas estão no alto rendimento do desporto em questão no mundo atualmente, haja vista os resultados alcançados citados anteriormente. De uma maneira geral, o que se conhecia anteriormente sobre este tema, no Brasil, eram dados esparsos provenientes de autores estrangeiros ou feitos unicamente por Fernandes Filho 6 e Medina 10, em relação ao aspecto dermatoglífico, ou estudos acerca dos aspectos somatotípicos. Norton & Olds 11, ensinam que os dados coletados na literatura para fins de comparação necessitam terem sido coletados recentemente, e sugerem que os mesmos não tenham uma antigüidade maior do que 15-20 anos. É interessante salientar o caráter inédito desta pesquisa em relação à categoria Juvenil masculino, e a atualização das outras duas categorias. Sendo assim, espera-se que os dados obtidos, referentes à Dermatoglifia e à Somatotipia, e outras informações do esporte em questão, possam servir de parâmetro descritivo e comparativo para estudos relacionados à preparação física, técnica e tática, e à orientação e seleção desportiva, entre outros. Como recomendação, enseja-se que não se deva limitar, por ocasião da orientação e seleção desportiva, a apenas buscar o indivíduo mais rápido ou mais forte, e nem tampouco simplesmente realizar a comparação do mesmo com os perfis Dermatoglíficos e Somatotípicos, ora determinados, como padrões a serem seguidos. O desempenho esportivo é um fenômeno complexo a ser estudado, e, conceitualmente, deve ser tratado de forma distinta dentro das áreas de estudo e de pesquisa das Ciências Esportivas. Caso se somem, a este estudo, outras pesquisas, teóricas e práticas, sobre o tema, certamente se abrirão amplas possibilidades para que este esporte se mantenha na excelência. Pode-se, desde já, vislumbrar estudos referentes às capacidades psicológicas e/ou cognitivas além de qualidades físicas ora não verificadas (em especial a força

60 Perfil dermatoglífico e somatotípico dos atletas de voleibol explosiva e a flexibilidade). Pode-se ainda ampliar o objeto de estudo, verificando entre outras vertentes, aspectos do treinamento esportivo, regimes alimentares e nutricionais ou ainda características da motivação dos atletas. Referências Bibliográficas 1 Abramova, T. F.; Nikitina, T. M.; Ozolin, N. N. Possibilidades de utilização das Impressões Dermatoglíficas na seleção desportiva. Teoria e prática da Cultura Física., n.3, p. 10-15, 1995. 2 Cabral BGAT, Cabral SAT, Fernandes Filho J. Estudo comparativo do perfil dermatoglífico e antropométrico nos diferentes níveis de qualificação esportiva em equipes infanto-juvenis de voleibol. Revista da FIEP Edição Especial. 19º Congresso da FIEP. 2005. 3 Carter JEL, Heath BH. Somatotyping development and application. Melksham: Cambridge University Press, 1990. 4 Cummins H, Midlo CH. Palmar and plantar dermatoglyphics in primates. Philadelphia, 1943. 257 pp. 5 Duquet W, Carter JEL. Kineantropometry and exercise physiology laboratory manual. London: E & FN Spon, 1996. 6 Fernandes Filho J. A utilização de índices dermatoglíficos na seleção de talentos. Revista Treinamento Desportivo. FMU, no 2, pág. 41-46, 1997. 7 Gualdi-Russo E, Zaccagni L. Somatotype, role and performance in elite volleyball players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. Torino-Itália, 2001. 8 ISAK. The International Society for Advancement of the Kinantropometry. 1ª Ed. Australia: National Library of Australia, 2001. 9 Matthlesen SQ. Um estudo sobre o voleibol: em busca de elementos para sua compreensão. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. V. 15, n. 2, pág. 194-199, 1993 10 Medina MF. Identificação dos Perfis Genético e Somatotípico que caracterizam atletas de voleibol masculino adulto de alto rendimento no Brasil. Rio de Janeiro; 2000. [Dissertação de Mestrado - Universidade Castelo Branco]. 11 Norton K, Olds T. Anthropometrica. Australia: University of South Wales Press, 2000. 12 Pavel DAC, Fernandes Filho J. Identificação dos perfis dermatoglífico, somatotípico e das qualidades físicas básicas de atletas de alto rendimento na modalidade de natação em provas de meio-fundo e fundo. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 18-27, 2004. 13 Rezende BR. A atual preparação da Seleção Brasileira de voleibol masculina. Revista de Educação Física. n 127. Pág. 80-87, 2003. 14 Salem M, Zary JCF. Evolução do Perfil Somatotípico da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino Juvenil de 2000/2003. Revista de Educação Física. n 128. Pág. 41-51, 2004. 15 Silva RF, Zary JCF, Pinheiro da Cunha RS, Martins MEA, Ferreira AAM, Lincoln AT, Fernandes Filho J. Perfil dermatoglífico e somatotípico da equipe brasileira de Pentatlo Militar participante do 51º Campeonato Mundial de Pentatlo Militar do CISM. In: XXVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, São Paulo, Atividade Física Construindo Saúde, São Paulo: CITTA Gráfica, 2003, p. 222. 16 Zary JCF, Cunha RSP, Lincoln AT, Pinheiro RM, Fernandes Filho J. Somatótipo e flexibilidade das atletas femininas da seleção brasileira de voleibol, participantes do Montreux Volley Masters Suíça 2003. Revista de Educação Física. n. 127. 2003.