III DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DO INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Documentos relacionados
IV AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO TIMBÓ - PE

Unidade de Medida A0010

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida.

Resolução CONAMA nº 005, de 15 de junho de (Publicação - Diário Oficial da União - 16/11/1988)

MÓDULO 2. Prof. Dr. Valdir Schalch

POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida. SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Deliberação Normativa COPAM nº 90, de 15 de setembro de (Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" - 30/09/2005)

RESOLUÇÃO Nº 313, DE 29 DE OUTUBRO DE Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

RESÍDUOS SOLIDOS DEFINIÇÃO

Considerando a necessidade da elaboração de Programas Estaduais e do Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais;

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE RESOLUÇÃO N. 313, DE 29 DE OUTUBRO DE Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais

ELETRO-ELETRÔNICO - LINHA AZUL - BATEDEIRA, LIQUIDIFICADOR, FERRO, FURADEIRA, m³ ETC.

Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de (Publicação - Diário Oficial da União - 22/11/2002)

Economia Circular em Distritos Industriais

Deliberação Normativa COPAM nº 90, de 15 de setembro de 2005.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Resolução CONAMA nº 006,de 15 de junho de (Publicação - Diário Oficial da União - 16/11/1988)

SANEAMENTO E AMBIENTE: 3º ENCONTRO DA ENGENHARIA. Confinamento de Resíduos Industriais: técnicas e materiais

Teramb, Empresa Municipal de Gestão e Valorização Ambiental, EEM

Estudos Ambientais. Aula 05 Resíduos Sólidos Prof. Rodrigo Coladello

Hsa GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Resíduos Sólidos. PROFa. WANDA R. GÜNTHER Departamento Saúde Ambiental FSP/USP

FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental VI CONTROLE AMBIENTAL NO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE- PE

Gestão de Resíduos de Construção Civil. Plano de Gerenciamento de RCD. Profa. Ma. Tatiana Vilela Carvalho

ANEXO I LISTA DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS PASSÍVEIS DE INCORPORAÇÃO À PREPARAÇÃO DO CDRU

FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Sistemas de Gestão Ambiental. Gestão de Resíduos. Vídeo. Contextualização. Soluções. Instrumentalização. Aula 5. Prof. Esp.

ULC/1006 Descarte de Madeira. Gerente Executivo Corporativo SSMAQ

Aula 2 Resíduos Sólidos

Tratamento e Descarte de Resíduos de Obras

CANTEIROS DE OBRA MAIS SUSTENTÁVEIS

ECO PRIMOS COMÉRCIO DE RESÍDUOS LTDA

RSU CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E PANORAMA. Profa. Margarita María Dueñas Orozco

FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS

PRODUÇÃO & ESCOAMENTO

PRODUÇÃO & ESCOAMENTO

ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

PGRCC Joséde A. Freitas Jr. Materiais de Construção III. Materiais de Construção III (TC-034) GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

GESTÃO DE RESÍDUOS TRATAMENTOS E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

Gerente Executivo Corporativo SSMAQ

Módulo 4 Poluição do Solo, Resíduos Sólidos, Resíduos Perigosos, Transporte de Resíduos Perigosos, Agrotóxicos, Mineração, Matrizes de Aspectos e

PROPRIEDADES e DESEMPENHO dos MATERIAIS

Decreto de Regulamentação da Lei: DECRETO ESTADUAL n DE 03/12/02.

Contribuição efetiva da indústria do cimento para a sustentabilidade

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE (PMPA) SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE (SMAM) TERMO DE REFERÊNCIA

Gerenciamento de Resíduos Perigosos. Ednilson Viana/Wanda Risso Gunther

PANORAMA DO COPROCESSAMENTO DE RESÍDUOS EM FORNOS DE CIMENTO NO BRASIL

FACULDADE SENAI DE TECNOLOGIA AMBIENTAL - SBC

- TERMO DE REFERÊNCIA - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Recuperação Energética de Resíduos Sólidos na Indústria de Cimento

Lamas do tratamento local de efluentes Outros resíduos não anteriormente especificados Materiais impróprios para consumo

NOSSA POLÍTICA AMBIENTAL

PROJETO DE CONTROLE DA POLUIÇÃO (PCP) Tabela 2 - PCP - METAS DE DISPOSIÇÃO FINAL. Região Período de quatro anos. Data de entrega desta Revisão:

Plano de Gerenciamento de Resíduos. Jeniffer Guedes

Engenharia Econômica, Ergonomia e Segurança & Engenharia da Sustentabilidade

Aspectos Gerais Sobre os Resíduos Sólidos

Considerando a necessidade da elaboração de Programas Estaduais e do Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais;

III CENÁRIO ATUAL DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS GALVÂNICOS E DE PINTURA INDUSTRIAL NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL / RS

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

Resolução CONAMA nº 05, de 5 de agosto de (Publicação - Diário Oficial da União 31/08/1993 )

A HIERARQUIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E USOS DE TECNOLOGIAS. Prof. Dr. Valdir Schalch

Nordeste Activo - Emp. Mun. de Act. Desportivas, Recreativas e Turísticas, Águas e Resíduos, E.E.M.

Fiscalização dos Conselhos Regionais na Modalidade de Engenharia Química

CERTIFICADO DE MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS DE INTERESSE AMBIENTAL Validade até: 24/03/2021

PREND Programa de Recebimento de Efluentes Não Domésticos

CERTIFICADO DE MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS DE INTERESSE AMBIENTAL Validade até: 23/01/2018

3.2. COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS É a sistemática de segregar os resíduos de acordo com suas classes de risco nas áreas geradoras.

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

A importância do descarte correto de EPI s

LOGÍSTICA NA COLETA DE RESÍDUOS DAS INDÚSTRIAS DO PÓLO CALÇADISTA DE JAÚ. Célio Favoni Osvaldo Contador Junior Telma Camila Faxina.

Produção e caracterização de resíduos da construção civil

Módulo 2. Requisitos Legais Identificação da Legislação Aplicável Requisito da norma ISO Exercícios.


Política Nacional de Meio Ambiente e Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Henrique Ferreira Líder de Meio Ambiente - Intertox Julho

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS QUÍMICOS EM ATERRO

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE

ANEXO I. Condicionantes para Licença de Operação (LO) da Ambientec Incineração de Resíduos Ltda.

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Resolução CONAMA 307 de 5 de julho de Dispõe sobre gestão dos resíduos da construção civil.

Equipe EcoSpohr

Separação de Resíduos

Pág. 1/5. Período Bianual Ano 1 (dd/mm/aaaa) Ano 2 (dd/mm/aaaa) Início Quantitativo relativo anterior de referência (%)

Qualidade e Conservação Ambiental TH041

Destinação e Disposição Final de Resíduos. Profº Eduardo Videla

Como elaborar um MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (7ª PARTE)

A experiência do Estado de São Paulo e a visão da Câmara dos Deputados. Deputado Federal Arnaldo Jardim

Resíduos Sólidos Urbanos

Inventário de Resíduos Sólidos Industriais Ano Base 2016

Política Nacional de Resíduos Sólidos Breves Considerações Núcleo de Meio Ambiente CIESP Regional Jaú/SP

NR-24 e 25. Professora: Raquel Simas Pereira Teixeira Curso: Tecnólogo em Gestão Ambiental

PHA 2219 Introdução à Engenharia Ambiental

Especialização em Engenharia de Produção

DESCARTE DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS. Licenciamento Ambiental SINDUSFARMA

Programa de Capacitação de Agentes Fiscais SANTA MARIA: 14/08/2013

TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PGRCC)

Transcrição:

III-086 - DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DO INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO Gilson Lima da Silva (1) Engenheiro Químico graduado pela UFPE, 1983. Mestre em Ciências do Solo pela UFRPE,1992. Doutorando em Engenharia Química pela UNICAMP, 2000. Inspetor Ambiental FOTOGRAFIA da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH, atuando nas áreas de licenciamento e fiscalização das indústrias, acompanhando as estações de tratamento de efluentes, sistemas de NÃO controle de emissões atmosféricas e gerenciamento de resíduos sólidos. DISPONÍVEL Alíria Maria Carneiro da Cunha Química Industrial graduada pela UNICAP, 1980. Auditora Ambiental (PEB/FLEA/000200/UK/BRAZIL). Inspetora Ambiental da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente-CPRH, atuando nas áreas de licenciamento e fiscalização das indústrias, acompanhando as estações de tratamento de efluentes, sistemas de controle de emissões atmosféricas e gerenciamento de resíduos sólidos. André Felipe de Melo Sales Santos Graduado em Engenharia Química pela UFPE-2000. Integrante do Projeto de Cooperação Técnica entre o Brasil e Alemanha (Projeto CPRH/GTZ). Atuando nas áreas de fiscalização às indústrias, avaliação de impactos ambientais, controle da poluição hídrica, atmosférica e do gerenciamento de resíduos sólidos industriais. Endereço (1) : Rua Ademar Travasso, 275, apto. 102-A - Iputinga - Recife - PE - CEP: 50670-060 - Brasil - Tel: (0xx81) 453-1640 - e-mail: g.guerra@terra.com.br RESUMO A realização do Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco buscou caracterizar o panorama do problema de resíduos sólidos dentro de cada ramo industrial, através de uma amostragem que contemplasse os grandes e médios geradores do Estado e que possibilitasse definir prioridades e uma linha de ação para empresários, comunidade e Órgãos Públicos. O objetivo deste trabalho é apresentar os dados básicos do Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco, abordando os aspectos de geração e destinação final. A abrangência da amostragem contemplou, um universo de 100 (cem) indústrias de grande e médio porte dentro das atividades: metalúrgica, química, papel e papelão, têxtil, sucroalcooleira e produtos alimentares, tomando-se como período de referência 1999-2000. Para proceder o levantamento de dados junto às indústrias, foi celebrado um convênio entre o Órgão Ambiental - CPRH e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco - FIEPE, que disponibilizou uma equipe de pesquisadores devidamente treinados pela CPRH. Os resultados obtidos mostraram que o setor que gera a maior quantidade de resíduos é o sucroalcooleiro, seguido pelo setor metalúrgico, com predominância de geração de resíduos classe II. O maior gerador de resíduos perigosos é a indústria química, destacando-se os resíduos de solventes contaminados e óleos usados, que têm como principal forma de destinação final o reprocessamento/reciclagem externos. A indústria de produtos alimentares foi o setor responsável pela maior geração de resíduos classe III, representados, nesse caso, pelos resíduos de embalagens de vidro. PALAVRAS-CHAVE: Resíduos, Resíduos Sólidos, Resíduos Industriais, Inventário, Diagnóstico. INTRODUÇÃO A atividade industrial, em termos de potencial poluidor, é uma das fontes mais representativas como causadora de impactos ambientais. Entretanto, através da dinâmica do desenvolvimento industrial com a utilização de melhores tecnologias disponíveis, impulsionada pela pressão de um mercado globalizado, cada vez mais competitivo e exigente na questão de preservação ambiental, esse cenário vem sendo modificado, principalmente em relação ao tratamento dos efluentes líquidos e ao controle das emissões gasosas. Porém, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

não se pode dizer o mesmo a cerca do gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja questão ainda é tratada de forma incipiente, considerando-se a falta de uma Política de Gestão de Resíduos Sólidos no país, bem como a falta de investimentos públicos e privados que incentivem a adoção de práticas de controle, com base em diretrizes e procedimentos pré-estabelecidos. São considerados resíduos sólidos industriais os resíduos em estado sólido e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se os lodos provenientes das instalações de tratamento de águas residuárias, aqueles gerados em equipamentos de controle da poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d água, ou exijam para isto, soluções economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível (ROCCA et alli, 1993). Os resíduos sólidos são classificados, de acordo com a Norma Técnica da ABNT NBR 10.004, como: Classe I, considerados perigosos, os Classe II, não inertes, e finalmente Classe III, inertes. Uma das ferramentas básicas recomendadas para uma avaliação do cenário dos resíduos sólidos é a realização prévia do Inventário, instrumento pelo qual, através de levantamentos de dados cadastrais e de pesquisa de campo das fontes geradoras, sistematiza-se o controle das informações a cerca da geração, acondicionamento, transporte, armazenamento e destino final. Essas avaliações poderão ser empregadas em importantes trabalhos de planejamento das ações de controle da poluição industrial, auxiliando, por exemplo na priorização das ações, levando em consideração o cruzamento das potencialidades da poluição por geração de resíduos sólidos; planejamento de usos do solo, bem como no planejamento dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente, visando o desenvolvimento industrial sustentado, (FEPAM,1997). O inventário, portanto, é o ponto de partida para o planejamento, uma vez que todas as recomendações subsequentes para tomada de decisões serão balizadas através de suas informações, (TECHOBANOGLOUS,1993). O Estado de Pernambuco possui, conforme levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE, 1998), cerca de 6.000 indústrias, embora apenas 2.000 consideradas representativas estão cadastradas na CPRH e fazem parte de sua estratégia de controle ambiental. Dentro desse universo, algumas tipologias se destacam quanto à geração de resíduos sólidos, dentre elas: metalúrgica, química, papel e papelão, têxtil, sucroalcooleira e produtos alimentares. A realização do Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco (CPRH/GTZ, 2000) buscou caracterizar o panorama do problema dos resíduos sólidos dentro de cada ramo industrial, dentro de uma amostragem que contemplasse os grandes e médios geradores do Estado e que possibilitasse definir prioridades e uma linha de ação para empresários, comunidade e Órgãos Públicos. Para tal, foi acordado um Convênio de Cooperação Técnica entre os governos do Brasil e a Alemanha, de modo que fosse viabilizado o levantamento de dados específicos dos resíduos industriais. O objetivo deste trabalho é apresentar os dados básicos do Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco, abordando a geração e a destinação dos resíduos. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia adotada foi definida através de um processo de planejamento participativo entre os diversos segmentos envolvidos na problemática, utilizando para isso o Método ZOPP, (LANG, 1989). Como resultado do planejamento foi definido um Plano Operacional estabelecendo as atividades necessárias à elaboração do inventário. Nesse Plano, foram definidos os principais ramos de atividades industriais representativos em termos de geração dos resíduos sólidos e a estratégia para levantamento dos dados de campo. A abrangência da amostragem contemplou, um universo de 100 (cem) indústrias de grande e médio porte dentro das atividades: metalúrgica, química, papel e papelão, têxtil, sucroalcooleira e produtos alimentares, tomando-se como período de referência 1999-2000, conforme apresentado na Tabela 1. TIPOLOGIA Alimentício Metalúrgica Química Papel Têxtil Sucroalcooleira Número de indústrias inventariadas 17 19 34 8 16 6 Tabela 1: Número de indústrias por tipologias inventariadas. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

Foi elaborado um formulário de base para facilitar a coleta de informações, dispondo de planilha central e tabelas de referências, as quais possuem dados de identificação do empreendimento, dados dos resíduos gerados, incluindo as quantidades geradas, sistemas de acondicionamento, formas de transporte. sistemas de armazenamento e destino final. Na Tabela 2, se encontra apresentado a listagem dos tipos de resíduos gerados no processo produtivo, bem como os provenientes da área de utilidades, incluindo-se também as estações de tratamento de efluentes industriais, de acordo com a classificação de resíduos sólidos preconizada pela FEPAM (Órgão Ambiental do Rio Grande do Sul) e adaptada da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). TIPO DE RESIDUO INDUSTRIAIS UNIDADE CLASSE Resíduos corrosivos(rejeito do digestor) m 3 /ano ou t/ano I Resíduos de ambulatório t/ano I Lodos perigosos de ETE m 3 /ano ou t/ano I Resíduos perigosos de varrição t/ano I Lodos de ETE de galvanoplastia m 3 /ano ou t/ano I Sais de tratamento térmico t/ano I Óleos usados m 3 /ano I Materiais contaminados com óleos t/ano I Resíduos têxteis de manutenção contaminados(buchas, panos) t/ano I Borras de retífica m 3 /ano I Solventes contaminados m 3 /ano ou t/ano I Outros resíduos perigosos de processo(resíduos corrosivos, resinas) t/ano I Borras oleosas da petroquímica m 3 /ano ou t/ano I Lodos do controle de emissão de gases/aciaria m 3 /ano ou t/ano I Banhos de decapagem exaurido das operações de acabamento do m3/ano I Lodos de ETE de produção de tintas m 3 /ano ou t/ano I Resíduos de catalisadores m 3 /ano ou t/ano I Borras do re-refino de óleos usados m 3 /ano ou t/ano I Poeiras dos sistemas de controle de emissão de gases t/ano I Resíduo oriundo de laboratórios industriais Pesticidas e inseticidas m 3 /ano ou t/ano m 3 /ano ou t/ano I I Embalagens vazias de defensivos agrícolas t/ano I Resíduos de tintas, pigmentos e corantes m 3 /ano ou t/ano I Lodos de tintas(cabine de pintura) m3/ano I Resíduos de restaurante t/ano II Resíduos gerados fora do processo industrial t/ano II Resíduos de varrição não perigosos t/ano II Sucata de metais ferrosos t/ano II Embalagens metálicas (latas de pigmentos, corantes e auxiliares) t/ano II Sucatas de metais não ferrosos t/ano II Tambores metálicos t/ano ou peças/ano II Resíduos de papel e papelão t/ano II Bombonas plásticas t/ano ou peças/ano II Resíduos plásticos(filmes e pequenas embalagens) t/ano II Resíduos de borrachas t/ano II Resíduos de madeira t/ano II Resíduos de materiais têxteis t/ano II Resíduos de minerais não metálicos t/ano II Cinza de caldeira t/ano II Escórias de fundição t/ano II Escórias de aciaria t/ano II Areias de fundição t/ano II Resíduos de refratários e materiais não cerâmicos t/ano II Resíduos sólidos composto por metais não tóxico(jateamento de m 3 /ano ou t/ano II Resíduos de ETE com material biológico não tóxico m 3 /ano ou t/ano II Resíduos sólidos da ETE com substâncias não tóxicas m 3 /ano ou t/ano II Resíduos pastosos com calcáreo (dregs-grits, gesso contaminado) m 3 /ano ou t/ano II Bagaço de cana t/ano II Torta de filtro t/ano II Resíduos orgânicos de processos (vinhoto, sebos, gorduras etc) m 3 /ano ou t/ano II Resíduos de vidros t/ano III Resíduos de materiais cerâmicos t/ano III Tabela 2: Tipos de resíduos industriais gerados. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

Para proceder o levantamento de dados junto às indústrias, foi celebrado um convênio entre o Órgão Ambiental CPRH / FIEPE, que disponibilizou uma equipe de pesquisadores devidamente treinados pela CPRH. Essa estratégia possibilitou uma maior confiabilidade dos dados, uma vez que o empresário motivouse a repassar as informações diretamente para seu órgão de classe. As informações foram alimentadas em um banco de dados ACCESS, que permitiu a avaliação a partir das diversas inter-relações. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados obtidos demonstraram que a quantidade total dos resíduos gerados por classe nos setores industriais inventariados foi de cerca de 1.342.483 t/ano e 2.427.922 m 3 /ano. Observou-se também que houve uma maior geração de resíduos classe II, nesse caso correspondendo, respectivamente, a cerca de 99% e 93% sobre o total de resíduos gerados, conforme apresentado nas Tabela 3. CLASSE Quantidade % Quantidade % (t/ano) (m3/ano) I 12621,68 0,9 166304,43 6,85 II 1325790,61 98,8 2261617,55 93,15 III 4070,79 0,3 0 0 TOTAL 1342483,08 100,0 2427922,0 100 Tabela 3: Geração total de resíduos por classe nos setores industriais em t/ano e m 3 /ano. Classe I Classe II Classe III Classe I Classe II Classe III Gráfico 1 : Distribuição da geração total de resíduos por classe nos setores industriais em t/ano. Gráfico 2: Distribuição da geração total de resíduos por classe nos setores industriais em m 3 /ano. Quanto aos resíduos de classe II, a indústria sucroalcooleira foi a maior geradora, representando cerca de 93%, sobre o total gerado em t/ano, conforme apresentado na Tabela 4, cujo resultado foi em função da elevada geração de bagaço e de torta de filtro (resíduos provenientes do processamento da cana-de-açúcar). Do mesmo modo, como apresentado na Tabela 5, esse setor também foi o mais representativo na geração de resíduos classe II, em m 3 /ano, correspondendo a 97% do total gerado, devido a contribuição do principal resíduo da destilação do álcool (vinhoto). Foi demonstrado que, através de uma análise mais específica dos dados excluindo-se a participação do setor sucrolcooleiro, os setores metalúrgico, papel/papelão e produtos alimentares foram também representativos em termos de geração de resíduos classe II, contribuindo, respectivamente, com cerca de 34%, 32% e 21% do total gerado em t/ano, conforme Tabela 6. Dentro da mesma linha de avaliação, em termos de m 3 /ano, os setores metalúrgico e de produtos alimentares foram os mais representativos, contribuindo respectivamente com cerca de 81% e 17% do total gerado, conforme Tabela 7. Com base nas tipologias levantadas, a indústria de produtos alimentares foi a mais representativa em resíduos classe III, contribuindo com 98% do total em t/ano, independentemente da participação do setor sucroalcooleiro, conforme Tabelas 4 e 6. O levantamento realizado demonstrou que a maioria desse resíduo foi constituído por embalagens de vidro. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

Os resíduos perigosos, classe I, constituídos principalmente de solventes contaminados, em t/ano, e óleos usados, em m 3 /ano, têm uma maior geração concentrada nos setores químico e metalúrgico, representando cerca de 80% e 78% respectivamente, Tabela 4 e 5. Sendo considerada a exclusão do setor sucroalcooleiro a representatividade da geração, em t/ano, ficou mantida nos setores químico e metalúrgico, correspondendo a cerca de 85% a participação do setor químico sobre o total desses resíduos, conforme Tabelas 6 e 7. CLASSE TIPOLOGIA Quantidade (t/ano) % I DE PRODUTOS 1279,3 10,14 METALÚRGICA 444,1 3,52 PAPEL E PAPELAO 0,8 0,01 QUÍMICA 10163,2 80,52 SUCROALCOOLEIRA 727,4 5,76 TÊXTIL 6,9 0,05 TOTAL 12621,7 100,00 II DE PRODUTOS 18942,1 1,43 METALÚRGICA 30612,3 2,31 PAPEL E PAPELÃO 28333,9 2,14 QUÍMICA 8133,8 0,61 SUCROALCOOLEIRA 1236440,2 93,26 TÊXTIL 3328,3 0,25 TOTAL 1325790,6 100,00 III DE PRODUTOS 3976,0 97,67 METALÚRGICA 16,8 0,41 QUÍMICA 78,0 1,92 TOTAL 4070,8 100,00 Tabela 4: Geração de resíduos por classe e tipologia em t/ano. DE PRODUTOS METALÚRGICA PAPEL PAPELAO QUÍMICA SUCROALCOOLEIRA TÊXTIL Gráfico3: Distribuição da geração dos resíduos classe I por tipologia em t/ano. DE PRODUTOS METALÚRGICA PAPEL PAPELÃO QUÍMICA SUCROALCOOLEIRA TÊXTIL Gráfico 4: Distribuição da geração dos resíduos classe II por tipologia em t/ano. DE PRODUTOS METALÚRGICA QUÍMICA Gráfico 5: Distribuição dos resíduos classe III por tipologia em t/ano. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

CLASSE TIPOLOGIA Quantidade(m3/ano) % I DE PRODUTOS 120,18 0,07 METALÚRGICA 130073,20 78,21 PAPEL E PAPELÃO 3840,00 2,31 QUÍMICA 31269,45 18,80 SUCROALCOOLEIRA 41,00 0,02 TÊXTIL 960,60 0,58 TOTAL 166304,43 100,00 II DE PRODUTOS 10392,00 0,46 METALÚRGICA 49945,20 2,21 PAPEL E PAPELÃO 7,20 0,00 QUÍMICA 247,15 0,01 SUCROALCOOLEIRA 2200286,00 97,29 TÊXTIL 740,00 0,03 TOTAL 2261617,55 100,00 Tabela 5: Geração de resíduos por classe e tipologia em m 3 /ano. DE PRODUTOS METALÚRGICA PAPEL PAPELÃO QUÍMICA SUCROALCOOLEIRA TÊXTIL Gráfico 6: Distribuição da geração dos resíduos classe I por tipologia em m 3 /ano. DE PRODUTOS METALÚRGICA PAPEL PAPELÃO QUÍMICA SUCROALCOOLEIR A TÊXTIL Gráfico 7: Distribuição da geração dos resíduos classe II por tipologia em m 3 /ano. CLASSE TIPOLOGIA Quantidade(t/ano) % I DE PRODUTOS 1279,3 10,76 METALÚRGICA 444,1 3,73 PAPEL E PAPELÃO 0,8 0,01 INDUSTRIA QUÍMICA 10163,2 85,45 TÊXTIL 6,9 0,06 TOTAL 11894,3 100,00 II DE PRODUTOS 18942,1 21,20 METALÚRGICA 30612,3 34,26 PAPEL E PAPELÃO 28333,9 31,71 QUÍMICA 8133,8 9,10 TÊXTIL 3328,3 3,73 TOTAL 89350,4 100,00 III DE PRODUTOS 3976,0 97,67 METALÚRGICA 16,8 0,41 QUÍMICA 78,0 1,92 TOTAL 4070,8 100,00 Tabela 6- Geração de resíduos por classe e tipologia, sem o setor sucroalcooleiro, em t/ano. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

CLASSE TIPOLOGIA Quantidade(m3/ano) % I DE PRODUTOS 120,18 0,07 METALÚRGICA 130073,20 78,23 PAPEL E PAPELÃO 3840,00 2,31 QUÍMICA 31269,45 18,81 TÊXTIL 960,60 0,58 TOTAL 166263,43 100,00 II DE PRODUTOS 10392,00 16,94 METALÚRGICA 49945,20 81,43 PAPEL E PAPELÃO 7,20 0,01 QUÍMICA 247,15 0,40 TÊXTIL 740,00 1,21 TOTAL 61331,55 100,00 Tabela 7- Geração de resíduos por classe e tipologia, sem o setor sucroalcooleiro, em m 3 /ano. Quanto a destinação final dos resíduos, em t/ano e m 3 /ano, os dados demonstraram que para os resíduos classe I a principal forma de destinação final foi o reprocessamento/reciclagem externos. Dentre as demais alternativas adotadas pelas indústrias, foi salientada a queima em caldeira, reprocessamento/reciclagem internos e disposição em lixão municipal, conforme apresentado nas Tabelas 8 e 9. Em relação aos resíduos classe II, observou-se que a mais freqüente destinação final foi a fertirrigação, seguida de incorporação ao solo, reprocessamento/reciclagem externos e queima em caldeira, representados em sua maioria pelos resíduos orgânicos de processos provenientes do setor sucroalcooleiro. Considerando-se os demais setores, foi o reprocessamento/reciclagem externos, a principal forma de destinação final dos resíduos classe II, incluindo-se a revenda para ração animal e disposição em lixão municipal, conforme as Tabela 10 e 11. Quanto aos resíduos Classe III a principal destinação foi o reprocessamento/ reciclagem externos e disposição em lixão municipal, de acordo com a Tabela 12. Fazendo-se uma análise da destinação por tipologia pelas Tabelas 13 e 14, pôde-se observar que na indústria de produtos alimentares a destinação final mais representativa sobre o total de resíduos em t/ano foi cerca de 52% para o uso como ração animal e 31% para reprocessamento/reciclagem externos. Entretanto, sobre o volume em m 3 /ano foi destacada a destinação de 67% para lixão municipal e 32% para rede coletora de esgotos sanitários. Quanto a indústria metalúrgica, essa se apresentou, sobre o total de resíduos em t/ano, cerca de 48% para reprocessamento/reciclagem externos e 31% dos resíduos dispostos em aterros industriais próprios. Em relação a geração em m 3 /ano, os dados obtidos demonstraram que 71% dos resíduos foram destinados para reprocessamento/reciclagem externos e 28% dispostos em lixão municipal. No caso da indústria de papel e papelão, os resultados obtidos demostraram que a grande maioria, cerca de 99% dos resíduos, foi utilizada em reciclagem. Por outro lado, o setor químico destina cerca de 89% dos seus resíduos, em t/ano, para reprocessamento/reciclagem externos, enquanto que sobre o total gerado em m 3 /ano, evidencia-se a utilização de cerca de 57% para queima em caldeira, seguindo-se de reciclagem e outros tratamentos. É importante ressaltar ainda que o setor têxtil destinou cerca de 66% do seu resíduo em t/ano para reprocessamento/reciclagem externa e 56%, em m 3 /ano, para queima em caldeira. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7

DESTINO FINAL Quantidade(t/ano) % Incinerador 12,00 0,10 Incinerador de câmara 0,03 0,00 Incorporação ao solo 75,00 0,59 Lixão municipal 122,99 0,97 Outras disposições 13,40 0,11 Outros tratamentos 40,50 0,32 Queima a céu aberto 1,45 0,01 Queima em caldeira 542,00 4,29 Reprocessamento/reciclagem externos 11326,00 89,73 Reprocessamento/reciclagem internos 488,31 3,87 TOTAL 12621,7 100,0 Tabela 8: Destinação final de resíduos classe I em t/ano. DESTINO FINAL Quantidade(m3/ano) % Incorporação ao solo 25,00 0,02 Lixão municipal 0,26 0,00 Outras disposições 1042,60 0,63 Outros tratamentos 7276,00 4,38 Queima em caldeira 18960,60 11,40 Rede coletora de esgotos sanitários 157,25 0,09 Reprocessamento/reciclagem externos 138836,00 83,48 Reprocessamento/reciclagem internos 6,60 0,00 TOTAL 166304,3 100,0 Tabela 9: Destinação final de resíduos classe I em m 3 /ano. Destinações diversas Queima em caldeira Reprocessamento/ reciclagem Externos Reprocessamento/ recilagem internos Destinações diversas Queima em caldeira Reprocessamen to/reciclagem Externos Gráfico 8: Distribuição da destinação final de resíduo classe I em t/ano. Gráfico 9: Distribuição da destinação final de resíduo classe I em m 3 /ano. DESTINO FINAL Quantidade(t/ano) % Aterro industrial próprio 28278,00 2,13 Aterro municipal controlado 24,12 0,00 Desmanche termoquímico 228,17 0,02 Fertirrigação/"landfarming" 167286,48 12,62 Incinerador 20,55 0,00 Incorporação ao solo 454144,20 34,25 Lixão municipal 3903,79 0,29 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8

Lixão municipal terceiros 30,00 0,00 Lixão particular 96,00 0,01 Outras disposições 6716,25 0,51 Queima a céu aberto 4,80 0,00 Queima em caldeira 321030,23 24,21 Ração animal 12671,38 0,96 Rede coletora de esgotos sanitários 2,40 0,00 Reprocessamento/reciclagem externos 331340,14 24,99 Reprocessamento/reciclagem internos 6,90 0,00 TOTAL 1325783,4 100,0 Tabela 10: Destinação final de resíduos classe II em t/ano. DESTINO FINAL Quantidade(m3/ano) % Aterro industrial próprio 626,00 0,03 Aterro municipal controlado 192,00 0,01 Fertirrigação/"landfarming" 2200112,00 97,62 Fornos industriais 0,05 0,00 Incorporação ao solo 174,00 0,01 Lixão municipal 51843,60 2,30 Outras disposições 1,20 0,00 Rede coletora de esgotos sanitários 720,00 0,03 Reprocessamento/reciclagem externos 28,20 0,00 Reprocessamento/reciclagem internos 0,50 0,00 TOTAL 2253697,6 100,0 Tabela 11: Destinação final de resíduos classe II em m 3 /ano. Aterro industrial próprio Fertirrigação/"landfarming" Incorporação ao solo Queima em caldeira Reprocessamento/reciclag em externos Outras Destinações Fertirrigação/ "landfarming" Lixão municipal Disposições diversas Gráfico 10: Distribuição da destinação final de resíduos classe II em t/ano. Gráfico 11: Distribuição da destinação final de resíduos classe II em m 3 /ano. DESTINO FINAL Quantidade(t/ano) % Lixão municipal 65,79 1,62 Outras disposições 24,00 0,59 Reprocessamento/reciclagem externos 3981,00 97,79 TOTAL 4070,8 100,00 Tabela 12: Destinação final de resíduos classe III em t/ano. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9

Lixão municipal Outras disposições Reprocessamen to/reciclagem Externos Gráfico 12: Distribuição da destinação final de resíduos classe III em t/ano. TIPOLOGIA DESTINO FINAL Quantidade % (t/ano) DE PRODUTOS Desmanche termoquímico 1,00 0,00 Incinerador 18,00 0,07 Incorporação ao solo 3575,00 14,77 Lixão municipal 407,42 1,68 Lixão particular 96,00 0,40 Outras disposições 12,60 0,05 Queima a céu aberto 1,10 0,00 Queima em caldeira 0,03 0,00 Ração animal 12555,50 51,89 Reprocessamento/reciclagem 7530,75 31,12 externos TOTAL 24197,40 100,00 METALÚRGICA Aterro industrial próprio 9600,00 30,90 Aterro municipal controlado 12,12 0,04 Desmanche termoquímico 120,00 0,39 Incinerador de câmara 0,03 0,00 Incorporação ao solo 5,50 0,02 Lixão municipal 928,84 2,99 Lixão municipal terceiros 30,00 0,10 Outras disposições 4923,93 15,85 Queima a céu aberto 3,85 0,01 Ração animal 37,40 0,12 Reprocessamento/reciclagem 15104,38 48,62 externos Reprocessamento/reciclagem 300,00 0,97 internos TOTAL 31066,05 100,00 PAPEL E PAPELÃO Lixão municipal 102,78 0,36 Outras disposições 133,40 0,47 Reprocessamento/reciclagem 28098,60 99,17 externos TOTAL 28334,78 100,00 QUÍMICA Aterro industrial próprio 30,00 0,16 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 10

Aterro municipal controlado 12,00 0,07 Desmanche termoquímico 43,81 0,24 Incinerador 12,75 0,07 Lixão municipal 1409,86 7,67 Outras disposições 430,00 2,34 Outros Tratamentos 40,50 0,22 Queima a céu aberto 0,06 0,00 Queima em caldeira 3,20 0,02 Ração animal 35,28 0,19 Rede coletora de esgotos sanitários Reprocessamento/reciclagem externos Reprocessamento/reciclagem internos 2,40 0,01 16342,78 88,94 12,30 0,07 TOTAL 18374,94 100,00 SUCROALCOOLEIRA Aterro industrial próprio 18648,00 1,51 Fertirrigação/"landfarming" 167286,48 13,52 Incorporação ao solo 450638,70 36,43 Lixão municipal 1135,00 0,09 Outras disposições 360,00 0,03 Queima a céu aberto 1,20 0,00 Queima em caldeira 321557,00 25,99 Reprocessamento/reciclagem 277358,84 22,42 externos Reprocessamento/reciclagem 182,31 0,01 internos TOTAL 1237167,53 100,00 TÊXTIL Desmanche termoquímico 63,36 1,90 Incinerador 1,80 0,05 Lixão municipal 108,68 3,26 Outras disposições 893,72 26,80 Queima a céu aberto 0,04 0,00 Queima em caldeira 12,00 0,36 Ração animal 43,20 1,30 Reprocessamento/reciclagem 2211,79 66,32 externos Reprocessamento/reciclagem 0,60 0,02 internos TOTAL 3335,18 100,00 Tabela 13: Destinação final de resíduos por tipologia em t/ano. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 11

TIPOLOGIA DESTINO FINAL Quantidade % (m3/ano) DE PRODUTOS Lixão municipal 1740,01 67,13 Rede coletora de esgotos sanitários 840,05 32,41 Reprocessamento/reciclagem externos 12,00 0,46 TOTAL 2592,06 100,00 METALÚRGICA Lixão municipal 49944,24 27,74 Outras disposições 803,80 0,45 Outros Tratamentos 775,76 0,43 Rede coletora de esgotos sanitários 36,00 0,02 Reprocessamento/reciclagem externos 128458,00 71,36 Reprocessamento/reciclagem internos 0,60 0,00 TOTAL 180018,40 100,00 PAPEL E PAPELÃO Outras disposições 240,00 6,24 Reprocessamento/reciclagem externos 3607,20 93,76 TOTAL 3847,20 100,00 QUÍMICA Aterro municipal controlado 192,00 0,61 Fornos industriais 0,05 0,00 Lixão municipal 45,61 0,14 Outros Tratamentos 6500,24 20,62 Queima em caldeira 18000,00 57,11 Rede coletora de esgotos sanitários 1,20 0,00 Reprocessamento/reciclagem externos 6777,00 21,50 Reprocessamento/reciclagem internos 0,50 0,00 TOTAL 31516,61 100,00 SUCROALCOOLEIRA Fertirrigação/"landfarming" 2200112,00 99,99 Incorporação ao solo 199,00 0,01 Reprocessamento/reciclagem externos 10,00 0,00 Reprocessamento/reciclagem internos 6,00 0,00 TOTAL 2200327,00 100,00 TÊXTIL Aterro industrial próprio 626,00 36,81 Lixão municipal 114,00 6,70 Queima em caldeira 960,60 56,49 TOTAL 1700,60 100,00 Tabela 14: Destinação final de resíduos por tipologia em m 3 /ano. CONCLUSÔES Com base no trabalho realizado, dentro da representatividade para o Estado de Pernambuco das 100 indústrias de grande e médio porte e dos setores industriais inventariados, conclui-se que: Há uma predominância de geração de resíduos classe II sobre o total gerado, em t/ano e m 3 /ano, mesmo excluindo-se a contribuição do setor sucroalcooleiro, nesse caso correspondendo aos resíduos de bagaço de cana, torta de filtro e vinhoto; Sem a participação do setor sucroalcooleiro, os resíduos classe II têm como maiores contribuintes os setores metalúrgico, papel /papelão e produtos alimentares; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 12

O maior gerador de resíduos perigosos, classe I, é a indústria química seguido-se da indústria metalúrgica, com destaque dos resíduos: solventes contaminados e óleos usados, respectivamente; A geração de resíduos inertes, classe III, tem uma maior procedência da indústria de produtos alimentares correspondendo em sua maioria de resíduos de embalagens de vidros; A principal forma de destinação final para os resíduos classe I, adotada pelas indústrias, é o reprocessamento/reciclagem externos, seguido da queima em caldeira, reprocessamento/reciclagem internos e disposição em lixão municipal; Na maioria dos setores inventariados, os resíduos classe II são geralmente revendidos como ração animal e dispostos em lixão municipal, com exceção do setor sucroalcooleiro, que tem como destinações prioritárias: fertirrigação, incorporação ao solo, reciclagem e queima em caldeira; Os resíduos classe III são destinados principalmente para reprocessamento/reciclagem externos e disposição em lixão municipal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CPRH/GTZ. Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco. Projeto CPRH/GTZ. Recife,2000. 2. FEPAM. Resíduos Sólidos Industriais: Geração e Destinação no Estado do Rio Grande do Sul-1997. Projeto FEPAM/GTZ. Porto Alegre, 1997; 3. FIEPE. Cadastro Industrial 97-98. EBGE. Recife, 1998. 4. LANG,H.. Managing On-site Project Implementation-A Guideline. GTZ. Eschborn, 1989; 5. ROCCA, A. C et alli. Resíduos Sólidos Industriais. CETESB. São Paulo, 1993. 6. TECHOBANOGLUS, G.et alli. Integrate Solid Waste Manegement. Califórnia. Mc Graw Hill,1993. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 13