XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SORGO GRANÍFERO CULTIVADO EM TRÊS DIFERENTES ESPAÇAMENTOS SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO.

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

Avaliação de Cultivares de Sorgo Sacarino em Ecossistema de Cerrado no Estado de Roraima

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

FONTES DE ADUBOS FOSFATADOS EM ARROZ DE TERRAS ALTAS.

DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

RESPOSTA DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NITROGÊNIO EM COBERTURA

ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO E FONTES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DA SOJA 1

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Balanço de nutrientes em sistemas de produção soja-milho* Equipe Fundação MT Leandro Zancanaro

DISPONIBILIDADE DE MACRONUTRIENTES EM LATOSSOLO APÓS O USO DE ADUBAÇÃO VERDE

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

Características produtivas do sorgo safrinha em função de épocas de semeadura e adubação NPK

Resposta da Cultura do Milho Cultivado no Verão a Diferentes Quantidades de Calcário e Modos de Incorporação

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

Resposta das culturas à adubação potássica:

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

CALAGEM SUPERFICIAL E INCORPORADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA AO LONGO DE CINCO ANOS

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE PLANTAS DE MILHO EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

ADUBAÇÃO FOSFATADA PARA MILHO SAFRINHA ANTECIPADA NA CULTURA DA SOJA*

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

CARACTERÍSTICAS FITOTÉCNICAS DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM FUNÇÃO DE DOSES DE GESSO E FORMAS DE APLICAÇÃO DE GESSO E CALCÁRIO

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

CALAGEM E GESSAGEM DE SOLO CULTIVADO COM ALGODÃO NO CERRADO DE RORAIMA 1 INTRODUÇÃO

ADUBAÇÃO NITROGENADA DE COBERTURA E FOLIAR ASSOCIADAS A DOIS TIPOS DE COBRETURA MORTA NA PRODUTIVIDADE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris)

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Resposta de híbridos de milho ao nitrogênio. Eng. Agr. Dr. Douglas Gitti Pesquisador Manejo e Fertilidade do solo

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

Experimento Correção de P (safra 2010/11 a 2015/16)

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Avaliação da Eficiência Agronômica do Milho Em Função da Adubação Nitrogenada e Fosfatada Revestida com Polímeros

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 593

Adubação do Milho Safrinha. Aildson Pereira Duarte Instituto Agronômico (IAC), Campinas

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

ADUBAÇÃO POTÁSSICA DA SOJA EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO NO SUDOESTE DE GOIÁS

A melhor escolha em qualquer situação

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DOSES CRESCENTES DE NITROGÊNIO APLICADO NA SEMEADURA

Palavras-chave: Zea mays L., densidade populacional, nitrogênio, produção.

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Palavras-chave: cultivares de milho, efeito residual de adubos.

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

EXTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES PELA CULTURA DO SORGO FORRAGEIRO. C. A. Vasconcellos, J. A. S. Rodrigues, G.V.E. PITTA e F.G.

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO APLICADAS EM COBERTURA E SEUS REFLEXOS NA PRODUTIVIDADE DO MILHO HÍBRIDO TRANSGÊNICO 2B587PW SEMEADO NA 2ª SAFRA

Iniciação Científica (PIBIC) - IFMG 2 Professora Orientadora IFMG. 3 Estudante de Agronomia.

Características Agrônomicas e Produção de Massa Seca no Cultivo Consorciado de Milho e Urochloa ruziziensis Inoculados com Azospirillum brasiliense

RENDIMENTO DE GRÃOS DE FEIJÃO-CAUPI EM SISTEMA CONSORCIADO COM SORGO IRRIGADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO HÍBRIDO DE MILHO 2B587PW SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO EM ADUBAÇÃO DE COBERTURA

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO MAIS FÓSFORO APLICADOS NO PLANTIO

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DOS FOSFATOS NATURAIS DE ARAD, DE DAOUI E DE GAFSA EM RELAÇÃO AO SUPERFOSFATO TRIPLO. Resumo

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

RESPOSTAS A COMBINAÇÕES DE ADUBAÇÃO DE BASE E DE COBERTURA PELA CULTURA DO MILHO 1

Comportamento Agronômico de Cultivares de Sorgo Forrageiro em Jataí - Goiás 1

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

CEP , Aquidauana, MS. 3 UNESP Ilha Solteira, Rua 3, nº 100, CEP , Ilha Solteira, SP.

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE UM POLIFOSFATO SULFORADO (PTC) NO ALGODOEIRO EM SOLO DE GOIÂNIA-GO *

Doses e épocas de aplicação do nitrogênio no milho safrinha.

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

Transcrição:

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012 Produtividade de Sorgo Safrinha sob Diferentes Combinações de Adubação Nitrogenada Isaac Silva Martins 1, Akira José Fukuda 2, Elpidio Cassimiro da Silva Junior 3, Isaias Silva Martins 4, Ismael Ferreira 5, Jairo Osvaldo Cazetta 6 1,2,6 Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP, Jaboticabal, SP. 1 isaacmartins@hotmail.com, 2 akira.jffukuda@hotmail.com e 6 cazetta@fcav.unesp.br; 3,4,5 Fundação Educacional de Ituiutaba, associada à Universidade Estadual de Minas Gerais FEIT/UEMG Campus de Ituiutaba. 3 junior-agro@hotmail.com, 4 isaias_martins@hotmail.com e 5 iferrei.feit@gmail.com RESUMO - O sorgo granífero é uma das culturas que vêm apresentando significativo aumento de produtividade e área plantada no Brasil, com isso vem à importância da adubação nitrogenada.o presente trabalho teve como objetivo avaliar o manejo da adubação nitrogenada em diferentes combinações percentuais na semeadura e em cobertura sobre a produtividade de sorgo safrinha cultivado sob plantio direto. O experimento foi conduzido na Fazenda Paiol situada no município de Capinópolis-MG, nos meses de fevereiro a junho de 2010. Foi utilizado o genótipo de sorgo granífero AGN 8040 da empresa Agromen (R), híbrido simples, precoce (120 dias). Como fontes de nutrientes foram utilizados os seguintes fertilizantes: uréia (45% N) em combinações variáveis na semeadura e em cobertura; superfosfato triplo (45% de P 2 O 5 ) e cloreto de potássio-kcl (60% K 2 O) ambos em semeadura. O experimento foi constituído por cinco tratamentos com adubação nitrogenada e um controle (sem aplicação de N), sendo que o delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. Os tratamentos receberam 60 kg ha -1 de N via uréia, variando as quantidades de N aplicado na semeadura e em cobertura, foram assim distribuídos: T 1 = 0% N, T 2 = 25% N semeadura e 75% N cobertura, T 3 = 50% N semeadura e 50% N cobertura, T 4 = 75% N semeadura e 25% N cobertura, T 5 =100% N semeadura e T 6 =100% N cobertura. Após quatro meses de cultivo, os grãos de cada parcela foram colhidos e pesados e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os resultados obtidos demonstraram um aumento na produtividade com a adubação nitrogenada, sendo que as combinações com maior dose de N na semeadura propiciaram maiores produtividade de grãos. Palavras-chave: Sorghum bicolor L. Moench., doses, gramínea. Introdução A cultura do sorgo apresenta melhor produtividade no plantio de verão, mas é na safrinha que ela apresenta melhor competitividade. No entanto, em condições de safrinha, tem um potencial de produção limitado, além de alto risco de frustração de safras. Desta forma, o produtor faz um baixo investimento na cultura, com isso, tem baixa produtividade e baixo lucro. A safrinha proporciona os benefícios agronômicos da rotação de culturas: aumento de palhada, fundamental para a manutenção do sistema de plantio direto, e controle de pragas e doenças da lavoura de verão, além disso, a sucessão de cultivos distintos também contribui 1261

para manter o equilíbrio dos nutrientes no solo e aumentar a sua fertilidade, alem de permitir melhor utilização dos insumos agrícolas. Existem cinco tipos de sorgo: granífero, forrageiro, silageiro, vassoura e sacarino. O tipo granífero, possui maior área cultivada, e constitui basicamente um ingrediente para rações utilizadas na alimentação de aves, suínos e bovinos (TESINI, 2003). O sorgo é o quinto cereal mais importante no mundo, antecedido pelo trigo, arroz, milho e cevada. É alimento humano em muitos países da África, Sul da Ásia e América Central e importante componente da alimentação animal nos Estados Unidos, Austrália e América do Sul. Os grãos do sorgo são úteis nas produções de farinhas para panificação, amido industrial, álcool e como forragem ou cobertura de solo (GUERREIRO, 2006). Na safrinha, o sorgo tem sido identificado como substituto do milho em seus vários usos, o sorgo teve problema para ser identificado pelos produtores e consumidores como cultura comercial. Também por ser apresentado como rústico, com sua origem em regiões semiáridas e áridas, seria tolerante à seca portanto bastante utilizado como cultura de safrinha onde a incidência de chuva é menor. No Brasil na safra de 2008/2009 a produtividade do sorgo chegou a 2.240,3 kg ha -1, chegando a uma área nesta safra de 878.100 ha -1 com volume de produção de 1.967.100 kg (DUARTE, 2009). As fontes de N mais utilizadas na agricultura brasileira são uréia e sulfato de amônio. A uréia, pelas suas características e reação no solo, apresenta grande potencial de perda de NH 3, por volatilização (CABEZAS & TRIVELIN, 1990). O sulfato de amônio, além da possibilidade de perda de NH 3 apresenta alta capacidade de acidificação do solo. (BARBOSA FILHO et al., 2001). O parcelamento da adubação nitrogenada é uma prática bastante utilizada que pode reduzir as perdas desse nutriente no sistema, onde pode ser dividida uma parte na semeadura e a outra em cobertura; a cobertura ou o parcelamento dependem do tipo de solo, da dose a ser aplicada e também se a cultura é irrigada, com sistema que possibilite aplicar o nitrogênio via água de irrigação (SOUSA & LOBATO, 2004). O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do manejo da adubação nitrogenada em diferentes combinações percentuais na semeadura e em cobertura sobre a produtividade de sorgo safrinha cultivado sob plantio direto. Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Paiol do proprietário José Ribeiro de Mendonça situada no município de Capinópolis MG, rodovia MGT 154 km 40, altitude 620 1262

m, nos meses de fevereiro a junho de 2010 em um solo configurado como Latossolo Vermelho eutroférrico (EMBRAPA, 1999). A recomendação de adubação para sorgo de acordo com a análise de solo, cuja caracterização química camada de 0 a 20 cm antes da instalação do experimento consta realizada no Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição Vegetal (CAMPO-Centro de Análises Agrícolas, PARACATU - MG) no mês de julho de 2009, tendo como base uma produtividade esperada entre 4 a 6 t ha -1 (COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 1999), conforme dados contidos na Tabela 1. De acordo com as recomendações oficiais da 5ª Aproximação (MG), a quantidade de nitrogênio foi de 60 Kg ha -1 de N aplicando-se essa quantidade em duas etapas, semeadura e cobertura conforme porcentagens estipuladas, sendo esta feita na mesma época para todos tratamentos quando as plantas atingiram 30 a 40 cm de altura. O potássio (20 kg ha -1 K 2 O) e fósforo (30 kg ha -1 P 2 O 5 ) foram totalmente aplicados na semeadura, utilizando como fontes de K o cloreto de potássio (KCl) e de fósforo o superfosfato triplo. O experimento constituiu de seis tratamentos, sendo uma testemunha onde não foi aplicada nenhuma quantidade de nitrogênio, tanto na semeadura quanto em cobertura, e outros cinco tratamentos com dose total de 60 kg ha -1 variando as proporções de N aplicado em semeadura e cobertura. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, onde cada parcela foi dimensionada para ter 6,0 m de comprimento com quatro linhas espaçadas uma da outra em 0,50 m totalizando 12 m 2. Os tratamentos constaram das seguintes fontes descritas na Tabela 2. Foi utilizado o genótipo de sorgo granífero AGN 8040 da empresa Agromen, híbrido simples, precoce (120 dias), porte médio, cor dos grãos castanhos claro, tipo de panícula semi aberta, tolerante a antracnose. O experimento foi realizado em área de plantio direto onde foi feita a dessecação para posterior semeadura. As linhas de semeadura foram feitas com uma semeadora vazia riscando o solo deixando o sulco aberto, com espaçamentos entre carrinhos de 0,50 m entrelinhas e com 0,10 m de profundidade para receber o adubo e na seqüência, as sementes, no dia 17 de fevereiro/2010. Com os sulcos abertos e incorporação manual dos adubos foram distribuídas nove sementes por metro totalizando 36 plantas por linha. A área não foi irrigada, uma vez que as chuvas ocorreram de forma regular durante o período de cultivo. O manejo das plantas daninhas foi realizado com capinas manuais nos primeiros 40 dias. A área experimental foi monitorada 3 vezes por semana para acompanhar o 1263

surgimento de pragas e doenças o que não ocorreu em níveis de danos econômicos durante o ciclo da cultura. A colheita das panículas foi feita manualmente em junho de 2010, onde foram colhidas somente duas linhas centrais de cada parcela descartando 1 metro de bordadura de cada lado da parcela, ficando assim com 4 m 2 a área colhida de cada parcela (área útil). Depois de colhidas as panículas foram identificadas dentro de seus respectivos recipientes com o número de cada parcela e seus tratamentos, depois foram expostas ao sol para que secassem depois de secas foram batidas dentro de sacos onde ficaram os grãos para pesagem em balança com precisão de décimo de grama, anotando os dados para a análise estatística. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância (Teste de F) e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As análises foram feitas com auxilio do programa computacional ASSISTAT, versão 7.5 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002). Resultados e Discussão Observou-se diferença significativa (p<0,01) na comparação entre doses de nitrogênio para produtividade, conforme dados contidos na Tabela 3. As maiores produções foram obtidas com o N aplicado totalmente na semeadura (T 5 ), seguido pelas aplicações de 100% em cobertura (T 6 ) ou 75%/25%, respectivamente, semeadura e cobertura (T 4 ). As menores produções foram observadas na ausência de adubação nitrogenada. O nitrogênio utilizado totalmente, tanto em cobertura, quanto na semeadura mostraram resultados muito próximos. A explicação mais coerente para tal fato, esteja relacionado com a área do local que vinha sendo conduzida pelo sistema plantio direto em que a soja (uma leguminosa) sempre é utilizada no sistema de rotação, favorecendo um maior aporte de N ao longo do tempo, Alves et al. (1999) relatam que, nestas circunstâncias, para as condições edafoclimáticas de Minas Gerais, pode-se reduzir até 20 kg ha -1 do total do N recomendado na adubação de cobertura. Este fato pode estar relacionado com o efeito residual proveniente da palhada da leguminosa favorecendo a cultura seguinte. Para as condições da região Sul do Brasil, Silva (2004), trabalhando com doses crescentes de N (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha -1 ) obteve resultados médios de produtividade de sorgo granífero de 5.190 kg ha -1 em função da adubação nitrogenada. Este valor está de acordo com obtido por Raupp et al. (1900) e Montagner (2003), entretanto, bem acima dos obtidos no presente trabalho. 1264

Silva et al. (2009) avaliaram diversas cultivares de sorgo granífero de safrinha no sudoeste do Estado de Goiás e obtiveram produtividades médias abaixo dos observados no presente trabalho, sendo que os valores variaram entre 1.370 e 2.096 kg ha -1, comparando o efeito de doses crescentes da fórmula 5-25-15 (140, 280, 336, 420, 700 kg ha -1 ) mais 100 kg ha -1 de N em cobertura na forma de uréia, não observaram diferenças significativas na produtividade de sorgo granífero com produtividades variando de 1.061 a 1.425 kg ha -1, valores abaixo dos obtidos no presente estudo. A mesma tendência foi observada por Rodrigues Filho et al. (2006), que não constaram diferenças sobre o potencial produtivo de híbridos de sorgo forrageiro ao utilizar doses crescentes de nitrogênio (50, 75, 100 kg ha -1 ). Trabalhos realizados pela FUNDAÇÃO MS têm mostrado bons resultados de antecipação da parte da dose de N recomendada em solos com baixo potencial de perdas de N por lixiviação permitindo parcelar as doses de N (BROCH & RANNO, 2008). A antecipação da aplicação do N em solos não revolvidos e com o cultivo de plantas de cobertura proporcionam modificações na ciclagem dos nutrientes, sendo o nitrogênio o mais afetado, principalmente devido à decomposição mais lenta dos resíduos vegetais deixados na superfície do solo influenciar nos processos de imobilização, mineralização, lixiviação, volatilização e desnitrificação (CABEZAS et al., 2005). Conclusões 1. Houve efeito da adubação nitrogenada sobre a produtividade da cultura de sorgo safrinha; 2. Doses totais de N na semeadura propiciaram produtividades mais elevadas para a cultura de sorgo. Literatura Citada ALVES, V.M.C.; VASCONCELLOS, C.A.; FREIRE, F.M.; PITTA, G.V.E.; FRANÇA, G.E.; RODRIGUES FILHO, A.; ARAÚJO, J.M.; VIEIRA, J.R.; LOUREIRO, J.E. Milho. In RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ V,V.H. (Ed). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5ª aproximação. Viçosa: CFSEMG, 1999. Cap. 18, p.314-315. BARBOSA FILHO, M.P.; FAGERIA, N.K.; SILVA, O.F. Aplicação de nitrogênio em cobertura no feijoeiro irrigado. Santo Antônio de Goiás: EMBRAPA Arroz e Feijão, 2001. 8p. (Circular Técnica, 49). BROCH, D.L.; RANNO, S.K. Fertilidade do solo, adubação e nutrição da cultura do milho. Revista e Produção: Soja e Milho 2008/2009, FUNDAÇÃO-MS, v.1, n.5, p.133-140, 2008. CABEZAS, W.A.R.L.; TRIVELIN, P.C.O. Eficiência de um coletor semi-aberto estático na quantificação de NH3 volatilizado para uréia aplicada ao solo. Revista Brasileira de Ciência do solo, Campinas, v.14, p.345-352, 1990. 1265

CABEZAS, W.A.R.L.; ARRUDA, M.R.; CANTARELLA, H.; PAULETTI, V.; TRIVELIN, P.C.O.; BENDASSOLLI, J.A. Imobilização de nitrogênio da uréia e do sulfato de amônio aplicado em pré-semeadura ou cobertura na cultura de milho, no sistema plantio direto. Revista Brasileira Ciência do Solo, v.29, p.215-226, 2005. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5 a aproximação. Lavras, 1999. 359p. DUARTE, J.O. Mercado e comercialização, In: Cultivo de sorgo Embrapa/Milho e Sorgo, 5 ed. 2009. (Sistema de produção 2). EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa). Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo. Recomendações técnicas para a cultura do sorgo. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 1988. (Circular técnica, 1). GUERREIRO, N., In: O sorgo. 2006. Disponível em: <http://b33b33.blogspot.com/2006/05/o-sorgo.html >. MONTAGNER, D. Efeito das perdas aleatórias na população inicial no rendimento de grãos na cultura do sorgo.2003. 61p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2003. RAUPP. A.A.A.; CHIELLE, Z.G.; BRANAÃO, N.; BURIN, E. Indicação de cultivares de sorgo. Grupo Prósorgo Sul. Embrapa Clima Temperado. Fepagro Centro de Pesquisa de Fruticultura, Taquari, 1990. RODRIGUES FILHO, O.; FRANÇA, F. de S.; OLIVEIRA, R. de P.; OLIVEIRA, E.R. de; ROSA,B.; SOARES, T.V.; MELLO, S.Q.S. Produção e composição bromatologica de quatro híbridos de sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L) Moench) submetidos a três doses de nitrogênio. Ciência Animal Brasileira, v.7, n.1, 2006. SILVA, A.G. et al. Avaliação de cultivares de sorgo granífero na safrinha no sudoeste do Estado de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiania,v.39, n.2, p.168-174, 2009. SILVA, P.C.S. da; Comportamento do sorgo granífero em função do manejo de nitrogênio. 2004. 55p. Tese (Doutorado) Centro de Ciências rurais, Universidade Federal de Santa Maria. SILVA, F.A.S. de; AZEVEDO, C.A.V. de. Versão do programa computacional Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.1, p.71-78, 2002. SOUZA, D.M.G.; LOBATO,E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2a ed. Brasília, DF: Embrapa Informações Tecnológicas, 2004. 416p. TESINI, J.R. Desempenho produtivo aos 21 dias de corte submetidos a dietas formuladas com grãos de sorgo de diferentes cultivares. 2003. 21p. Monografia (Graduação) Universidade Federal de Uberlândia, 2003. Tabela 1. Valores médios da análise química do solo antes do início do experimento (CAMPO-Centro de Análises Agrícolas, PARACATU - MG). ph P K Al H+Al Ca Mg SB t T M.O m V Água ---mg dm -3 --- ---------------- cmol C dm -3 ------------ g kg -1 -- % -- 6,0 12,3 143 0 3,6 3,0 1,0 4,36 8,0 7,96 30,1 3 55 OBS: P;K= Mehlich; Al, Ca, Mg= (KCl 1 N); H+Al= (AcCa 1N Ph 7); M.O.= (Walker-Black); Sb= Soma de bases // T= CTC potencial // t= CTC efetiva // m= Ind. sat. de Al // V= Ind. sat. bases. 1266

Tabela 2. Tratamentos com suas respectivas quantidades. Tratamentos Nitrogênio K 2 O P 2 O 5 Semeadura Cobertura Total... kg ha -1... T 1-0% N 20 30 00 00 00 T 2-25% semeadura, 75% cobertura 20 30 15 45 60 T 3-50% semeadura, 50% cobertura 20 30 30 30 60 T 4-75% semeadura, 25% cobertura 20 30 45 15 60 T 5-100% semeadura 20 30 60 00 60 T 6-100% cobertura 20 30 00 60 60 Tabela 3. Valores médios de produtividade (kg ha -1 ) de sorgo granífero de safrinha em função das doses e modo de aplicação nitrogenada - UEMG/FEIT- Ituiutaba-MG. Tratamentos Produtividade kg ha -1 Produção relativa (%) T 1 - Controle 2.848 e 1 100 T 2 -N semeadura 25% cobertura 75% 3.271 d 115 T 3 - N semeadura 50% cobertura 50% 3.470 c 122 T 4 - N semeadura 75% cobertura 25% 3.714 b 130 T 5 - N semeadura 100% 3.942 a 138 T 6 - N cobertura 100% 3.639 b 128 Teste F 473,0075** CV (%) 10,1405 DMS 81,0029 1 Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ** Valor significativo pelo teste de F a 1% de probabilidade. 1267