DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DA UNIÃO DAS MUTUALIDADES PORTUGUESAS, DR. LUÍS ALBERTO DE SÁ E SILVA

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Transcrição:

DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DA UNIÃO DAS MUTUALIDADES PORTUGUESAS, DR. LUÍS ALBERTO DE SÁ E SILVA 110.º Aniversário da Associação Mutualista Nossa Senhora da Esperança de Sandim Temas abordados: LBES Modernização das AM Conta Satélite Convites Internacionais Data: 05 de maio de 2013 Local: Sandim Página 1 de 6

Exma. Senhora Representante da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Vereadora da Ação Social Dra. Amélia Traça; Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Sandim Dr. Manuel Joaquim da Mota Batista; Exmo. Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia Sr. António Quelhas; Exmo. Senhor Presidente da Direção da Associação de Socorros Mútuos Nossa Senhora da Esperança de Sandim e Freguesias Circunvizinhas Sr. Comendador Augusto Ferreira Machado; Reverendíssimo Padre da Paróquia de Santa Maria de Sandim Padre António Batista de Oliveira Exmos. Companheiros e Companheiras Mutualistas presentes; Minhas Senhoras e meus Senhores, É uma enorme honra estar hoje perante tantos amigos mutualistas para, conjuntamente, festejarmos mais um aniversário de uma instituição mutualista centenária, pelo que agradeço o convite que me foi feito, enquanto Presidente do Conselho de Administração da União da Mutualidades Portuguesas. O aniversário que hoje aqui comemoramos tem uma dupla importância que importa realçar: em primeiro lugar, assinalar e honrar o passado e a tradição que a Associação Mutualista Nossa Senhora da Esperança de Sandim tão brilhantemente representa; em segundo lugar, o futuro que o nosso Movimento e todas as Associações têm e devem abraçar. Na verdade, quantas instituições, que trabalham na área da proteção social, podem dizer que comemoram o seu centésimo décimo aniversário? Que associações, que não as mutualistas, podem reivindicar uma experiência centenária na proteção social de várias gerações de cidadãos? De facto, o Movimento Mutualista tem na sua história um importante património na proteção social em Portugal, que é patente na história de diversas associações como é disso exemplo a Associação Mutualista Nossa Senhora da Esperança de Sandim, em Página 2 de 6

que nos encontramos hoje. Esse património deve, simultaneamente, orgulhar-nos pelos feitos passados e presentes e, igualmente, pela capacidade de modernização, em prol dos seus associados e da comunidade em geral, uma vez que o futuro impõe-nos, incessantemente, crescimento e modernização, pelo que a prática centenária praticada por esta Associação Mutualista consubstancia-se num importante e enriquecedor património histórico que, necessariamente, deve servir de ponto de partida para futuras práticas. Estamos, por isso no timing ideal para agarrar os novos desafios que o futuro traz ao movimento mutualista português. Estamos em tempo de crise, mas também de excelentes e novas oportunidades. Os desafios são inúmeros, pelo que importa que o movimento mutualista seja cada vez mais coeso, para que todos possam sair beneficiados. A União das Mutualidades Portuguesas tem estado bastante empenhada em procurar resolver os problemas do movimento mutualista português, ao mesmo tempo que tem vindo a desenvolver iniciativas de promoção e divulgação do movimento mutualista, a nível nacional e internacional. Aproveito para divulgar que, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas fui convidado para fazer parte de uma rede europeia oficial, com um estatuto próprio chamada Economia Social Europeia (Social Economy Europe), assumindo um cargo que ajudará a projetar o movimento mutualista português. Por outro lado, também recebi o convite para representar o Senhor Presidente da Associação Internacional das Mutualidades (AIM) nos Encontros de Mont Blanc, em Paris, onde irão ser tratados assuntos de interesse para a Economia Social (e, obviamente, para as mutualidades, em especial). A par da importância da divulgação do movimento mutualista português, em termos nacionais e internacionais, importa, implementar novas modalidades de benefícios, que visem proteger os cidadãos dos novos riscos sociais como, por exemplo, o desemprego e a perda de autonomia. Também na área da Saúde, impõe-se continuar a praticar as atividades e ações que as mutualidades têm vindo a disponibilizar, e promover, cada vez mais, a qualidade das respostas na área da saúde, procurando-se colmatar as lacunas do sistema público de saúde. Página 3 de 6

No que respeita à Ação Social, urge a criação e manutenção de respostas que estimulem a autonomia das pessoas idosas e evitem a sua institucionalização, e a promoção da flexibilização das obrigações profissionais com as relações parentais. Enfim, importará que o movimento mutualista seja capaz de oferecer respostas, que se diferenciem das respostas públicas e das respostas privadas, pela qualidade, pela credibilidade e, sobretudo, pela solidariedade e sentido de responsabilidade que caracterizam a associações mutualistas. De todos os desafios que mencionei, um dos que importa realçar, por constituir uma das vocações históricas do mutualismo e por constituir uma das grandes especificidades do nosso Movimento Mutualista, trata-se dos sistemas complementares de segurança social. A Lei de Bases da Economia Social, atualmente em vigor, prevê, específica e claramente, que as modalidades mutualistas integram Sistemas Complementares de Segurança Social e que as Associações Mutualistas podem funcionar como entidades gestoras dos mesmos. Assim, estamos perante uma oportunidade que não podemos nem devemos desperdiçar. Trata-se de uma oportunidade única de (re)dinamização e (re)afirmação do movimento mutualista que esta Lei de Bases permite. Como sabem, pela 1ª vez foi tornado público o valor real e o peso da Economia Social na economia nacional. O Instituto Nacional de Estatística (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) apresentaram recentemente um estudo com dados sobre a Economia Social, referentes a 2010. Os números revelaram que existem cerca de 55 mil organizações, entre elas as mutualidades, que empregam 226 mil pessoas e representam 2,8% do valor acrescentado bruto. O emprego gerado por estas entidades "revela-se muito importante" na União Europeia: trata-se de um universo de mais de 14 milhões de pessoas (cerca de 7,5% do total da economia europeia). De facto, devido à crise socioeconómica, ao desemprego e à pobreza, a procura dos serviços sociais prestados por estas entidades têm vindo a aumentar significativamente. Por isso, tenho sublinhado, nas minhas mais recentes intervenções, que as Associações Mutualistas são agentes fundamentais no combate à exclusão social, fazendo parte da vida das pessoas e contribuindo para a reconstrução de uma sociedade mais equitativa e mais equilibrada. De facto, esta Conta Satélite veio revelar que estamos presentes e que Página 4 de 6

somos um setor em que vale a pena trabalhar cada vez mais, pelo que importa valorizar e potenciar o as ações e atividades do movimento mutualista. Não posso deixar de referir as palavras do Exmo. Senhor Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa, que declarou estarmos a descobrir a força da sociedade portuguesa que se manifesta via setor social ( ). Força essa que tem uma dimensão múltipla: social, solidária, humanista e económica, pelo que a economia social se trata de uma "alavanca importante" para o progresso do país. Subscrevo, completamente, as palavras proferidas pelo Senhor secretário de Estado que referiu que a partir de agora não poderemos "ignorar a força da economia social, a sua importância estratégica e determinação para o desenvolvimento económico completo do país". Esta conta satélite veio revelar, de forma inequívoca, factos extraordinários, que servirão de apoio à negociação do futuro fundo europeu de investimento. Por tudo isto, corresponder aos desafios que agora se colocam exige um esforço de modernização por parte das associações mutualistas, que mantendo os traços e espírito mutualista as tornem capazes de se adaptarem às novas necessidades. Para isso, reitero a imperiosa necessidade de um Movimento Mutualista que, na renovação e na modernização, seja capaz de mobilizar mais e mais cidadãos, afirmandose na segurança, na credibilidade e na idoneidade das respostas, colectivamente desenhadas e concretizadas. Essa modernização deverá, indiscutivelmente, passar pela adaptação das respostas das instituições às novas necessidades, bem como pela afirmação de soluções mutualistas inovadoras. Por outro lado, deverá também passar pela aposta na aproximação do movimento mutualista às gerações mais jovens, atraindo associados, trabalhadores e dirigentes mais jovens; e deverá também passar por uma crescente visibilidade do movimento mutualista, pelo aumento do conhecimento da opinião pública sobre este movimento e, consequente reconhecimento público da imagem de marca do mutualismo. O Movimento Mutualista já é um movimento profundamente enraizado na sociedade, possuindo uma grande tradição e assumindo um papel essencial na proteção social, em Portugal. Deve, agora, afirmar-se como Solução de Futuro, reforçando a sua dimensão de participação e cidadania, a sua dimensão de solidariedade e a sua vocação de proteção. Hoje, como ao longo da sua história, o movimento mutualista deverá apresentar Página 5 de 6

soluções responder às limitações públicas e privadas, num novo tipo de proteção social, mais responsável e mais solidário. Finalizo a minha intervenção desejando que os 110 anos que agora se comemoram sejam apenas o marco de um futuro de consolidação da Associação Nossa Senhora da Esperança e do Movimento Mutualista. Muito obrigado! Página 6 de 6