Controle de Plantas Invasoras em pastagem com utilização de herbicidas LIMA, H.G 1 ; RESENDE; J.R 2 ; 1 Engenheiro Agrônomo, e-mail: hendricksongomes@hotmail.com. 2 Zootecnista, e-mail: julianozootec@yahoo.com.br RESUMO: Através deste estudo foi possível avaliar as diversas pesquisas na área agrícola sobre a utilização dos herbicidas para o manejo de plantas invasoras em pastagens e com isso verificar que esta é a maneira mais eficiente e econômica de controle destas plantas que competem com as forrageiras em nutrientes, espaço, luz e água. Ao identificar o tipo de planta daninha é possível através do herbicida apropriado ter um controle da ação das invasoras e recuperar assim as áreas de pastagem. PALAVRAS CHAVES: Controle químico; daninhas; forrageira; manejo de pastos. Control of Invasive Plants in the pasture with the use of herbicides ABSTRACT: Through this study it was possible to evaluate several agriculture research on the use of herbicides for weed management inpastures and thus verify that this is the most efficient and economical way of controlling these plants that compete with the grasses in nutrients, space, light and water. By identifying the typeof weed is possible by having a suitable herbicide control of weedsand the action to recover so grazing areas. KEY WORDS: Controle químico; daninhas; forage; management of pastures. INTRODUÇÃO As plantas invasoras são classificadas como daninhas e estas infestam áreas agrícolas, pecuárias e de outros setores do interesse humano. A característica dessas plantas também conhecidas como pioneiras, que são plantas que ocupam locais onde por qualquer motivo, a cobertura natural foi extinta e o solo tornou-se total ou parcialmente exposto, é a agressividade caracterizada por elevada e prolongada capacidade de produção dotadas de altas viabilidades e longevidades, que são capazes de germinar, de maneira descontínua, em muitos ambientes e que possuem adaptações especiais para disseminação a curta e longa distância; as plantas normalmente apresentam rápido crescimento vegetativo (PITELLI, 1987). Existe um grande número de plantas daninhas, estas incluem arbustos, dicotiledôneas herbáceas, gramíneas e ciperáceas. Os prejuízos que estas plantas causam são inúmeros, pois estas competem nas pastagens por nutrientes, espaço, luz e água. As gramíneas são o grupo mais importante das plantas invasoras, pois elas acarretam muitos prejuízos. São invasoras agressivas, de baixo valor forrageiro e são perenes. O que torna difícil o seu controle (PEREIRA et al., 2006). Segundo Nunes (2001), os herbicidas utilizados para controle de plantas daninhas de folhas largas em pastagem geralmente são sistêmicos e seletivos, atuando com eficiência quando bem aplicados, eliminando tanto a parte aérea como as raízes, sem prejudicar a gramínea. Trata-se de um processo de alto rendimento (10 a 15 hectares/dia), e com facilidade de trabalho. Normalmente, o custo do tratamento inicial é alto, entretanto, torna-se vantajoso pela posterior econômia proporcionada na manutenção da pastagem. O favorecimento da produção da pastagem, representado pela eliminação da concorrência entre as invasoras e forrageiras, aliado à adubação, promove um aumento de capacidade de suporte do pasto. Neste trabalho, são discutidos aspectos inerentes à competição exercida pelas plantas daninhas nas pastagens. Abordar este tema tem como intuito analisar através dos estudos feitos o uso dos herbicidas no controle das plantas invasoras nas pastagens avaliando a eficácia. E quais dos herbicidas apresentam maior vantagem em relação custo beneficio no controle das daninhas em pastagem, contribuindo principalmente com o estudo e a pesquisa na agropecuária. O presente estudo tem como objetivo principal comprovar que a utilização de herbicidas em pastagens é a melhor maneira de controlar a proliferação de plantas invasoras. MATERIAL E MÉTODOS O estudo do tipo revisão bibliográfica com produção científica acerca do tema proposto foi realizado através de acesso eletrônico, as fontes de Agropecuária Brasil e América Latina.
O universo pesquisado constitui-se resumos relacionados às palavras chave plantas invasoras, plantas daninhas, herbicidas. Os textos encontrados na pesquisa em fontes da EMBRAPA analisado no período 1997 a 2007 e na fonte SCIELO Scientific Eletronic Library Ouline, Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). O uso dessas fontes foi feito devido à opção de leitura de textos e por estudos na língua portuguesa. Dentre os textos levantados no universo optou-se por aqueles que tratam exclusivamente do objetivo de estudo, qual sejam aqueles relacionados ao controle das plantas invasoras em pastagens por herbicidas, a resistência aos herbicidas, a eficácia dos herbicidas. As bases SCIELO, EMBRAPA foram analisadas no período de 2011. Foram selecionados os artigos nacionais e internacionais que relacionavam ao controle das plantas invasoras em pastagens. Realizou-se um levantamento através da formação de tabela para a análise, com o objetivo de detectar os herbicidas mais utilizados no Brasil para o controle das plantas invasoras. Os estudos existem um total de oito artigos e uma tese que tratam exclusivamente da utilização de herbicidas em pastagens. Os estudos foram colocados pela ordem cronológica e estão expostos em tabela nos resultados do trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÃO O levantamento bibliográfico realizado encontrou uma amostra de 8 artigos e uma tese sobre a temática abordada (Tabela 1). Nestes estudos verificaram-se a ocorrência de plantas invasoras em pastagens e os diversos controles, principalmente os realizados através de herbicidas. TABELA 1 - Estudos levantados no período de 1997 a 2007 sobre o uso de herbicidas em pastagens ANO TÍTULO AUTORES HERBICIDAS 1997 Eficácia de herbicidas no controle de amarelinho em pastagem PASSINI, Telma e KRANZ, Walter Miguel 2,4-D, Picloran, Tebuthiuron 1999 Ciganinha planta invasora de pastagem NUNES, Saladino Gonçalves Picloran, Tebuthiuron, Glyphosate 2001 Controle de Plantas invasoras em pastagens cultivadas no cerrado NUNES, Saladino Gonçalves Picloran, Tebuthiuron, Glyphosate, Tricoplyr 2003 Principais aspectos da resistência de plantas daninhas ao herbicida glyphosate. CHRISTOFFOLETI, P.J.2 e LÓPEZ-OVEJERO, R. Glyphosate *2003 Dinâmica populacional e mecanismos de tolerância de espécies aos herbicidas glyphosate. MONQUERO, Patrícia Andrea Glyphosate 2006 Controle de plantas em pastagens PEREIRA, Joaquim Rezende e DA SILVA, Wilson Tebuthiuron, fluroxipir, Tricoplyr, 2,4-D, Paraquat, Glyphosate, Picloran 2006 Efeitos de herbicidas no controle de plantas daninhas, crescimento e produção de milho e brachiaria Brizantha em consorcio. JAKELAITISZ, Adriano; DA SILVA, Antonio Alberto; DA SILVA, Alexandre Ferreira; LOPES, Luciano da Silva, FERREIRA, Lino Roberto e VIVIAN, Rafael Glyphosate, 2,4-D, Nicosulfuron 2007 Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência MARTINS, Dagoberto; TRIGUERO, Luciana Rodrigues Benzóicos, Fenoxiacéticos
sobre capim-braquiária Manejo Sustentável de 2007 plantas daninhas em pastagens Fonte dados da pesquisa * tese para Doutorado em agronomia. Cardoso; DOMINGOS, Vanessa David; MARTINS, Cibele Chalita; MARCHI, Sidney Roberto de; COSTA, Neomárico Vilanova da FILHO, Ricardo Victoria Tebuthiuron, Fluroxipir, Tricoplyr, 2,4-D, Glyphosate, Picloran As principais plantas invasoras que ocorrem em pastagens Nos experimentos avaliados, as espécies forrageiras predominantes foram Panicum maximum Jacq. Cv. Colonião, Tanzânia e Mombaça, Brachiaria brizantha Cv. Marandu, Xaraes, Brachiaria decumbens Stapf (capim-braquiaria), Brachiaria humudicola (capim-humidicola), Brachiaria ruziziensis (capimbraquiaria), Cynodon dactylon (L.) Pers (grama-seda), Cynodon rizomatosa (capim-tifton), Andropogon gayanus (Andropogon) além de outras (NUNES, 2001). Através dos estudos realizados verifica-se que 78% das sementes comercializadas no Brasil são de braquiárias, sendo em sua maioria marandú e decumbens. A comercialização de xaraes é muito baixa. Colonião, nem tem mais para vender. Mombaça e Tanzânia somam apenas 8,63%. Humudícula, quase nada. Andropogon, 8% etc. (Tabela 2). TABELA 2- Espécies forrageiras predominantes e a percentagem de comercialização. Forrageira Comercialização (%) B. decumbens 38,78 B. brizantha (Marandú) 36,00 B. humidícola 3,41 Subtotal 78,50 P. maximum (Colon. e Tanz.) 8,63 Andropogon gayanus 8,05 Demais 4,82 Total 100,00 Fonte: (FILHO, 2007). De acordo com pesquisa feita por Filho (2007) a implantação das pastagens e o sistema de manejo utilizado de uma forma inadequada com o uso de práticas similares levam a ocorrência de plantas daninhas no ecossistema da pastagem, que de um modo geral são constituídas por plantas dicotiledôneas arbustivas e arbóreas. Também algumas gramíneas não desejadas no ecosssitema das pastagens podem reduzir a produtividade das pastagens. Assim, plantas de Sorghum halepense (L.). Pers. (capim-massambará); Brachiaria decumbens (capimbraquiaria); Andropogon bicornis L. (capim-rabo-de-burro) podem necessitar de um manejo adequado devido às características semelhantes às espécies usadas como forrageiras. Outra preocupação com relação às pastagens e plantas invasoras diz respeito à produção de sementes das forrageiras. A estratégia mais eficiente para evitar o problema de perdas de sementes no processo de beneficiamento consiste em manter a área de produção de sementes livre de plantas daninhas. Durante a fase de estabelecimento, as plantas daninhas competem com a pastagem reduzindo o rendimento das sementes que provavelmente contaminarão os lotes durante a colheita das sementes varridas no solo, o que pode ser verificado na análise de pureza e de sementes nocivas (MARTINS et al. 2007). Prevenção e controle das plantas invasoras De acordo com Pitelli (1987), existem dois aspectos a se considerar quanto à prevenção da propagação de plantas daninhas em pastagens, a primeira diz que se deve impedir a reprodução das plantas invasoras adotando medidas na entre safra como a instalação de culturas neste período, ou mesmo o plantio de adubos verdes, impedindo o desenvolvimento de plantas daninhas nas áreas adjacentes à cultura. O segundo aspecto se refere ao controle da introdução de novas espécies, que poderão aumentar em muito os problemas. Estas medidas incluem, por exemplo, o uso de sementes e mudas certificadas, nas quais o controle da quantidade e qualidade dos propágulos de plantas daninhas é mais rigoroso. Nesta análise, alguns propágulos considerados proibidos e outros tolerados até uma determinada quantidade por amostra de semente ou de mudas. Segundo Nunes (2001), a adaptação das forrageiras não é feita de maneira adequada ao solo, ao clima e a região, portanto muitas vezes não tem força suficiente para competir com as daninhas, é importante que a escolha da forrageira esteja de acordo com as condições ecológicas do local. Ainda segundo o autor a degradação da área de pastagem está também atrelada ao excesso de animais no pasto e o controle incorreto seja ele químico, com fogo, manual, mecânico das invasoras muitas vezes é feito fora de época, durante estação seca, próxima a florada e sob altas temperaturas. Controle cultural É a utilização de qualquer prática que auxilie a forrageira a competir com a planta daninha. Que pode ser: O uso de sementes de qualidade,
manter o gado fora da pastagem, por 48 horas quando ele for procedente de uma área altamente infestada de invasoras, descansar a pastagem após pastejo, utilizar manejo de animal adequado, consorciar leguminosa, utilizar a espécie forrageira adaptada, manter a fertilização por adubação, calagem de solo em alguns casos pode diminuir a infestação por daninhas (CHRISTOFFOLETI et al., 2003); ( NUNES, 2001) & (FILHO, 2007). Controle com fogo Está é uma pratica segundo Filho (2007), que ainda é bastante utilizada no Brasil, especialmente em pastos nativos. Para que haja um controle adequado dos arbustos, há necessidade de uma boa massa de capim para elevar a temperatura e, assim, eliminar os arbustos mais desenvolvidos. Entretanto, muitos destes, nativos, de porte elevado, sobrevivem porque são tolerantes ao fogo, o que inviabiliza o controle. Controle mecânico - O controle mecânico é realizado com a utilização dos seguintes equipamentos: foice, roçadeira de arrasto e hidráulicas, correntão, entre outros (PEREIRA et al., 2006). O uso de cada tipo de equipamento depende do tipo de vegetação, do porte e da densidade de infestação. As plantas arbustivas infestam as pastagens de um modo geral são perenes e tem a capacidade de regenerar a parte aérea quando cortadas (FILHO, 2007). Apesar de apresentar bom rendimento operacional e baixo custo, não controla efetivamente as invasoras que também rebrotam com vigor. Não é um método seletivo, cortando também o capim e leguminosas, reduzindo assim a disponibilidade de forragem na pastagem. Restrições ao uso ocorrem em áreas com tocos, cupins e de topografia acidentada. A roçada em muitos casos é utilizada como tratamento prévio para utilização de herbicidas (NUNES, 2001). - Subsolagem Este processo é utilizado para arbustos, à desvantagem dele é ser onoreso, pois necessita da utilização de tratores potentes e o gasto com combustível é alto. A subsolagem consiste na utilização de equipamento destinado à descompactação do solo e corte de raízes. Diferentes versões existem; entretanto, a maioria é dotada de hastes com enxadas que cortam as raízes a profundidades reguláveis, sem erradicar a forrageira, podendo também ser dotada de depósito e permitir executar a adubação (NUNES, 2001). Controle biológico - O método de controle biológico é feito com a utilização de inimigos naturais das daninhas que podem ser: insetos, fungos, bactérias, ácaros, vírus, aves e mamíferos (FILHO, 2007). Considerações sobre o controle químico É realizado com a utilização de produtos químicos denominados herbicidas, que provocam a morte ou impedem o desenvolvimento das plantas daninhas. Esses produtos devem controlar o crescimento e o desenvolvimento dessas plantas. Alguns são seletivos devido a aspectos morfológicos das plantas como também a habilidade da gramínea forrageira em degradar metabolicamente parte do herbicida que é absorvido isso é conhecido como seletividade bioquímica (FILHO, 2007). Para que o controle seja eficiente, é necessário atentar-se a aspectos importantes nas plantas invasoras como tipos de plantas, a folhagem, a degradação do solo, a infestação da pastagem. Tipo de planta invasora - É importante conhecer que tipo de planta invasora está infestando a pastagem e se ela é recorrente. A variabilidade genética natural também é importante porque determina a resistência aos herbicidas. Assim, todas as populações de plantas daninhas, independentemente da aplicação de qualquer produto, provavelmente contêm plantas individuais (biótipos) que são resistentes a herbicidas. Somente assim poderá haver uma indicação correta e evitar gastos desnecessários (CHRISTOFFOLETI & LÓPEZ- OVEJERO, 2003). A degradação da pastagem - Conhecer a área da pastagem é extremamente importante para definir a recuperação. O estágio de degradação é a informação mais adequada para definir o tipo de recuperação ou renovação. Em geral, pastos em adiantado estado de degradação devem ser reformados e, posteriormente, controladas as invasoras remanescentes (NUNES, 2001). Tipo de folhagem - Podem facilitar ou dificultar a absorção dos herbicidas. Saber qual é o tipo de folhagem ocasiona a indicação apropriada do herbicida, pois alguns atuam na parte foliar, outros na radicular e alguns no caule. A grande maioria dos herbicidas atua nas diversas partes das plantas, também observa-se sobre o desenvolvimento da planta invasora quanto maior for a área foliar, o agente herbicida será mais eficiente (Tabela 3). Nível de infestação - Quando o índice de infestação é alto, estuda-se a melhor forma de aplicação do herbicida, que poderá ser feito de forma tratorizada. Essa aplicação será denominada de área total, pois abrange um número maior de plantas a serem controladas pela ação do herbicida. TABELA 3 Herbicidas mais utilizados em pastagens no Brasil. Nome comercial Grupo químico Local de absorção na planta Dicamba Diclobenzóicos Folhas, raizes e caules Fluroxipir mhe Piridinas Folhas, raizes e caules Glyphosate Glicina Folhas, raizes e caules Paraquat Bipiridilos Foliar penetra na cuticula por difusão Picloran Acido Foliar e radicular picolinico Tebuthiuron Derivados da Radicular ureia Triclopyr Piridinas Foliar e radicular após 4 horas 2,4 d Fenoxiaceticos Folhas, raizes e
caules FONTES: (NUNES, 2001); (CHRISTOFFOLETI et al., 2003); (MONQUERO, 2003); (JAKELAITISZ et al., 2006); (PEREIRA et al., 2006); (MARTINS et al., 2007) & (FILHO, 2007). Herbicidas têm como princípio ativo FLUROXIPIR MHE, PICLORAN, TRICLOPYR e 2,4- D, podendo apresentar associações entre estes produtos. A exemplo, se tem no mercado o PLENUM que é Fluroxipir MHE 80 g/l + Picloran 80 g/l ; TORDON 2,4-D amina 240 g/l + Picloran 64 g/l ; PADRON 240 g/l de picloran; MANEJO 2,4-D amina 120 g/l + Picloram 40 g/l; TOGAR Triclopyr 60 g/l + Picloran 30g/L. Aplicação dos herbicidas Os herbicidas podem se mover a pequenas distâncias por difusão, para que tenham translocação eficiente na planta, devem penetrar nos tecidos condutores da planta. O conjunto dos protoplastos da planta forma um conjunto vivo e contínuo denominado de simplasto. O floema é o principal componente do simplasto. As paredes celulares e outras partes não vivas formam também um conjunto não vivo e contínuo, denominado de apoplasto. O xilema é o principal componente do apoplasto. Alguns herbicidas translocam-se pelo floema e geralmente, aplicados às folhas. São denominados de herbicidas de translocação simplástica. Outros translocam-se pelo xilema, sendo geralmente aplicados ao solo herbicidas de translocação apoplástica, e outros translocam-se tanto no floema como no xilema são os herbicidas de translocação aposimplástica (FILHO, 2007). Aplicação foliar Todo herbicida aplicado à parte aérea das plantas tem como caminho de entrada principal as folhas, mas também pode entrar pelo caule ou pelas gemas. A principal barreira à penetração dos herbicidas aplicados à folha é a cutícula, que reveste toda a superfície foliar, inclusive as câmaras subestomáticas dos estômatos. De modo geral, a face abaxial (dorsal) das folhas, tendo uma camada menos espessa de cutícula, permite com maior facilidade a penetração dos herbicidas (FILHO, 2007). Este é o método de aplicação é o mais utilizado no controle de plantas invasoras em pastagens. Dependendo do tipo de infestação, porte das plantas, tamanho da área infestada, a aplicação poderá ser realizada em área total ou dirigida: Área total É usada para infestações superiores a 40% (SOARES FILHO, 1993), em áreas extensas. Utiliza pulverizador tratorizado, aviões agrícolas ou helicópteros. Os volumes de calda recomendados são de 200 a 300 litros/hectare para as aplicações tratorizadas e cerca de 50 litros/hectare para as aplicações com aeronaves (SVICERO & LADEIRA NETO, 2000). Dirigida É recomendada para áreas pequenas ou que tenham baixo índice de infestação, inferior a 40%. Utiliza pulverizador costal manual ou adaptado a transporte por animal. A melhor época de tratamento é quando as plantas estão em intensa atividade metabólica. Isso ocorre, normalmente, no início da estação chuvosa, quando apresentam área foliar suficiente para absorção (NUNES, 2001). Aplicação no toco Segundo Nunes (2001) consiste na aplicação dirigida do herbicida ao toco das plantas logo após o corte rente ao solo. Normalmente, é feita a poda com foice ou enxadão, rachando-se ou picando-se o tronco ou raiz. A aplicação do herbicida pode ser feita com pulverizador costal manual, dotado de bico do tipo cone, sem o core interno (jato cone cheio), ou pincel. O corte dos tocos em plantas que já foram roçadas deverá ser feito abaixo da nova brotação. Em plantas que apresentam um engrossamento do toco abaixo do nível do solo, recomenda-se o uso do enxadão. O trabalho deve ser feito em dupla ou com três trabalhadores, com um ou dois cortando a planta e o outro fazendo a aplicação dirigida. É recomendado o uso de um corante na calda para marcar as plantas tratadas, que pode ser o azul de metileno ou violeta de genciana. As aplicações no toco são recomenda. Aplicação no tronco (basal) É um método utilizado para arbusto de grande porte ou resistente às aplicações foliares. O herbicida, nesse caso, pode ser aplicado nos caules, sem roçada, com pulverizador manual ou pincelamento basal, até 30 a 40 cm de altura. Geralmente, utiliza soluções com óleo diesel. Em plantas muito resistentes, os cortes são feitos manualmente ao redor do tronco ou mesmo anelamento total precedendo a aplicação (NUNES, 1999). Tratamento no solo A aplicação do herbicida ao solo é influenciada por uma série de fatores tais como: distribuição na superfície do solo, adsorção, lixiviação, volatilidade, decomposição química, decomposição microbiana e fotodecomposição. Para o uso adequado de uma molécula de herbicida ao solo há necessidade de se conhecer esses fatores que podem afetar o comportamento (FILHO, 2007). Utiliza herbicidas granulados (pellets) que possam ser absorvidos no sistema radicular e translocados para a parte aérea. Os grânulos devem ser depositados ao redor do caule da planta invasora ou a lanço no caso de plantas espinhosas, como o espinhoagulha (Barnadesia rosea), plantas de reboleira, como a taboca (Guadua angustifolia) e a grama-forquilha ou gramão (Paspalum notatum). Com a ocorrência de chuvas, o produto é diluído, infiltrado no solo e absorvido pelo sistema radicular da planta invasora. As
aplicações não devem ser feitas em plantas roçadas ou queimadas recentemente (NUNES, 2002). CONCLUSÃO O uso de herbicidas para o controle de plantas invasoras constitui o meio mais eficaz, principalmente se comparado a outros controles de daninhas em pastagem. O controle com fogo é muito utilizado, por ser de baixo custo, porém existem espécies resistentes a ação da queima. O mesmo observa-se no controle mecânico que tem baixo custo, mas não é indicado em solos acidentados e onde há presença de tocos. O biológico tem mostrado que a ação por vezes não evita o rebrotamento das plantas invasoras. A subsolagem é eficaz para invasoras do tipo arbustos, porém é um método de alto custo. É importante ressalvar que o herbicida por si só não representa o único processo de recuperação da pastagem, mas tem se mostrado o mais eficiente por associar controle e custo, isto sendo utilizado de maneira correta. Então é preciso que as áreas sejam avaliadas e verificado o nível de infestação, saber qual é o tipo de planta que está presente, se está na época certa, a forma de aplicação, dose do herbicida e após o seu uso fazer o manejo de pastagem para evitar novas infestações. REFERÊNCIAS CHRISTOFFOLETI, P.J.; LÓPEZ-OVEJERO, R. PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS AO HERBICIDA GLYPHOSATE. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.21, n.3, p.507-515, 2003 FILHO, R. V. MANEJO SUSTENTÁVEL DE PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS. ESALQ/USP Piracicaba-SP, Rev. EMPRAPA 2007. NUNES, S. G. Ciganinha planta invasora de pastagem. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 1999. Folder. NUNES, S. G. Controle de Plantas Invasoras em Pastagens Cultivadas nos Cerrados. Rev. EMPRAPA Gado de corte, Campo Grande, MS 2001 NUNES, S. G.; SOUZA, O. C. de; KOLLER, W. W. Importância e controle de Memora peregrina, planta invasora de pastagens na região de cerrados. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2002. PASSINI, T.; KRANZ, W. M. Eficácia de herbicidas no controle de amarelinho em pastagem, Planta Daninha, v. 15, n. 2, Londrina, PR, 1997. PEREIRA, J. R. SILVA W. Controle de plantas daninhas em pastagens. Introdução técnica para o produtor em gado de leite. Rev. EMPRAPA Gado de leite, Juiz de Fora, 2006 PITELLI, R.A. COMPETIÇÃO E CONTROLE DAS PLANTAS DANINHAS EM ÁREAS AGRÍCOLAS, Série Técnica IPEF, Piracicaba, v.4, n.12, p.1 24, Set.1987. SOARES FILHO, C. V. Tratamento físico-mecânico, correção e adubação para recuperação de pastagens. In: ENCONTRO SOBRE RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS, 1., 1993, Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 1993. p. 79-118. SVICERO, E. F.; LADEIRA NETO, A. Controle de plantas daninhas em pastagens. 2000. Não paginado. Apostila. JAKELAITISZ, A.; DA SILVA, A.A.; DA SILVA, A.F.; LOPES, L. da S., FERREIRA, L. R. e VIVIAN, R. Efeitos de herbicidas no controle de plantas daninhas, crescimento e produção de milho e brachiaria Brizantha em consorcio, Pesquisa Agropecuária Tropical, 36 (1): 53-60, Viçosa MG, 2006. MARTINS, D.; TRIGUERO, L. R. C. ; DOMINGOS, V. D.; MARTINS, C. C. ; MARCHI, S. R. de; COSTA, N. V. da. Seletividade de herbicidas aplicados em pósemergência sobre capim-braquiária, R. Bras. Zootec., v.36, n.6, p.1969-1974, 2007 (supl.) MONQUERO, P. A. Dinâmica populacional e mecanismos de tolerância de espécies aos herbicidas glyphosate, tese para obtenção do titulo de Doutor em agronomia área de concentração fitotecnia, Piracicaba, São Paulo, 2003.